31.8.10

XXIV Festival da Poesia no Condado em Salvaterra de Minho (3 e 4 de Set.) sob o lema da defesa da língua galega e dos serviços públicos

O Festival da Poesia que se realiza anualmente em Salvaterra de Minho, na Galiza, junto a Monção, em Portugal, pretende unir festa e reivindicação social.
Nesta XXIV edição do Festival da poesia no Condado o lema é 'Língua e serviços em mao comum' , cuja escolha é justificada pelos ataques sucessivos contra a língua galega e os serviços públicos que se tem registado na Galiza.

Todos estes aspectos irão estar presentes durante o Festival da Poesia sob a forma de debates, de intervenções públicas, de poemas e canções.


PROGRAMA DO XXIV FESTIVAL DA POESIA NO CONDADO

3 E 4 DE SETEMBRO 2010 em SALVATERRA DE MINHO.

-Sexta-feira 3 de Setembro

19.30
Apertura de exposiçons
COVAS DE DONA URRACA / CASA DO CONDE

Pintura: monográficos do Zeca Afonso e do Che Guevara

20.15
Projecçom de Audiovisuais
COVAS DE DONA URRACA

22.30
Noite nas minas
COVAS DE DONA URRACA
Sonhos

23.30
Charanga
Caldo verde
e festa rachada



-Sábado 4 de Setembro

11.30
Passa-ruas
Gaiteiros e murga
Viagens no Comboio de baixa velocidade

12.30
Campionato de bilharda
Feira popular: colectivos e artesanato
ZONA DAS MURALHAS


13.00
Palestra com Colectivos Sociais
CASA DO CONDE

17.00
Festa Infantil
- Galiza Pulgas Circus
- Obradoiros
ZONA DAS MURALHAS

19.00
Audiovisual
COVAS DE DONA URRACA
Curtas premiadas no Festival de Cans

20.30
FESTIVAL POÉTICO-MUSICAL
ZONA DAS MURALHAS

- Apresenta: Berrobambán


POETAS PRESENTES

- Alicia Fernández
- Branca Novoneyra
- Carlos Quiroga
- Carlos Negro
- Calros Solla
- David Rodríguez
- Elvira Riveiro
- Kiko Neves
- Laura Branco
- Samuel L. París
- Samuel Solleiro
- Tiago Gomes
- Xulia María


GRUPOS
- De outra margem
- Uxía
- Labregos do tempo dos Sputniks
- Os tres trebóns
- Afro-vungo (Tonecas Prazeres. S. Tomé, Principe)


Serviços

- Zona de campismo
- Duches


info@scdcondado.org

http://www.scdcondado.org

X Encontro Internacional de Pastores, Nómadas e Transumantes (3, 4 e 5 de Set.) em Guadalaviar (Teruel)

Os pastores da Baviera e da Colômbia vão encontrar-se em Guadalaviar ( Teruel) durante o X Encontro Internacional de Pastores, Nómadas e Transumantes que se realizará naquela localidade da Serra de Albarracin nos dias 3, 4 e 5 de Setembro.

A reunião desenrolar-se-á no Museu da Transumância, existente naquela localidade.



Para mais informação:

http://museodelatrashumancia.com/

http://www.pastos.org/


Transumância

The Hive, comunidade de permacultura sedeada na aldeia do Rossaio ( Colmeal, em Góis) recebe visitantes no seu dia aberto ( 4 de Setembro)

O próximo 4 de Setembro vai ser o dia aberto na Comunidade de Permacultura The Hive, sedeada na aldeia do Rossaio, perto da aldeia do Colmeal, concelho de Góis, na região do Centro de Portugal

Todos os interessados em conhecer e visitar a comunidade e saber alguma coisa mais sobre os seus princípios e funcionamento serão bem-vindos


http://www.thehiveportugal.org/

O que é a Comunidade The Hive

The Hive is an egalitarian collective, based upon consensus decision-making, and recognising the need for, and beauty of, individual and collective responsibility for action in agriculture, arts, design and politics


The Hive is based upon permaculture principles of:

* The recognition that all that we do affects the environment
* Working with nature rather than against nature
* The problem is the solution; transforming challenges into opportunities
* Taking small steps to create big changes

Objectivos da Comunidade The Hive

* To get first hand experience of permaculture design and organic growing
* To get into the countryside
* To make contact with other people in the permaculture movement
* To form links and foster understanding between city and rural dwellers
* To facilitate inter-cultural understanding between people of different nationalities
* To form links with social justice and environmental networks and campaigns


A desuniversidade ( texto de Boaventura Sousa Santos)

O processo de Bolonha — a unificação dos sistemas universitários europeus com vista a criar uma área europeia de educação superior — tem sido visto como a grande oportunidade para realizar a reforma da universidade europeia. Penso, no entanto, que os universitários europeus terão de enfrentar a seguinte questão: o processo de Bolonha é uma reforma ou uma contra-reforma?

A reforma é a transformação da universidade que a prepare para responder criativamente aos desafios do século XXI, em cuja definição ela activamente participa. A contra-reforma é a imposição à universidade de desafios que legitimam a sua total descaracterização, sob o pretexto da reforma. A questão não tem, por agora, resposta, pois está tudo em aberto. Há, no entanto, sinais perturbadores de que as forças da contra-reforma podem vir a prevalecer. Se tal acontecer, o cenário distópico terá os seguintes contornos.

Agora que a crise financeira permitiu ver os perigos de criar uma moeda única sem unificar as políticas públicas, a política fiscal e os orçamentos do Estado, pode suceder que, a prazo, o processo de Bolonha se transforme no euro das universidades europeias. As consequências previsíveis serão estas: abandonam-se os princípios do internacionalismo universitário solidário e do respeito pela diversidade cultural e institucional em nome da eficiência do mercado universitário europeu e da competitividade; as universidades mais débeis (concentradas nos países mais débeis) são lançadas pelas agências de rating universitário no caixote do lixo do ranking, tão supostamente rigoroso quanto realmente arbitrário e subjectivo, e sofrerão as consequências do desinvestimento público acelerado; muitas universidades encerrarão e, tal como já está a acontecer a outros níveis de ensino, os estudantes e seus pais vaguearão pelos países em busca da melhor ratio qualidade/preço, tal como já fazem nos centros comerciais em que as universidades entretanto se terão transformado.

O impacto interno será avassalador: a relação investigação/docência, tão proclamada por Bolonha, será o paraíso para as universidades no topo do ranking (uma pequeníssima minoria) e o inferno para a esmagadora maioria das universidades e universitários. Os critérios de mercantilização reduzirão o valor das diferentes áreas de conhecimento ao seu preço de mercado e o latim, a poesia ou a filosofia só serão mantidos se algum macdonald informático vir neles utilidade.

Os gestores universitários serão os primeiros a interiorizar a orgia classificatória, objectivomaníaca e indicemaníaca; tornar-se-ão exímios em criar receitas próprias por expropriação das famílias ou pilhagem do descanso e da vida pessoal dos docentes, exercendo toda a sua criatividade na destruição da criatividade e da diversidade universitárias, normalizando tudo o que é normalizável e destruindo tudo o que o não é.

Os professores serão proletarizados por aquilo de que supostamente são donos — o ensino, a avaliação e a investigação — zombies de formulários, objectivos, avaliações impecáveis no rigor formal e necessariamente fraudulentas na substância, workpackages, deliverables, milestones, negócios de citação recíproca para melhorar os índices, comparações entre o publicas-onde-não-me-interessa-o-quê, carreiras imaginadas como exaltantes e sempre paradas nos andares de baixo.

Os estudantes serão donos da sua aprendizagem e do seu endividamento para o resto da vida, em permanente deslize da cultura estudantil para cultura do consumo estudantil, autónomos nas escolhas de que não conhecem a lógica nem os limites, personalizadamente orientados para as saídas do desemprego profissional. O serviço da educação terciária estará finalmente liberalizado e conforme às regras da Organização Mundial do Comércio.

Nada disto tem de acontecer, mas para que não aconteça é necessário que os universitários e as forças políticas para quem esta nova normalidade é uma monstruosidade definam o que tem de ser feito e se organizem eficazmente para que seja feito. Será o tema da próxima crónica.


Fonte:

Teoria Política ( workshop sobre anarquismo na Manchester Metropolitan University, 1 a 3 de Set.)


Integrado num vasto conjunto de workshops sobre teoria política a realizar na Universidade Metropolitana de Manchester entre os dias 1 e 3 de Setembro está previsto um workshop sobre anarquismo sob a organização do prof. Alex Prichard ( fundador da Anarchist Studies Network) onde serão apresentadas e discutidas as seguintes comunicações:

Alex Prichard: ‘Proudhon: The Lost Prophet of Paris’
Joan Rapp: ‘Neo-anarchism and the state in the People’s Republic of China’
Matt Wilson: ‘Prefiguration and Anarchist Theory’
Ruth Kinna: ‘Title TBC’
Alexandre Christoyannopoulos: ‘Tolstoy’s Approach to Christianity’


Workshops in Political Theory 2010
Seventh Annual Conference September 1st - 3rd 2010

Following another successful sixth annual Workshops held in Manchester, September 2009, at which a hundred and fifty papers were given by participants from over twenty countries, we are pleased to announce the details of this year's conference. These workshops reflect the wide diversity of interests and idioms within the discipline and give delegates plenty of time to discuss their papers in a relaxed setting as well as to attend other panels. There will be a conference web-site (www.hlss.mmu.ac.uk/politicaltheory ) where papers and conference details will be posted.

The workshops and convenors are as follows:

The Legitimacy of International Law
(Dean Machin, University of Warwick, D.J.Machin@warwick.ac.uk)

Democratic Public Reason In Practice
(Enrico Biale, UCL and University of Louvain, enrico.biale@uclouvain.be and
Valeria Ottonelli, University of Genoa, vottonel@nous.unige.it.

Green Political theory
(Corey MacIver, Nuffield College, Oxford, corey.maciver@nuffield.ox.a c.uk)

Radical Democracy
(Clare Woodford, University of Southampton, cmw202@soton.ac.uk)

Marxism
(Mark Cowling, University of Teesside, C.M.Cowling@tees.ac.uk)

Toleration and Respect: Concepts, Justifications and Applications
(Emanuela Ceva, University of Pavia, emanuela.ceva@unipv.it ,
Sune Laegaard, University of Copenhagen, laegaard@hum.ku.dk and
Federico Zuolo, University of Pavia, federico.zuolo@unipv.it

Global Justice and Collective Responsibility
(Avia Pasternak, University College, London, avia.pasternak@ucl.ac.uk)

British Idealism
(David Boucher, University of Cardiff, BoucherDE@cardiff.ac.uk)

Anarchism
(Alex Prichard University of Bristol, alprich@gmail.com)

Bacon and Hobbes
(Noel Boulting, nobossneb@clara.co.uk and
Brendan O'Byrne, Trinity College, Dublin, )

Just War Theory: Contemporary Failings and Challenges
(Peter Sutch, University of Cardiff, ilto:SutchP@cardiff.ac.uk">SutchP@cardiff.ac.uk and Graham Long, University of Newcastle, g.m.long@ncl.ac.uk)

The Idea of Friendship in Political Theory
(Derek Edyvane, University of Leeds, D.J.Edyvane@leeds.ac.uk and
Kerri Woods, University of York, kaw507@york.ac.uk.

The Political Thought of Antonio Gramsci: New Developments in Theory and Practice
(Mark Mcnally, University of Leeds, M.A.Mcnally@leeds.ac.uk)

Feminist Theory
(Becca Lawrence, University of Durham, 0becca.lawrence0@googlemail.com )

Political Theory and Animal Rights
(Rob Garner, University of Leicester, rwg2@leicester.ac.uk)

Fictional Accounts of Domination and Resistance
(Ian Fraser, Loughborough University, I.Fraser@lboro.ac.uk and
Larry Wilde, Nottingham Trent University, )

'Dirty Hands'
(Michael Neu, University of Sheffield, M.Neu@sheffield.ac.uk)
Classical and Modern Elite Theory
(Körösényi András, Eotvos University of Budapest, korosen@t-online.hu and
John Higley, University of Texas, jhigley@austin.utexas.edu)

The Historian and the Shaping of Political Ideology
(Aude Attuel-Hallade, University of Paris III-Sorbonne-NouvelleUniversity, audeattuel@yahoo.fr)

The organisers are:
Professor Joe Femia (School of Politics and Communication Studies, University of Liverpool,
femia@liv.ac.uk) and
Professor Jules Townshend (Department of Politics and Philosophy, Manchester Metropolitan University,
j.townshend@mmu.ac.uk )

Ciclo de Cinema em Bragança: As Vozes do Silêncio - Trás-os-Montes no Cinema e no Museu ( de 1 a 4 de Set.)


Decorrerá, entre os dias 1 e 4 de Setembro, no Museu do Abade de Baçal, em Bragança o ciclo de Cinema "As Vozes do Silêncio - Trás-os-Montes no Cinema e no Museu"

O ciclo As Vozes do Silêncio – Trás-os-Montes no Cinema e no Museu terá duas sessões diárias, uma à tarde (18h00), no espaço expositivo do Museu do Abade de Baçal, e outra à noite (22h00), ao ar livre, nos jardins do Museu. O acesso às sessões é gratuito.

Pretende-se com a amostra reunir um conjunto de filmes feitos na região de Trás-os-Montes.No total, serão oito filmes projectados no Museu do Abade Baçal.

No início de cada sessão, os filmes serão apresentados por António Preto (programador do ciclo) e pelos realizadores convidados, abrindo-se a discussão ao público no final de cada projecção.

O acesso às sessões é livre (entrada gratuita).

A mostra contará com as participações, já confirmadas, de Manoel de Oliveira, Noémia Delgado, Regina Guimarães e Saguenail, prevendo-se ainda a presença de Margarida Cordeiro e de Pedro Sena Nunes

As Vozes do Silêncio – Trás-os-Montes no Cinema e no Museu será, por isso, uma oportunidade única para ver "in loco" e na presença dos seus autores um conjunto significativo de filmes raramente apresentados em Trás-os-Montes. A restituição destes filmes – peças fundamentais na construção de um património imaginário transmontano – aos lugares onde foram realizados é levar o cinema onde este poucas vezes chega, mas também uma forma de descentralizar a oferta cultural e remar contra o estigma do isolamento. Será aínda um pretexto para promover um reencontro entre os filmes e os seus protagonistas, gentes e paisagens.

PROGRAMA

1 Setembro

18h00 – Sabores Regina Guimarães e Saguenail
Em resposta a uma encomenda específica da Escola Superior Agrária de Bragança para a realização de um documentário sobre os recursos ambientais da bacia hidrográfica do Alto Sabor, Regina Guimarães e Saguenail acabariam por produzir um filme centrado na paisagem transmontana e na mundividência e função político-cultural dos “guardadores de paisagens”. Estes, segundo o olhar resoluta e manifestamente exteriorizado dos autores, seriam dois dos principais pilares da riqueza patrimonial da região

22h00 – Máscaras Noémia Delgado
Rodado em Trás-os-Montes, poucos meses depois do 25 de Abril, entre o Natal de 1974 e Fevereiro de 1975, o filme Máscaras dá conta dos rituais dos “caretos”, “chocalheiros” e outros mascarados que, tanto no período do Natal como no do Carnaval, saem à rua nalgumas localidades da região transmontana.

2 Setembro

18h00 – Matar Saudades Fernando Lopes
A vinda de um emigrante à sua aldeia natal, em meados dos anos 80, serve a Fernando Lopes de pretexto para reflectir sobre as diferentes razões que a muitos obrigaram a sair do país, sobrea fidelidade às origens, sobre o desenraizamento e sobre a condição social de quem parte e de quem regressa, mas também para fazer um balanço do que foram algumas das modificações ocorridas em Portugal durante os primeiros dez anos de vivência democrática que se seguiram ao 25 de Abril.

22h00 – Acto da Primavera Manoel de Oliveira
Acto da Primavera, filme rodado entre 1961 e 1962, é a versão cinematográfica da preparação e representação de um auto popular pelos habitantes da Curalha, aldeia do concelho de Chaves, a partir de um texto escrito no século XVI por Francisco Vaz de Guimarães. O texto conta a história, por todos conhecida, da paixão de Cristo

3 Setembro

18h00 – Margens Pedro Sena Nunes
À borda das celebrações, mas no centro dos acontecimentos, o filme de Pedro Sena Nunes atravessa a inauguração de uma ponte que, em Chelas (Mirandela), passaria a ligar as margens do rio Tuela, para, paradoxalmente, produzir uma reflexão acerca do isolamento.


22h00 – Veredas João César Monteiro
Realizado na senda da Revolução de 1974, Veredas é uma longa descida pelo interior de Portugal.
Pelas suas paisagens naturais e sociais, pelas histórias, lendas e tradições, e por tudo o mais que, numa resoluta vontade de descentralização, João César Monteiro elege, a um tempo equiparando (na sua descoincidência) e diferenciando (na sua simultaneidade), como representações e retratos do país

4 Setembro

18h00 – Terra Fria António Campos
O filme é consequência de um cinema que, firmando uma vocação documentarista – ou, se preferirmos, etnocinematográfica (como se vê, por exemplo, no filme Falamos de Rio de Onor, de 1974), sempre tendeu para a ficção, naquilo que esta comporta de confronto directo com a realidade pré-existente. Rodado durante oito semanas do Inverno de 1991, em Padornelos (Montalegre), Terra Fria é baseado no romance-reportagem homónimo de Ferreira de Castro, escrito e situado nessa mesma aldeia.

22h00 – Ana António Reis e Margarida Cordeiro
Quase dez anos depois de Trás-os-Montes (1976), Ana é o segundo filme co-realizado por António Reis e Margarida Cordeiro, rodado como as restantes obras do casal no Nordeste Transmontano, entre Miranda do Douro e Bragança.

Concentração contra a expulsão dos ciganos ( dia 4 de Setembro às 15h.30 em frente à Embaixada de França em Lisboa)




Este Sábado, dia 4 de Setembro, realizar-se-á em França, um protesto contra a politica de expulsão étnica de Sarkozy. Segundo esta politica todos os indivíduos de etnia cigana , não franceses, vão ser repatriados para o País de origem de onde emigraram buscando melhores condições de vida. Infelizmente, nada tem impedido esta imposição Francesa e a mesma política está em vias de execução noutros países. Esta política e as medidas em curso são xenófoba e vão contra os direitos de livre circulação na Europa Sem Fronteiras.

A manifestação europeia em Paris é promovida pela União do Povo Cigano. O apelo que lançou conta já com o apoio de três dezenas de organizações sociais e partidos políticos franceses.
A manifestação, preparada cuidadosamente, deverá ser unitária não só dos ciganos europeus, mas de todas as forças democráticas comprometidas com o respeito dos direitos humanos», lê-se no apelo divulgado no site da organização


CONCENTRAÇÃO EM LISBOA

Em Portugal realiza-se uma concentração frente à embaixada francesa em Lisboa ( Calçada Marquês de Abrantes, nº 5, em Santos) no dia 4 Setembro, às 15h.30.


E no Porto também foi convocada uma concentração para a frente do Consulado francês ( Avenida da Boavista nº 1681) para a mesma hora.
Esta concentração acompanha a manifestação do mesmo dia, em Paris, convocada por muitas Associações de Direitos Humanos.

Em Portugal a Concentração, entre muitas outras pessoas, está a ser apoiada por:
Ass. Cigana de Braga
Ass. Cigana Canto e Dança Cigana (Porto)
Ass. Cigana de Coimbra
Ass. Cigana de Espinho
Ass. Cigana de Gondomar
Ass. Cigana de Matosinhos
Ass. Cigana Os Vikings (Porto)
Ass. Cigana Pedro Bacelar Vasconcelos (Braga)
Ass. Desportiva dos Ciganos do Porto
AMUCIP (Seixal)
APODEC (Lisboa)
Centro de Estudos Ciganos (F. da Foz)
Ciganos d’ Ouro
Gipsy Produções Ass. Cultural (Águeda)
Olho Vivo
Solim
SOS Racismo
Union Romani

Rábula anti-militarista de Raul Solnado sobre a guerra

Rábula anti-militarista de Raul Solnado sobre a guerra em que o maior humorista português diz a certo momento com a sua proverbial ironia:

«(…) o jornal trazia o anúncio da guerra. E diz a minha tia:
- Por que é que não aproveitas o emprego? A guerra é uma coisa muito boa, porque a gente mata, mata, mata, e nunca vai presa!!!...»






A ida à guerra de 1908 foi o primeiro grande êxito de Raúl Solnado, inspirado num sketch do espanhol Miguel Gila, e que foi adaptado por humorista português. É interpretado na revista "Bate o Pé", no Teatro Maria Vitória em 1961. É depois editado em disco, em 1962, e bateu todos os recordes de vendas. Durante três anos, Solnado contou a história da sua ida à guerra, um monólogo que de forma irónica denunciava a guerra. Recorde-se que Portugal vivia em plena Guerra Colonial sob o regime fascista de Salazar e a censura impedia a liberdade de expressão

26.8.10

O que é amar ( por Bakunin)



Carta de Bakunine ao irmão Paulo ( 29 de Março de 1845)


Continuo a ser eu próprio, como antes, inimigo declarado da realidade existente, só que com uma diferença: eu parei de ser um teórico, eu venci, enfim, em mim, a metafísica e a filosofia, e entreguei-se inteiramente, com toda a minha alma, ao mundo prático, ao mundo dos factos reais.

Acredite em mim, amigo, a vida é bela; agora tenho pleno direito de dizer isto porque parei há muito tempo de olhá-la através das construções teóricas e de conhecê-la somente em fantasia, pois experimentei efectivamente muitas das suas amarguras, sofri muito e entreguei-me frequentemente ao desespero.

Eu amo, Paulo, amo apaixonadamente: não sei se posso ser amado como gostaria que fosse, porém não me desespero; sei, pelo menos, que tem muito simpatia por mim; devo e quero merecer o amor daquela a quem amo, amando-a religiosamente, ou seja, activamente; ela está submetida à mais terrível e à mais infame escravidão e devo libertá-la combatendo os seus opressores e incendiando no seu coração o sentimento da sua própria dignidade, suscitando nela o amor e a necessidade da liberdade, os instintos da rebeldia e da independência, fazendo-lhe recordar a sensação da sua força e dos seus direitos.

Amar é querer a liberdade, a completa independência do outro; o primeiro acto do verdadeiro amor é a emancipação completa do objeto que se ama; não se pode amar verdadeiramente a não ser alguém perfeitamente livre, independente, não só de todos os demais, mas também e, sobretudo, daquele de quem é amado e a quem ama.

Esta é a profissão da minha fé política, social e religiosa, aqui está o sentido íntimo, não só dos meus actos e das minhas tendências políticas, mas também, tanto quanto me é possível, da minha existência particular e individual; porque o tempo em que poderiam ser separados estes dois géneros de acção está muito longe da gente; agora o homem quer a liberdade em todas as acepções e em todas as aplicações desta palavra, ou então não a quer de modo algum; querer a dependência daquele a quem se ama é amar uma coisa e não um ser humano, porque o que distingue o ser humano das coisas é a liberdade; e se o amor implicar também a dependência, é o mais perigoso e infame do mundo porque é então uma fonte inesgotável de escravidão e de embrutecimento para toda a humanidade.

Tudo que emancipa os homens, tudo que, ao fazê-los voltar a si mesmos, suscita neles o princípio da sua vida própria, da sua actividade original e realmente independente, tudo o que lhes dá força para serem eles mesmos, é verdade; tudo o resto é falso, liberticida, absurdo. Emancipar o homem, esta é a única influência legítima e bem-feitora.

Abaixo todos os dogmas religiosos e filosóficos – que não são mais que mentiras; a verdade não é uma teoria, mas sim um facto; a vida é a comunidade de homens livres e independentes, é a santa unidade do amor que brota das profundidades misteriosas e infinitas da liberdade individual.



NOTA BIOGRÁFICA

Mikhail Bakunin (1814-1876), de origem aristocrática, que percorreu toda a Europa como activista revolucionário e exilado político, foi um dos fundadores da Associação Internacional dos Trabalhadores, também conhecida por I Internacional, sendo uma das figuras mais importantes do movimento e do pensamento anarquista. Da sua bibliogarfia destaca-se o livro Deus e o Estado.



A carta reproduzida acima tem data de 29 de Março de 1845 e foi enviada de Paris por Bakunine ao seu irmão Paulo.

XII Festa do Teatro em Setúbal ( de 21 de Agosto a 4 de Set.)


Do teatro à música, passando pelas curtas metragens, artes plásticas, debates, aos espectáculos de sala e de rua, formas artísticas emergentes e de natureza pluridisciplinar, a XII Festa do Teatro continua a ser um interlocutor entre os artistas e a comunidade, potenciando hábitos de fruição cultural, continuando a apostar na formação de públicos e no desenvolvimento da sua capacidade crítica, assim como, na divulgação de novas práticas.

O Festival de Teatro “Festa do Teatro” continua a ser um momento cultural de relevo na cidade de Setúbal que se vai afirmando sempre e cada vez mais como um acontecimento que proporciona, ao público autóctone e aos visitantes, momentos de verdadeiro divertimento, de enriquecimento e de crescimento intelectual, no qual o teatro assume o papel de dinamizador de redes de difusão, permitindo a interligação de experiências e a movimentação de espectáculos de carácter profissional.
Um dos objectivos deste Festival é também manter uma programação eclética e diversificada, privilegiando o nacional sem descurar a participação estrangeira.

A cultura é fundamental para a criação de identidade e para o desenvolvimento económico e social da sociedade, sendo, pois, uma aposta valiosa, na qual se insere a Festa do Teatro pelo seu contributo na formação de novos públicos e na consolidação dos já existentes. Além disso disso, a cidadania também se constrói através da Arte e, neste caso, do Teatro.

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".

José Saramago


XII Festa do Teatro

Organização: Teatro Estúdio Fontenova

www.teatrofontenova.blogspot.com

www.facebook.com/pages/Teatro-Estudio-Fontenova/239554322677

Reservas: 967 330 188/265 233 299

PROGRAMA

21 de Agosto Sessão de Abertura

21 de Agosto Teatro ao Largo :: Guerras do Alecrim e da Manjerona

22 de Agosto Cinema ao ar livre - Tempos Modernos

25 de Agosto Peripécia Teatro :: Vincent, Van e Gogh

26 de Agosto Cinema ao ar livre - O Grande Ditador

27 de Agosto Concerto com Alexandra Boga, Celina Piedade e João da Ilha

28 de Agosto Trigo Limpo ACERT :: Chovem Amores na Rua do Matador

29 de Agosto Cia. Jordi Bertrán :: Poemes Visuales

31 de Agosto Conversas de Teatro - A democratização da Cultura/Teatro

01 de Setembro Mostra de Curtas-Metragens

02 de Setembro ESTE - Estação Teatral da Beira Interior :: O Cozinheiro, versão comédia dell'arte

03 de Setembro Teatro dos Aloés :: Saguão

04 de Setembro Festa de Encerramento

Cinema ao ar livre no Largo da Severa: amanhã, dia 27/8, será projectado o filme Blue in The Face

Cinema ao ar Livre

Largo da Severa, Martim Moniz, Lisboa


Dia 27 de Agosto, às 21h30

BLUE IN THE FACE
um filme de Wayne Wang e Paul Auster
1995 - 83 min

Estamos em Brooklyn, Nova York, numa tabacaria de esquina, Auggie Wren's Brooklyn Cigar Store.
A acção desenvolve-se em torno de Auggie e do seu estabelecimento, um ponto de encontro de diversos personagens.
Entre cigarros, desabafos, tesões e peripécias humoradas, assistimos a momentos da vida daquele bairro.

Da Barbuda

Largo da Severa, nº 11 lisboa-portugal

http://dabarbuda.blogspot.com/







O ÚLTIMO MERGULHO - de joão césar monteiro


“Prometi-te uma outra Grécia e em vez disso mando-te um canto fúnebre.”


Encontramos-nos à deriva pelas margens dum centro, numa cidade em pano de fundo que aos olhos de uns se vai afogando numa qualquer esperança de um dia se encontrar nomeada e colocada num mapa, inserida numa qualquer ordem estipulada, decifrável e facilmente lida, sem rugosidades e escarradelas no chão. A cidade que nos surge em “O último mergulho” de João César Monteiro é a das profundezas de quem a vive, do barco atracado no rio à tasca do amanhecer, dos caminhos trôpegos das escadarias das ruas e das pensões do 2º andar, das deambulações sem tempo nem propósito. Neste caso é a de Lisboa, ruína sobre ruína que, de lá para cá, vai perdendo o pulso da sua existência. Poderia ser outra como outras em transformação, ou já transmutadas em parques temáticos longes da vida,onde se querem imperiais relações pacíficas onde a paz raramente habitou,onde o fígado sempre foi sendo corroído, e onde as ruas foram ganhando os caminhos das fugas ou dos naufrágios, amorosos, da graça e da desgraça, da mesquinhez e da solidariedade manhosa. Limpam-se os abismos, terraplenam-se as vidas e ganha-se o orgulho alheio.

Para que ninguém se afogue, ordenam-se os factores, dá-se a transformação prometida em nome das comodidades que irão resolver todas as nossas lacunas, uma existência que se vende maquilhada, uma solução longe das nossas mãos mas que tudo irá resolver. Do reumático ao criativo, do biológico ao sustentável, do higiénico ao autêntico. E a nossa vida aqui no meio, onde é que se encontra? Falamos para além do filme, das imagens que nos remetem à nossa existência, vivida aqui por uns e por outros noutros sítios onde os pulsares sempre foram incontroláveis, onde ao controlo lhe custou espreitar e que, assim sendo, prefere esconder. O centro dá então lugar ao olhar periférico, abre as portas ao turista fascinado pelo reconhecimento das fachadas e destas estranhas formas de vida. A quem o habitava resta o subúrbio...É bom para o negócio, bom para o progresso da zona, sabe-se lá o que vai acontecer mas eles têm é de vir...E nós à nora, a ver se percebemos o nosso lugar, como nos colocamos na voracidade daquilo que intuímos que irá acontecer correndo o risco de corremos com a corrente sem saber a altura certa para saltar.

Encontramo-nos então onde o passado presente ganha o lugar de um museu paralisado, como se nada nunca nos tivesse pertencido, onde tudo se torna recuperadamente intocável com medo de não se inserir no padrão original ,como se a sua origem não tivesse surgido de uma fonte de desenrascanços onde a necessidade se alimenta do instinto, da perícia e da preguiça. E não é a nostalgia que nos remete para aqui, trata-se sim da impossibilidade de um presente que dificilmente foge à histeria da modernidade, da categorização, da profissionalização e da requalificação. Trata-se de uma memória que aqui procuramos construir para assim criarmos o nosso chão, terreno de batalhas e histórias futuras, descobertas para além do reconhecimento.

e com isto, o que é que vai desaparecer?

Cartografia da evolução assustadora do desemprego nos Estados Unidos da América


De acordo com a U.S. Department of Labor's Bureau of Labor Statistics existem actualmente nos Estados Unidos da América cerca de 31 milhões de desempregados . Situação igual ou pior do que na Grande Depressão.

Os estudos da investigadora LaToya Egwuekwe revelam o alcance e a evolução dramática do desemprego na maior potência capitalista através de uma cartografia animada com o sugestivo título "The Decline: The Geography of a Recession,"

www.latoyaegwuekwe.com/geographyofarecession.html

http://latoyaegwuekwe.wordpress.com/

25.8.10

A guerra colonial vista pelo escritor António Lobo Antunes





Em entrevista publicada num livro editado há alguns meses atrás, o escritor António Lobo Antunes, que esteve incorporado no exército colonial português na qualidade de médico-miliciano, afirmou o seguinte sobre o que viu e viveu durante o período em que esteve integrado num batalhão militar em Angola:

“«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».


Estas afirmações parece que provocaram alguns engulhos em certos militares e veteranos de guerra que, pelos vistos, ainda não perceberam o papel que foram desempenhar nas colónias
!

Arraial P'ra Pular em Castelo de Paiva ( 27 e 28 de Agosto)



Realiza-se nos dias 27 e 28 de Agosto na Quinta do Pinheiro em Castelo de Paiva o 6º Arraial P’ra Pular. A entrada é livre.


Com um programa recheado, esta 6ª edição conta ainda com workshop’s musicais para os mais pequenos e jogos tradicionais para os graúdos durante a tarde de sábado.
Com o objectivo de promover a cultura popular, procura aliar as antigas tradições com o que melhor se faz actualmente em termos música tradicional. Esta mistura proporciona um encontro inter-geracional, onde os mais pequenos acompanham os pais e os avós e onde os jovens podem divertir-se, encontrando assim uma alternativa aos Festivais de Verão. Para além da música e dança popular não faltarão jantares e petiscos tradicionais da região, que completam assim o evento que, de alguma forma, recria os antigos arraiais populares.


Programa


27 (sexta-feira)
19.00 h. – Abertura
20.30 h. – PANTOMINA
21.30 h. – RANCHO FOLCLÓRICO Nª SRª das AMORAS
22.45 h – COMVINHA TRADICIONAL


28 (sábado)
15.00 h. – Abertura do Recinto
16.00 h. – Workshop's
17.00 h. – Torneio do Jogo da Malha
21.00 h. – GAITAS DANINHAS
22.00 h. – P'RA PULAR
22.30 h. – BAILENDA
23.30 h – PÉ NA TERRA
.

Ler mais:
www.myspace.com/arraialprapular#ixzz0xcwn6DRW

Às Artes Cidadãos – uma exposição sobre arte e acção política (a partir de 19 de Novembro, em Serralves)


Exposição: Às Artes Cidadãos!
Local: Porto, Fundação de Serralves
Período de exibição: 19 de Novembro de 2010 a 13 de Março de 2011
Comissários: João Fernande e Óscar Faria

A exposição “Às Artes, Cidadãos!” incide sobre algumas das intersecções que a arte e o político, entendido como acção, representação ou referência, manifestam na actualidade. Salientam-se algumas questões que atravessam essa relação, as quais podem ser definíveis através de conceitos como activismo, cidadania, memória, arquivo, emigração, exílio, ideologia, revolução, utopia, iconoclastia, democracia, catástrofe, comunidade, crise, sexualidade, ambiente, globalização, etc.

A exposição reúne obras produzidas por artistas nascidos a partir de 1961, ano da construção do muro de Berlim, um objecto que materializa uma divisão ideológica que marca o século XX, cuja sombra continua ainda a marcar o pensamento político e cultural em inícios do século XXI. A escolha dessa data como referente – e ela permite confrontar uma história que irá, pelo menos, do presente até à Comuna de Paris, em 1871 – tem ainda como intenção sublinhar a relevância do político na produção artística das duas últimas décadas, uma constatação realizada a partir das obras de muitos autores cujo trabalho se afirmou nestes anos.

Simultaneamente, a exposição incluirá uma secção histórica, em que cartazes, revistas e publicações de artistas tornarão visíveis as referências ao político ao longo da história da arte que precede a geração dos artistas agora apresentados. Os comissários da exposição são João Fernandes, director do Museu de Serralves, Óscar Faria, crítico de arte, e Guy Schraenen, coleccionador e curador especializado em publicações de artistas, que será responsável pela secção histórica e documental.

A exposição resume um desejo de actualidade que não deixa de revisitar o passado, olhando para a história e participando na construção do presente. “Às Artes, Cidadãos!” levantará questões mais do que produzirá respostas; interpelará o visitante, convidando-o a reflectir a partir de obras e ideias produzidas por autores que constatam a necessidade da arte ser uma possível plataforma para a construção de uma consciência política.
Não deixará deste modo de dar continuidade a uma tradição republicana do museu, evidente desde que o Louvre abriu as suas portas ao público em 1793, no ano seguinte à criação da república francesa. Contudo, se no passado a referência política em arte no século XX, dos primeiros modernismos às décadas de 1960 e 70, foi também um modo de contestação e de crítica institucional ao papel do museu na sociedade, importa hoje interrogar o lugar da referência política num mundo onde a arte é também cada vez mais uma evidência de uma sociedade globalizada na sua economia e cultura.

Resistência Cigana contra a xenofobia de Estado e a política de limpeza étnica promovida pelo governo francês contra a comunidade cigana




Resistência Cigana contra a xenofobia do Estado francês e a política racista de limpeza étnica promovida pelo governo francês contra a comunidade cigana



A violação grosseira pela França do direito de estadia dos cidadãos comunitários na União Europeia



Petição contra a xenofobia do Estado francês

Les plus hautes autorités de l’Etat ont fait le choix de jeter à la vindicte publique des catégories entières de population : Gens du voyage accusés comme les étrangers d’être des fauteurs de troubles, Français d’origine étrangère sur lesquels pèserait la menace d’être déchus de leur nationalité, parents d’enfants délinquants, etc. Voici que le président de la République accrédite aussi les vieux mensonges d’une immigration coûteuse et assimilée à la délinquance, et offre ainsi à la stigmatisation des millions de personnes en raison de leur origine ou de leur situation sociale.

Ce qui est à l’œuvre dans cette démarche ne s’inscrit pas dans le débat légitime, dans une démocratie, sur la manière d’assurer la sûreté républicaine. Le nécessaire respect de l’ordre public n’a pas à être utilisé pour créer des distinctions entre les habitants de ce pays et désigner des boucs émissaires. Ni pour instituer des peines de prison automatiques, contraires aux principes fondamentaux du droit pénal, à l’indépendance de la justice et à l’individualisation des peines.

La Constitution de la France, République laïque, démocratique et sociale, assure « l’égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d’origine, de race ou de religion ».

Nul, pas plus les élus de la nation que quiconque, n’a le droit de fouler au pied la Constitution et les principes les plus fondamentaux de la République.

Notre conscience nous interdit de nous taire et de laisser faire ce qui conduit à mettre en péril la paix civile.

Nous appelons à une manifestation le samedi 4 septembre 2010, place de la République à Paris, à 14h00, et partout en France, afin de fêter le 140e anniversaire d’une République que nous voulons plus que jamais, libre, égale et fraternelle.



24.8.10

Protesto contra a pena de lapidação no Irão e toda a pena de morte em qualquer parte do mundo ( dia 28 de Agosto)


No dia 28 de Agosto, às 18:00, no Largo de Camões, Lisboa vai estar no mapa mundial da luta pelos Direitos Humanos, protestando contra as sentenças de condenação à morte aplicadas a vários cidadãos iranianos – desde opositores políticos do regime de Teerão até acusados por sodomia e adultério – por um sistema de justiça que não respeita os mais elementares direitos de defesa das suas vítimas.

Nesse dia, Lisboa unir-se-á a uma enorme cadeia de cidades de todo o mundo cujos cidadãos também corresponderam ao apelo do International Commitee Against Execution (
http://notonemoreexecution.org/100-cities-against-stoning ).
O nome da iniciativa, “100 cities against stoning”, pretende chamar a atenção da opinião pública mundial para o facto de na República Islâmica do Irão a execução da pena de morte ser muitas vezes efectuada pelo bárbaro método do apedrejamento em público.

19.8.10

As empresas gastam mais dinheiro em esverdear a sua imagem do que em medidas efectivas de combate à poluição

As empresas gastam mais dinheiro
em práticas de "esverdeamento" da imagem
do que em medidas efectivas de combate à poluição

Texto de Ricardo Coelho retirado de:


O Capitalismo lava mais verde

O mito da responsabilidade ambiental das empresas atinge hoje proporções alarmantes, com as empresas a gastar mais dinheiro em práticas de "esverdeamento" da imagem que em medidas de combate à poluição.

Nas últimas décadas, as campanhas de educação ambiental tiveram como resultado um aumento da procura por produtos ecológicos. Naturalmente, a maioria das empresas reagiu a esta evolução da procura investindo não na limpeza dos seus métodos produtivos mas antes em propaganda de limpeza de imagem. A prática tornou-se de tal forma generalizada que foi cunhado o termo "greenwash"(1) para a designar.

No conceito de "greenwash" cabem todas as práticas pelas quais uma empresa transmite a ideia de que está preocupada com o bem-estar do planeta quando na realidade nada faz para reduzir o seu impacto na natureza. A forma mais óbvia de "greenwash" é o investimento em propaganda enganosa, incluindo a falsa rotulagem de produtos como "amigos do ambiente". Exemplos correntes incluem uma empresa apresentar-se como consciente ambientalmente por tomar medidas que reduzem a sua pegada ecológica, quando essas medidas foram tomadas por imposição legal ou para reduzir custos ou por criar um produto "verde" sem mudar nada no processo de fabrico dos outros produtos. Mas também se pode incluir neste conceito a elaboração de relatórios ambientais, o patrocínio de eventos ou de associações ambientalistas, a distribuição de materiais de educação ambiental ou até a criação de fundações e associações supostamente ecologistas.

O mito da responsabilidade ambiental das empresas atinge hoje proporções alarmantes, com as empresas a gastar mais dinheiro em práticas de "esverdeamento" da imagem que em medidas de combate à poluição. Todos querem ocupar o pódio da empresa mais "verde" mas poucos se esforçam para o merecer.

Talvez o exemplo mais gritante a nível internacional seja o da BP. A petrolífera operou uma ambiciosa mudança de imagem em 2000, apresentando-se como "Beyond Petroleum"(2) e adoptando um logótipo verde. A campanha de 200 milhões de dólares acabou por dar alguns frutos, à medida que algumas associações ambientalistas mais corporativas passaram a encarar a BP como uma aliada na transição para um mundo sem petróleo. Há três anos atrás, por exemplo, a Quercus organizava um encontro sobre mobilidade sustentável patrocinado pela BP(3). À parte da propaganda, contudo, as práticas desta empresa em nada mudaram, tendo mantido o seu posto como um dos maiores inimigos do ambiente do mundo(4). O desastre no Golfo do México serviu para, de forma trágica, enfatizar uma evidência: a extracção de petróleo é um negócio sujo, muito sujo.

Outros exemplos indignantes de "greenwash" podem-se encontrar entre os fabricantes de automóveis. Quase todos os anúncios de automóveis hoje incluem a palavra "verde" ou uma imagem do automóvel no meio da natureza, como se o transporte privado pudesse alguma vez ser ecológico. Vendo estes anúncios, seríamos levados a crer que o consumo de combustível e as emissões de CO2 estão a descer consideravelmente, particularmente nas marcas que mais investem em carros "ecológicos"(5), como a Toyota, a Lexus ou a Ford. Nada poderia estar mais longe da realidade, contudo. O facto de estas empresas continuarem a gastar milhões em "lobbying" para tentar impedir as (fracas) regulações sobre consumo de combustível ou emissões de CO2 nos EUA e na UE mostra como o compromisso com o ambiente vale tanto como as promessas de Sócrates em época eleitoral.

Toda a empresa se pode tornar "verde", com o apoio de agências de publicidade e relações públicas e de ONGs que cumprem o mesmo papel destas agências, mesmo que o seu negócio central seja, pela sua natureza, anti-ecológico. Um exemplo português que se destaca é o da Sonae, uma empresa que se afirma como líder ambiental ao mesmo tempo que destrói a península de Tróia com um complexo turístico e preenche o território com centros comerciais e outros templos de consumismo. A Sonae Sierra, a empresa do grupo que opera os centros comerciais, aparece mesmo no segundo lugar de um ranking de responsabilidade ambiental elaborado pela Euronatura, uma ONG ambientalista com fortes ligações ao meio empresarial(6). Através de uma política de publicidade agressiva e de apoio a algumas ONGs ambientalistas, a Sonae consegue assim transmitir a ideia de que a exploração de centros comerciais pode ser um negócio ecológico, mesmo que estes espaços sejam monstros devoradores de energia e que a destruição do comércio de proximidade leve a um aumento das distâncias percorridas com automóvel particular.

Cúmplices desta propaganda enganosa são também frequentemente os governos. A iniciativa "Business and Biodiversity", lançada pela UE e abraçada pelo ICNB, é um bom exemplo de como agências governamentais podem usar recursos públicos para limpar a imagem dos grandes poluidores. Do que se trata é de promover acordos voluntários com as empresas que impliquem um ganho para a biodiversidade, sem prejudicar os lucros das empresas. Ou seja, a preservação da biodiversidade depende da boa vontade das empresas que lucraram com a sua destruição. Parece ridículo - e é - mas o presidente do ICNB, Tito Rosa, consegue apresentar esta medida como uma receita mágica sem se rir.

Estes são apenas alguns exemplos possíveis de práticas de "greenwashing", uma estratégia de propaganda corrupta. Ao abrigo de uma responsabilidade ambiental que não é mais que uma miragem, as grandes empresas usam todos os meios ao seu dispor para tornar a sua imagem mais verde. Verde como a Natureza, mas também como o dinheiro, a única coisa a que dão realmente valor.

Notas:

1 - O termo foi formado a partir da palavra "whitewashing" (branqueamento), a qual define uma forma de censura e limpeza de imagem. Não existindo uma tradução para português, pode-se usar talvez como sinónimo o termo coloquial "esverdeamento".
2 - "Além do Petróleo", um nome que remete para uma total mudança na área de negócio da empresa.
3-
http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?category...
4 - Ver o dossier do Esquerda.net sobre a BP.
5 - Refiro-me aos híbridos. As aspas estão lá porque não vejo como um carro com dois motores, uma enorme bateria e um computador de bordo, com todo o uso de recursos que isso implica, possa ser ecológico.
6-
http://www.responsabilidadeclimatica.net/index.php?opcao=1215&ling=1. No site da campanha pode-se ver também que a Sonae Sierra é um dos seus patrocinadores. A expressão "conflito de interesses" não tem qualquer significado no mundo neo-liberal.

Assembleia Popular contra os cortes nos apoios sociais ( às 19h. do dia 20 de Agosto,na Cordoaria, Porto)

Clica sobre a imagem para ampliar

Novo período negro de miséria… E tu?Aceita-lo?

Fonte: http://ait-sp.blogspot.com/
Comunicado da Secção AIT-SP - Porto

O governo anunciou, no passado domingo, 1 de Agosto, a entrada em vigor de vários cortes nos apoios sociais até aqui existentes.
Esses cortes atingem centenas de milhares de pessoas: trabalhadores de baixos rendimentos, desempregad@s, famílias com crianças, doentes e idosos a cargo e, em geral, todos os sectores mais carenciados da população.
Com tais medidas o governo pretende “poupar”cerca de 10% de tudo aquilo que ainda pretende “poupar” nos próximos tempos…

E como vai fazer para a “poupança” dos restantes 90% de “dinheiros públicos”que faltam?!... Será que vai cortar nos altos vencimentos de ministros, secretários de Estado, acessores e outros altos funcionários da administração pública central e local?... Será que vai cortar sobretudo nos fabulosos ganhos dos gestores e directores das grandes empresas e instituições bancárias?… Se tivermos em conta que têm sido e continuam a ser @s mais pobres, @s mais fragilizad@s, @s que têm menores rendimentos, a quem o governo tem ido buscar as suas “poupanças”, bem podemos substituir a palavra “poupança” por simples “ladroança”!

A partir de agora, pela mão do governo e com aplausos de todos os que o apoiam (ou dos que se lhe opõem apenas porque os querem vir a substituir na roubalheira…), famílias de desempregad@s, precári@s, inválid@s, reformad@s e outras pessoas até aqui apoiadas pela dita “Segurança Social” - por necessidade extrema, para poderem sobreviver – irão dormir para as ruas e irão engrossar as filas d@s que esperam comida nas carrinhas e refeitórios caritativos. Porque a dita “Segurança Social” diz…”não ter dinheiro”…

O QUE FAZER ENTÃO?...

Decerto que importa denunciar a hipocrisia e o cinismo – que não podiam ser maiores! – dos discursos eleitorais e das “lágrimas de crocodilo” de governantes e responsáveis de “fogos de vista” – como a comemoração do “ano europeu de combate à pobreza e exclusão social”…

Decerto que é legítimo indignar-se pela perversidade e sadismo dos governantes – que vêm agora retirar apoios sociais antes disponíveis para @s mais necessitad@s, e que continuam a afirmar-se pelo “estado previdência”!...

É - e será sempre - legítimo denunciar a cobardia, a mentira, a prepotência, a imoralidade e a injustiça dos que se julgam eternamente impunes no alto dos seus previlégios e que têm o desplante de tentar roubar o direito à vida precisamente aos sectores mais fragilizados da população, que pensam não lhes poder fazer frente – porque dependentes de uma assistência que não liberta mas condiciona e subjuga e de um Estado que ao menor sobressalto vomita “políticas sociais” desnorteadas, acreditando ser eterno e intocável…

Mas, denunciar e indignar-se à mesa do café ou em privado em casa já não basta!

Organizar-se, sair à rua, ocupar e boicotar os espaços de mentira e de “roubo social”, mostrar a nossa revolta não só é absolutamente necessário como urgente!

Apelamos a tod@s @s atingid@s por estas medidas a que se não deixem amedrontar – isso é o que os “cães grandes” querem ! – e às outras, sensíveis a este actual flagelo ( anti-)social e verdadeiramente solidárias, a que se comprometam com as causas d@s desempregad@s, precári@s, sem-abrigo e de tod@s @s “excluíd@s” em geral de forma a organizarmo-nos em grupos de acção solidária popular, que dinamizem assembleias populares nos meios de maior pobreza e desemprego – assembleias livres, funcionando em democracia directa, onde tod@ e qualquer afectad@ pelos problemas actuais – ou com ela/es solidári@ - possa ter a palavra, para ajudar a promover e organizar a contestação, a recusa e o boicote – pelos meios que cada assembleia local decidir serem os mais eficazes – de forma a travarmos estes autênticos roubos oficiais.

BASTA! NÃO AO CONFORMISMO ! NÃO Á MISÉRIA! NÃO AO ROUBO SOCIAL!
CHEGA DE REPRESENTANTES E REPRESENTAÇÕES ! ACÇÃO DIRECTA POPULAR!
PORTO, 3 DE AGOSTO DE 2010

Comunicado conjunto de:
- Associação Internacional d@s Trabalhadoras/es – Secção Portuguesa - Núcleo Porto (
sovaitporto@gmail.com ) SOV-Sindicato de Ofícios Vários – Porto - 967684816
- MPDP - Movimento Popular de Desempregad@s e Precári@s – PORTO (
mpdp.porto@gmail.com )

Se deixarmos, encerram a região! ( a propósito da gravíssima situação social vivida hoje no Alentejo)

No distrito de Portalegre as insolvências verificadas no 1º trimestre de 2010 cresceram 200%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esta notícia divulgada por um jornal diário foi manchete em todos os órgãos de comunicação social do Norte Alentejano. E se é verdade que o número absoluto de empresas declaradas insolvente no período em análise foi de apenas de 15, não é menos verdade que a “morte” de 15 empresas numa região onde estas são escassas, será sempre, mais que um facto noticioso, uma situação de grande dramatismo para o distrito e as suas gentes.
Para o Presidente do Núcleo Empresarial de Portalegre. “ São a constatação de uma realidade trágica”. Mas para os trabalhadores e o seu Movimento Sindical o problema não pode ser visto com o simplismo de um número, maior ou menor, e muito menos como uma constatação da “má sina” de sermos Alentejanos.

O problema ultrapassa a mera constatação de ter sido o distrito de Portalegre aquele onde mais subiram as insolvências no primeiro trimestre do ano. O título de campeão das insolvências “ ganho” por um distrito onde (se excluirmos o concelho de Campo Maior) não funcionava já nenhuma empresa com mais de 250 trabalhadores seria já suficientemente dramático. Todavia, ele espelha a realidade imposta a todo o interior e à grande parte do Alentejo.

Segundo o Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Universidade da Beira Interior “os maiores acréscimos relativos de insolvências localizam-se sobretudo em Portalegre, Beja, Évora e também Guarda (+12.5% face a igual período do ano passado) …” e, constata, que e o número de empresas insolventes tem vindo a crescer nos dois últimos anos.
A evolução do número de insolvências nos três distritos alentejano nos períodos homólogos de 2009 e 2010 mostram o Alentejo como a região onde o número de empresas insolventes tem vindo a crescer incessantemente.

Distrito 2009 2010 Variação
Beja 3 5 + 60%
Évora 14 20 + 70%
Portalegre 5 15 + 300%

O responsável do Observatório aponta como razões para esta situação:

“- A globalização com a abertura das fronteiras aos produtos chineses, indianos, e de outros países o que levou a que sectores tradicionais importantes como o têxtil e a confecção, entre outros, não resistissem à abertura das fronteiras e à concorrência dos produtos oriundos dos países emergentes com custos de produção muito mais baixos e com trabalhadores sem quaisquer direitos sociais;
- A concorrência das grandes superfícies que tem vindo a provocar o encerramento de inúmeras empresas do comércio por grosso e sobretudo a retalho (caso do comércio tradicional);
- A PAC – Política Agrícola Comum – da UE que favorece os grandes produtores da Europa central com produtividades muito mais elevadas conseguidas com propriedades de grandes dimensões e bons terrenos, mais agressivos, que tem conduzido ao encerramento de muitas PMEs e empresas familiares dos sectores agrícola e pecuário que predominam na metade norte do país;”

A situação imposta a todo o interior e que os dados em apreço são apenas parte dos seus resultados, é fruto não apenas da mera incompetência dos governantes nacionais e dos seus representantes a nível local mas sobretudo, da cínica aplicação de políticas em que o cunho de classe se sobrepõe a quaisquer interesses nacionais.

No Alentejo essa realidade é facilmente constatável.
À destruição do aparelho produtivo regional com o desmantelamento ou deslocalização de importantes unidades industriais juntou-se o esvaziar da região de serviços públicos essenciais à vida na região e em particular nos centros populacionais mais pequenos e afastados das suas principais cidades.

Hoje constamos que não apenas desapareceram (ou estão em grandes dificuldades) as indústrias corticeiras e de transformação dos granitos em Portalegre, as industrias dos mármores e do sector automóvel no distrito de Évora, o sector mineiro no Baixo Alentejo, ou as grandes unidades têxteis e de vestuário como a Finos de Portalegre e a Lee em Évora. Constatamos que a maior parte das nossas vilas e aldeias foi amputada de serviços de saúde, de correios, de transportes e, numa acção que continua, das escolas para as suas crianças.

Constatamos que o ódio de classe aos trabalhadores agrícolas que construíram nos campos do Alentejo uma nova agricultura não destruiu apenas a “reforma Agrária” e as suas unidades colectivas de produção, destruiu toda a agricultura e por arrastamento as unidades agro-alimentares e hoje, quando somos cada vez mais dependentes do exterior para garantirmos a alimentação dos portugueses, na nossa região, um punhado de famílias recebe muitos milhões de euros para manter as terras improdutivas.

Ora perante esta realidade não é aceitável que desvalorizemos a dimensão do desastre ou o aceitemos como fatalismo intransponível. Não! Por detrás de cada um dos milhares de cartazes que enchem as nossas cidades com a palavra “Vende-se” ou “Trespassa-se”, em cada rosto preocupado ou descrente dos mais de 30 mil desempregados na região, há responsáveis e beneficiários por tais situações e está a marca do capitalismo cujos defensores ocupam há mais de 3 décadas, ininterruptamente, os corredores do poder.

O movimento sindical da região tem vindo a bater-se por políticas capazes de inverter a marcha que nos empurra para o empobrecimento, para o despovoamento e para o envelhecimento populacional, tem-no feito, muitas vezes quase sozinho e com resultados que não têm sido suficientes para imporem a mudança necessária. Mas não pode desistir.

Nestes tempos em que por toda a Europa se anunciam como inovadoras as mais bafientas ideias do neoliberalismo e os seus fiéis se afadigam em destruir o modelo social criado com o trabalho o suor e o sangue de gerações de trabalhadores, importa que também aqui os trabalhadores mantenham audíveis os protestos e as propostas que permitam um Novo Rumo.
A luta desenvolvida já este ano e cujo ponto alto foi conseguido com o mar de gente que inundou Lisboa não pode, nem vai parar: no momento em que este texto é escrito, por toda a região cresce a azáfama que há-de encher as praças e avenidas de Beja, Évora e Portalegre com o afirmar do Dia Nacional de Protesto e Luta e cresce no coração de cada alentejano a determinação que também o Alentejo estará presente na luta já decidida pela Confederação Europeia de Sindicatos para 29 de Setembro.

Os Alentejanos conhecem bem os caminhos da resistência mas sabem que nos dias de hoje a resistência tem que ser feita em movimento. Hoje, no Alentejo são precisas posturas ofensivas.

A situação para onde nos empurraram é tal que não basta defender os direitos conquistados é, cada vez mais necessário poder exercê-los e garantir novos direitos para aqueles, muitos, que excluídos pelas lógicas do capitalismo são empurrados para a precariedade, para o desemprego ou obrigados a deixar a região.

Este é o combate que é necessário travar e vencer: na Região, no País e no Mundo.
Como sempre sucedeu, o Alentejo não fugirá a esse combate.

Diogo Serra
Publicado na Revista Alentejo