28.3.06

O acidente nuclear de Three Mile Island foi há 27 anos



Ler o texto que aqui publicamos no ano passado.

E ainda o texto aqui da wikipedia

Energia Nuclear? Não, obrigado.

Quando uma galinha atravessa a rua, o que é que eles dizem...?


A cena é a seguinte: uma galinha, no passeio público, atravessa a rua.
Pergunta-se então: porque é que ela atravessou a rua?


Descartes: Para ir para o outro lado

Platão: Para o seu bem, porque o outro lado era a verdade

Aristóteles: É da natureza da galinha atravessar as ruas

Buda: Colocar essa questão recalca a vossa própria natureza de galinha

Karl Marx : Era historicamente inevitável

Capitão James T. Kirk : Para ir lá, onde nenhuma outra galinha tinha ido anteriormente

Hipócrates: Por causa de um excesso de secreções no pâncreas

Martin Luther King: Tenho a visão de um mundo em que todas as galinhas sejam livres de atravessar a rua sem ser preciso justificar o seu acto.

Moisés : E Deus desceu do céu e disse à galinha : «Tu deves atravessar a rua. E a galinha atravessou a rua, mostrando Deus assim quanto isso era bom»

Galileu: E, no entanto, ela atravessa

Maquiavel: O importante do acontecimento é que a galinha tenha atravessado a rua. E porquê ? Porque o fim em si mesmo de atravessar a rua justifica todo motivo, qualquer que ele seja

Freud: O facto de você se preocupar pelo facto da galinha atravessar a rua só revela o vosso profundo sentimento de insegurança sexual latente

Nixon ( presidente americano no tempo do Vietname): A galinha não atravessou a rua ; eu repito : a galinha nunca atravessou a rua

Bill Gates: Nós acabamos de lançar no mercado o novo «Galinha Office 2006» que não só é capaz de atravessar as ruas, mas poderá cobrir todos os ovos, classificar os vossos dossiers, etc

Ronaldo ( jogador de futebol). A galinha atravessou a rua para ir buscar a bola.

Ministro do interior : A galinha atravessou talvez a rua ; mas ainda não atravessou uma auto-estrada

Igreja do Reino de Deus: A força está em você. Pela módica quantia de 1500 euros por sessão, mais o aluguer de um detector de mentiras, uma análise à vossa fé permitirá descobri-la

Bill Clinton: Juro pela Constituição que não se passou nada entre mim e a galinha

Einstein: O facto de ser a galinha a atravessar a rua, ou ser a rua a mover-se sob a galinha depende unicamente do vosso referencial

Guru Zen: A galinha pode em vão atravessar a rua, mas só o Mestre conhece o ruído da sua sombra

José Sócrates ( 1º ministro português): A galinha não atravessou a rua, mas o governo continua a trabalhar

Mário Soares: Bem, devo dizer que ainda não
sei a resposta. O que disse o meu amigo Heny Kissinger sobre o assunto?

José Manuel Fernandes (director do jornal Público): Sem dúvida, que a atitude da galinha faz parte de um complot anti-americano. Foi o que li num livro que trouxe dos States.

Forest Gump : Corre galinha, corre

Staline: A galinha devia ser fuzilada de imediato, assim como todas as testemunhas da cena, mais outras 10 pessoas escolhidas ao acaso por não terem impedido um acto subversivo

George W. Bush: O facto da galinha ter atravessado esta rua com toda a impunidade, apesar das resoluções da ONU representa uma afronta à democracia, à liberdade, à justiça. Isso só prova indiscutivelmente que nós devíamos já ter bombardeado essa rua há bastante tempo. No sentido de garantir a paz na região, e para evitar que os valores que defendemos não sejam outra vez desrespeitados por mais um acto de terrorismo como esse, o governo dos Estados Unidos decidiu enviar 17 porta-aviões, 46 destroyers, 156 cruzadores, apoiados no solo por 243.000 G.I. e no ar por 846 bombardeiros que terão por missão, em nome da liberdade e da democracia, eliminar toda a raça de porcas galinhas e os seus galinheiros num raio d 5.000 Km à volta, depois dos tiros e do lançamento dos mísseis, julgados necessários para reduzir a pó e cinzas tudo o que seja galinheiro e galináceos, de forma a que as galinhas, com a sua conhecida arrogância, não mais desafiem a nossa valente nação. Decidimos ainda, por generosidade, que o nosso governo se encarregará de reconstruir os galinheiros seguindo todas as normas de segurança em vigor, e que os novos galinheiros terão na sua direcção um galo, democraticamente eleito pelo embaixador dos Estados Unidos. Para o financiamento dessa grande obra de reconstrução, nós apenas nos contentaremos com o controle absoluto de toda a produção cerealífera da região durante os próximos 30 anos, podendo os habitantes locais da região usufruir de um desconto especial no consumo desses cereais, em troca de uma leal cooperação. Nesse novo país de justiça, paz e liberdade, poderemos assegurar-vos que mais nenhuma galinha tentará atravessar uma rua pela simples razão que não haverá nunca mais ruas, e que as galinhas deixarão de ter patas. Que Deus abençoe a América.

Conto futurista sobre a mudança climática

…acidentes climáticos sempre terríveis. Começaram pelas tempestades, as inundações, as canículas nas primeiras décadas do século XXI. Em 100 anos a temperatura média do globo aumentou 6º C. Foi então que tudo se precipitou: as florestas foram devoradas pelo fogo, as inundações catastróficas devastaram o hemisfério Norte, provocando milhões de mortes. No auge da crise, em 2054, a Assembleia-Geral das Nações Unidas autoproclamou-se «governo planetário» e decidiu o lançamento de um imposto mundial de solidariedade ecológica destinado à luta contra o sobreaquecimento climático. Foram lançadas sucessivas campanhas de reflorestação intensiva, e o esgotamento das reservas petrolíferas levou à generalização do motor não poluente a hidrogénio. Mas nada resultou. O clima estava irremediavelmente desregulado, fazendo alternar inundações, secas, fomes. Foi necessário promover políticas drásticas de controlo da natalidade para impedir o crescimento da população mundial. Deixou-se de falar em liberalismo, em crescimento económico, em progresso. A Humanidade mobilizou-se por inteiro na luta pela sobrevivência, sob a égide de um governo planetário, pressionado a promover um programa ecológico tão global quanto ambicioso…mas tardio e, por consequência, .
E depois houve esta descoberta espantosa dos investigadores da Universidade de Copenhaga, especializados no estudo dos golfinhos. Em 2094, anunciaram que os golfinhos tinham descodificado a nossa linguagem, tal como nós conseguíamos compreender a deles. A comunicação tornou-se possível entre eles e nós. Descobriu-se com espanto que a inteligência desta espécie estava quase a igualar a nossa. Que se tinha passado? Uma mutação decisiva no seu património genético?
Ninguém sabia nada, mas as relações entre os humanos e os golfinhos deram uma tal reviravolta que estes nomeram um embaixador junto dos homens e vice-versa.
Tais eram precisamente as funções do pai de Théo. Naquele dia ele ia encontrar-secom embaixador dos golfinhos cujas atribuições englobavam a representação de todos os cetáceos. Deveriam assinar um protocolo com vista a uma estreita colaboração a fim de ambas as espécies partilharem um amplo banco de peixe proveniente do Ártico, cuja chegada tinha sido assinalada.
A gestão do planeta daí em diante era parcimoniosa e estritamente regulamentada. Geria-se a penúria procurando fazer face, o melhor possível às catástrofes climáticas que se sucediam. (…)
(…) O governo planetário tentava retomar a rédea das coisas. A prioridade passara da economia para a ecologia. Daí em diante a palavra de ordem passara a ser «solidariedade». Acabara-se a concorrência encarniçada entre indiíduos, entre empresas, entre nações. O imperativo de defender o ambiente, reconhecido como prioridade absoluta, tinha relegado para segundo plano a corrida ao «sempre mais e mais».
O mundo inteiro mobilizara-se para tentar limitar os danos. Face a uma natureza destroçada, o homem-demiurgo sentia-se muito pequeno…

Excerto retirado do livro «A solidariedade nas plantas, nos animais, nos humanos» de Jean-Marie Pelt, das edições Mareantes editores.

Depois das aves, a gripe dos cães?....


Estamos em 2120. O planeta está num estado lamentável. A grande crise ecológica começou no início do século XXI e desde então as catástrofes foram-se sucedendo numa cadência infernal. Em 2014, todos os cães sucumbiram. Foram necessários três anos para identificar a causa desta hecatombe. A comida estandardizada para cães, fabricada pela multinacional Montecano, despoletou uma extraordinária epidemia de paralisia fulgurante. Esta foi imputada a um novo agente patogénico até então desconhecido, ligado ao consumo pelos caninos da sua comida habitual – o «compacto micro-equilibrado geneticamente modificado». De imediato, todos os OGMs foram retirados do mercado, mas a raça canina, essa, não sobreviveu.

Excerto retirado do livro «A solidariedade nas plantas, nos animais, nos humanos» de Jean-Marie Pelt, das edições Mareantes editores.