12.12.07

Cambedo-Maquis: criado um blogue dedicado à resistência anti-fascista da população de Cambedo

Acabou de ser criado um blogue dedicado à aldeia do Cambedo da Raia e aos acontecimentos de 1946, precisamente hoje, dia 12 de Dezembro de 2007, em que faz 60 anos que foi lida a sentença do Tribunal Militar do Porto, que condenou e marcou para sempre gentes e amigos do Cambedo.


Recorde-se que Cambedo é uma pequena aldeia raiana no Norte e que foi o cenário de uma operação de grande envergadura das forças repressivas da ditadura franquista e salazarista contra a população local com o argumento que a aldeia apoiava e protegia os guerrilheiros anti-franquistas, o famoso Maquis, criado no período logo a seguir à guerra civil espanhola.


Consultar o novo blogue:


Recorde-se que já dedicamos ao assunto dois posts que podem ser consultados e lidos
aqui e aqui




Convite para um fim-de-semana de debates e acções na Casa-Viva(14, 15 e 16 de Dezembro)

LEMBRETE


Texto incluído no Convite dirigido para todos os interessados ( pessoas individuais e colectivos) se reunirem na Casa-Viva ( no Porto) no próximo fim-de-semana com vista à realização de debates e acções, e que já tinha sido publicado neste blogue há semanas atrás, para além de andar a circular pela Net durante as últimas semnas.



Informação suplementar: já saiu um novo número do Pica-Miolos, excelente publicação editada pelo colectivo da Casa-Viva. É gratuito e é distribuido na Casa-Viva, podendo ainda ser lido aqui:


CONVITE

Para contrariarmos a esperteza da raposa no galinheiro e não ficarmos cada um a seu canto a esgravatar terra

Às vezes acorda-se sorridente, bem disposto, radioso. Noutras manhãs, tudo é cinzento, triste, irritante. A malta da CasaViva também experimenta estes dois acordares e toda a variedade de outros amanheceres que estão entre um extremo e o outro. Mas incomodamo-nos sempre. Todos os dias.

Sempre que paramos este permanente bulir que nos ensinaram que é o verdadeiro viver. Nesses momentos, ficamos frequentemente cabreados. Existiriam, decerto, formas mais eruditas de colocar a questão, mas o que está dito dito está e pareceu-nos mais simples fazer este acrescento do que procurar um sinónimo para uma palavra cuja abrangência de conteúdo só é permitida por ter a sua origem na sabedoria popular.

Chateia-nos viver num planeta com tanto para partilhar e que apenas é explorado em proveito da espécie dominante, tornando a usurpação e o abuso nos conceitos por onde se começa a definição de ser humano.

Aborrece-nos que nos tomem por parvos quando nos tiram direitos e nos dizem que é para nosso bem, como se os direitos que nos tiram se evaporassem e não fossem, como dizia Lavoisier, apenas transformados em direitos de outros.

Apoquenta-nos que nos controlem, nos vigiem, nos fichem, nos transformem em conteúdos de bases de dados, nos gravem, nos chantageiem, nos cortem o direito a contestar, nos façam a todos bufos e polícias.

Indigna-nos que tudo seja mercadoria. Negociável, transaccionável, passível de ser transformado em lucro.

Não pode ser.

O capitalismo, já todos o sabemos, é apenas esta liberdade da raposa no galinheiro. Também não é segredo que a força do predador aumenta na proporção directa da desunião entre as presas. No entanto, mesmo possuindo o diagnóstico, nunca tratamos da maleita. E a responsabilidade de tentar a aproximação entre todos os que acreditam numa mudança organizacional radical é nossa, dos suficientemente vivos para darem umas bicadas na besta, de forma a que, de dispersas e curáveis, se tornem mais eficazes, provoquem gangrenas e acelerem a morte do carcereiro. De outro modo, continuaremos cada um no seu canto, a esgravatar terra como quem se deixa paralisar pelo medo, e a sair esporadicamente, aplicar uma bicada e recolher.

Já houve várias tentativas de união de esforços. Redundaram quase sempre em grandes exercícios de retórica sobre a maior validade da minha forma de luta em relação à tua. Na melhor das hipóteses, acabaram numa lista electrónica de discussão também electrónica que se foi silenciando com o tempo.

Mas a desistência não pode fazer parte do vocabulário de nenhum de nós. Se a coisa não tem funcionado, talvez seja hora de procurar métodos diferentes para a fazer progredir. E, a nós, parece-nos que não é na conversa formal que a união verdadeira cresce. É nas acções que nos sentimos mais próximos. É em ambientes mais descontraídos que nos sentimos mais preparados para falar uns com os outros. É na rua e na festa que se criam laços e se constroem afinidades, onde se forjam verdadeiras redes de interesses e participação.

Queremos, portanto, convidar-vos para que apareçam na sexta-feira, dia 14 de Dezembro, e que só saiam daqui na segunda, dia 17.
Para esses dias, pensamos num programa de festas (1) que será próximo do seguinte:

Sexta, 14 de Dezembro
19h00 – 22h00 – Concertos / Festa
22h30 – Jantar
23h00 – Apresentação dos colectivos presentes (2)
Conversas

Sábado, 15 de Dezembro
09h00 – Pequeno-almoço, onde se combinarão as acções do dia
10h00 - ... - Acções (3)
19h00 - 20h00 – Concertos / Festa
20h30 – Jantar + Balanço do dia

Domingo, 16 de Dezembro
10h00 – Pequeno-almoço, onde se combinarão as acções do dia
11h00 - ... - Acções (3)
19h00 – Assembleia final e marcação de próxima jornada (4)


(1) O programa está longe de estar finalizado. As horas são meramente indicativas.

(2) Para não ser maçador, achamos que o melhor que há a fazer é cada colectivo apresentar-se, caso o queira, em formato imagem. Se assim for, é importante que nos façam chegar essa apresentação pelo menos uma semana antes do evento (até 9 de Dezembro). A ideia é, depois, discutirmos ao sabor do que a visualização das imagens nos fizer passar pela cabeça.

(3) A ideia são acções que impliquem pouca gente e pouca preparação no momento. Dessa forma, será possível apresentá-las ao pequeno-almoço e sair para a rua para as colocar em prática uma hora depois. Nós teremos meia dúzia de acções pensadas. Mas o ideal seria aparecerem mais, desde que tenham condições para se realizarem. Queremos dizer que não vale a pena, por exemplo, propor uma marcha com pancartas em punho se não se tiverem já as pancartas feitas. Cada pessoa ou colectivo apresentará uma ideia e dirá quantas pessoas são necessárias. Depois, cada um se juntará ao grupo que quiser, se houver gente e ideias suficientes. Se não houver, o mesmo grupo poderá tratar de mais do que uma acção.

(4) Era importante que toda a gente pudesse ficar até domingo à noite, porque a assembleia final, onde se poderão discutir formas de nos tornarmos mais presentes nas coisas que cada um dos outros organiza, e a marcação de uma próxima jornada de acções são coisas que precisam de toda a gente.

Nota final – Nestes dias era importante que a CasaViva fosse autogerida por todos os participantes. Portanto, que ninguém estranhe que se retire uns minutos de cada dia para organizar as várias coisas de que a Casa precise (quem cozinhe, quem limpe, quem lave, quem ...)

CasaViva
Pç marquês de pombal, 167 porto
casaviva167@gmail.com

Acção de protesto contra a Produção, Comércio e Uso de Pele e Pêlo (15 Dez a partir das 10h30 na Rua de Santa Catarina, Porto)

PORTO: SÁBADO, Entre as 10h30m e as 12h30m, na Rua de Santa Catarina, em frente à Loja de Peles "Beigel":

Acção de Protesto Contra a Produção, Comércio e Uso de Pele e Pêlo

Pela proibição da produção e comércio de pêlo, integrada num Código de Protecção dos Animais Moderno, Eficaz, Progressista e Justo


PARTICIPE – Junte-se à ANIMAL nesta Acção de Protesto – Por uma Melhor, Mais Justa e Mais Forte Protecção Legislativa dos Animais em Portugal que incorpore a Proibição da Actividade da Indústria do Pêlo no país

No final de Outubro de 2006, investigadores da ANIMAL entraram no mundo secreto da indústria de pêlo de coelho em Portugal. Veja aqui a perturbadora realidade das verdadeiras "vítimas da moda" em Portugal – e as suas ligações com Espanha e com a China – que os investigadores filmaram. (9 minutos)
Ouça "Skinned Alive", uma música dedicada a todas as vítimas da indústria do pêlo e da moda cruel (e daqueles que a apoiam), que faz um apelo a todas as pessoas que se preocupam com os animais explorados pelo seu pêlo (e com todos os outros) para agirem em defesa destes. Uma música bonita acompanhada de imagens fortes captadas dentro de quintas de coelhos em Portugal durante a investigação feita pela ANIMAL aos bastidores da produção e comércio de pêlo em Portugal.
Vocalista: Yael Dekelbaum, Vozes: Noa lembarski, Letra: Shiri Shemer e Jane Halevy, e Composição: Elad Elharar e Haim Kairy. (4 minutos)
Para visionar este vídeo, necessita de ter o Real Player, que pode descarregar gratuitamente a partir de http://www.real.com/ .