16.10.06

Os 70 anos da abertura do campo de concentração do Tarrafal


O campo de Concentração do Tarrafal


A 23 de Abril de 1936 era oficialmente criado, por lei do regime de Salazar, a Colónia Penal do Tarrafal, vulgo campo de concentração do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom, em Tarrafal de Santiago, Cabo Verde.
Destinava-se a presos políticos e a 18 de Outubro desse ano, partia de Lisboa a primeira leva de presos constituída, maioritariamente, por sublevados da armada, que se amotinaram no Tejo e tentaram zarpar para Espanha em apoio dos republicanos que defrontavam o levantamento armado fascista de Francisco Franco. Com estes marinheiros, cujo levantamento fora derrotado, vinham também insurrectos do 18 de Janeiro de 1934 – uma greve geral contra a fascização dos sindicatos, que teve expressão máxima na Marinha Grande, ocupada pelos sindicalistas que aí constituíram um soviete.

A CPT funcionou até 31 de Janeiro de 1953, data em que saiu do Tarrafal o último preso.

Pelo “campo da morte lenta” passaram presos de várias correntes políticas – comunistas, anarco-sindicalistas, sindicalistas-revolucionários, republicanos democratas (como o jornalista Cândido de Oliveira), mas também espanhóis derrotados na Guerra Civil, que se tinham internado em Portugal (na grande maioria, foram presos e entregues a Franco, como o grande poeta Miguel Hernández, e geralmente fuzilados), e também dois alemães anti-nazis. 32 prisioneiros portugueses - entre os quais o secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves, e o principal líder sindicalista-revolucionário, Mário Castelhano – morreram no campo de Chão Bom.

O campo foi reactivado nos anos 60, durante a guerra colonial, para receber presos oriundos das colónias onde se travavam guerras de libertação nacional contra o colonialismo português.

(Texto retirado
daqui)



Colóquio «Salazarismo, Tarrafal, Guerra civil de Espanha – História e Memória 70 anos depois»

A propósito do 70º aniversário da abertura do campo de concentração do Tarrafal, uma das mais célebres e terríveis prisões do fascismo português, assim como acerca da guerra civil em Espanha vai-se realizar sucessivamente em Lisboa ( 27 e 29 de Outubro) e no Porto ( 3 e 4 de Novembro) um colóquio internacional destinado a fazer o ponto da situação sobre a investigação histórica acerca desses acontecimentos.



Data: 27 e 28 de Outubro no Insituto de História Contemporânea da FCSH, em Lisboa
3 e 4 de Novembro na Fac. de Letras do Porto

Informações: Instituto de História Contemporânea, Fac de Letras do Porto

Contacto:
dh@letras.up.pt

Participação mediante inscrição e pagamento de 20 e. para estudante e 40e para os restantes

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Coordenação: Fernando Rosas e Manuel Loff

Programas:

1º dia

Estado Novo, democracia e memória – por Fernando Rosas

Fora o invasor! Guerra civil e nacionalismo(s) em Espanha – por Xosé Manoel Nunes Seixas (Un. de Santiago)

Pide e repressão – por Irene Pimentel


Relações lusoespanholas – Hipólito de la Torre (UNED, Madrid)

Las discórdias republicanas y la perdida de la guerra – por Joseph Sabchez Cervelló (URV, Tarragona)

Aspectos dos colonialismos do primeiro salazarismo: culturas obrigatórias – por Maciel Santos

Documentários e noticiários de actualidades em Portugal nos anos 30 e 40 – Ricardo Braga

2º dia


Franquismo en el tiempo de los franquismos – por Carme Molinero (UAB, Barcelona)

Salazarismo, entre fascismo, reaccionarismo e modernidade – Manuel Loff

Estado Novo, violência e Igreja Católica (1926-1945) – João Paulo Avelãs Nunes


Paralelamente decorrerá um ciclo de cinema documental do período salazarista

Info:

http://www.mentalfactory.com/ihc/index.php?ID=929

http://sigarra.up.pt/up/noticias_geral.ver_noticia?P_NR=3029

Lançamento do nº 8 da revista Nada



Informação:
http://www.nada.com.pt/

Sumário desta edição:

As artes tecnológicas III:
Exercícios piedosos para o espectador
JORGE LEANDRO ROSA

Da Arquitectura Flutuante
à Produção do Extraterrestre
Entrevista a MARCOS NOVAK por João Urbano,
Tania López Winkler e Giorgio Alberti

A quarta Era da Ficção Interactiva
NICK MONTFORT

Meno e a Internet: entre a memória e o arquivo
HOWARD CAYGILL

Mundo em segunda mão, espaço público e ridículo
Entrevista a DANIEL INNERARITY
por João Urbano e Pedro Amaro Costa

Transe maquínico-ou: o que pode uma máquina?
PEDRO PEIXOTO FERREIRA

Blindspot
HERWIG TURK, PAULO PEREIRA E GÜNTER STÖGER

Espaço para uma arquitectura sem projecto
PEDRO BANDEIRA

O sentimento do épico em Blueberry
JAIME FREIRE

Superconsumidor, um romance pós-moderno
HUGO LIU

Farmoquílias
JOÃO URBANO

Carbono
JOÃO OLIVEIRA



contacto
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