15.2.08

Panorama - 2ª Mostra do Documentário Português (15 a 24 de Fevereiro 2008 no Cinema São Jorge )


Começa hoje, dia 15 de Fevereiro, às 21h00, o PANORAMA - 2ª Mostra do Documentário Português. Este ano partindo da questão que cinema faz o documentário português?, o PANORAMA propõe cimentar-se como espaço de encontro e debate entre os filmes e as pessoas, uma troca de impressões e experiências que contribua para uma visão maior do documentário português.

A divisão da programação será novamente temática, propondo analisar as formas e as ferramentas dessa criação. Assim, essas ferramentas foram concentradas em três grandes núcleos o¬nde estão agrupados os 76 filmes seleccionados: a CÂMARA, o SOM, e a MONTAGEM.

http://www.videotecalisboa.org/



PROGRAMAÇÃO


15 FEVEREIRO SEXTA
21:00
PERCURSOS NO DOCUMENTÁRIO PORTUGUÊS: PAULO ROCHA
As Sereias, 2001, 31’
O sortilégio da cor, do som e dos movimentos da multidão nas noites únicas do São João da cidade do Porto ficaram na memória de PauloRocha desde a infância. Tendo rodado dezenas de horas «de São João», Rocha concretizará, para Porto – Capital Nacional da Cultura, a sua obra sobre esta festa popular, suportada por textos de Regina Guimarães.



A Ilha de Moraes, 1984, 35mm, versão português/japonês, legendada em português,102’
Na sequência do projecto de A ILHA DOS AMORES, Paulo Rocha roda este documentário, testemunho complementar da época, da vida, da obra e da personalidade do escritor Wenceslau de Moraes, português que escolheu o Extremo Oriente para viver e criar, até à sua morte em 1929.


16 FEVEREIRO SÁBADO
11:00
José Carlos Schwartz – a Voz do Povo (Adulai Jamanca) 52’
No início dos anos 70, num país fragmentado em dezenas de etnias e em plena guerra de independência, José Carlos Schwarz criou o primeiro agrupamento musical da Guiné-Bissau, o “Cobiana Djazz”. José Carlos cantava em crioulo e criou uma forma musical que ainda hoje unifica os guineenses. Este documentário conta-nos a história do poeta e fundador da música moderna da Guiné-Bissau, que morreu num acidente aéreo em 1977, com apenas 27 anos

A Festa (Joana Cunha Ferreira) 48’
Francisco Félix de Souza, Chachá I, morreu nonagenário em Ajudá, no ano de 1849, rodeado de uma extensíssima família de várias mulheres, filhos, filhas e corte. A sua fama como traficante de escravos já tinha atingido tais proporções que os abolicionistas ingleses acreditaram que, com a morte de Souza, acabaria o tráfico de escravos. Em 2004, Francisco Félix de Souza faria 250 anos. Em Ajudá, onde Francisco se instalou e enriqueceu, os mortos não são considerados mortos, vivem ao nosso lado enquanto quisermos. Ali, como aqui, enquanto houver quem nos recorde continuamos a ser e a nossa história a crescer

14:00
Evocação de Barahona Fernandes (José Barahona) 22’
" O professor Barahona Fernandes foi um ilustre psiquiatra português. Era também o meu avô Barahona. Este filme é sobre a memória e as recordações que guardo dele.”


Balaou (Gonçalo Tocha) 77’
Faz agora sete meses que a Blé, minha mãe, morreu. Estou em frente do mar de São Miguel nos Açores, a terra da família distante. Encontro a tia-avó Maria do Rosário, 91 anos, à procura do seu momento para partir. Fala-me de Deus. À sua volta, os bebés nascem. Todos passam pelo mar da ilha, negro, vulcânico. É aqui que encontro a Florence e o Beru, um casal francês que todos os anos cruza o Atlântico no Balaou, um barco à vela. Convidam-me a continuar a viagem com eles. Mando fora o bilhete de avião e faço-me ao mar alto. Dividido em três momentos e oito lições, BALAOU é uma viagem para aceitar o esquecimento das coisas.”

16:00
As Duas Faces da Guerra (Diana Andringa e Flora Gomes) 100’
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses. Mas não são essas as únicas "duas faces" desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: "não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo", disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC. Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o movimento dos capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal. É esta "aventura a dois" que queremos contar, pelas vozes dos que a viveram

18:00
Nikias Skapinakis: o teatro dos outros (Jorge Silva Melo) 60’
Um revisitação da obra do Pintor Nikias Skapinakis a partir da exposição “Quartos Imaginários”, 2006. O filme segue de perto o trabalho de um dos mais importantes pintores da segunda metade do século XX - Nikias Skapinakis, de ascendência Grega que começou a expor em 1948. É um clássico distante, cerebral, um pintor que trabalhou todos os géneros da academia, retratos, paisagens, naturezas mortas, nus – e que em todos deixou a sua pessoalíssima marca, a sua tenaz melancolia. Durante uma hora, visitamos este artista que pintou a desolada Lisboa sem esperança do Pós-Guerra.


Um Pouco mais Pequeno que o Indiana (Daniel Blaufuks) 78’
No Verão de 2004, por motivos que eu próprio não sei explicar, decidi atravessar a paisagem portuguesa. Tracei um mapa imaginário a partir de uma velha colecção de postais, que decidi levar comigo. Arranjei um velho Mercedes e saí de Lisboa.


21:00
O Casino (Hugo Maia) 13’
Lisboa, Abril de 2006. É inaugurado o Casino de Lisboa, numa cerimónia onde afluíram populares e convidados VIP, os primeiros assistindo na via pública ao que se passa e os segundos convivendo numa enorme tenda montada para o efeito; mas ambos esperando o momento em que o casino abrirá as suas portas. Qual a diferença de comportamentos entre os dois grupos presentes?


Arquitectura de Peso (Edgar Pêra) 24’
Respondendo ao desafio da Trienal de Arquitectura de Lisboa, o último filme - provocação de Edgar Pêra mostra quatro grandes obras públicas que “projectaram” Portugal na Europa: o Centro Cultural de Belém – onde há catorze anos Portugal presidiu à C.E.E.; o Parque da Nações – Palco da Expo ’98; Os Estádios de Futebol – para o Euro2004; e a Casa da Música – originalmente concebida para o Porto Capital Europeia da Cultura 2001. Recorrendo a imagens de arquivo e à música de Nel Monteiro, “Arquitectura de peso” é o resultado do confronto de um “tempo de antena musical popular” com o documentário de propaganda de arquitectura do Estado.

Ilha da Boa Vida (Mercês Gomes) 25’
Em Bombaim a rua é a casa dos seus habitantes: os inactivos, os que apesar de cercados tentam fugir, os que continuam a voltar. Neste documentário descobrimos as cenas da vida diária de Bombaim. Ao longo de um período de 24 horas de pura sensibilidade: madrugada, manhã, tarde, anoitecer, noite e novamente amanhecer. Sequência de fotografias em time-lapse, acompanhadas de som ambiente, retratam cenas do quotidiano de Mumbai e dos seus

Homens que são como Lugares mal Situados (João Trabulo) 21’
A partir de textos de Daniel Faria, Marguerite Duras e Serge Daney, “Homens que são como lugares mal situados” toma a forma de um poema visual cujo motivo é a viagem de um homem entre dois continentes


Paisagens Sonoras (Pedro Gil e José Leitão) 15’

SALA 2 DEBATE SOM com Joaquim Pinto

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17 FEVEREIRO DOMINGO
11:00
Pão Nosso (Camilo Azevedo e Sofia Leite) 50’
Pão Nosso é um documentário que fala dos gestos simples do quotidiano de quem faz pão, da Índia ao Eufrates, de Goa aos confins de Trás-os-Montes. Os seus protagonistas são as famílias que fazem e vivem do pão. Quando há milhares de anos o Homem aprendeu a transformar a colheita em pão, não sabia que tinha inventado uma das mais simples e poderosas criações - mostrando como são semelhantes as nossas civilizações: Hindu, Cristã e Muçulmana


Logo Existo (Graça Castanheira) 63’
minha mãe, Beatriz, teve um AVC aos setenta e três anos. Seis anos mais tarde, faleceu, vítima de um terceiro AVC. O convívio próximo com ela e com a sua doença, durante estes seis anos, deixou-me interrogações que agora, em “Logo Existo”, revivo e reorganizo. “Logo Existo” exclui intencionalmente a primeira palavra da expressão “Penso, logo existo”. O estudo da mente tem sido, ao longo dos últimos séculos, relegado para a religião e a filosofia. No entanto, nas últimas décadas, a neurobiologia rasgou horizontes neste campo. Este filme é sobre a procura de uma palavra que substitua este “pensar” cartesiano que há já três séculos definiu conceitos em torno da identidade humana sem nos fazer felizes. Fazer este filme tornou-se imperativo, porque existo.


14:00
Uma Vida Nova (Nuno Pires) 24’
Não tinham sequer 20 anos. José e Guiomar foram para França a salto nos anos 70, sem saber uma palavra de francês. Deixavam Portugal sob a ditadura, à procura de uma vida melhor, mas sem nunca esquecer o seu país de origem e sempre com vontade de voltar um dia. Trinta anos depois, decidiram regressar. Porquê agora? Alguns meses atrás, os seus dois filhos escolheram viver em Portugal. Portanto, José e Guiomar já não têm nada que os prenda a França. Mudar de vida outra vez, aos 50 anos, tem algo de assustador, mas eles preparam-se para esta mudança com a mesma coragem e a mesma esperança que tinham há trinta anos.Retrato intimista, diálogo entre um filho e os seus pais, este documentário tem também valor de testemunho sociológico abordando as questões da emigração e da integração da comunidade portuguesa em França


Longe de mim (Peter Anton Zoettl) 77’
Neti pede um visto para ir ter, junto com as suas duas irmãs, com a mãe que há muito vive em Lisboa. O Ministro dos Negócios Estrangeiros está a ser acusado de ter desviado 450.000 dólares. A brasileira Sol de Oliveira foi presa por imigração ilegal e está a esperar a sua extradição. Três histórias de vida que se parecem interligar numa pequena casa de madeira no bairro da Boa Morte, perto do centro da capital São-Tomense. A sorte de um é o azar do outro, e nenhum dos protagonistas parece ser o dono do seu destino...


16:00
O fole – um objecto do quotidiano rural (Carlos Eduardo Viana) 32’
O fole, cujo processo de fabrico se documenta, é um objecto que, apesar de hoje ser quase desconhecido, foi peça comum do quotidiano rural de São Lourenço da Montaria. A sua função era a de recipiente para o transporte de cereal, da casa para o moinho sob a forma de grão, regressando depois já como farinha, pronto para ser consumido. A aquisição de um fole para o Museu do Traje de Viana do Castelo (no âmbito da investigação molinológica que o núcleo dos moinhos da Montaria proporciona) foi o pretexto para o registo do processo – com os seus saberes e gestos específicos – que, apesar de se ter repetido inúmeras vezes ao longo dos tempos, corria o risco de se perder irremediavelmente


Nubai – O RAP Negro de Lisboa (Otávio Raposo) 65’
Cova da Moura, Arrentela e Porto Salvo. O rap negro da periferia forma um cordão à volta de Lisboa. Para apontar o dedo ao racismo, à exclusão, à violência policial, à pobreza. Vida de preto. “Hip hop é intervenção. Não quero ninguém a dançar, mas a pensar”, diz Jorginho, um dos oitos rappers entrevistados. Este documentário ouve o canto, solta a voz, não reprime os sonhos, os desabafos, o desejo de vingança, o diálogo-monólogo quase surreal. “Eu sonhei que estava a voar na Pedreira dos Húngaros”. O som do beat box e poesia em crioulo a reinventar a vida, para que um dia tenham o seu Malcolm X, os seus Panteras Negras. É o futuro. O hip hop é a arma.



18:00
Auto das Velas (Filipa Serejo) 23’

Concierges (Andreia Barbosa) 52’
Concierges propõe uma imersão na rotina de três porteiras portuguesas a trabalhar em Paris. Todos os aspectos da vida quotidiana das personagens são submetidos ao olhar da objectiva: tarefas diárias, relações com os locatários, questões burocráticas, tempos livre, discussões à mesa, conflitos.
Os instantes de rotina destas três mulheres funcionam como pinceladas de um retrato da profissão de porteira e da comunidade emigrante à qual, em França, mais facilmente se associa essa profissão: a portuguesa. Ser porteira condiciona a visão que estas mulheres têm do país de acolhimento, assim
como os seus projectos de vida; por outro lado, ter uma porteira portuguesa condiciona a vida de prédio e de bairro em Paris. É nesta alquimia, nesta dependência, que vem ancorar-se o projecto Concierges.


Mulheres Traídas (Miguel Marques) 55’
Maria José Silva é uma figura ímpar da cultura portuguesa: realizadora, escritora, actriz e cantora, vive no Porto e faz cinema amador há mais de 20 anos. “Mulheres Traídas” é o seu mais recente filme, uma história de infidelidades contada na voz feminina. Este documentário acompanha de perto a rodagem, reflectindo sobre como a ficção se faz espelho de uma realidade social.


21:00
Uma História Fugaz (Miguel Clara Vasconcelos) 15’
Cátia é uma rapariga muito jovem mas com um passado difícil, que alimenta osonho de ser “Barmaid” ou modelo. Encontra um homem numa cadeira de rodas. Ambos participam num projecto de dança, mas o passado de Cátia é mais forte e ela é impedida de continuar com os ensaios

À Flor da Pele (Catarina Mourão) 64’
...rapazes e raparigas a crescer, a lutar…crianças que parecem adultos, adultos que parecem crianças…. Um país, mergulhado na recessão e apatia, à espera da vitória da selecção. Mas no fim nada mudou e a vida continua….

Mana (Márcia Santos) 40’
Lídia é uma jovem de 26 anos, que tem uma vida normal e amigos normais. Rotinas e detalhes complexos como toda a gente. Entre eles o facto de ser a minha irmã mais velha.


SALA 2 DEBATE MONTAGEM I com Luis Miguel Oliveira

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18 FEVEREIRO SEGUNDA
14:00
Baleia Branca – Uma ideia de Deus (João Botelho) 53’
A construção de Moby Dick no São Luiz Teatro Municipal.
De que se trata? Navegar, ao sabor do vento dos acidentes, que me agitará consoante a direcção em que soprar, ao lado de um desesperado e corajoso grupo de teatro que se atreve a pôr em cena uma das maiores obras literárias da civilização ocidental: a narrativa demencial e desmedida, a aventura sangrenta e sagrada da caça a Moby Dick, a baleia branca, criada pelo génio de Herman Melville.

Luzlinar e o Louva-a-Deus (Margarida Gil) 27’
A escultora Maria Lino regressa à sua terra natal depois de 27 anos no
estrangeiro. O que mudou ?


16:00
Movimentos Perpétuos (Edgar Pêra) 70’
Um documentário em 17 movimentos, em que os testemunhos e a guitarra definem o génio, a bravura e a modéstia de Carlos Paredes. Em Movimentos Perpétuos – Tributo a Carlos Paredes estabelece-se um diálogo entre uma guitarra e uma câmara de Super 8, numa estética que evoca a memória dos velhos filmes de família, plena de intimidade, revelada na partilha de pequenas histórias da vida. O concerto de Carlos Paredes no Auditório Carlos Alberto, no Porto, em 1984, é o ponto de partida para o desenrolar de histórias da prisão, resistência, sucessos e amadorismo, relatos marcados pela simplicidade e pela paixão.

18:00
Olho da Rua (Regina Guimarães) 6’

A Bagagem (Regina Guimarães e Saguenail) 87’
A partir de depoimentos de estudantes de humanidades recém-licenciados, uma reflexão acerca das noções de “trabalho” e “emprego”, tal como ecoam no Portugal de agora.

21:00
Lost in Art (Luís Alves de Matos e João Louro) 11’
Num mundo ao contrário, onde a arte oscila entre uma decoração política e uma conversa de iluminados, um personagem nos antípodas da arte procura desfazer a miragem e, de frente para os fantasmas, no centro do mundo, pensa no ruído que o poderá salvar.

Blind Runner, an artist under surveillance (Luís Alves de Matos) 58’

Neste filme um artista está sob vigilância 24 horas por dia. Através de uma circulação contínua de imagens e sons, o espectador torna-se um cúmplice e uma testemunha presente de todos os seus movimentos. Neste processo, interrogamo-nos não só sobre a razão desta perseguição feita ao artista, mas também sobre o significado e natureza do seu trabalho.

SALA 2 DEBATE MONTAGEM II com Pedro Marques

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19 FEVEREIRO TERÇA
14:00
Fernando Lopes Graça (Graça Castanheira) 52’
Ricardo Rangel, Ferro em Brasa (Licínio de Azevedo) 52’

16:00
Filhos do Tédio (Rodrigo Fernandes e Rita Alcaire) 48’
Rockumentário (Sandra Castiço) 40’

18:00
Sobre o Lado Esquerdo (Margarida Gil) 50’


A Terra antes do Céu (João Botelho) 63’
Do que se trata? Filmar um encontro de artistas para celebrar o génio do escritor. Filmar a criação da música de alguns compositores contemporâneos que se inspiraram nos seus textos mágicos ou as passagens do “Reino Maravilhoso” de Torga. E filmar a alma das pedras e dos montes e o coração e os olhos dos homens e dos animais do mundo que Torga inventou, desafiando-nos a todos nós e desafiando o próprio Deus.

21:00
U Omãi qe dava pulus (João Pinto Nogueira) 87’

SALA 2 DEBATE MONTAGEM III com Manuel Mozos

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20 FEVEREIRO QUARTA
14:00
A Casa Don Bosco (Manuel Monteiro Grillo) 44’
A Casa (Paulo Cartaxana) 51’

16:00
Fora da Lei (Leonor Areal) 84’
Teresa e Lena são duas lésbicas que tentaram casar, desafiando a lei. Mas o mediatismo do caso trouxe-lhes ainda mais dificuldades e discriminação. Estas duas mães - e duas filhas - são uma família de facto, mas fora da lei. Para elas, casa,escola e trabalho podem tornar-se grandes problemas. Um filme que mostra o peso da homofobia na sociedade.

18:00
Diferenças (Neni Glock) 56’
«Ex» (Miguel Clara Vasconcelo) 54’

21:00
Assembleia (Leonor Noivo) 26’
Lisboa Dentro (Muriel Jacquerod e Eduardo Saraiva Pereira) 56’
Segundo as autoridades, existem actualmente em Lisboa cerca de 10.000 prédios degradados. Um pouco por toda a cidade, estão em curso perto de 650 estaleiros. Ao serviço da Câmara Municipal ou das Sociedades de Reabilitação Urbana, arquitectos, juristas, assistentes sociais, vistoriam os imóveis em mau estado e encontram os proprietários, inquilinos e promotores. Em torno das casas, o filme testemunha o diálogo que se estabelece entre estes mundos diferentes.As cidades são feitas de pessoas e elas têm as suas histórias, as suas coisas para contar.


SALA 2 DEBATE CÂMARA I com Alberto Seixas Santos e João Pedro Rodrigues

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21 FEVEREIRO QUINTA

14:00
Excursão (Leonor Noivo) 24’
O Sonho de Dom Arménio (Rosa Branca Almeida) 26’

Quinta da Curraleira (Tiago Hespanha) 19’
Após a demolição das barracas e a construção dos novos prédios para orealojamento dos moradores do antigo bairro da Curraleira, sobrou um espaço vazio. Este filme é sobre esse lugar, sobre os encontros, as histórias e as actividades que o definem.

16:00
Encontros (Pierre-Marie Goulet) 105’
1957. Um grupo de camponeses de Peroguarda, no Alentejo, vai cantar ao Porto. O poeta António Reis, futuro realizador de Trás-os-Montes e Ana, ouve esses cantos. Conquistado, António Reis, toma o caminho de Peroguarda com um gravador. No seu encalço, outros jovens do Porto irão ao Alentejo ao longo dos anos seguintes. Entre eles, Luís Ferreira Alves, Alexandre Alves da Costa, José Mário Branco. – 1959. Michel Giocometti, começa uma pesquisa de 30 anos durante a qual recolherá a memória da cultura popular. Não tarda a descobrir a aldeia de Peroguarda. *1965. No Porto, o jovem poeta Manuel António Pina, e outros jovens aspirantes a poetas escolhem António Reis como referência. – 1966. O cineasta Paulo Rocha, um dos realizadores que iniciou o Cinema N decide rodar a segunda longa-metragem no Furadouro, situando a história no meio dos pescadores que na infância o haviam fascinado. Estas e outras pessoas fazem parte de uma tribo informal cujos membros se reconhecem quando se encontram.

18:00
Praia de Monte Gordo (Sofia Trincão e Óscar Clemente) 30’
Onde estão os touros (João Manso) 22’
Se esta Praça fosse uma Pessoa (Manuela Sans e Diogo Andrade) 22’
Beiras (Verónica Castro) 52’
O que eles chamam paraíso (Filipa Bravo, Cristina Nunes, Marco Cordeiro, Rita Cabral) 33’

21:00
Quem é que nós somos (Adriana Bolito) 13’
De Lábios Pintados (Nuno Alberto) 26’
Terceiro Bê (Maria Remédio) 28’

& Etc (Cláudia Clemente) 23’
A “&etc” foi criada em 1973. É uma pequena editora, que desde então e até aos dias de hoje se rege por parâmetros bastantes singulares – não tem fins lucrativos, não publica obras “comerciais”, edita autores desconhecidos. Tornou-se ao longo dos anos uma referência no panorama nacional, conhecida tanto pelo lado plástico/estético dos seus livros quadrados como pelos personagens que publicam, como por exemplo João César Monteiro, Adília Lopes ou Alberto Pimenta, alguns dos autores mais alternativos da actualidade. Victor Silva Tavares e Rui Caeiro, com mais de 60 anos, recordam aqui alguns episódios ao longo das três décadas de funcionamento desta editora.

No fundo da gaveta (Joana Pinho Neves) 20’

SALA 2 DEBATE CÂMARA II com Rui Poças

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22 FEVEREIRO SEXTA

14:00
Pausa para Café (Cláudia Rita Oliveira) 14’
Os cafés são espaços de tempo: tempo de espera, tempo de lazer, tempo de convívio, tempo de intervalo ou, simplesmente, tempo para beber um café.

Gestos em Cadeia (Carla Mota) 8’


Pátria Incerta (Inês Gonçalves e Vasco Pimentel) 52’
Durante 450 anos Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas para o resto da Índia. Os goeses foram forçados a engenhar todos os dias um novo acordo entre resistência e rendição. A memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se todos os dias nos detalhes da vida quotidiana. Mas confronta-se à vitalidade da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte.
Pátria Incerta olha para um aspecto da colonização de que nunca ninguém fala: o génio que o povo colonizado revela ao produzir uma síntese civilizacional própria

16:00
Jardim (João Vladimiro) 80’
Sim, sei que as árvores não têm olhos, a água não tem boca e as pedras não têm ouvidos. Ainda assim, comunicamos. Neste Jardim em especial, acontecem longas conversas caladas, como dois velhos. Respira-se uma intimidade partilhada por pessoas, animais e plantas. Aqui, assisti aos primeiros passos de uma criança, à chegada de um pato mudo...

18:00
Rememorações (José Coimbra e Tiago Guimarães) 51’
Num mundo feito de palavras como será crescer e viver analfabeto? Conseguiremos nós, letrados, imaginar esse mundo? Propõem-se 5 olhares sobre o analfabetismo: o dos analfabetos, o de um pedagogo, o de um neurologista e o dos números estatísticos. A estes soma-se um 5º olhar, o de Platão.
Na aldeia de S.Miguel de Machede, perto de Évora, fomos à procura de quem não sabe ler nem escrever e daqueles que, em fase mais avançada da vida, decidiram recuperar a escolaridade perdida.


Elogio ao ! (Pedro Sena Nunes) 70’
O Bairro 25 de Abril da meia Praia fica entre a praia e a linha do comboio que nos leva à cidade de Lagos. Começou por ser um conjunto de palhotas construídas, improvisadamente, pelos “índios”vindos de Monte Gordo que desejavam apenas sobreviver ao sonho dourado que Lagos não conseguiu cumprir. Após o 25 de Abril, e através do plano arquitectónico Serviço de Apoio Ambulatório Local (S.A.A.L), as palhotas transformaram-se em casas construídas pelos próprios habitantes. Muitas das promessas políticas feitas há trinta anos continuam por cumprir. Como será viver hoje na Meia-Praia?

21:00
Piccolo Lavoro (António Nuno Júnior) 18’
O realizador Pedro Costa e a sua montadora trabalham na montagem de alguns extras para a edição DVD de “Onde Jaz o teu Sorriso?”

Grandes Esperanças (Miguel Marques) 74’
Entrar nos meandros da burocracia é uma aventura q.b. cómica. Grandes Esperanças dá-nos uma visão de conjunto e quase trágica dos processos de legitimação do indivíduo perante o Estado, mostrando como toda a nossa existência depende, do nascimento à morte, da Instituição que organiza a vida em sociedade e que aqui aparece na sua dimensão abstracta e coerciva. E só lhes vemos a ponta do iceberg.

22h30
Lançamento do livro: LER CINEMA: O Nosso Caso

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23 FEVEREIRO SÁBADO

14:00
Villa Meean (Ricardo Ferreira) 38’
Com este documentário pretendo dar a conhecer a realidade quotidiana dos habitantes de uma vila interior de Portugal, onde a lembrança de um passado feliz é tão forte como a autenticidade em que mergulham diariamente

Cantai Cantigas (Cláudia Tomaz) 50’
Trás-os-Montes. 2 viagens, Verão e Inverno, à procura de pessoas e cantigas.
Bruno, 8 anos, ‘canta com as cassetes’. Deolinda, ‘anda com as vacas’ e mostra o cemitério da aldeia que ‘‘tem muito que ver’. Ti Ana, de 90 anos, canta cantigas ao lume, com as vizinhas que pedem ‘cantai outra!’, cantigas de tradição oral, ensinadas pela avó, que contam histórias trágicas que por vezes lembram Shakespeare.

16:00
Pintura Habitada (Joana Ascensão) 60’
Filme sobre o trabalho de Helena Almeida, artista plástica que, desde o final dos anos 60, tem desenvolvido uma obra na qual explora os limites da autorepresentação e as fronteiras dos diferentes meios que utiliza, sejam eles a pintura, o desenho, a fotografia ou o vídeo. Pintura Habitada centra-se nas várias fases e elementos envolvidos no elaborado processo criativo através do qual Helena Almeida constrói os seus trabalhos, desde os primeiros estudos à exposição das obras acabadas.

18:00
8 Mulheres sobre Comer, Cheirar, Agricultura (Pedro Gil) 10’
8 mulheres falam sobre memórias, ideias à volta dos cheiros e sabores da agricultura. Vídeo que se insere dentro da série de vídeo-retratos de Pedro Gil, onde pessoas apresentam depoimentos ou uma acção sobre o tema.


Ballad of Technological Dependency (Cláudia Tomaz) 33’
Computadores, internet e telemóveis introduziram um novo estilo de vida e mudaram as relações humanas. Ballad of technological dependency é um documentário íntimo explorando relações entre pessoas e tecnologia. O filme é composto por 4 retratos de pessoas que falam, põem em acção, improvizam as suas histórias, questionam...


Alda (Miguel Coelho) 21’
Estados da Matéria (Susana Nobre) 14’

21:00
Pé na Terra (João Vladimiro) 20’
Vindo das altas terras da Serra, tio Zé cedo veio para Lisboa, transportando consigo um relacionamento muito próprio com a terra e com os homens. Foi nos escombros deixados pelas obras do metro que acabou por construir um pequeno mundo onde é Rei, obedecendo apenas ao espaço que o liberta.


A Casa do Barqueiro (Jorge Murteira) 61’
Paulinho faz da barraca sobre o rio a sua casa improvisada. Entre as margensdo Tejo é ele quem assegura a ligação. O filme acompanha o último Barqueiro durante quatro estações. No Inverno e no Outono, na primavera e no verão na mesa de sulipas, solitário. Agora já não há Barqueiro e a nova casa continua por estrear.

SALA 2 DEBATE CÂMARA III com João Mário Grilo

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24 FEVEREIRO DOMINGO

14:00
PERCURSOS NO DOCUMENTÁRIO PORTUGUÊS: PAULO ROCHA
Pousada das Chagas, 1971, 35mm, 17’
Uma encomenda da Fundação Gulbenkian, que deixa o realizador liberto de constrangimentos para registar, como queira, o Museu de Arte Sacra de Óbidos. Uma pesquisa estética, filmada na ferida que se rasga entre o cinema enquanto representação e o registo documentário de um espaço e do seu «espírito».


Máscara de Aço Contra Abismo Azul, 1987, 61’
Trabalho para a RTP, sobre duas telas de Amadeo de Souza Cardoso. Transformação do registo documental num outro «mundo», radical, em que a (des)montagem de parcelas dos quadros, fotografias e recortes de jornal, representação/interpretação de actores que neles se «imiscuem», formula uma nova proposta estética.

15:30
DEBATE COM PAULO ROCHA


17H
DEBATE FINAL: “QUE PANORAMA?” com programadores e os convidados Catarina Alves Costa, José Manuel Costa e Margarida Cardoso

21:00
PERCURSOS NO DOCUMENTÁRIO PORTUGUÊS: PAULO ROCHA
Mudar de Vida, 1966, 93’
Adelino, o personagem (principal?), entre duas mulheres, entre duas «vidas» (antes e depois da guerra colonial, em Angola), entre terra e mar (a ria…), um enredo de denúncia daquelas vidas de sobrevivência e da sobrevivência da guerra. Uma comunidade de pescadores, o ritmo, o esforço, o desassossego passado para a ficção sob olhar antropológico, quase documental, em que a representação não cobra tributo perante o realismo cru.

Certificado de precariedade para as empresas e organismos do Estado que se distinguem em espalhar a precariedade ( ver vídeo)

O PRECARIADO REBELA-SE!!


http://maydaylisboa.blogspot.com/

O grupo de preparação do Mayday Lisboa 2008 faz hoje o lançamento oficial do Certificado de Precariedade (CP), a ser atribuído a partir de agora às empresas e organismos do Estado que mais se distinguirem anualmente na promoção da precariedade laboral em Portugal.

Condições de candidatura:

Mantém trabalhadores indevidamente a recibos verdes?
Não renova contratos a “colaboradoras” grávidas?
Esquece-se do direito às férias ou dos subsídios de Natal e de Férias?
Gosta de saber que os trabalhadores da sua empresa não têm direito ao subsídio de desemprego?
Deixa o pagamento da Segurança Social por conta dos precários que explora na sua empresa?
Não tem “folgas” no seu dicionário?

PARABÉNS!

Se respondeu sim a alguma destas perguntas, pode candidatar-se já ao Certificado de Precariedade!




Certificação de precariedade
Estas são imagens recentes de apenas algumas das instituições em causa, já (con)decoradas com o Certificado de Precariedade!
(VER O VÍDEO)

Desconcerto Manifestação em defesa do ensino artístico especializado de qualidade para todos


"A definição da nobreza cultural é o pretexto para uma luta que, desde o século XVII aos nossos dias, não deixou de opôr, de maneira mais ou menos declarada, grupos separados em sua ideia sobre a cultura, sobre a relação legítima com a cultura e com as obras de arte, portanto, sobre as condições de aquisição, cujo produto é precisamente estas disposições: a definição dominante do modo de apropriação legítima da cultura e da obra de arte favorece, inclusive no campo escolar, aqueles que, bem cedo, tiveram acesso à cultura legítima, em uma família culta, foras das disciplinas escolares. [...] A negação da fruição inferior, grosseira, vulgar, venal, servil, em poucas palavras, natural, que constitui como tal o sagrado cultural, traz em seu bojo a afirmação da superioridade daqueles que sabem se satisfazer com prazeres sublimados, requintados, desinteressados, gratuitos, distintos, interditados para sempre aos simples profanos. É assim que a arte e o consumo artístico estão predispostos a desempenhar, independentemente de nossa vontade e de nosso saber, uma função social de legitimação das diferenças sociais" (Bourdieu, 2007 [1979]: 9, 10, 14).



Petições em defesa do ensino artístico especializado:

Mais uma Manifestação pelo Bolhão no dia 16, Sábado, a partir das 10h

Se puderes aparece com um sinal de "STOP" para demonstrares a tua posição relativamente à demolição do Mercado.

Se tiveres possibilidade compra um artigo no Bolhão para mostrares a tua solidariedade para com os comerciantes do bolhão.


COMUNICADO DE IMPRENSA
14 de Fevereiro de 2008

Manifestação pelo Mercado do Bolhão
O GAIA está contra o centro comercial


O GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental), organização não-governamental do ambiente, juntamente com outros colectivos (Terra Viva, Casa Viva, MIC), estudantes de arquitectura e cidadãos a título individual, está a organizar para o próximo sábado, dia 16 de Fevereiro, uma concentração PELO MERCADO DO BOLHÃO, que terá lugar a partir das 10h
(até às 13h) na entrada principal do mercado (Rua Formosa). O GAIA vai marcar presença com uma exposição satírica sobre a cidade do porto em vias de privatização. Vamos também ajudar na recolha de assinaturas e cantar e tocar músicas pelo Bolhão. Convidamos todos os orgãos de comunicação social a estarem presentes no local.

O GAIA, assim como os outros colectivos, incentivas todas as pessoas que estão igualmente contra a transformação do Bolhão num centro comercial a comprarem um artigo no mercado do Bolhão, num gesto de defesa do comércio tradicional e em apoio dos trabalhadoras e vendedeiras do Bolhão.

Enquanto associação ambientalista, o GAIA defende o comércio tradicional, que por comercializar principalmente produtos locais, é mais sustentável e responsável. Por isso é que estamos fartos de centros comerciais, que fomentam um consumo irresponsável e desenfreado e fazem competitividade ao comércio tradicional. Queremos um comércio mais justo e sustentável.

Concertos de solidariedade com o Grémio Lisbonense

Sábado, dia 16 de Fevereiro, a partir das 23h, no GAIA - Centro Social da Mouraria (obrigado amigos, por mais este apoio!)
Música pela noite dentro com PEDRO&DIANA; KISS-KISS BANG-BANG; CLAIRE DE LUNE e SELECTA ALICE.

Apareçam! Apoiem o Grémio!

Sexta, dia 22 de Fevereiro, às 23h, os KUMPANIA ALGAZARRA "dão força" ao Grémio, com o apoio do CLUBE FERROVIÁRIO DE PORTUGAL.
R. de Santa Apolónia, nº 59 - Lisboa. (Perto da Estação de Santa Apolónia...)

Milonga no Grémio Lisbonense (10-1-08)