17.5.08

1968-2008 A beleza continua na rua



Algumas mulheres do anos 60 e do Maio de 68



Caroline de Bendern, a imagem feminina das ruas de Paris no Maio de 68



Valérie Lagrange, compositora,autora e intérprete,
participante do movimento hippie e da organização «Cantores sem fronteiras»

São dela, as seguintes palavras:
«O lucro. esse monstro insensível e cruel, está a tornar-se o valor supremo do nosso mundo. Isso está a fazer retornar a nossa dignidade à época da barbárie. É por isso que há cada vez mais miséria, injustiça e ódio pelo mundo fora.»





Zouzou, actriz, cantora, com um percurso marginal




Juliet Berto, actriz de alguns dos filmes marcantes da época, descoberta por Jean-Luc Godard






Nico, cantora e actriz, um dos ícones dos anos 60



Margeurite Duras , escritora



Monique Wittig, escritora lésbica, intelectual, co-fundadora do Movimento de Libertação das Mulheres (MLF)



Bulle Ogier, actriz anti-star e resistente ao show-bizz




Antoinette Fouque, uma das fundadoras do Movimento de Libertação das Mulheres (MLF)

Noite cigana ( com música dos Balcãs) hoje à noite no Porto ( na Chã das Eiras)



Uma noite de homenagem ao universo cigano.
As danças, o circo e as músicas ciganas em todas as suas vertentes e influências.
Viagens sonoras que passam pela Sérvia, Macedónia, Bósnia, Bulgária, Roménia, Hungria, França, Espanha e Portugal…
Uma noite para usufruir o espírito nómada e rebelde de uma cultura muitas vezes incompreendida pelas sociedades modernas.


Danças ciganas


Circo
Gato Sapato
Pedro Correia, Jorge Freitas (malabarismo, acrobacia, clown) Ferrer Leandro (guitarrra)


Música >
djzuki (balkankitch)


Eira - Espaço Comunitário de Maturação, Secagem e Desfolhagem de Ideias
Rua chã das eiras, 127 – (junto à sé)
Porto

A Economia é uma ciência que foi elaborada pelos ricos, e para os ricos!

Desde os tempos imediatamente posteriores a Adam Smith, quando a Economia começou a ser ensinada nas universidades anglo-saxónicas e francesas, que se pode afirmar que a economia começa a configurar-se como uma ciência elaborada «pelos ricos e para os ricos»

Com uma ou outra excepção, pode-se na verdade dizer que a elaboração da maior parte das teorias económicas nasceram nas universidades das elites – frequentadas pelos círculos sociais mais ricos dos países ricos – pelo que são projecções sobre as condições de vida desses mesmos meios abastados.De tal modo isto se consolidou, que na época actual, a maior parte dos textos da economia ortodoxa fazem apenas uma ligeira alusão à problemática dos mais desfavorecidos, e quando o fazem, equacionam-na como uma variável exógena ao modelo económico vigente, e ainda por cima, com uma certa dose de «compaixão», mas jamais como um facto merecedor de ser considerado como objecto de estudo por parte da Ciência Económica. Ou seja, é como se as Faculdades de Medicina não tivessem os doentes como objecto central da sua actividade de investigação.

Não é, pois, de espantar que a imprensa económica especializada, ou as secções de economia nos jornais diários ou dos canais de televisão, só ofereçam notícias sobre a Bolsa, as taxas de juros ou as fusões de empresas, muito embora tais notícias só interessem a uma minoria muito restrita da população.

Logicamente que esta projecção da Economia ortodoxa sobre os meios privilegiados não é explicada nos manuais de Economia, nem muito menos é tratada nas aulas das faculdades de economia, pelo que provavelmente nenhum estudante de Economia tenha tido alguma vez ocasião para reflectir e analisar esta autêntica distorção científica relativamente ao verdadeiro objecto de estudo da Ciência Económica.

Na sua principal obra, o grande economista Alfred Marshall considerava que o objectivo essencial da Ciência Económica era incrementar o bem-estar material da humanidade e dizia-o em 1890 com as seguintes palavras: «a Economia é o estudo dos assuntos ordinários da vida na humanidade, e analisa a parte da acção individual e colectiva que se encontra mais empenhada em conseguir alcançar os requisitos materiais do bem-estar»Não obstante a alusão à humanidade, a verdade é que as contribuições teóricas de Marshall, catedrático de Cambridge, não tomavam em consideração aquela parte da mesma humanidade que vivia na miséria material mais extrema, atitude esta a que não era estranho o facto de que a realidade económica observada por Marshall, e pelos economistas anteriores a ele, se limitar à Inglaterra, bem como à sua área de influência económica e política.

Anteriormente a Marshall, o pensamento económico dominante, encarnado pelo utilitarismo de Bentham e J. Stuart Mill, já tinha adoptado o mercado como um pilar fundamental do edifício teórico da Economia, pelo que as desigualdades sociais passaram a ser uma norma geral que a Ciência Económica se habituou a não combater.Um tal fenómeno era observado por intelectuais da época, que nada tinham a ver com o economicismo emergente, como foi o caso de Víctor Hugo, que em 1862, nos «Miseráveis», escrevia o seguinte: « Inglaterra produz admiravelmente riqueza, mas distribui-a mal; e isto leva fatalmente a estes dois extremos: opulência monstruosa e miséria monstruosa; todo o gozo para alguns e todas as privações para os demais, ou seja, para o povo.»Regressando ao nosso tempo, refira-se um artigo de Paul Krugman, publicado nos finais do ano de 2002, onde é feita uma análise das desigualdades de rendimento nos Estados Unidos, e que se estão a acentuar por todos os países ocidentais, desde a década de 70 do século XX. Para Krugman estamos a regressar à «realeza do antigo regime». Isto é, a uma plutocracia em que as crescentes fortunas de uns poucos compram vontades, financiam campanhas eleitorais e acabam por impor os seus interesses particulares nas políticas e nas decisões governamentais quer de natureza económica quer mesmo no campo político.

Acontece que, aquilo a que se refere Krugman no que toca às crescentes desigualdades, não se explica apenas pelos interesses da cada vez mais poderosa plutocracia norte-americana, mas encontra as suas raízes na forma como a Ciência Económica foi e continua a ser elaborada, principalmente nas universidades anglo-saxónicas de «prestígio», e que esquece em grande medida as camadas sociais mais carenciadas. Em suma: século e meio depois de ter sido inventada, a Economia continua a ser elaborada «pelos ricos e para os ricos»

Tradução livre do texto de Joaquín Guzmán Cuevas, professor catedrático de Economia Aplicada na Universidade de Sevilha, e autor de várias obras sobre Finanças

O texto original encontra-se no blogue do seu autor:
aqui

Em defesa do património imaterial: festival internacional dos cantos improvisados em Alcácer do Sal neste fim de semana


O Canto de Improviso está em destaque neste fim-de-semana em Alcácer do Sal, com um festival internacional do verso de improviso e um colóquio sobre o mesmo tema.


Do programa do Festival Internacional dos Cantos Improvisados pode-se ler:

A Direcção Regional de Cultura do Alentejo e o Munícipio de Alcácer do sal, preocupados com o estado actual da décima e do verso improvisado no Sul de Portugal, em particular do “Canto do Ladrão do Sado”, e no âmbito do Programa para a Salvaguarda do Património Intangível do Alentejo (PI), assumiram em conjunto a intenção de proceder à salvaguarda destas práticas poético-musicais.


Esta intenção visa não só contribuir para um melhor conhecimento destas espressões, como também desenvolver um conjunto de acções práticas que possibilitem a sua salvaguarda e promoção aos níveis local, regional, nacional e internacional. Criar uma sustentabilidade social, económica daqueles que detêm as aptidões culturais consideradas fundamentais a este programa de salvaguarda, potenciando a sua transmissão é imperativo.

Estes objectivos só poderão ser alcançados num amplo e profundo diálogo no qual os improvisadores, poetas, músicos, investigadores e outros agentes participem, procurando encontrar soluções para a continuidade destas práticas poéticas fundamentais para a permanência da diversidade cultural do Alentejo.

A diversidade e o dálogo intercultural que a décima e o verso improvisado permitem entre pessoas de diferentes regiões, diferentes países e diferentes continentes, são um exemplo profundo do diálogo de Paz que o Património Intangível da cultura dos povos pode ajudar a construir, e que a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, adoptada pela UNESCO em 2003, e já ratificada pela Assembleia da República Portuguesa, assume e reconhece.

Com o colóquio “cantos de despique”- expressão portuguesa para o verso e o canto de improviso - pretende-se abir um espaço de reflexão sobre o que é o Património Intangível e o verso improvisado, bem como discutir metodologias de inventário e estratégias de salvaguarda, dando particular atenção a um conjunto de experiências desenvolvidas no Mediterrâneo e em Portugal.

(in programa)


As noites de sexta-feira, dia 16, e sábado, dia 17 de Maio vão receber improvisadores de Itália, Espanha e Portugal que vão actuar no palco do auditório municipal da cidade, às 21h30. A iniciativa, chamada “Rede Artes da Fala” recebe o Trovo de Múrcia, de Espanha, a Oitava Rima, de Itália, Bonecos de São Bento do Cortiço, de Estremoz, Rap, de Portugal, o Cante do Baldão e Despique, de Portugal e o Ladrão do Sado, de Alcácer do Sal.