31.10.08

Construir economias radicais. Viver apesar do capitalismo (Life despite capitalism): encontro nas Astúrias de 31 de Outubro a 4 de Novembro


Life Despite Capitalism:
Building Radical Economies


No início do mês de Novembro de 2008 o colectivo ESCANDA (Astúrias), juntamente com outros activistas, albergará durante 5 dias um encontro sobre «Economias Radicais».

Vamos analisar porque é que o actual sistema económico é um erro. Ao mesmo tempo abordaremos as possibilidades e as experiências dos projectos que, apesar do capitalismo dominante, funcionam por via de redes de produção e circulação autogestionária com base na sustentabilidade, na autogestão, na solidariedade, e no respeito pela justiça social e ecológica

No encontro abordaremos tanto a teoria das economias radicais como a sua execução prática por via da criação de economias alternativas dentro e entre os movimentos sociais.Será um espaço para criar redes, sendo também um espaço de intercâmbio onde os participantes podem trocar e oferecer coisas, saberes ou serviços.


Porquê o encontro?

Ao longo dos últimos cinco anos organizaram-se na ESCANDA diversos eventos e seminários sobre temas relacionados com a educação popular, energias renováveis, mudanças sociais, temas de género, feminismo, etc. Desta vez queremos abrir um espaço de debate e de discussão, bem assim de troca de ideias e habilidades sobre temas que tenham a ver com a economia.

Dentro dos movimentos de esquerda fala-se muito de política, sobre quais são os pontos fracos do sistema e como criar as nossas próprias redes. Debatemos temas como a ecologia, a mudança climática e a forma como viver de modo mais sustentável; sobre as relações de poder entre nós e como evitar as hierarquias, sobre o consumismo, a cultura, a acção directa, a saúde, a educação, mas falamos muito pouco sobre economia.

Não obstante, estamos todos de acordo que a economia é uma das bases fundamentais do sistema opressivo em vivemos. Não por acaso, o termo «economia» remete-nos que um sistema complexo que tendemos a reduzir a conceitos muito simplificados eou populistas. Daí que esperamos ao longo do encontro, aprazado para o início de Novembro, radicalizar e aprofundar o nosso conhecimento e crítica sobre o actual sistema económico, e analisar as diferentes propostas alternativas. Tentaremos fazê-lo de uma maneira construtiva, ao mesmo tempo que autocrítica.

Os assuntos

Pretendemos planear o encontro de uma maneira participativa, pelo que agradecemos o vosso envolvimento, esperando receber propostas sobre oficinasm debates, documentos ou qualquer outra iniciativa (role-playing, teatro, etc) que tenha interesse para um seminário deste género. É também bem-vinda toda a ajuda para a organização do encontro.


Cada dia está reservado para um tema central


Día 1: As bases da economia

Propomos dedicar este dia a aprofundar o nosso conhecimento ( e crítica) do actual sistema económico: a definição e a clarificação de conceitos, como por exemplo, a globalização, o neoliberalismo e a economia política. O que podemos aprender com o marxismo? Como definir o valor, o trabalho, a moeda e as trocas? Como é que tudo isto afecta as nossas vidas? Para além disso, gostaríamos que abordar as respostas que o mercado capitalista apresenta aos problemas ambientais como o funcionamento dos mercados financeiros e o comércio no futuro.


Día 2: Viver apesar do capitalismo: quais são as alternativas?

No segundo dia teremos oportunidade de rever a forma como estamos a gerir uma parte importante das nossas necessidades sem a intervenção do dinheiro, como acontece no seio das famílias, nos centros sociais, nas casas partilhadas, nas redes internacionais. Também se pretende questionar com sentido crítico a sustentabilidade das «alternativas»

Exemplos de carácter global: Os zapatistas, o caso argentino, a revolução espanhola, etc

Exemplos de carácter local: movimento cooperativista, colectivismo, redes de consumo,
software livre, etc

Modelos diferentes: projectos de economia solidária e/ou participativa, «thecommons» ( Inglaterra), o sindicalismo anarquista, as moedas alternativas, etc.


Dia 3: A partir daqui, como continuar?

No último dia do programa principal a ideia é equacionar certas questões por intermédio de perguntas, tais como:

- até que ponto podemos adoptar as redes de produção e de circulação já existentes como base para o que queremos criar?

- como poderemos facilitar a cooperação com a comunidade local para satisfazer as necessidades à margem do sistema capitalista?

- como deveremos reagir face à actual crise do sistema económico dominante?

- como poderemos participar e envolver-nos nas alternativas reais ao capitalismo?


Día 4: Espaço aberto


O quarto dia pretende ser um espaço em aberto de modo a termos tempo para abordar os temas que tenham ficado pendentes durante dos dias anteriores, ou então, para falarmos de novas matérias


O mercado autónomo

Com o objectivo de levar à prática algumas das ideias do seminário, e como forma de incutir alguma dinâmica ao encontro, temos a intenção de abrir um espaço para todos e convidar a que tragam qualquer produto que queiram trocar ou oferecer. Esperamos que não sejam só produtos ( como ferramentas, software livre, produtos caseiros, etc), mas também serviços ou habilidades como, por exemplo, como fazer construções ecológicas, montagem de aparelhos de energias renováveis, etc. Não haverá norma pré-estabelecidas para as trocas. Com isso, pretende-se que a prática facilite e fomente o debate sobre como produzir, como fixar os valores, como operacionalizar as trocar e, finalmente, como seria possível criar um espaço permanente com os produtos e os serviços necessários a todos.



O local do encontro

O seminário sobre economias radicais realiza-se de 31 de Outubro a 4 de Novembro de 2008 em ESCANDA, nas Astúrias.


ESCANDA é um colectivo que oferece o seu espaço para a interacção e a cooperação entre grupos, pessoas, redes e movimentos.
ESCANDA tenta praticar e ensaiar uma forma de viver em conjunto através de uma estrutura horizontal. As bases das nossas actividades são as relações não hierárquicas, libertárias, anti-capitalistas com a ênfase na mudança social e ecológica.
ESCANDA realiza reuniões, encontros, cursos, intercâmbios e apoia projectos sobre temas e com diversos objectivos.


Professores resistem! Age e toma posição na tua escola! A luta não se faz apenas na rua...


Listagem de grupos de professores, escolas e departamentos de escolas que decidiram suspender o processo de avaliação do desempenho

Lista da APEDE



LISTAGEM DE ESCOLAS QUE DE NORTE A SUL DO PAÍS RECLAMAM PELA SUSPENSÃO DESTE MODELO DE AVALIAÇÃO, POR FERIR A QUALIDADE DO ENSINO E DA EDUCAÇÃO E A DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

Lista Actualizada a 26 de Outubro

Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra / Algarve
Agrupamento de Escolas de Vila do Bispo /Algarve (*)
Agrupamento de Escolas nº1-Beja, (*)
Agrupamento das Escolas de Ourique / Alentejo
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
Agrupamento de Escolas de Aradas (*)
Agrupamento de Escolas de Vouzela
Agrupamento Vertical Senhora da Hora (*)
Agrupamento de Escolas de Forte da Casa / Lisboa
Agrupamento de Escolas Aristides de Sousa Mendes / Póvoa Sta Iria (Lisboa) (*)
Agrupamento Vertical Escolas de Azeitão
Agrupamento de Escolas D. Carlos I /Resende (*)
Agrupamento de Escolas D. Manuel de Faria e Sousa / Felgueiras (*)
Agrupamento Vertical de Escolas de D. Manuel de Faria e Sousa /Felgueiras (*)
Agrupamento de Escolas António José de Almeida /Penacova (*)
Agrupamento de Escolas da Maceira / Leiria (*)
Agrupamento de Escolas Clara de Resende / Porto (*)
Agrupamento de Escolas Pedro Santarém (*)
O Agrupamento de Escolas de Frei Bartolomeu dos Mártires de Viana do Castelo
Escola S. Emídio Navarro / Viseu (*)
Escola Secundária Campos Melo (*)
Escola Secundária c/ 3º ciclo de Barcelinhos (*)
Escola Secundária Montemor-o-Novo (*)
Escola Sec. C/ 3º Ciclo de Madira Torres / Torres Vedras(*)
Escola Secundária D. João II / Setúbal
Escola Secundária Dom Manuel Martins / Setúbal (*)
Escola de Arraiolos
Escola Secundária c/ 3ª ciclo Manuel da Fonseca / Santiago do Cacém
Escola Secundária c/ 3º ciclo Rainha Santa Isabel /Estremoz
Escola B1 de Sta Marisa de Beja - Demissão do Conselho Executivo e Profs. Coordenadores e SubCoordenadores
Escola Alice Gouveia / Coimbra
Escola Secundária Dona Maria / Coimbra (*)
Escola Secundária Campos Melo (*)
Escolas do Concelho de Chaves
Escola Secundária da Amadora / Sintra
Escola EB23 DR. Rui Grácio / Sintra
Escola Secundária da Amadora (*)
Escola Secundária Ferreira Dias / Cacém
Escola secundária c/ 3ª ciclo Camilo Castelo Branco / Vila Real
Escola Secundária Dr. Júlio Martins / Aveiro
Escola Secundária Alcaides de Faria / Barcelos
Departamento de Expressões da Escola Eugénio de Castro / Coimbra
Departamento de Expressões da Escola Secundária Filipa de Vilhena / Porto
Departamento de História, Filosofia e E.M:R. da Escola Secundária de Odivelas
Departamento de Filosofia e Moral da Escola Secundária do Monte da Caparica (*)
Declaração da Demissão de Avaliador do Prof. José Maria Barbosa Cardoso,
Declaração de Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/ Coordenadores, da Escola Secundária Camões.



Lista do Movimento Escola Pública
http://movimentoescolapublica.blogspot.com/


• EB 2/3 Leça da Palmeira
• Escola BI/JI do Couço
• Agrupamento Vertical de Escolas D. Martinho de Castelo Branco (Portimão)
• Escola Secundária da Maia
• Escola Secundária de Severim de Faria (Évora)
• Escola Secundária de Camões (Lisboa)
• Escola Secundária Avelar Brotero
• Agrupamento de Escolas de Sequeira, Guarda
• Agrupamento de Escolas de Vale do Tamel
• Agrupamento Vertical de Escolas de Palmela
• Agrupamento de Escolas Conde de Ourém
• Escola Secundária Ferreira de Castro
• Agrupamento de Escolas Barbosa du Bocage - Setúbal
• Escola dos Casquilhos (Barreiro)
• Escola Secundária de Vila Verde
• Agrupamento de Escolas de S.Julião da Barra
• Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo, Leiria
• Escola Fernando Lopes-Graça (Parede)
• Agrupamento de Escolas Lousada Oeste
• Escola Secundária de Miraflores
• Escola Secundária de Arganil
• EB 2/3 António Fernandes de Sá (Gervide)
• Agrupamento de Escolas Coura e Minho (Caminha)
• Agrupamento de Escolas Nuno Álvares Pereira (Camarate)
• E.B.2,3/Secundário de Celorico da Beira
• Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches de Penamacor
• Agrupamento de Escolas de Marrazes (Leiria)
• Escola Secundária de Albufeira
• Escola Básica 2/3 de Tortosendo
• Agrupamento de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves)
• Agrupamento Vertical de Escolas da Senhora da Ora
• Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida (Abrantes)
• Escola Secundária Emídio Navarro (Viseu)
• Agrupamento de escolas de Aveiro
• Agrupamento Vertical de Escolas de Gueifães (Maia)
• Agrupamento de Aristides de Sousa Mendes (Póvoa de Santa Iria)
• Agrupamento de Escolas de Pedro de Santarém (Lisboa)
• Agrupamento de Escolas de Vila do Bispo
• Escola Secundária com 3ª CEB Madeira Torres (Torres Vedras)
• Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Santo André
• Escola Secundária Campos-Melo (Covilhã)
• Agrupamento de Escolas António José de Almeida (Penacova)
• Agrupamento de Escolas nº1 de Beja – Santa Maria
• Agrupamento D.Manuel Faria e Sousa (Felgueiras)
• Escola Secundária Ferreira Dias (Cacém)
• Escola Secundária Rio Tinto
• Agrupamento de Escolas de Alvide (Cascais)
• Escola Secundária de Montemor-o-Novo
• Escola Secundária D.Manuel Martins (Setúbal)
• Escola Secundária do Monte da Caparica
• Agrupamento de Escolas de Maceira
• Agrupamento de Escolas D. Carlos I
• Escola Secundária/3 Raínha Santa Isabel, Extremoz
• Agrupamento de Escolas José maria dos Santos, Pinhal Novo
• Escola Secundária/3 de Barcelinhos
• Escola Secundária Augusto Gomes Matosinhos
• Agrupamento de Escolas de Ovar
• Escola de Eugénio de Castro (Coimbra)
• Escola Secundária D.João II (Setúbal)
• Professores de Chaves
• Agrupamento de Ourique
• Agrupamento de Escolas de Aradas (Aveiro)
• Escola Secundária Jaime Magalhães Lima (Aveiro)
• Agrupamento de Armação de Pêra
• Escola Alice Gouveia (Coimbra)
• Escola Secundária da Amadora
• Agrupamento Vertical Clara de Resende (Porto)
• Escola de Arraiolos
• Escola Secundária Dr. Júlio Martins (Chaves)
• Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
• Agrupamento de Escolas de Vouzela
• Agrupamento de Escolas do Forte da Casa
• Escola Secundária Camilo Castelo Branco (Vila Real)
• Escola Secundária da Amora
• Escola EB 2,3 Dr. Rui Grácio
• Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão
• Escola Manuel da Fonseca de Santiago do Cacém

Lista do Movimento Mobilização e Unidade dos professores
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/

ESCOLAS NA VANGUARDA DA RESISTÊNCIA

LISTA ACTUALIZADA:
Agrupamento de Escolas António José De Almeida -Penacova
Agrupamento de Escolas Aristides de Sousa Mendes - Póvoa de Santa Iria
Agrupamento de Escolas Clara de Resende - Porto
Agrupamento de Escolas Conde de Ourém – Ourém
Agrupamento de Escolas Coura e Minho - Caminha
Agrupamento de Escolas D. Carlos I - Resende
Agrupamento de Escolas D. Carlos I - Sintra
Agrupamento de Escolas D. Manuel de Faria e Sousa – Felgueiras
Agrupamento de Escolas D. Martinho C. Branco - Portimão
Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida – Abrantes
Agrupamento de Escolas da Maceira – Leiria
Agrupamento de Escolas de Alvide - Cascais
Agrupamento de Escolas de Aradas - Aveiro
Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra - Algarve
Agrupamento de Escolas de Aveiro
Agrupamento de Escolas de Castro Daire
Agrupamento de Escolas de Forte da Casa - Lisboa
Agrupamento de Escolas de Lousada Oeste
Agrupamento de Escolas de Marrazes - Leiria
Agrupamento de Escolas de Ourique - Alentejo
Agrupamento de Escolas de Ovar
Agrupamento de Escolas de S. Julião Da Barra - Oeiras
Agrupamento de Escolas de Vila do Bispo - Algarve
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Santo André - Santiago do Cacém
Agrupamento de Escolas de Vouzela
Agrupamento de Escolas Dra. Maria Alice Gouveia
Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos - Pinhal Novo
Agrupamento de Escolas Nº1-Beja
Agrupamento de Escolas Nuno Álvares Pereira – Camarate
Agrupamento de escolas Pedro de Santarém - Lisboa
Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches – Penamacor
Agrupamento Vertical Clara de Resende - Porto
Agrupamento Vertical da Senhora da Hora - Porto
Agrupamento Vertical de Escolas de Gueifães – Maia
Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues – Silves
Agrupamento Vertical Escolas de Azeitão
Comunicado Conjunto de Alguns Executivos para a DREC
Declaração da Demissão de Avaliador do Prof. José Maria Barbosa Cardoso
Departamento de Expressões da Escola Eugénio de Castro - Coimbra
Departamento de Expressões da Escola Secundária Filipa de Vilhena - Porto
Departamento de História, Filosofia e E.M:R. da Escola Secundária de Odivelas
Escola Alice Gouveia - Coimbra
Escola Básica 1 de Santa Maria de Beja - Demissão do Conselho Executivo e de todos os Órgãos intermédios
Escola Básica 2, 3 da Abelheira - Viana do Castelo
Escola Básica 2, 3 Frei Bartolomeu dos Mártires - em Viana do Castelo
Escola Básica 2,3/Secundário de Celorico da Beira
Escola Básica 2/3 António Fernandes de Sá - Gervide
Escola Básica 2/3 de Tortosendo
Escola Básica 2/3 de Lijó
Escola Básica Frei André da Veiga - Santiago do Cacém
Escola de Arraiolos
Escola EB23 Dr. Rui Grácio - Sintra
Escola Eugénio de Castro - Coimbra
Escola Fernando Lopes-Graça, Parede - Cascais
Escola Jaime Magalhães Lima - Aveiro
Escola Martim de Freitas - Coimbra
Escola Secundária Alcaides de Faria - Barcelos
Escola Secundária André de Gouveia
Escola Secundária Augusto Gomes - Matosinhos
Escola Secundária Avelar Brotero - Coimbra
Escola secundária c/ 3ª ciclo Camilo Castelo Branco - Vila Real
Escola Secundária c/ 3ª ciclo Manuel da Fonseca - Santiago do Cacém
Escola Secundária c/ 3º CEB Madeira Torres - Torres Vedras
Escola Secundária c/ 3º ciclo de Barcelinhos
Escola Secundária c/ 3º Ciclo de Madeira Torres - Torres Vedras
Escola Secundária c/ 3º ciclo Rainha Santa Isabel - Estremoz
Escola Secundária Camões - Lisboa (Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/Coordenadores)
Escola Secundária Campos-Melo - Covilhã
Escola Secundária D. João II - Setúbal
Escola Secundária da Amadora
Escola Secundária da Amora
Escola Secundária de Albufeira - Algarve (Abaixo-assinado)
Escola Secundária de Arganil
Escola Secundária de Camões - Lisboa (Declaração de Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/ Coordenadores)
Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo - Leiria
Escola Secundária de Miraflores - Oeiras
Escola Secundária de Montemor-o-Novo
Escola Secundária de S. Pedro - Vila Real
Escola Secundária de Sebastião da Gama - Setúbal
Escola Secundária de Vila Verde
Escola Secundária Dom Manuel Martins - Setúbal
Escola Secundária Dona Maria - Coimbra
Escola Secundária Dr. Júlio Martins - Aveiro
Escola Secundária Emídio Navarro - Viseu
Escola Secundária Ferreira de Castro
Escola Secundária Ferreira Dias - Santiago do Cacém
Escola Secundária Infanta D. Maria – Coimbra
Escola Secundária Jaime Magalhães Lima / Aveiro
Escola Secundária Martins Sarmento - Guimarães
Escola Secundária Monte da Caparica - Lisboa
Escola Secundária Montemor-o-Novo
Escola Secundária Rio Tinto
Escola Secundária Seomara da Costa Primo - Amadora
Escola Secundária Severim de Faria
Escola Secundária/3 De Barcelinhos (Conselho Pedagógico Suspende Avaliação)
Escolas do Concelho de Chaves (9 escolas)

A escola pública e o fordismo ( texto de Luís Filipe Torgal)

A nova escola pública é hoje uma empresa gerida por muitos tecnocratas alinhados com a actual ordem política e equipada por operários que se desejam amanuenses servis e catequizados na alegada única ideologia vigente.

A escola pública morreu, enquanto espaço democrático multifacetado (e idealista) de instrução científica e artística e de formação cívica - já o proclamei aqui algumas vezes. Foi abruptamente estilhaçada pelo maremoto das desconexas e demagógicas ordenações socratistas de 2008: novo estatuto do aluno, nova lei sobre o ensino especial, novo regulamento de avaliação de desempenho docente e novo modelo de gestão escolar. Foi desacreditada pela propaganda do Ministério e da ministra que a tutelam e caiu em desgraça junto da opinião pública. Foi tomada por demasiados candidatos a futuros directores escolares embevecidos pelos decálogos de José Sócrates e inebriados pelas cartilhas sobre as dinâmicas de gestão empresarial no mundo neoliberal - afinal, as mesmas cartilhas que agora puseram o mundo à beira do caos. Foi pervertida pela imposição, por parte do Ministério da Educação, de um sistema burocrático kafkiano que visa obrigar os professores a fabricarem um sucesso educativo ilusório. Foi adulterada por alguns professores pragmáticos ou desprovidos de consciência crítica, os quais exibem a sua diligente e refinada burocracia como arma de arremesso para camuflar as suas limitações científicas, pedagógicas e culturais. E, neste momento, quando estão a constituir-se nas escolas os conselhos gerais transitórios, está a ser vítima de um já previsível mas intolerável processo de politização (no sentido mais pejorativo da palavra). Tal processo é dirigido por forças que em muitos casos se mantiveram durante anos alheados dos grandes problemas das escolas, mas que na actual conjuntura encaram estas instituições (outrora) educativas como tribunas privilegiadas para servirem maquiavélicos interesses de poder pessoal e/ou de carácter político-partidário.

A nova escola pública que está a emergir é uma farsa. Tornou-se um território deveras movediço, onde reina uma desmedida conflitualidade (e competitividade) social e política e uma grotesca e insuperável contradição entre os conceitos de "escola inclusiva" e de "pedagogia diferenciada". Nesta instituição naufragaram, entretanto, num conspurcado lamaçal, os nobres ideais instrutivos e formativos. O prodigioso computador portátil "Magalhães", ofertado em grande escala, numa operação de marketing à americana, a alunos do 1.º ciclo que cada vez sabem menos de Português ou Matemática e utilizam os computadores somente para simples divertimento, é, de resto, o mais recente exemplo do sentido irreal e burlesco das prioridades deste sistema educativo.

A nova escola pública é hoje uma empresa gerida por muitos tecnocratas alinhados com a actual ordem política, e equipada por operários que se desejam amanuenses servis e catequizados na alegada única ideologia vigente (a qual - agora já todos o sabemos - se encontra manifestamente em crise de final de ciclo). A verdadeira função desta espécie de mal engendrada e desalmada linha de montagem é produzir, automaticamente, em massa, de forma acelerada, e a baixos custos, duvidosos produtos estandardizados. Esta nova escola é, afinal, um hino ao velho fordismo. O tal sistema aplicado por Henry Ford em 1908 que venerou o dinheiro como deus supremo do Homo sapiens sapiens e que projectou um mundo sublime, onde o Homem é castrado da sua capacidade cognitiva e coagido a demitir-se das suas quotidianas obrigações familiares bem como de outros cívicos desígnios sociais em nome do lucro desenfreado (de uns poucos), da sobrevivência, do consumismo e do hedonismo desregrados. Aquele sistema perfeito superiormente ironizado por Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) ou por Charlie Chaplin (Tempos Modernos), nos anos 30 do século XX, que está agora no epicentro de mais um superlativo "tsunami" económico e financeiro de consequências imprevisíveis para a humanidade; "tsunami" esse cujas causas são reincidentes e estão bem diagnosticadas. Enfim, aquele implacável sistema materialista mecanicista e "darwinista", que hoje transcende o sector secundário para atingir muitos serviços do sector terciário, e cujo modo de vida o escritor americano de ascendência portuguesa John dos Passos também satirizou, numa obra datada dos mesmos anos 30 (O Grande Capital), com estas antológicas palavras: "quinze minutos para almoçar, três para ir à casa de banho; por toda a parte a aceleração taylorizada: baixar, ajustar o berbequim, acertar a porca, apertar o parafuso. Baixar-ajustar o berbequim-acertar a porca-apertar o parafuso. Baixarajustaroberbequimacertaraporcaapertaroparafuso, até que a última parcela de vida tenha sido aspirada pela produção e que os operários voltem à noite a casa, trémulos, lívidos e completamente extenuados".

"Porreiro pá!" Mas, pá, será esta a escola e o mundo que nós desejamos para os nossos alunos, para os nossos filhos?

Texto retirado
daqui

O chumbo do bom aluno - um texto de Carlos Fiolhais sobre o crescente fosso entre ricos e pobres em Portugal

Uma auto-avaliação é sempre uma avaliação incompleta pois um bom aluno só o é, de facto, se for examinado externamente e se, em comparação directa com os outros, não se sair mal da prova. Pois Portugal, tantas vezes chamado “bom aluno”, não se tem saído airosamente de algumas provas internacionais em que tem entrado.

Dois relatórios internacionais sobre a desigualdade social recentemente publicados, um mais abrangente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outro mais restrito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), não classificam bem as políticas sociais do nosso país ao longo dos últimos vinte anos. Ambos convergem em classificar Portugal no grupo de países onde as desigualdades entre ricos e pobres são maiores. O estudo da OIT (“Desigualdades de rendimentos na era da globalização financeira”) mostra que o fosso entre os mais ricos e os mais pobres tem vindo a aumentar sistematicamente ao longo dos últimos anos (que não tem necessariamente de ser assim é exemplificado pelo caso de Espanha, onde o fosso tem diminuído). Por outro lado, o estudo da OCDE (“Crescimento desigual?”) coloca-nos em terceiro lugar numa tabela de desigualdade social, apenas batidos pelo México e pela Turquia, e logo antes dos Estados Unidos, que são bem desiguais. Como se tal fosse pouco, o mesmo estudo faz-nos uma menção especial, ao afirmar que a média dos dez por cento mais pobres do Reino Unido ganha mais do que o português médio. Claro que os portugueses ricos ou da classe média alta que viajam a Londres já sabiam isso e os autóctones que vêem a “working class” inglesa vir de férias ao “Allgarve” também já sabiam isso, mas agora todos sabem.

São más notícias não para este ou aquele governo em particular, mas para o conjunto dos governos, do PS ou do PSD, que se têm sucedido nas últimas duas décadas. É certo que eles propuseram ou mantiveram algumas políticas com preocupação social, como a do rendimento mínimo garantido, mas estas têm-se revelado claramente insuficientes para debelar um problema que parece ser estrutural. Mesmo com o rendimento mínimo, a pobreza parece estar garantida, parece um destino.

À margem do relatório da OCDE, o Professor Anthony Atkinson, da Universidade de Oxford, comentou as respectivas conclusões, lembrando que estamos a viver uma crise mundial, uma crise que não é só em “Wall Street”, mas também em “all streets”:

“A recessão – se se confirmar – não será uma boa notícia para todos os que estão nas margens da força laboral (...) Há uma mensagem política. Os orçamentos dos governos estão sob stress, mas os cidadãos estão à espera de que, se há fundos para salvar os bancos, então os governos podem subsidiar benefícios para o desemprego e para o emprego. Se os governos podem ser credores de último recurso, então gostaríamos de os ver como empregadores de último recurso. Falando claro, os governos têm de entrar em acção tal como Roosevelt fez na Grande Depressão”.

Não há o risco de os liberais ou neo-liberais aparecerem a protestar porque eles andam desaparecidos em parte incerta... As medidas para os governos combaterem o desemprego terão de ser dirigidas principalmente aos mais novos, porque, segundo os ditos relatórios, são eles os mais ameaçados pela pobreza. Os pobres mais recentes não são os velhos mas as crianças e jovens. Em particular, a desqualificação dos nossos jovens – culpa em larga medida de um sistema educativo iníquo - é um problema que clama por solução urgente. Será que podemos fazer isso? Sim, podemos. “O destino não é uma questão de sorte – é uma questão de escolha. Não é algo para ser esperado - é algo para ser conseguido”. Quem o disse não foi Barack Obama, foi William Jenning Bryan, um candidato do Partido Democrata três vezes derrotado à presidência dos Estados Unidos no dealbar do século XX. Bryan opunha-se com energia ao darwinismo social, ao triunfo dos mais ricos à custa dos mais pobres, o que, do outro lado do Atlântico como aqui, continua a ser um imperativo moral.


Retirado do excelente blogue:

Contra a espada de Dâmocles o meu grito de revolta! Unidade e luta é o caminho!

Texto de João Vasconcelos (*)
Retirado daqui

Sou membro do Conselho Nacional da Fenprof e também faço parte do Movimento Escola Pública pela Igualdade e Democracia. Mas acima de tudo sou um modesto professor. Um professor que discordou – tal como todos os professores do meu Agrupamento que reuniram no Dia D - do Memorando de Entendimento assinado entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical de Professores. E porquê? As razões encontram-se expostas num artigo que escrevi no passado dia 14 de Abril (antes do Dia D, 15 de Abril e em que a Plataforma já anunciara que aceitava o Memorando). Este artigo, com o título “Vitória Pírrica?”, circulou pelos blogues e até motivou a criação do blogue http://fenixvermelha.blogspot.com/, (aqui se encontra como 1º artigo), perante o grande descontentamento e revolta face à previsível assinatura do memorando. Na reunião do Conselho Nacional da Fenprof, de Junho, continuei a discordar do acordo e, a realidade dos últimos desenvolvimentos – com apenas um mês de aulas – estão a provar a justeza das minhas posições (e de todos aqueles que não aceitaram o memorando, um pouco por todo o país).

Escrevi em “Vitória Pírrica?” que o «Memorando (…) se transformará numa grande vitória de Sócrates e da Ministra e numa profunda e dramática derrota dos professores, se estes não continuarem vigilantes e mobilizados. Afinal o que se conseguiu com o Memorando? Muito pouco, tendo em conta que vieram 100 mil professores para a rua. A Marcha da Indignação do passado dia 8 de Março é a prova provada do descontentamento e da revolta de uma classe profissional como nunca se viu neste país. E tudo levava a crer que os professores estavam dispostos a continuar uma luta que só agora a iniciaram em força. Ficamos com um sentimento de vazio e com uma sensação de que era possível ir muito mais além. Conseguiram os professores uma vitória pírrica? Se assim foi, vão ser, nos próximos tempos, inevitável e clamorosamente derrotados. E a Escola Pública vai ser, inexoravelmente destruída».

Efectivamente, digo e reafirmo hoje que os professores conseguiram “uma mão cheia de nada” e a questão central – esta avaliação de desempenho - apenas foi protelada no tempo. Com uma agravante: bem muito pior do que julgou a Plataforma Sindical. Passou apenas um mês de aulas e os docentes estão fartos, já não aguentam mais. Tal como no início do ano, a sua revolta surda sente-se e ouve-se nas escolas e vai explodir de novo. É por isso cedo para Sócrates e a Maria de Lurdes cantarem vitória, pois os professores vão mobilizar-se de novo e voltar à rua, não obstante ter sido assinado um Memorando de entendimento. A próxima vitória não poderá ser à moda de Pirro – as consequências para a classe docente seriam desastrosas.

Voltando ao artigo, sublinhava a dado passo: «Só nos meses de Junho e Julho de 2009 – como prevê o Memorando – é que haverá ‘um processo negocial com as organizações sindicais, com vista à introdução de eventuais modificações ou alterações’ do modelo. Mas então não se trata de um modelo de avaliação altamente burocrático, injusto, punitivo, subjectivo, arbitrário, economicista, quer vai manter as quotas e assente numa estrutura de carreira dividida em duas categorias? É este o cerne da questão – o Estatuto da Carreira Docente tem de ser revisto, alterado, revogado e os professores jamais poderão aceitar estarem divididos, de forma arbitrária, em duas categorias. O grito dos professores mais ouvido foi: ‘categoria só há uma, a de professor e mais nenhuma’. Disto não podemos abdicar».

Reafirmo que aqui reside o cerne da questão – trata-se de um modelo de avaliação que divide os docentes em duas categorias e que é economicista, punitivo, subjectivo, arbitrário, injusto e terrivelmente burocratizado. Veja-se o que está a acontecer nas nossas escolas – são reuniões e mais reuniões, grelhas para tudo e para nada, objectivos individuais que não têm ponta por onde se pegue, mais instrumentos para isto e para aquilo, são os inúmeros planos de aula, as aulas assistidas por titulares com formação científica diferente dos assistidos, é o receio da não obtenção de créditos e a penalização daí decorrente, é a conflitualidade nas escolas a aumentar (e infelizmente há sempre os mais papistas que o Papa). São medidas que não promovem a melhoria pedagógica e científica, antes pelo contrário e que visam o controlo administrativo dos professores e a proibição de ascenderem ao topo da carreira. É a Espada de Dâmocles que se encontra suspensa sobre a cabeça dos professores e educadores deste país. Nunca, em caso algum, a Plataforma Sindical –e em particular a Fenprof, como a estrutura sindical mais representativa da classe docente – devia ter assinado um acordo que contemplasse a manutenção do actual ECD. E os professores estavam dispostos a continuar com a luta.

Concluía em “Vitória Pírrica?” que os professores «terão de continuar a lutar (…), mostrando à Plataforma Sindical que é possível obter conquistas bem mais significativas (…). A Plataforma deverá continuar a manter a unidade e continuar a ser a porta-voz dos anseios e reivindicações dos professores. Um passo precipitado ou mal calculado poderá deitar tudo a perder, depois será tarde demais para voltar atrás. Por mim não assinava o acordo e continuava com a luta. Há razões muito fortes para tal. Temos a força de 100 mil professores na rua. Este é o nosso ponto forte e, simultaneamente, o ponto fraco de Sócrates, de Maria de Lurdes e do governo».

Os 100 mil professores que protagonizaram a Marcha da Indignação no passado dia 8 de Março nas ruas de Lisboa, responderam em uníssono aos apelos dos Sindicatos e dos Movimentos. A unidade foi a razão da nossa força e todos compreenderam isso. Cometeu-se um erro com a assinatura do Memorando. Mas tudo isto pode ser ultrapassável continuando a apostar na unidade e de novo na luta. Um novo passo errado acarretará, certamente, consequências desastrosas para o movimento docente e para a Escola Pública, que perdurará por largos anos. Respondendo aos anseios, aspirações e revolta dos professores alguns Movimentos convocaram uma manifestação nacional, para Lisboa, dia 15 de Novembro. Mais uma vez os Movimentos se anteciparam aos Sindicatos, não havendo nenhum mal nisto. Já não vivemos nos séculos XIX e XX, a vida mudou, os tempos são outros – só não mudou a exploração e a opressão dos poderosos sobre os mais fracos, antes agravou-se. E os Movimentos hoje fazem parte da vida e das lutas dos Povos. Assim como os Sindicatos continuam a ser imprescindíveis – quem não compreender isto não percebe a realidade onde se movimenta.

A divisão será o pior se acontecer no seio dos professores e em nada acrescentam as declarações anti-sindicais ou anti-movimentos. Todos fazemos falta, tal como aconteceu no passado dia 8 de Março. Quem protagonizar a divisão só irá dar mais força a um governo que despreza, massacra e procura destruir a classe docente e a Escola Pública e, será meio caminho andado para, mais cedo do que espera, ficar arredado da marcha inexorável da História.

O meu apelo é para que todos se entendam – Sindicatos e Movimentos de Professores – chegando a um consenso para a realização, em conjunto, de uma poderosa Manifestação Nacional no mês de Novembro. Condição indispensável para a obtenção da vitória. Os professores irão provar que têm voz e que têm força. Entendimento sim, mas desde que se aniquile o “monstro” (esta avaliação de desempenho e o ECD). Caso contrário, seremos devorados. Contra a “Espada de Dâmocles” o meu grito de revolta! Unidade e luta é o caminho!

(*) Membro do Conselho Nacional da Fenprof, do Movimento Escola Pública e Delegado Sindical na Escola E. B. 2, 3 D. Martinho de Castelo Branco – Portimão"