1.7.08

A FAO, o produtivismo e os agrocombustíveis para o meu automóvel

Texto retirado de: http://ingenea.pegada.net/

PARTE I


Num discurso totalmente anacrónico, o Secretário-Geral da ONU anunciou hoje, na abertura da cimeira sobre segurança alimentar que decorre em Roma, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) que a solução para a crise alimentar global passa por um aumento da produção de alimentos. Como se pode ler no artigo do
Público, «a comunidade internacional deve apoiar os países que estão a ajudar os seus agricultores fornecendo-lhes sementes e fertilizantes, os dois factores de produção que mais repercutiram o aumento do preço do petróleo».

Este discurso assente na lógica produtivista apresenta dois problemas essenciais: por um lado não leva em consideração os principais factores de aumento dos preços dos alimentos; por outro lado promove uma solução baseada na produtividade e no apoio por “países desenvolvidos” que pode agravar o problema da fome e da subsistência das populações do Sul. Hoje começo por analisar o problema do aumento do preço dos alimentos.

O aumento do preço dos alimentos

Os principais factores de aumento dos preços dos alimentos parecem passar pela crescente procura de matérias primas assentes no uso do solo, por estratégias de especulação financeira e pela subida dos preços do petróleo, na opinião de vários analistas. Todos estes factores parecem convergir e interagir numa cadeia de interesses económicos e corporativos que passo a descrever.

O crescimento da procura de alimentos aparece relacionado com o consumo crescente nos países asiáticos de duas formas. Por um lado temos o crescimento populacional que contribui para o aumento do consumo total - e que aqui se reflecte também num aumento directo das necessidades endoenergéticas. Por outro lado, existe uma “ocidentalização” dos hábitos alimentares, com um aumento exponencial do consumo de carne em países que sempre tiveram uma dieta largamente vegetariana, contribuindo para um maior consumo per capita de cereais, usado para alimentar os animais. É importante distinguir ambas as exigências alimentares - um mau diagnóstico conduz geralmente a uma má solução. De um lado estão as necessidades alimentares básicas de uma população. Do outro está o resultado da exportação (ou mesmo imposição) de um modelo cultural e económico que faz disparar o consumo em sociedades que se mantiveram em equilíbrio durante milénios.

Outro factor que contribui para o aumento da procura é o súbito interesse nos biocombustíveis, que prefiro designar por agrocombustíveis no caso concreto da utilização de cultivos especificamente criados para fins energéticos. Este interesse vem motivado pela constante subida do preço do petróleo, em parte resultado dos conflitos e da escassez associada ao pico do petróleo, mas para o qual contribuem também mecanismos especulativos. Ora, os agrocombustíveis, ao criarem uma mais valia para um determinado uso do solo, vão necessariamente entrar em competição com usos para fins alimentares. Isso não tem nada que ver, como o presidente Lula e outros apóstolos nos querem fazer acreditar, com o facto de estarmos a falar de cultivos alimentares ou de cultivos com maior ou menor eficiência energética na produção de agrocombustíveis. O principal problema dos agrocombustíveis é que criam mais um factor de exclusão dos agricultores de subsistência e outros pequenos agricultores. Essa é aliás uma das principais conclusões de um relatório da FAO apresentado na cimeira, intitulado “Alimentando a exclusão? O ‘boom’ dos biocombustíveis e o acesso dos pobres à terra”.

Nada disto é novidade. Já assistimos a este tipo de dinâmicas desde há vários séculos quando o colonialismo permitiu que os impérios se apropriassem das melhores terras para o cultivo de cana-de-açúcar, cacau e café. Daí resultou a expulsão ou aniquilação de povos indígenas dos seus territórios ancestrais. Estes fenómenos continuaram até aos dias de hoje, onde temos o exemplo da soja, a alargar as suas fronteiras na Amazónia e a ocupar as melhores áreas de cultivo para abastecer os grandes consumidores de carne da Europa e da América do Norte. Também em Portugal este tipo de dinâmica teve lugar quando, duas décadas atrás, as empresas do sector da pasta e do papel, motivadas pelo aumento da procura de papel nos mercados internacionais e por subsídios à actividade, tentaram alugar ou adquirir todo o tipo de terras para a produção de eucalipto, criando vários conflitos com as populações locais, em particular com os pequenos agricultores e camponeses.

Sobre os factores de especulação dos mercados alimentares, tudo parece estar ligado a uma grande manobra do crescente complexo agro-industrial e energético, formado por empresas tais como a Monsanto, a DuPont-Pioneer, a Bayer, a Syngenta e a BP. É também importante notar que alguns dos principais mercados especulativos são os da energia. A questão dos agrocombustíveis não pode ser dissociado desta dinâmica. Porquê? Porque ao tornar os mercados agrícolas parte dos mercados energéticos, é evidente que passam a estar sujeitos às mesmas incontroláveis pressões financeiras que os investidores já exerciam sobre outras matérias primas com usos exoenergéticos. A subida de preços do petróleo abre caminho para o apoio político aos agrocombustíveis. E com a subida do preço dos alimentos, as empresas da agro-biotecnologia aproveitam o campo do desespero para profetizar as alegadas (mas não verificadas) altas produtividades dos transgénicos.

Se dúvidas subsistem sobre esta convergência de esforços do complexo agro-industrial-energético, sugiro uma visita ao site da BP DuPont BioFuels, que junta uma das maiores empresas químicas e agro-químicas, que adquiriu a maior empresa de sementes do mundo, incluindo transgénicas - a Pioneer, com uma das maiores petrolíferas. O objectivo é a produção de biobutanol em grande escala. No horizonte prevê-se a utilização de bactérias geneticamente modificadas no processo de degradação celulósica - parte da tão afamada segunda geração de biocombustíveis.


PARTE II

Na primeira parte deste artigo analisei a questão da produção de agrocombustíveis e a sua relação com a subida do preço dos alimentos. Nela participam poderosos lobbies do complexo agro-industrial e energético, que pretendem continuar a expansão do modelo produtivista da Revolução Verde, iniciado com a indústria agroquímica nos anos 40.

Hoje continuo a análise focando precisamente no paradigma produtivista da agricultura, que está na base da Revolução Verde. Aqui pretendo explorar as razões pelas quais considero anacrónico o discurso do Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon. Também pretendo demonstrar como este discurso, centrado num paradigma reducionista, coloca mais uma vez em vantagem os grandes interesses económicos ligados ao sector agrícola, em detrimento das populações rurais mais desfavorecidas e sem capacidade de integração no mercado global agro-exportador.

Liebig e a génese da indústria agroquímica

Em 1840, o químico Justus von Liebig’s publicou o livro “Química Orgânica e a sua aplicação à agricultura e fisiologia”. Esta obra foi a primeira a entender o papel que os nutrientes exercem no solo e a sua influência no crescimento das plantas. A partir dos trabalhos do botânico alemão Karl Sprengel, Liebig introduziu a Lei do Mínimo. Nela afirma que o crescimento das plantas não é controlado pelo total dos recursos disponíveis, mas sim pelo recurso mais escasso.

Esta teoria esteve na base do desenvolvimento da agroquímica e até hoje continua a ser o paradigma dominante, desde os centros de decisão política, até às áreas de investigação e tecnologia na agricultura.

Embora a contribuição de Liebig seja importante para a compreensão da importância dos nutrientes no solo, trata-se de uma visão bastante simplista da fisiologia vegetal. Por exemplo, a aplicação de azoto em excesso pode conduzir à sua lixiviação para lençóis freáticos, prejudicando a qualidade da água que vai ser usada para a irrigação dos cultivos. O desenvolvimento de várias espécies vegetais depende também da proporção em que os nutrientes estão presentes. O tomate pode crescer bem em excesso de azoto relativamente ao fósforo, mas não produz frutos.

Contudo, dos vários aspectos ignorados pelo reducionismo de Leibniz, aquela que me parece mais importante prende-se com os ciclos de nutrientes e energia.

A destruição dos fluxos circulares de materiais e energia

A quantidade de elementos químicos presentes no planeta, salvo algumas excepções, é constante. Assim, ao removermos um elemento de uma localização, este deixa de estar disponível nesse local ou nessa forma. A única forma de contornar esta perda e dissipação dos nutrientes é aplicando energia - tal como descreve o conceito de entropia associado à 2ª Lei da Termodinâmica. Esta energia pode ser endossomática - por exemplo os nossos braços - ou exossomática - caso de fontes de energia externa como o petróleo, o carvão ou o Sol.
As práticas agrícolas tradicionais sempre foram muito intensivas do ponto de vista do trabalho humano. Na ausência de agroquímicos, tem sido a mão do Homem (ou a força de outros animais) que realiza a árdua tarefa de fechar os ciclos de nutrientes. A procura deste equilíbrio desenvolveu práticas como a compostagem de matéria orgânica ou a adubação com estrume animal.

Há tempos, um amigo descreveu-me um caso muito interessante de degradação de estruturas sociais e ecológicas pela Revolução Verde. Nas Terras da Costa (junto à Costa de Caparica), há um problema de poluição por nitratos das águas subterrâneas. Enquanto isso, a 100 metros de distância, na praia, o Instituto de Conservação da Natureza tenta pôr mão na actividade dos pescadores. O problema é que muito peixe sem valor comercial é deixado no areal, servindo de alimento às gaivotas que depois vão degradar a área protegida com os seus dejectos. O equilíbrio foi destruído, e porquê?

A razão está ligada ao aparecimento de agroquímicos a baixo custo. Antigamente, os agricultores das Terras da Costa compravam ou apanhavam o peixe que não interessava aos pescadores. Era o fertilizante por excelência das produtivas Terras da Costa. Agora, ninguém mais se dá ao trabalho de fazer isso, quando tem uma loja que lhe vende fertilizantes químicos a baixo custo. Resultado: poluição dos aquíferos e excesso de população de gaivotas.

Outro problema emerge desta destruição dos ciclos e das práticas que resultaram de uma longa coevolução entre o Homem e a Natureza. Esse problema é a origem e distância da fonte dos agroquímicos. Os fluxos de materiais e energia que sustentam a economia global são cada vez mais intensos e distantes. O que antigamente eram conjuntos de interacções cíclicas a uma escala local, transformam-se em fluxos lineares, que começam nas jazidas de petróleo do Médio Oriente para serem perdidos nos fertilizantes que lixiviam para os aquíferos da Costa de Caparica. Pelo caminho, eliminam redes sociais e equilíbrios que funcionavam em simbiose, em resultado de uma evolução e adaptação lenta e cuidada.

A destruição dos ciclos está ligada com um problema de tempo. Um dos problemas das economias capitalistas é a necessidade constante de acelerar os tempos de produção, ao que se associa a necessidade de novos territórios. No início do século XX, o radiologista Frederick Soddy verificou o antagonismo existente entre o tempo económico e o ritmo da Natureza, definido por tempos biológicos e geoquímicos. O tempo económico, particularmente no sistema capitalista, tem um ritmo rápido, definido pelos fluxos de capitais e pelas taxas de juros. Esta velocidade conduz a uma destruição irreversível da Natureza e de culturas que valorizam de maneira diferente os seus recursos [1]. A transformação dos alimentos em comodidades com um valor monetário, alcançando espaços culturais onde isso nunca teve lugar, abre caminho para a sobreposição dos tempos ecológicos e culturais pelo tempo económico.

Trabalho ou energia fóssil?

A “Revolução Verde” veio colocar um ponto final em práticas menos apetecíveis e simplificar o trabalho agrícola. Ao tornar acessível a baixo custo fertilizantes, pesticidas e maquinaria, transformou aquilo que era trabalho para muitas mãos e patas, no motor de um tractor ou avião. A energia endossomática é substituída por energia exossomática. Uma das consequência sociais mais óbvias é a redução do emprego no sector agrícola. Substituímos as pessoas por petróleo e contribuimos para o abandono rural.

Neste momento, as Nações Unidas estimam que 50% da população mundial já seja urbana. A previsão para 2030 é que este número suba para 80%. Isto vem associado a dois factores: de um lado, a procura de condições de vida mais favoráveis que os sectores da indústria e dos serviços prometem; do outro lado, a fuga de uma situação de ausência de trabalho e desapropriação de terras, criadas por modelos de exportação de alimentos para os centros económicos. Forma-se assim um hiperciclo (ou ciclo vicioso): mais pessoas na cidade requerem mais alimentos, transportados de distâncias cada vez maiores e em modos de produção cada vez mais concentrados que permitem beneficiar de economias de escala.

Podíamos aqui contra-argumentar que todos têm direito a uma vida mais simples e cómoda, no campo ou nas cidades e que a Revolução Verde teria contribuído nesse sentido. Esse raciocínio estaria correcto se a maioria das pessoas que se deslocam para as cidades tivesse realmente uma maior felicidade ou melhores condições de vida. Podemos tirar algumas ilações do que significa a expansão de mega-cidades em que proliferam bairros da lata e favelas habitados por cidadãos desfavorecidos e sem oportunidades. Afastados da sua cultura rural, são vítimas sem rumo dos acelerados tempos da economia capitalista.

Um pouco por todo o mundo, mas com mais vigor nas regiões economicamente desfavorecidas do globo, como a América Latina, a África ou o Sudoeste Asiático, movimentos de camponeses caminham contra o modelo agrícola imposto pela Revolução Verde (é o caso do movimento internacional Via Campesina). Lutam também contra a desapropriação de terras de que são alvo, uma consequência da valorização económica das melhores terras agrícolas. A agricultura industrial, que produz cultivos de elevado valor económico (mesmo que sirvam apenas para encher os depósitos de combustível de alguns automóveis), desapropria todos aqueles que, ao longo de milhares de anos desenvolveram um modelo cultural baseado numa agricultura familiar. A agricultura familiar perde, a cada dia, mais um espaço para (sobre)viver. A família tem que ir para a cidade.

Onde está a produtividade?

Ainda pouco foi dito até agora sobre o conceito de produtividade. Podemos até ignorar tudo o resto e focar-nos na seguinte questão: há realmente um aumento de produtividade decorrente da Revolução Verde? E se na Natureza nada se perde e tudo se transforma, o que contribui então para o aumento de produtividade?

Análises energéticas integradas, que têm em conta diferentes escalas geográficas e temporais (por exemplo as análises do economista agrícola Mario Giampietro [2]), mostram que não existem cenários win-win. Não há melhorias absolutas decorrentes de políticas ou mudanças tecnológicas. Não podemos esperar aumentar a produção numa parcela de terra sem ter retirado energia para a alcançar de alguma outra parte. Os cálculos convencionais da produtividade agrícola, que são usados para justificar a utilização de mais agroquímicos e tecnologia na agricultura, não têm em conta aspectos relacionados com a contaminação química, a erosão genética e os fluxos de materiais e energia. Mas as leis da termodinâmica dizem-nos que há sempre alguma coisa que se perde, para que se possa ganhar.

A agricultura mais produtiva, quando olhamos para a escala global, deve então ser aquela que consegue ter os melhores rácios de input/output. Isto é, onde eu ponho menos energia - em particular energia exógena -, para retirar mais. Esse não é, nem de perto, o caso do modelo agrícola da Revolução Verde. A agricultura nos Estados Unidos, por exemplo, tem um rácio input/output de 1,15, segundo um estudo de 1994 realizado por Giampietro e Pimentel. Isto significa que para produzir 1,15 kcal de alimentos, temos que usar 1 kcal de energia fóssil. Se incluirmos a energia necessária para os alimentos chegarem até à casa do cidadão médio norte-americano, o valor sobe para 10 kcal necessárias por cada 1 kcal fora gastos energéticos com a confecção dos alimentos [3].

Face a estes dados, estamos então perante políticas surrealistas dos líderes nacionais e globais. Enquanto de um lado o pico do petróleo espalha o terror com uma escalada de preços, do outro lado estão os políticos deste mundo ao lado das agroquímicas a pedir que se façam mais fertilizantes químicos e pesticidas para acelerar a produção agrícola! Que se façam transferências de uma tecnologia que conduziu os países desenvolvidos a uma total ineficiência energética na produção alimentar. E nem vou falar aqui do pico do fósforo [4,5], nutriente que é extraído a um ritmo cada vez maior das minas de fosfato e para o qual não existe substituto na agricultura…

Talvez tenha chegado a hora de nos habituarmos de vez a gastar menos dinheiro a encher o depósito do automóvel. O dinheiro que poupamos, podemos investir em produtos agrícolas mais caros, mas mais ecológicos e pagos a um preço justo para aqueles que os produzem. Os únicos reais vencedores do caminho que temos seguido até agora são as grandes multinacionais agroquímicas, que puderam com a Revolução Verde encontrar novos mercados para a continuada expansão do seu poder após o final da II Guerra Mundial. A principal vítima: a soberania alimentar e o direito dos povos a produzir os seus alimentos. A mesma vítima das propostas de transferência de tecnologia e aumentos de produtividade feitas pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.

Ministério do Ambiente autoriza experiências com transgénicos em área protegida !!!

Texto retirado de: http://ingenea.pegada.net/

Pela primeira vez desde que foi levantada a moratória ao cultivo de transgénicos (em 2003), o Ministério do Ambiente, através da Agência Portuguesa do Ambiente, autorizou o cultivo experimental de transgénicos em território português.

Estas autorizações colocam em risco a saúde pública e o ambiente e facilmente escapam ao controlo. Mesmo com os supostos controlos apertados que o Ministério do Ambiente quer fazer-nos crer que tem, a contaminação é incontrolável. Prova disso são os casos do arroz Liberty Link nos Estados Unidos ou, mais recentemente, o da colza na Bélgica. Em ambos os casos, não se consegue descobrir a verdadeira causa da contaminação das variedades convencionais, mas que ela acontece, acontece. E em países com sistemas de monitorização e controlo que historicamente são bem mais eficazes que os aplicados pelos nossos governos.

Esta aprovação torna-se ainda mais grave quando um dos locais aprovados - Monforte - está situado em plena Rede Natura. Ora, se por um lado se coloca uma área sob um regime de protecção devido à importância da sua biodiversidade, qual o sentido de, por outro lado se ignorar qualquer princípio da precaução e se aprovar uma experiência tecnológica que apresenta riscos indeterminados?

Em Ferreira do Alentejo a situação também não foi transparente, como aliás tem sido prática recorrente deste Governo em tudo o que diz respeito aos transgénicos. Aí, a Câmara Municipal não dispunha da documentação necessária para a realização do processo de consulta pública, como foi comprovado pela Plataforma Transgénicos Fora.

Também eu participei no processo de consulta pública e sei de pelo menos várias dezenas de pessoas que manifestaram a sua oposição ao cultivo, pelas mais variadas razões. No entanto, mais uma vez se provou que este processo apenas serve para burro ver. Nem um relatório da consulta pública foi emitido, onde eu posso pelo menos ver quantas pessoas se manifestaram contra ou a favor e quais os motivos apresentados. Para este Governo, a consulta pública é apenas um aborrecido trâmite burocrático e não um exercício de cidadania essencial num estado democrático.

Quem beneficia então da aprovação de tais cultivos, para que a sua aprovação seja tão forçada e tão pouco transparente? Não será certamente o interesse nacional que é defendido. Certamente seria interessante conhecer quais as manobras e influências que o sector da agrobiotecnologia tem neste governo. De facto, não parecem ser poucas. Desde o caso de Silves, o Ministro da Agricultura tem sido um efusivo apóstolo público dos transgénicos, negando toda e qualquer evidência de riscos e problemas com esta tecnologia…

Debate sobre o passado e o presente do anarquismo na sociedade portuguesa com o historiador Paulo Guimarães (dia 4 de Julho às 18:30. na Crew Hassan)


Antes do debate/c0nversa vai haver às 16h. na mesma tarde uma concentração onde ocorreu o atentado a Salazar (Avenida Barbosa du Bocage, transversal da Avenida da República)




DEBATE/CONVERSA – 4 JULHO/18:30/CREW HASSAN, Lisboa

ANARQUISMO NA SOCIEDADE PORTUGUESA: passado e presente

Depois do fracasso da greve geral do 18 Janeiro de 1934, na tentativa de restabelecer as liberdades sindicais e civis, com as prisões repletas de militantes, muitos na clandestinidade, outros exilados, poucas opções de lutar estavam aos militantes anarquistas na batalha contra o fascismo Salazarista.
Foi então que em último recurso um grupo de anarco-sindicalistas, entre eles Emídio Santana, planeou um atentado contra Salazar. O dia foi o 4 de Julho de 1937. Este terá sido talvez o último acto de significado socialmente profundo do anarquismo em Portugal.
Aproveitando a data do acontecimento, a Alternativa Libertária promove uma sessão sobre a história do anarquismo português, tendo como convidado o historiador Paulo Guimarães. Com esta sessão pretende-se não só recuperar a memória histórica do anarquismo em Portugal, como também engendrar uma discussão sobre as causas/motivos do desaparecimento do mesmo em termos sociais/políticos/sindicalista e enquanto um projecto de organização social em oposição ao capitalismo.
Quais as razões do desaparecimento do anarquismo como ferramenta de luta social?
Quais os passos errados dos próprios anarquistas? Quase 70 anos não é demasiado tempo de hiato em termos de uma falta de perspectiva social do anarquismo, estranhamente quando do lado de lá da fronteira ele nunca perdeu força e até cresce? O que falta e tem faltado? Estas são várias das perguntas possíveis, certamente haverá mais a colocar.

O acto decorrerá a partir das 18.30h na Crew Hassan no dia 4 de Julho de 2008, Sexta-Feira.

Tertúlia sobre o livro «Be the change you want to see» de Pedro Jorge Pereira na sede da Campo Aberto ( dia 2 de Julho às 21:30)


A história e histórias em torno do livro “Be the Change you want to see”
(frase de Gandhi: seja você mesmo a mudança que deseja para o mundo)

Ou a história de como uma experiência de voluntariado ecológico nos pode permitir descobrir as ecotopias que estão a lançar as sementes de uma nova humanidade


O livro estará disponível para venda




INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Em 2004 Pedro Jorge Pereira foi voluntário do SVE - Serviço de Voluntariado Europeu (através do Programa Juventude da União Europeia) em Permalot, um inovador projecto ecológico nas montanhas da Morávia, perto de Olomouc, República Checa. Permalot é uma iniciativa de Eco-Aldeias e nesse projecto teve a oportunidade de desenvolver diversas actividades relacionadas com desenvolvimento sustentável em zonas rurais, nomeadamente: Eco-turismo, Reconversão
de terrenos para agricultura biológica ou orgânica, Permacultura, Eco- construção, etc.

Na sequência desta experiência editou e publicou, através do Programa Capital Futuro do Programa Juventude, o livro “Be the change you want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância do voluntariado no mundo actual.

Blog do projecto:
http://thechange2004.blogspot.com/


Esse livro, e as histórias que delem fazem parte, assim como uma apresentação de várias imagens e conceitos desenvolvido em Permalot, são o ponto de partida para uma tertúlia em torno de temas como as Iniciativas de Eco-Aldeias, Permacultura, Agricultura Biológica ou
Orgânica, Voluntariado etc.
Sementes a germinar num planeta que actualmente caminha rumo a uma perigosa e preocupante crise ecológica global.

Autor

Pedro Jorge Pereira é, há vários anos, activista eco-social. Tem vindo a estar ligado a diversos projectos e a fazer parte de diversos movimentos e associações sobretudo de cariz ambientalista ou com projectos na área (Liga Portuguesa de Profilaxia Social, Quercus, MATP, Associação Animal, etc.).

Participou, juntamente com outros activistas, na criação do núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental – GAIA. No GAIA foi responsável pela organização de vários eventos, campanhas e actividades como encontros, conferências e sessões de educação ambiental.

Participou igualmente no Movimento Massa Crítica e em diversas iniciativas e plataformas conjuntas de ONG.

Tem vindo a enveredar, primordialmente, pela área da educação ambiental e criação de estilos de vida ecológicos como principais áreas de vocação e interesse, juntamente com a área da alimentação vegetariana e nutrição integral.

Blog do projecto de alimentação vegetariana natural Segredos da Horta:
http://segredosdahorta.blogspot.com/

É responsável pela publicação de diversos artigos e textos relacionados com diferentes assuntos, nomeadamente: Ecologismo, Ecologia Social, Direitos Humanos (1ºde Janeiro, Indymedia, Eco-
Portal, Boletim Erva Daninha) assim como pela redacção de diversos comunicados de imprensa.

“Acima de tudo, busco em mim, e em todos os seres que contacto, a mudança que desejo ver no mundo, uma mudança no sentido da espécie humana estar cada vez mais próxima da Mãe Natureza e, por inerência, mais perto de si mesma. Estou em crer que o tecnocentrismo e a
obsessão pelo lucro individualista, dogmas centrais no pensamento neoliberal vigente, algumas das principais razões para a grave crise ecológica e social que vivemos nos nossos dias. Uma crise que só poderá ser ultrapassada se o ser humano for capaz de buscar e criar novos paradigmas de aproximação e relacionamento com a Mãe Natureza.”
Pedro Jorge Pereira


Sede da Campo Aberto:
Rua de Santa Catarina, 730-2.º andar

Hoje há cinema comunitário anti-G8 na Casa Viva às 22h.


A uma semana da próxima Cimeira do G8, no Japão, a 3ª sessão de Cinema Comunitário mostra protestos registados nos últimos anos contra os líderes dos oito países mais industrializados do planeta Terra.

22h00 Genoa Libera 2001, de Globalize Resistence (30')
em Inglês e Italiano

22h30 A ponte de Aurbounne 2002 (8')
em Inglês

22h38 Shut Down Gleeneagles 2005 e outros pequenos vídeos (30')
em Inglês

23h08 G8 Heiligendamm 2007
em Inglês

Nota: os filmes não estão legendados em português, no entanto, na maior parte, resumem-se a montagens de imagens de protestos, de grande violência, que falam por si.

Iniciativa e programação:
http://www.cinemacomunitario.blogspot.com/


CasaViva
praça marquês de pombal 167 porto
entrada livre (bate o batente)


G8, uma historia breve...

A história começa no conturbado ano de 1973 quando uma crise energética, provocada pelo aumento dos preços dos barris da OPEC, desencadeou uma crise económica com repercussões globais. O império contra atacou com uma conferência internacional na Casa Branca, composta pelos dirigentes das maiores potencias internacionais, que deu origem à formação do chamado Library Group.
Em 1975, o então presidente Francês, Valery Giscard d’Estaing (Autor do projecto da, para já falhada, Constituição Europeia), convocou uma nova conferência em paris e formou-se assim o grupo do G6. No ano seguinte o Canada juntou-se à festa, e finalmente após a queda do muro de Berlim o grupo completou-se com a chegada da Rússia.
Hoje em dia o G8, composto pelos 8 países mais industrializados do planeta (Estados Unidos da América, Reino Unido, Alemanha, Canada, Japão, França, Itália e Rússia) representa aproximadamente 65% da economia global, embora o total dos 8 países apenas represente 14% da população do nosso pequeno planeta.
Uma vez por ano os presidentes dos respectivos membros juntam-se para um bacanal politico e um circo mediático sem igual, com muitos cocktails, apertos de mãos e fotografias nas primeiras paginas de jornais.
Na Cimeira de Gleneagles (2005) assinou-se um tratado histórico onde os 8 comprometeram-se a reduzir a divida externa de 14 países africanos, e o aumento de ajuda humanitária, embora até hoje pouco ou nada de prático tenha sido concluído.

Criticas

Desde 1975 que o G8 é alvo de criticas por parte de vários grupos, dos mais variados espectros políticos (Activistas Ambientalistas, Marxistas, Anarquistas, Feministas, direitos civis, direitos humanos, anti-patentes, anti globalização, etc).


As criticas são também variadas:
- Divida do terceiro mundo.
- Politicas de mercado injustas.
- Falta de acção ambiental.
- Monopólio de patentes medicinais e naturais.
- Iraque, Palestina, etc...

No fundo da questão reside um conflito fundamental. O da legitimidade de um grupo anti democrático de 8 auto-proclamados lideres do planeta, de tomar decisões com repercussões globais.
Os primeiros ecos de resistência organizada surgiram em 1998, quando a Rússia entrou na festa, em Birmingham (Inglaterra). Desde então os protestos multiplicaram-se.
Em Junho de 1999 na Cimeira de Colónia(Alemanha) um exagerado aparato policial deu origem a confrontos violentos entre as autoridades e os “críticos”. A cena voltou a repetir-se em Génova (Itália) resultando na morte, a tiro, de um jovem anarquista italiano pelas autoridades.
Desde então os 8 têm-se reunido fora de grandes cidades com o intuito de reduzir os protestos. Em Junho de 2002 a cimeira teve lugar no meio de um parque natural em Kananaskis (Canada) obrigando os “críticos” a encontrarem formas mais criativas de protesto.
Os confrontos repetiram-se nas ultimas 5 conferências, em Evian (Franca, 2003), em Sea Island (USA, 2004) em Gleneagles (Escócia,2005) em São Petersburgo (Rússia, 2006) e Heiligendamm (Alemanha 2007).
Dia 7 de Julho inicia-se a 34ra cimeira do G8 em Toyako no Japão. Para esta cimeira é esperado, para além da sinfonia de propaganda que normalmente se gera nestes eventos, uma série de protestos um pouco por todo o continente Asiático.

Enquanto a “festa” não começa, aparece na Casa Viva na terça feira dia 1 de Julho para descobrires um pouco

Apresentação do projecto Raízes (de agricultura e distribuição de produtos biológicos) na Casa da Horta (4 de Julho às 21h.)


http://raizesblog.blogspot.com/

http://www.raizes.org/

http://casadahorta.pegada.net/entrada/

O 1º percurso pedestre do Marco de Canaveses “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago" vai abrir no dia 13


Inauguração do percurso pedestre “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago” em Soalhães - Marco de Canaveses


O primeiro percurso pedestre do concelho do Marco de Canaveses PR 1 MCN “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago”, com cerca de 15 km, será inaugurado no dia 13 de Julho de 2008, na freguesia de Soalhães.


O PERCURSO

O percurso tem início junto da Igreja Matriz do Soalhães, começando a subir em direcção à serra, paramos junto da capela de S. Clemente e podemos já observar lá ao fundo a Igreja. O caminho começa a estreitar, começando a envolver-nos com as peculiares características da paisagem: a linha de água pela qual se podem observar ruínas de habitações, cobertas de heras e de flores campestres, albergando as espécies de aves, que nos contemplam na primavera com um espectáculo complementado com o barulho da água e com o silêncio característico da serra. Nos dias de sol, os carvalhos e “lodos” proporcionam uma brisa mais fresca.

O próximo ponto alto, designado “Monte das Pedras Brancas”, é um pequeno monte que de facto se encontra coberto de pedras envoltas de um esplendor branco, daí a sua designação. Aí, podemos observar, entre outros aspectos característicos da ruralidade desta freguesia, os rebanhos de ovelhas que ali pastam, livremente, e a presença de uma agricultura forte e do trabalho árduo a ela associada, que deixaram entre grandes penedos as marcas do desgaste da pedra pelos carros de bois.

Continuando a subir, aproximamo-nos da pequena aldeia de Vinheiros. O fontanário público, no centro da aldeia, permite refrescar a boca com uma água límpida e pura dos verdejantes montes que cobrem Vinheiros.

A comunidade envolta de um verde fresco, realiza os seus “afazeres” diários. Desde “apanhar o penso” para o gado, soltar as ovelhas, semear, colher…

Os moinhos ali existentes fazem parte da memória colectiva, mas são ainda utilizados para moer o milho ali cultivado, e é ele que dá um sabor tradicional único à nossa broa.

A linha de 11 moinhos de água que ali existe é uma imagem que as nossas memórias jamais apagarão, pela sua rara e natural beleza.

Neste pequeno povoado podemos identificar também pequenos habitats rupestres altimedievais.
O silêncio e beleza natural da paisagem fazem o resto da delícia da caminhada, abençoado pelo Santiago, que engrandece e dá nome ao Lugar: Santiago.

Data: 13 de Julho de 2008, Domingo

09:00h: Abertura Secretariado junto à Igreja Matriz de Soalhães
Localização GPS: N 41 09 699 W 008 05 704
09:30h: Visita guiada à igreja Matriz de Soalhães - Igreja Matriz, originalmente românica, monumento nacional por decreto n.º 129 de 29/09/1977, despacho da SEC de 26/03/1990.
10:00h: Inauguração da PR 1 MCN “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago”
10:15h: Início da Marcha (sem tolerância)
16:30h:
- Convívio gastronómico “Traz o teu, come de todos”, para o qual deverás trazer algum petisco característico da tua região (um prato confeccionado; produtos de fumeiro; queijos; doçaria; etc.). A organização garante condições de armazenamento e conservação para os produtos. Traz o prato, a malga, os talheres e uma pinga.
- Animação Musical com o Grupo de Musica Tradicional da Casa do Povo de Soalhães.

Distância a percorrer: Cerca de 15 km, em círculo.
Grau de Dificuldade: Moderado
Duração: Cerca de 4,5 horas

Taxa de Inscrição/Marcha:
- Sócios do Grupo Desportivo e Recreativo de Soalhães, da Associação dos Amigos do Rio Ovelha e dos Restauradores da Granja com as quotas em dia: 2,50 Euros;
- Não sócios: 5,00 Euros;
- Até aos 16 anos é grátis.

ATENÇÃO: Após o dia 10/07/2008, a inscrição sofre um agravamento de 50%
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OFERTA: Lembranças a todos os participantes pré-inscritos.
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Organização:
Junta de Freguesia de Soalhães
Grupo Desportivo e Recreativo de Soalhães
Associação dos Amigos do Rio Ovelha – Secção de Pedestrianismo
Restauradores da Granja – Secção de Pedestrianismo


Informações/inscrições

jfsoalhaes@hotmail.com
http://pedestrianismo-aaro.blogspot.com
percursos@rioovelha.com


963 215 968 (Nelo Lobo)
919 021 132 (Gabriel Soares)
962631337 (Joana Azevedo)
919209041 (António Mendes)

http://amigosdorioovelha.blogspot.com/

Bioria: o Percurso de Salreu no Baixo Vouga



Parte integrante da Ria de Aveiro, a região do Baixo Vouga Lagunar abrange uma área de cerca de 4600 hectares abrangendo os Concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha. Esta área foi desde cedo explorada e modelada pelo homem que, atraído pelos seus inúmeros recursos naturais, aí se fixou.
Como resultado desta secular relação, a área adquiriu uma enorme diversidade de habitats que acolhem uma valiosa comunidade faunística e florística, tornando-se detentora de um inestimável Património Natural.

Com vista à sua protecção e divulgação, implementou-se, ao longo das marinhas e do Esteiro de Salreu, no Concelho de Estarreja, o primeiro de uma série de percursos de Natureza, desenhado de modo a que possa explorar de forma prática e divertida os segredos da vida selvagem.
Percurso de Salreu
O “Percurso de Salreu” atravessa áreas designadas por sapal e paul, bem como terrenos de cultivo, essencialmente arrozais, de enorme beleza. É de natureza circular, tendo o seu início e término junto ao antigo porto de Salreu, na boca do Esteiro com o mesmo nome.

Com uma extensão aproximada de 8,5 km, que podem ser realizados a pé ou de bicicleta, todo este percurso é acompanhado por placas ilustradas com informações sobre os ecossistemas, as espécies animais e vegetais, os seus costumes, bem como a melhor forma de os observar.

Ao percorrê-lo poderá apreciar alguns dos mistérios da vida selvagem, tendo apenas, para isso, que prestar alguma atenção. Repare nos detalhes mais subtis, escute o distante canto do rouxinol, ouça o restolhar entre as ervas, observe o imponente voo da cegonha e deslumbre-se com a paisagem. Aventure-se e venha descobrir alguns dos segredos que a Natureza tem para lhe revelar.


Como chegar

Para chegar até este percurso adopte um dos vários caminhos, que conduzem à estrada nacional que atravessa a cidade de Estarreja e a freguesia de Salreu – a EN 109. Se vier de Aveiro, basta seguir a IP5 até à saída de Estarreja. Depois, siga pela EN109 até Salreu, vire em direcção ao apeadeiro e pare o carro.

Se vier do Norte, pela A1 ou pela A29 (IC1), ou do Sul, pela A1, encontrará também uma saída para Estarreja. Entre na EN109 e, após passar pelo centro desta bela cidade, continue para Sul em direcção a Aveiro. Contorne a rotunda do Hospital Visconde de Salreu, continue rumo à vila de Salreu e, logo após passar a rotunda da Igreja Paroquial de São Martinho em direcção a Aveiro, vire no caminho à direita que conduz ao apeadeiro de Salreu e estacione por aí o carro. Ao fundo, cerca de 50 metros após atravessar a linha do comboio, encontrará o início do “Percurso de Salreu”.

Se preferir, pode ainda deslocar-se até este percurso de comboio, sair no apeadeiro de Salreu e começar imediatamente a visita.

Como observar

Opte pelo princípio da manhã ou pelo fim da tarde, evitando assim as horas de maior calor que torna a observação mais cansativa e menos vantajosa. Para além disso, durante estas horas os animais permanecem geralmente em repouso;

Evite fazer ruído ou movimentos bruscos, caminhe em silêncio, falando em voz baixa, porque, para além de não perturbar as espécies, consegue aproximar-se delas e detectá-las mais facilmente.

Contactos BIORIA
www.bioria.com

Telefone: 234 840 600
Fax: 234 840 606



Esteiro de Salreu
Localização: Freguesia de Salreu, Localidade Travisqueira
Classificação: Reserva Ecológica Nacional - Reserva Agrícola Nacional

Descrição e espécies naturais
No Esteiro de Salreu predomina o biótopo de Sapal com parte significativa ocupada por um dos habitats mais típicos desta região, denominado de Caniçal.
Esta área constitui morada de eleição para muitas espécies animais, nomeadamente as várias famílias de aves aquáticas.

É local de nidificação e alimentação, entre numerosas outras espécies, da Garça-vermelha (Ardea purpurea), da Águia-sapeira (Circus aeruginosus) e do Milhafre-preto (Milvus migrans). Nas imediações deste local estão situados os maiores núcleos populacionais destas espécies, no concelho de Estarreja, e no caso da Garça-vermelha é mesmo a maior colónia do país da espécie.
Algumas destas espécies, encontram-se ameaçadas e apresentam-se classificadas em termos de conservação. A Garça-vermelha é considerada como “em perigo” e a Águia-sapeira como “vulnerável”, de acordo com o recentemente revisto Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Enquanto a primeira procura alimento nas valas, arrozais e campos alagados, ingerindo pequenos peixes e anfíbios, bem como roedores e répteis que consiga capturar, no caso da segunda procura em campo aberto fundamentalmente pequenas aves, roedores e anfíbios.
Na zona de sapal envolvente, é também possível observar o Pato-real (Anas platyrhynchos), a Galinha-de-água (Gallinula chloropus), o Perna-longa (Himanthopus himanthopus), a Garça-cinzenta (Ardea cinerea), a Garça-branca-pequena (Egretta garzetta), o Guincho-comum (Larus ridibundus), diversas espécies de limícolas nas suas passagens migratórias, várias espécies de passeriformes, alguns residentes, outros nidificantes e outros ainda, invernantes na região.

O 34º Festival Internacional de Música de Espinho começa hoje



Iniciado em 1964, o Festival de Música de Espinho apresenta este ano quinze concertos, quatro dos quais destinados ao público mais jovem, que decorrerão até 30 de Julho no Auditório local. A Academia de Música de Espinho é a entidade que organiza o Festival, com o apoio da câmara municipal.

O programa deste ano inclui vários intérpretes que nunca actuaram em Portugal,nomeadamente a violinista russa Alina Pogostkina, o Turtle Island Quartet, um grupo de cordas muito próximo do jazz, e o espectáculo da Sinfonia Flamenca, que fechará o Festival. Entre as estreias figuram ainda o Delian Quartet e o violinista Gilles Apap.
André Gomes, da organização do festival, destacou também a actuação do German Brass, considerado um dos melhores grupos de metais da actualidade, do pianista Stephen Kovacevich, do violoncelista Steven Isserlis, do Brad Mehldau Trio e dos Swingle Singers



Orquestra Gulbenkian
Sa Chen piano
Joana Carneiro direcção
2 de Julho, Quarta-feira
22:00


Neste concerto, será solista a pianista chinesa Sa Chen premiada, entre outros, nos concursos Chopin e Van Cliburn. Apesar de jovem, tem já uma assinalável carreira internacional que a tem levado aos quatro cantos do mundo e a tocar com os melhores maestros e as melhores orquestras. Os concertos de Chopin são dos mais importantes do repertório pianístico que, pela sua inspiração, se ouvem com desmedido prazer. A Orquestra Gulbenkian será dirigida pela maestrina Joana Carneiro, portuguesa de nascimento e formação, que já tem uma sólida carreira internacional.
Programa

Zoltán Kodály - Danças de Galanta
Chopin – Concerto para piano e orquestra nº 2 em fá menor, op 21
Chopin – Concerto para piano e orquestra nº1, em mi menor, op 11


Sa Chen - Beethoven Piano Sonata op.110 1st movt





Gilles Apap e Ensemble FIME
4 de Julho, Sexta-feira
22:00

Gilles Apap é controverso, provocador, transgressor, inovador, imprevisível, criativo, anti-star… Parece um concerto com um programa tradicional; - mas que surpresas nos reservará este violinista genial, à vontade em todos os tipos de repertório, em qualquer espaço e com qualquer público? O Ensemble FIME, estreou-se no FIME 07 com o oboista François Leleux. Venha ver, surpreenda-se e, quem sabe, participe… Se quiser conhecer melhor Apap pode fazê-lo num dos muitos vídeos no Youtube.
Programa

Bach – Concerto em mi M BWV
Vivaldi – As Quatro Estações




Turtle Island Quartet
6 de Julho, Domingo
22:00

Formado em 1985, o Turtle Island Quartet é um quarteto de cordas norte-americano que tem no jazz a sua forma de expressão principal. O célebre colectivo vencedor de um Grammy em 2008 apresenta-se ao vivo por todo o mundo trazendo a palco a música de nomes como George Gershwin, Thelonius Monk, Pat Metheny, Bach, Chick Corea, Vivaldi, Beethoven, Paquito D’Rivera, Ravel, Tchaikovsky e Frank Zappa. Uma viagem que promete ser memorável.




Stephen Kovacevich
11 de Julho, Sexta-feira
22:00

Podemos dizer que Stephen Kovacevich é um especialista em Beethoven; neste concerto ouviremos duas sonatas, a op 10 nº 1 da juventude do compositor e a op 110 obra já de plena maturidade e onde Beethoven claramente descola dos cânones do classicismo; as 33 Variações sobre uma valsa de Diabelli op 120 é das suas últimas obras e é uma das obras mais difíceis escritas para piano.
Programa

Beethoven - Sonata op 10 No 1
Beethoven - Sonata op 110
Beethoven – Variações sobre um tema de Diabelli op 120




German Brass
12 de Julho, Sábado
22:00

Com os German Brass estamos perante o mais famoso grupo de metais da actualidade. Todos os seus 10 músicos tocam, ou tocaram, nas mais importantes orquestras alemãs. Neste concerto ouviremos as transcrições de Bach que o grupo imortalizou bem como outros grandes sucessos. Será certamente um concerto exaltante e uma rara oportunidade de ouvir estes músicos.
Programa

Bach/Vivaldi - Concerto em ré M BWV 972 (arr. Matthias Höfs)
Bach - Ich ruf zu Dir, Herr Jesu Christ (arr. Enrique Crespo)
Bach - Tocata e Fuga em ré m (arr. Enrique Crespo)
Beethoven - Adagio Sostenuto da “Sonata ao Luar” (arr. Enrique Crespo)
Johann Strauss - Tritsch-Tratsch Polka (arr. Matthias Höfs)
Liszt - Rapsódia Húngara (arr. Matthias Höfs)
À Volta do Mundo




Orquestra Clássica de Espinho
Alina Pogostkina violino
Pedro Neves direcção
16 de Julho, Quarta-feira
22:00

Alina Pogostkina faz parte da nova geração de violinistas que, nos últimos anos, têm levado a sua arte às salas de concerto de todo o mundo. Com um talento raro, e apesar dos seus 24 anos, já é detentora de vários prémios em concursos internacionais entre os quais o famoso Concurso Sibelius de Helsínquia. Neste espectáculo vai ser tocado o concerto de Brahms, obra fundamental do repertório romântico violinístico. A Orquestra Clássica de Espinho dirigida pelo seu Maestro titular, Pedro Neves, dar-nos-à, certamente, uma inspirada e empenhada sinfonia nº 4 de Schumann.
Programa

Brahms – Concerto para violino e orquestra em Ré M op 77
Schumann – Sinfonia nº 4 em ré m op 120




Steven Isserlis violoncelo
Ana-Maria Vera piano
18 de Julho, Sexta-feira
22:00

Nascido em 1958 e com uma sólida carreira que o levou a tocar em todos os continentes, Stephen Isserlis traz-nos um programa onde mostra toda a sua versatilidade; a solo ou com piano, barroco ou século XX: é essa uma das marcas deste grande músico. No site da Hyperion, a sua editora, podemos ler: "Steven Isserlis é um violoncelista cuja paixão pela música transcende divisões convencionais. Mundialmente aclamado pela sua musicalidade e técnica, tanto se sente em casa atraindo a audiência para o seu círculo de amigos na música de câmara ou em recital, como mergulhando em arquivos históricos para emergir com uma pedra preciosa; ou no palco de concerto com algumas das mais prestigiadas orquestras e maestros".

Programa

Bach - Suite nº 3
Schubert – Sonata Arpeggione
Stravinsky - Russian Maiden's Song
Ravel – 2 Canções Hebraicas
Britten - Sonata




D
elian :: Quartett e François Salque violoncelo
21 de Julho, Segunda-feira
22:00


O Quarteto Delian tem emergido com grande sucesso na cena musical internacional, surgindo no FIME em primeira apresentação no nosso país. O Delian :: apresentará as 4 fantasias de Purcell, raramente tocadas, e o genial quinteto para dois violoncelos de Schubert a que se juntará o reconhecido violoncelista François Salque, naquele que será certamente um excelente concerto.
Programa

Purcell - 4 fantasias transcritas para Quarteto
Mozart – Quarteto em sol M
Schubert – Quinteto de Cordas em dó M D. 956 op. posth. 163




Brad Mehldau Trio
22 de Julho, Terça-feira
22:00


Brad Mehldau é considerado por muitos como um dos melhores pianistas jazz da actualidade, mas são também conhecidas as incursões do norte-americano na música pop (sobretudo com as canções dos Radiohead), que lhe renderam admiração – justificada - por um público cada vez mais abrangente – em reconhecimento da sua polivalência. Neste concerto imperdível apresenta-se em trio com Larry Grenadier, no baixo e Jeff Ballard, na bateria.



The Swingle Singers
26 de Julho, Sábado
22:00


Os Swingle Singers já existem desde 1962 e têm, desde então, um enormíssimo sucesso tanto nas actuações ao vivo como em registos discográficos. É claro que a formação vocal não é actualmente a mesma que ao tempo da fundação mas mantêm a mesma dinâmica e espírito. O repertório, seja erudito, popular, jazz ou outro qualquer, tem sempre versões muito divertidas, cheias de efeitos sonoros e teatralizações que fazem de cada concerto dos Swingle Singers um acontecimento único e inesquecível.



Sinfonia Flamenca
Juan Carmona Grupo e Orquestra Clássica de Espinho
Dominique Debart direcção
30 de Julho, Quarta-feira
22:00

Juan Carmona é sem dúvida um dos guitarristas de flamenco mais criativos da sua geração. Depois de alguns discos de enorme sucesso, o músico nascido em Granada lançou Sinfonia Flamenca (2006), um registo que tem vindo a apresentar por todo o mundo com várias orquestras. Ao septeto de flamenco de Juan Carmona (que inclui um bailarino), junta-se a Orquestra Clássica de Espinho, numa fusão ibérica que certamente encerrará o FIME 2008 de forma surpreendente.


http://www.musica-esp.pt/