5.3.11

Carta de Michael Moore aos estudantes de Wisconsin

O cineasta Michael Moore enviou uma carta aberta aos estudantes, pedindo que se revoltem.

http://mikeshighschoolnews.com/

http://www.michaelmoore.com/

http://www.michaelmoore.com/blogger/mmflint/

Segue a carta:

Caros Estudantes:

Que inspiração, a de vocês, que se uniram aos milhares de estudantes das escolas de Wisconsin e saíram andando das salas de aula há quatro dias e agora estão ocupando o prédio do State Capitol e arredores, em Madison, exigindo que o governador pare de assaltar os professores e outros funcionários públicos ! Tenho de dizer que é das coisas mais entusiasmantes que vi acontecer em anos.

Vivemos hoje um fantástico momento histórico. E aconteceu porque os jovens em todo o mundo decidiram que, para eles, basta. Os jovens estão em rebelião – e é mais que hora!

Vocês, os estudantes, os adultos jovens, do Cairo no Egito, a Madison no Wisconsin, estão começando a erguer a cabeça, tomar as ruas, organizar-se, protestar e recusar a dar um passo de volta para casa, se não forem ouvidos. Totalmente sensacional!!

O poder está tremendo de medo, os adultos maduros e velhos tão convencidos que que fizeram um baita trabalho ao calar vocês, distraí-los com quantidades enormes de bobagens até que vocês se sentissem inpotentes, mais uma engrenagem da máquina, mais um tijolo do muro. Alimentaram vocês com quantidades absurdas de propaganda sobre “como o sistema funciona” e mais tantas mentiras sobre o que aconteceu na história, que estou admirado de vocês terem derrotado tamanha quantidade de lixo e estejam afinal vendo as coisas como as coisas são.

Fizeram o que fizeram, na esperança de que vocês ficariam de bico fechado, entrariam na linha e obedeceriam ordens e não sacudiriam o bote. Porque, se agitassem muito, não conseguiriam arranjar um bom emprego! Acabariam na rua, um freak a mais. Disseram que a política é suja e que um homem sozinho nunca faria diferença.

E por alguma razão bela, desconhecida, vocês recusaram-se a ouvir. Talvez porque vocês deram-se conta que nós, os adultos maduros, lhes estamos entregando um mundo cada vez mais miserável, as calotas polares derretidas, salários de fome, guerras e cada vez mais guerras, e planos para empurrá-los para a vida, aos 18 anos, cada um de vocês já carregando a dívida astronômica do custo da formação universitária que vocês terão de pagar ou morrerão tentando pagar.

Como se não bastasse, vocês ouviram os adultos maduros dizer que vocês talvez não consigam casar legalmente com quem escolherem para casar, que o corpo de vocês não pertence a vocês, e que, se um negro chegou à Casa Branca, só pode ter sido falcatrua, porque ele é imigrado ilegal que veio do Quênia.

Sim, pelo que estou vendo, a maioria de vocês rejeitou todo esse lixo. Não esqueçam que foram vocês, os adultos jovens, que elegeram Barack Obama. Primeiro, formaram um exército de voluntários para conseguir a indicação dele como candidato. Depois, foram as urnas em números recordes, em novembro de 2008. Vocês sabem que o único grupo da população branca dos EUA no qual Obama teve maioria de votos foi o dos jovens entre 18 e 29 anos? A maioria de todos os brancos com mais de 29 anos nos EUA votaram em McCain – e Obama foi eleito, mesmo assim!

Como pode ter acontecido? Porque há mais eleitores jovens em todos os grupos étnicos – e eles foram às urnas e, contados os votos, viu-se que haviam derrotado os brancos mais velhos assustados, que simplesmente jamais admitiriam ter no Salão Oval alguém chamado Hussein. Obrigado, aos eleitores jovens dos EUA, por terem operado esse prodígio!

Os adultos jovens, em todos os cantos do mundo, principalmente no Oriente Médio, tomaram as ruas e derrubaram ditaduras. E, isso, sem disparar um único tiro. A coragem deles inspira outros. Vivemos hoje momento de imensa força, nesse instante, uma onda empurrada por adultos jovens está em marcha e não será detida.

Apesar de eu, há muito, já não ser adulto jovem, senti-me tão fortalecido pelos acontecimentos recentes no mundo, que quero também dar uma mão.

Decidi que uma parte da minha página na Internet será entregue aos estudantes de nível médio para que eles – vocês – tenham meios para falar a milhões de pessoas. Há muito tempo procuro um meio de dar voz aos adolescentes e adultos jovens, que não têm espaço na mídia-empresa. Por que a opinião dos adolescentes e adultos jovens é considerada menos válida, na mídia-empresa, que a opinião dos adultos maduros e velhos?

Nas escolas de segundo grau em todos os EUA, os alunos têm ideias de como melhorar as coisas e questionam o que veem – e todas essas vozes e pensamentos são ou silenciadas ou ignoradas. Quantas vezes, nas escolas, o corpo de alunos é absolutamente ignorado? Quantos estudantes tentam falar, levantar-se em defesa de uma ou outra ideia, tentar consertar uma coisa ou outra – e sempre acabam sendo vozes ignoradas pelos que estão no poder ou pelos outros alunos?

Muitas vezes vi, ao longo dos anos, alunos que tentam participar no processo democrático, e logo ouvem que colégios não são democracias e que alunos não têm direitos (mesmo depois de a Suprema Corte ter declarado que nenhum aluno ou aluna perde seus direitos civis “ao adentrar o prédio da escola”).

Sempre fico abismado ao ver o quanto os adultos maduros e velhos falam aos jovens sobre a grande “democracia” dos EUA. E depois, quando os estudantes querem participar daquela “democracia”, sempre aparece alguém para lembrá-los de que não são cidadãos plenos e que devem comportar-se, mais ou menos, como servos semi-incapazes. Não surpreende que tantos jovens, quando se tornam adultos maduros, não se interessem por participar do sistema político – porque foram ensinados pelo exemplo, ao longo de 12 anos da vida, que são incompetentes para emitir opiniões em todos os assuntos que os afetam.

Gostamos de dizer que há nos EUA essa grande “imprensa livre”. Mas que liberdade há para produzir jornais de escolas de segundo gráu? Quem é livre para escrever em jornal ou blog sobre o que bem entender? Muitas vezes recebo matérias escritas por adolescentes, que não puderam ser publicadas em seus jornais de escola. Por que não? Porque alguém teria direito de silenciar e de esconder as opiniões dos adolescentes e adultos jovens nos EUA?

Em outros países, é diferente. Na Áustria, no Brasil, na Nicarágua, a idade mínima para votar é 16 anos. Na França, os estudantes conseguem parar o país, simplesmente saindo das escolas e marchando pelas ruas.

Mas aqui, nos EUA, os jovens são mandados obedecer, sentar e deixar que os adultos maduros e velhos comandem o show.

Vamos mudar isso! Estou abrindo, na minha página, um “JORNAL DA ESCOLA” [orig. "HIGH SCHOOL NEWSPAPER", em
http://mikeshighschoolnews.com/ ]. Ali, vocês podem escrever o que quiserem, e publicarei tudo.

Também publicarei artigos que vocês tenham escrito e que foram rejeitados para publicação nos jornais das escolas de vocês. Na minha página vocês serão livres e haverá um fórum aberto, e quem quiser falar poderá falar para milhões.

Pedi que minha sobrinha Molly, de 17 anos, dê o pontapé inicial e cuide da página pelos primeiros seis meses. Ela vai escrever e pedirque vocês mandem suas histórias e ideias e selecionará várias para publicar em MichaelMoore.com. Ali estará a plataforma que vocês merecem. É uma honra para mim que se manifestem na minha página e espero que todos aproveitem.

Dizem que vocês são “o futuro”. O futuro é hoje, aqui mesmo, já. Vocês já provaram que podem mudar o mundo. Aguentem firmes. É uma honra poder dar uma mão.

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No original:

Letter from Michael Moore to High School Students
Dear High School Students:

How inspired are you by the thousands of students from Wisconsin high schools who began walking out of class four days ago and have now occupied the State Capitol building and its grounds in Madison, demanding that the governor stop his assault on teachers and other government workers? I have to say it’s one of the most exciting things I’ve seen in years.

We are, right now, living in an amazing moment of history. And this moment has happened because the youth around the world have decided they’ve had enough. Young people are in revolt — and it’s about time.
You, the students and young adults, from Cairo, Egypt to Madison, Wisconsin, are now rising up, taking to the streets, organizing, protesting and refusing to move until your voices are heard. Effing amazing!! It has scared the pants off those in power, the adults who were so convinced they had done a heckuva job trying to dumb you down and distract you with useless nonsense so that you’d end up feeling powerless, just another cog in the wheel, another brick in the wall. You’ve been fed a lot of propaganda about “how the system works” and so many lies about what took place in history that I’m amazed you’ve been able to sort through all the bs and see the truth for what it is. This was all done in the hopes you would just keep your mouths shut, get in line and follow orders. And don’t rock the boat. Because if you do, you could end up without a good job! You could end up looking like a freak! You’ve been told politics isn’t cool and that one person really can’t make a difference.
And for some beautiful, unknown reason, you’ve refused to listen. Maybe it’s because you’ve figured out that we adults are about to hand you a very empty and increasingly miserable world, with its melting polar ice caps, its low-paying jobs, its incessant war machine, and its plan to put you in permanent debt at age 18 with the racket known as college loans.
On top of that, you’ve had to listen to adults tell you that you may not be able to legally marry the person you love, that your uterus isn’t really yours to control, and that if a black guy somehow makes it into the White House, he must’ve entered illegally from Kenya.

Yet, from what I’ve seen, the vast majority of you have rejected all of this crap. Never forget that it was you, the young people, who made Barack Obama president. First you formed his army of election volunteers to get him the nomination. Then you came out in record numbers in November of 2008. Did you know that the only age group where Obama won the white vote was with 18-29-year-olds? The majority of every white age group over 29 years old voted for McCain — and yet Obama still won! How’d that happen? Because there were so many youth voters of all races — a record turnout that overcame the vast numbers of fearful white adults who simply couldn’t see someone whose middle name was Hussein in the Oval Office. Thank you young voters for making that happen!
Young people elsewhere in the world, most notably in the Middle East, have taken to the streets and overthrown dictatorial governments without firing a shot. Their courage has inspired others to take a stand. There’s a huge momentum right now, a youth-backed mojo that can’t and won’t be stopped.
Although I’ve long since left your age group, I’ve been so inspired by recent events that I’d like to do my bit and lend a hand. I’ve decided to turn over a part of my website to high school students so they — you — can have the opportunity to get the word out to millions more people. For a long time I’ve wondered, how come we don’t hear the true voices of teenagers in our mainstream media? Why is your voice any less valid than an adult’s?
In high schools all across America, students have great ideas to make things better or to question what is going on — and often these thoughts and opinions are ignored or silenced. How often in school is the will of the student body ignored? How many students today will try to speak out, to stand up for something important, to simply try to right a wrong — and will be swiftly shut down by those in authority, or by other students themselves?
I’ve seen students over the years attempt to participate in the democratic process only to be told that high schools aren’t democracies and that they have no rights (even though the Supreme Court has said that a student doesn’t give up his or her rights “when they enter the schoolhouse door”).
It’s always amazed me how adults preach to young people about what a great “democracy” we have, but when students seek to be part of it, they are reminded that they are not full citizens yet and must behave somehow as indentured servants. Is it any wonder then why some students, when they become adults, don’t feel like participating in our political system — because they’ve been taught by example for the past 12 years that they have no say in the decisions that affect them?
We like to say that we have this great “free press,” and yet how free are high school newspapers? How free are you to write or blog about what you want? I’ve been sent stories from teenagers that they couldn’t get published at school. Why not? Why must we silence or keep out of sight the voice of our teenagers?

It’s not that way in other countries. The voting age in places like Austria, Brazil or Nicaragua is 16. In France, students can shut down the country by simply walking out of school and taking to the streets.
But here in the U.S. you’re told to obey and to basically butt out and let the adults run the show.

Let’s change that! I’m starting something on my site called, “HIGH SCHOOL NEWSPAPER.” Here you will be able to write what you want and I will publish it. I will also post those articles that you’ve tried to get published at your school but were turned down. On my site you will have freedom and an open forum and a chance to have your voice heard by millions.
I’ve asked my 17-year-old niece, Molly, to kick things off by editing this page for the first six months. She will ask you to send her your stories and ideas and the best ones will be posted on MichaelMoore.com. I’ll give you the platform you deserve. It will be my honor to have you on my site and I encourage you to take advantage of it.

You are often called “our future.” That future is today, right here, right now. You’ve already proven you can change the world. Keep doing it. And I’d be honored to help you.
Yours,

Michael Moore
MMFlint@aol.com
MichaelMoore.com

P.S. When can you get started? Right now! Just go here and register. (You can use a made-up name if you want and you don’t have to name your school.) Then once you’re done, start submitting blogs, music, video and more!
P.P.S. If you’re reading this and not in high school, please take a second and forward it to all the students you know.

Revolta popular no Estado do Wisconsin (EUA) já juntou 100.000 manifestantes na rua debaixo de um nevão!!!

Governo direitista (do partido republicano) do Wisconsin quer acabar com o DIREITO À NEGOCIAÇÃO COLECTIVA e o SINDICALISMO, o que provocou um protesto massivo dos trabalhadores, em especial, dos professores e dos funcionários da Administração Pública, bem assim como de milhares de estudantes.

Os médicos da Universidade de Wisconsin estão a passar atestados médicos para os funcionários públicos que estão participando dos protestos, e que por isso não têm comparecido nos seus locais de trabalho.

A pizzaria local Ian''s Pizza recebeu, entretanto, contribuições via internet de simpatizantes em 30 estados norte-americanos e em 14 países, entre eles o Egipto, a fim de fornecer alimentação aos manifestantes

Milhares de funcionários públicos ocupam há mais de uma semana o Parlamento do Estado de Wisconsin e prometem dali não sari enquanto o projecto de lei do governo não for retirado








Vídeo sobre a Marcha dos estudantes, realizada no passado 15 de Fevereiro, em apoio aos professores e funcionários dos serviços públicos em Madison ( capital do Estado do Wisconsin)




Tom Morello canta duas canções para os manifestantes que permanecem junto do parlamento do Wisconsin



Os novos jackpots das empresas farmacêuticas ( documentário em francês)

Documentário sobre as técnicas de marketing das empresas farmacêuticas para atrair e defraudar os consumidores








Os novos anarquistas ( texto de Leonel Moura)

Os novos anarquistas
(texto de Leonel Moura publicado no Jornal de Negócios)

Nestes últimos dias, a propósito de uma música dos Deolinda, gerou-se a ideia de que os jovens de hoje são passivos e incapazes de construir a sua história.

Compreende-se. Para a minha geração, que viveu o Maio de 68 e o 25 de Abril, revolução significa manifestações, barricadas, alguma violência e sobretudo organizar a revolta. Nessa perspetiva os jovens de agora surgem como demasiado acomodados a um sistema e uma economia que lhes é bastante desfavorável. Ficam-se pela casa dos pais, submetem-se a baixos e precários salários, resignam-se ao desemprego. Aparentam estar dispersos e desorganizados. A própria música em questão é um lamento mas não uma revolta. No "nosso tempo" o protesto exprimia-se em múltiplos atos de resistência ao fascismo e à guerra colonial, nas escolas, nas universidades, por vezes nas ruas e sobretudo na deserção em massa e fuga para o estrangeiro, facto que está por estudar e tem sido bastante ignorado. Ou seja, a vida nunca é fácil e a da minha geração não o foi certamente.

Sucede que os contextos vão mudando e ser irreverente ou revolucionário não significa sempre a mesma coisa. Os jovens de hoje são ativos na mudança do mundo de maneiras distintas da juventude de outrora. Nascidos no tempo da internet e da globalização funcionam num complexo sistema de redes que excede em muito o pequeno núcleo de amizades, as conversas de café, as tertúlias, a militância. Podem não ter muito dinheiro no bolso, mas na rede são senhores.
Comunicam, criam, protestam, mobilizam-se e, sem que o mundo "adulto" e instalado se dê bem conta, vão alterando radicalmente as coisas. Foram eles que inventaram o Twitter, o Facebook, o WikiLeaks e também a insurreição árabe. São eles que abalam constantemente a velha política, a velha oposição e a velha economia com as suas ações "blitzkrieg" contra ditadores, capitalistas, corruptos e uma democracia incapaz de se renovar. Nunca o mundo esteve tão atento às falcatruas dos ricos e poderosos. Nunca a exigência ética foi tão manifesta. Nunca a inovação social e económica foi tão acelerada e determinante.

Para usar velhas terminologias, os jovens de hoje são fundamentalmente anarquistas pacifistas, o que pode parecer uma contradição dos termos, mas não é. Embora a violência possa surgir, vide manifestações anticapitalistas um pouco por toda a parte ou as rebeliões na Tunísia e Egito, não se trata aqui do anarquismo dos atentados, da desordem e da má fama dos discursos ligeiros. Mas aquele que deriva do apelo da liberdade, do ser libertário, do não apreciar chefes e hierarquias. E sobretudo aquele que valoriza ao máximo a autonomia individual e o tomar o destino nas próprias mãos. Um anarquismo que nasce da própria lógica da Internet e das redes sociais, onde não existem chefes nem mandantes e cada um dá e partilha o seu contributo próprio. Um anarquismo que emerge em determinadas situações, muito à maneira das ideias e práticas do bando pioneiro de Guy Debord.

É neste contexto que o argumento do desinteresse dos jovens pela política revela ser tão desajustado. É um facto que a maioria dos jovens não aprecia a política que ainda hoje se pratica, herdada do século passado, e tanta do século 19, diga-se de passagem, e seu sistema de partidos, retórica parlamentar, defesa de interesses e corrupção. E ainda bem. Pela formação e condição preferem a construção da vida mais do que o jogo da política. Preferem a criatividade, a generosidade, a dedicação e, porque não, a ambição. Todos os dias surgem novas descobertas e novas soluções para velhos e recentes problemas. E isso, mais do que tanta coisa, é mesmo mudar o mundo.

Os jovens, como lhes compete, estão a criar uma nova sociedade. Uma sociedade mais livre, socialmente mais exigente e justa, com indivíduos mais autónomos e novos meios de interação interpessoal e global. Como sempre, não são compreendidos pelo "status quo" que vive na ilusão do imutável. Mas o processo está em andamento e não há nada a fazer. Não são os jovens que têm de se ajustar ao vigente. Somos todos nós que temos de nos adaptar ao que já está em marcha. Não são os jovens que têm de se interessar mais pela política, é esta que tem de mudar radicalmente.

Socialism, o novo filme de Jean-Luc Godard, será projectado dia 6 e 7 de Março em Serralves


NOVO FILME DE JEAN-LUC GODARD EM SERRALVES
6 e 7 de Março, 21h30 Auditório de Serralves


Nos dias 6 e 7 de Março Serralves apresenta em estreia nacional a última longa-metragem do realizador Jean-Luc Godard.

Filme Socialismo é uma sinfonia em três movimentos. Um navio no mediterrâneo e algumas conversas, em diversas línguas, entre passageiros, quase todos em férias. Um velho criminoso de guerra (alemão, francês ou americano?) acompanhado da sua neta. Um jovem filósofo francês (Alain Badiou). Um representante da polícia de Moscovo. Uma cantora americana (Patti Smith). Um velho polícia francês. Uma ex-funcionária da ONU. Um agente reformado. Um embaixador palestiniano. No fundo, discutem a falência das ideologias de esquerda no início de século 21.

Três momentos dividem a nova produção de Godard, que discute o papel da Europa no século 21. Em ''Coisas Como'', uma viagem pelo Mediterrâneo, várias conversas acontecem em várias línguas entre os passageiros, quase todos em férias. Já em ''Nossa Europa'' uma menina e seu irmão mais novo convocam seus pais para lhes explicar temas como liberdade, igualdade e fraternidade. E em ''Nossas Humanidades'', seis lugares com mitos falsos ou verdadeiros: Egito, Palestina, Grécia, Odessa, Nepal e Barcelona.







Curso de cultura e pensamento contemporâneo, com Gonçalo M.Tavares (5 e 7 de Março na Fundação Serralves)

CULTURA E PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO, COM GONÇALO M. TAVARES
05 Mar - 07 Mar 2011 - das 15:00 às 19:00 - FUNDAÇÃO DE SERRALVES

Estado/ Individuo e saúde - Textos de Fernando Savater, Ramón Gomez de la Serna, entre outros.

A irracionalidade e a pequena razão, A lógica e o desejo - Textos de Baudelaire, Nietzsche, Séneca, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, entre outros.

Corpo e tecnologia versus corpo e natureza - O exemplo de Stelarc: o 3º braço.

Discurso, linguagem; Relação palavras/coisas; Abstracto/concreto; Linguagem privada;

Wittgenstein - Textos de Oliver Sacks, Lewis Carroll, Jorge Luís Borges, entre outros.

As artes do corpo - Textos Eugénio Barba (presença, ausência), Artaud (musculatura afectiva), Henri Michaux, entre outros.

Imagens - Textos de Nietzsche, Ionesco, Walt Whitman, Umberto Eco, Oliver Sacks, entre outros.

As relações entre corpo e poder; Poder, conhecimento e corpo. O vigiar e punir - Textos de Foucault, Henri Michaux, e imagens de Marina Abramovic.

O desejo e a multiplicação da identidade - Textos de Roland Barthes, Oliver Sacks, Wittgenstein, entre outros.

Utopias - Análise de alguns textos de poetas chineses. O palácio de projectos utópicos de Kabakov.

Concepção e Orientação: Gonçalo M. Tavares
Horário: 15H00-19H00

GONÇALO M. TAVARES - Escritor português, nasceu em 1970. Em Portugal recebeu vários prémios entre os quais o Prémio José Saramago 2005. Prémios Internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil). Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália). Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia). Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França) com "Aprender a Rezar na Era da Técnica"