2.12.09

Casa da Achada - Actividades para o mês de Dezembro de 2009




CASA DA ACHADA-CENTRO MÁRIO DIONÍSIO

www.centromariodionisio.org

Horário de abertura

Segunda-feira, quinta e sexta – das 15h às 20h

Sábado e Domingo – das 11h às 18h



ACTIVIDADES EM DEZEMBRO DE 2009



Continua a EXPOSIÇÃO «50 anos de pintura e desenho (1943-1993)»: pinturas e desenhos de Mário Dionísio e de artistas seus amigos que lhe foram oferecidas.

Além de 37 obras de Mário Dionísio, de várias fases, a exposição inclui obras de vários artistas que por eles lhe foram oferecidas e que constam, assim, do seu espólio: Abel Salazar, Álvaro Cunhal, António Cunhal, Avelino Cunhal, Cândido Portinari, Carlos de Oliveira, Carlos Scliar, Germano Santo, José Júlio, Júlio, Júlio Pomar, Júlio Resende, Manuel Filipe, Manuel Ribeiro de Pavia, Maria Helena Vieira da Silva, Raul Perez.

Horário:

Segunda-feira, quinta e sexta – das 15h às 20h

Sábado e Domingo – das 11h às 18h


Visita guiada à exposição por Jorge Silva Melo

Sábado, 19 de Dezembro às 15h30



Prossegue o CLUBE DE LEITURA DA ACHADA – 3ª sessão

Coordenado pela escritora Filomena Marona Beja, no âmbito da organização e utilização Biblioteca da Achada, biblioteca que está a ser instalada na Zona Pública da Casa da Achada destinada à população.

Livro escolhido: Autobiografia de Mário Dionísio (1987)

Sábado, 5 de Dezembro às 16h



Será projectado o vídeo VIZINHOS de Tiago Figueiredo

O Bairro da Musgueira nasceu nos anos 60. Foi feito à mão por desalojados de lugares onde deixou de ser possível viver. O tempo foi passando e os habitantes foram melhorando as casas de madeira e chapa de zinco. Muitas ficaram de pedra e cal. Nos anos 90, tiveram de sair dali. Era a aposta na integração social: passariam a viver em prédios de oito andares. A Musgueira desapareceu e deu lugar à Alta de Lisboa. Foram mudanças radicais na vida de todos. À saudade da vida de rua que perderam, juntaram-se outras dificuldades. Entretanto fo-ram chegando novos moradores, vizinhos improváveis, que partilham as mesmas ruas. Será que morar no mesmo bairro faz destas pessoas verdadeiros vizinhos?

Realização, imagem, som, montagem: Tiago Figueiredo

Produção: Viver na Alta de Lisboa (www.viveraltadelisboa.org)

115 min

Com a presença do Autor

Sábado, 5 de Dezembro às 18h



Há sempre CINEMA ÀS SEGUNDAS

Fim do Ciclo de Cinema Neo-Realista Italiano

Cada filme, legendado em português, é apresentado e discutido



7 de Dezembro, 21h30

MAMMA ROMA, 1962, Pier Paolo Pasolini



14 de Dezembro, 21h30

O GRITO, 1957, Michelangelo Antonioni



Em complemento:

21 de Dezembro, 21h30

IL MIO VIAGGIO IN ITALIA, 1999, Martin Scorcese (1ª parte)



28 de Dezembro, 21h30

IL MIO VIAGGIO IN ITALIA, 1999, Martin Scorcese (2ª parte)



Continua o CICLO A PALETA E O MUNDO

Todas as segundas-feiras às 18h30

Continuação da leitura integral de A Paleta e o Mundo com projecção dos quadros referidos e comentários. Em curso a leitura do capítulo «O sono da razão engendra monstros» (sobre Goya).



Sábado, 12 de Dezembro às 15h

Sessão coordenada por Margarida Acciaiuoli sobre o 3º capítulo da introdução de A Paleta e o Mundo, «Os caprichos têm data» - Arte e História - questões de ontem, questões de hoje.



Haverá UM FIM DE SEMANA DIFERENTE NA CASA DA ACHADA


3 dias de vendas

Para angariação de fundos para a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, estarão à venda obras de arte oferecidas à Casa da Achada
(ver algumas em http://leilaodartecmd.blogspot.com ), além de livros novos, manuseados e usados, difíceis de encontrar, CDs e discos em vinil, a partir de 1€.

Sexta-feira, 18 de Dezembro das 15h às 20h

Sábado, 19 e Domingo, 20 de Dezembro das 11h às 20h





Canções pelo Coro da Achada com leitura de textos

Sábado, 19 de Dezembro às 17h30



Oficina de vídeo para crianças orientada por Regina Guimarães

O QUE É QUE O MEU BAIRRO TEM

As crianças escolherão lugares que apreciam especialmente nas ruas à volta do Centro Mário Dionísio. Esses locais serão por elas ordenados e filmados, com vista à montagem de uma pequena visita guiada.

Crianças entre os 8 e os 12 anos

Número de participantes: mínimo 5, máximo 10

Sábado, 19 de Dezembro das 14h às 17h

Visionamento e comentário do filme produzido durante a oficina

Domingo, 20 de Dezembro às 11h30



Oficina de vídeo para jovens e adultos orientada por Regina Guimarães

FILME QUE FALAMOS, FILME QUE NOS FALA

A partir de uma curta-metragem - DEUS CONSTRUÇÃO E DESTRUIÇÃO de Samira Makhmalbaf (Irão, 2002, 11 min.) - serão discutidos temas como a guerra global, o ponto de vista etnocêntrico, a proliferação de campos de refugiados, as imagens que os media veiculam, etc. Será também comentada e debatida a forma concreta como, na sua narrativa fílmica, a realizadora mostra e problematiza estas questões.

A partir dos 12 anos.

Número de participantes: mínimo 6, máximo 16

Domingo, 20 de Dezembro, a partir das 15h


Associação Casa da Achada - Centro Mário Dionísio
Rua da Achada, nº 11 r/c - 1100-004 Lisboa
tels: 21 8877090
e-mail: casadaachada@centromariodionisio.org
página:
http://www.centromariodionisio.org/
notícias:
http://noticias.centromariodionisio.org/
mapa:
http://www.centromariodionisio.org/localizacao.php

Clube de Contadores de Histórias da Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria, em Baltar

Nestes tempos tão apressados, em que não há lugar para a reflexão e em que as preocupações materiais se sobrepõem ao prazer das coisas simples, a leitura de pequenas histórias, repassadas de humanidade e de beleza, pode contribuir de uma forma significativa para um alargar de horizontes que a sociedade tem querido, por força, restringir às superficialidades e canseiras do dia-a-dia.
Da constatação deste facto, nasceu, na
Escola Secundária Daniel Faria - Baltar, o CLUBE de CONTADORES de HISTÓRIAS, com a finalidade de levar às diferentes turmas da referida escola histórias capazes de proporcionarem momentos de diálogo, de reflexão e de sonho, que tão necessários se tornam para a libertação de tensões.


O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

ac
@contadoresdehistorias.com


http://www.prof2000.pt/users/historias/

Nesta época dominada pela tecnologia, os meios audiovisuais têm exercido sobre os jovens um fascínio tal, que a reflexão e a leitura são frequentemente relegadas para um plano muito secundário. As diversões falam mais alto do que o sentido de responsabilidade, com sérios prejuízos para o futuro destes mesmos jovens, cuja ausência de referências éticas os torna presas fáceis de uma sociedade materialista, em que não se olha a meios para se atingir determinados fins. Nestes tempos tão apressados, em que as pessoas vivem dominadas pela luta pela sobrevivência, os valores da infância do coração, da justiça e da tolerância têm sido substituídos por um materialismo crescente, que não olha a meios para atingir os seus fins.

Neste contexto de aridez, o Clube de Contadores de Histórias da Escola Secundária Daniel Faria, Baltar, concelho de Paredes, distrito do Porto, tem tomado a iniciativa de enviar semanalmente por e-mail a todas as escolas de Portugal uma pequena história cujo tema convide à reflexão. Em virtude do interesse manifestado pelas mais diversas pessoas, decidiu o referido Clube tornar o seu projecto extensivo a outros sectores da sociedade, algumas instituições vocacionadas para o apoio à comunidade, às comunidades portuguesas dispersas pelo mundo, bem como aos países de língua portuguesa e demais pessoas eventualmente interessadas. Convicto de que essas mesmas histórias, lidas em família, poderão contribuir para o estreitamento de laços afectivos e para a transmissão de valores fundamentais para a formação do carácter dos mais jovens, o referido clube propõe-se enviar, todas as semanas, por e-mail, uma pequena história, a f im de que o maior número de pessoas venha a beneficiar com a sua leitura.

Agradece-se, por isso, o reencaminhamento das mesmas e o envio, se possível, de opiniões sobre o projecto.

http://www.prof2000.pt/users/historias/index.htm

Okupação da Padaria do Povo (5 de Dezembro)


Vamos okupar a Padaria do Povo! Será sábado (5 de Dezembro) entre as 16h e a uma da manhã. Vários músicos e leitores vão fazer das suas.

Meia hora cada um, sempre a rodar, sempre a okupar..

Cooperativa Padaria do Povo fica em Campo de Ourique (Lisboa).Ver aqui.

A acção dos activistas em Copenhaga, que estiveram também em Seattle, será muito mais desobediente ( Naomi Klein)

A Vida neste nosso mundo pode acabar
por causa de muitos actos de obediência!


JUSTIÇA CLIMÁTICA ou CAOS CLIMÁTICO



The Seattle activists' coming of age in Copenhagen will be very disobedient

Texto de Naomi Klein publicado no jornal inglês The Guardian




A conferência do clima testemunhará uma nova maturidade do movimento que se iniciou há uma década atrás. Mas isso não significa sentirmo-nos mais seguros.


Há dias atrás recebi a pré-publicação do livro «A Batalha da História da Batalha de Seattle», por David e Rebecca Solnit. Feito para sair 10 anos após a histórica coligação de activistas que acabaram com a cimeira da OMC em Seattle e que serviu de faúlha que incendiou o movimento anti-corporativo global.


O livro é um fascinante relato do que realmente aconteceu em Seattle; mas quando falei com David Solnit, um dos defensores da acção directa, que ajudou a acabar com o encontro, encontrei-o menos interessado em relembrar 1999 do que em falar sobre o encontro acerca do aquecimento global das Nações Unidas que se realiza nos próximos dias em Copenhagen e as acções de "justiça climática" que ele está a ajudar a organizar nos EUA. "Este é definitivamente um momento do tipo Seattle" disse-me ele. "As pessoas estão prontas pra arrebentar."


Há, certamente, uma qualidade de Seattle nas mobilizações de Copenhaga: a diversidade de grupos que estarão lá; as táctica diversas que serão mostradas; e os governos dos países em desenvolvimento prontos a trazer as reivindicações dos activistas ao encontro. Mas Copenhagen não é meramente uma outra Seattle. Ao contrário, sente-se ao mesmo tempo em que as placas tectónicas progressivamente se movem, a criação de um movimento que se constrói sobre as forças de uma era anterior mas também que aprende com os seus erros.

A grande crítica ao movimento que os media insiste em chamar de "anti-globalização" foi sempre que tinha uma grande lista de queixas e poucas alternativas concretas. O movimento que converge em Copenhagen, ao contrário, recai sobre a questão do aquecimento global, mas agita uma narrativa coerente sobre as suas causas, e curas, que incorporam virtualmente cada questão no planeta.

Nessa narrativa, o clima não está mudando somente por causa de práticas poluidoras específicas mas em razão da latente lógica do capitalismo, que valoriza lucro a curto prazo e crescimento perpétuo sobre qualquer outra coisa. Os nossos governos queriam que acreditássemos que a mesma lógica poderia ser aproveitada para resolver a crise climática, criando um produto de troca chamado "carbono" e transformando as florestas e áreas rurais em pias que iriam supostamente compensar tais emissões.

Os activistas em Copenhaga vão questionar isso, porque longe de resolver a crise climática, o negócio do carbono representa uma privatização sem precedentes da atmosfera, e essas compensações e "pias" viriam a ser um recurso de proporções coloniais. Não somente essas "soluções-baseadas-no-mercado" falham ao tentar resolver o problema da crise climática, como essas opções irão aprofundar ainda mais os níveis de pobreza e desigualdade, pois os mais pobres e vulneráveis são as primeiras vítimas do aquecimento global, tal como os porquinhos da índia foram vítimas desses esquemas de negócios em torno das emissões.

Mas os activistas em Copenhaga não vão somente dizer não a tudo isso. Eles vão agressivamente avançar com soluções que, simultaneamente, permitam reduzir as emissões e diminuir as desigualdades sociais. Diferente dos encontros anteriores, onde as alternativas pareciam ficar em segundo plano, em Copenhagen as alternativas estarão no centro do palco.


Por exemplo, a coligação de acção directa «Acção Justiça Climática» tem apelado aos activistas para perturbar o centro de conferências no dia 16 de Dezembro. Muitos farão isso através do "bike block", pedalando juntos, e mostrando a "irresistível nova máquina de resistência", feita de centenas de bicicetas velhas. O objectivo dessa acção não é bloquear o encontro, estilo-Seattle, mas abri-lo, transformando-o em "um espaço para falar sobre nossa agenda, uma agenda dos de baixo, uma agenda da justiça climática, de soluções reais contra as falsas ... Esses serão os nossos dias".

Algumas das soluções apresentadas pelo campo activista são as mesmas que o movimento pela justiça global tem levado a cabo ao longo dos últimos anos: agricultura local e sustentável; projectos pequenos e descentralizados; respeito por terras e direitos indígenas; deixar os combustíveis fósseis no solo; e pagar por essas transformações através de impostos sobre transacções financeiras e cancelando as dívidas externas. Algumas soluções são novas, como a reivindicação de que os países ricos paguem o "débito do clima" para a reparação dos países pobres. Temos visto, como no ano passado, o tipo de recursos que nossos governos podem dispor quando é para salvar as elites financeiras. Como bem o diz um slogan pré-Copenhaga ao proclamar que "Se o clima fosse um banco, já teria sido salvo", isto é, não ficaria entregue à brutalidade do mercado.

Acresce à narrativa coerente e à focalização nas alternativas, muitas outras mudanças: uma aproximação mais pensada à acção directa, uma que reconheça a urgência de se fazer mais do que ficar somente no discurso, mas determinada a não entrar no velho script activistas vs. polícia. "A nossa acção é uma desobediência civil," dizem os organizadores da acção de 16 de Dezembro. "Passaremos por qualquer barreira que esteja no nosso caminho, mas não responderemos com violência se a polícia (tentar) agravar a situação." (Ou seja, não se vê maneira de como o encontro a realizar daqui a 2 semanas não inclua umas poucas batalhas entre polícia e os meninos de preto; afinal de contas, isto aqui é a Europa.)

Uma década atrás, num comentário do New York Times após o bloqueio de Seattle, escrevi que um novo movimento, reivindicando uma forma radicalmente diferente de globalização "acabara de ter a sua festa de estreia". Qual será a importância de Copenhaga? Coloquei essa questão a John Jordan, cuja previsão do que aconteceu em Seattle eu citei no meu livro No Logo. E ele respondeu: "Se Seattle foi a festa de estreia do movimento dos movimentos, então provavelmente Copenhaga será a celebração do nosso amadurecimento."

Ele pensa, porém, que amadurecer não significa "jogar com mais segurança", ou abster-se de desobediência civil em favor de reuniões. "Espero crescermos para nos tornarmos muito mais desobedientes," disse Jordan, "porque a vida neste nosso mundo pode terminar por causa de muitos actos de obediência" .



Versão original: aqui



The Seattle activists' coming of age in Copenhagen will be very disobedient

The climate conference will witness a new maturity for the movement that ignited a decade ago. But that does not mean playing it safe
The other day I received a pre-publication copy of The Battle of the Story of the Battle of Seattle, by David and Rebecca Solnit. It's set to come out 10 years after a historic coalition of activists shut down the World Trade Organisation summit in Seattle – the spark that ignited a global anti-corporate movement.

The book is a fascinating account of what really happened in Seattle; but when I spoke to climate change summit in Copenhagen and the "climate justice" actions he is helping to organise across the United States on 30 November. "This is definitely a Seattle-type moment," Solnit told me. "People are ready to throw down."

There is certainly a Seattle quality to the Copenhagen mobilisation: the range of groups that will be there; the diverse tactics that will be on display; and the developing-country governments ready to bring activist demands into the summit. But Copenhagen is not merely another Seattle. It feels, instead, as though the progressive tectonic plates are shifting, creating a movement that builds on the strengths of an earlier era but also learns from its mistakes.

The big criticism of the movement the media insisted on calling "anti- globalisation" was always that it had a laundry-list of grievances and few concrete alternatives. The movement converging on Copenhagen, in contrast, is about a single issue – climate change – but it weaves a coherent narrative about its causes, and its cures, that incorporates virtually every issue on the planet.

In this narrative, the climate is changing not only because of particular polluting practices but because of the underlying logic of capitalism, which values short-term profit and perpetual growth above all else. Our governments would have us believe the same logic can be harnessed to solve the climate crisis – by creating a tradable commodity called "carbon" and by transforming forests and farmland into "sinks" that will supposedly offset runaway emissions.

Activists in Copenhagen will argue that, far from solving the climate crisis, carbon trading represents an unprecedented privatisation of the atmosphere, and that offsets and sinks threaten to become a resource grab of colonial proportions. Not only will these "market-based solutions" fail to solve the climate crisis, but this failure will dramatically deepen poverty and inequality because the poorest and most vulnerable are the primary victims of climate change – as well as the primary guinea pigs for these emissions trading schemes.

But activists in Copenhagen won't just say no to all this. They will aggressively advance solutions that simultaneously reduce emissions and narrow inequality. Unlike at previous summits, where alternatives seemed like an afterthought, in Copenhagen the alternatives will take centre stage.
For instance, the direct action coalition Climate Justice Action has called on activists to storm the conference centre on 16 December. Many will do this as part of the "bike bloc", riding together on an as yet to be revealed "irresistible new machine of resistance", made up of hundreds of old bicycles. The goal of the action is not to shut down the summit, Seattle-style, but to open it up, transforming it into "a space to talk about our agenda, an agenda from below, an agenda of climate justice, of real solutions against their false ones … This day will be ours".
Some of the solutions on offer from the activist camp are the same ones the global justice movement has been championing for years: local, sustainable agriculture; smaller, decentralised power projects; respect for indigenous land rights; leaving fossil fuels in the ground; loosening protections on green technology; and paying for these transformations by taxing financial transactions and cancelling foreign debts. Some solutions are new, like the mounting demand that rich countries pay "climate debt" reparations to the poor. These are tall orders, but we have seen during the last year the kind of resources our governments can marshal when it comes to saving the elites. As one pre-Copenhagen slogan puts it: "If the climate were a bank, it would have been saved" – not abandoned to the brutality of the market.

In addition to the coherent narrative and the focus on alternatives, there are plenty of other changes too: a more thoughtful approach to direct action, one that recognises the urgency to do more than just talk but is determined not to play into the tired scripts of cops versus protesters. "Our action is one of civil disobedience," say the organisers of the 16 December action. "We will overcome any physical barriers that stand in our way – but we will not respond with violence if the police [try] to escalate the situation." (That said, there is no way the two-week summit will not include a few running battles between cops and kids in black; this is Europe, after all.)

A decade ago, in a New York Times comment piece published after Seattle was shut down, I wrote that a new movement advocating a radically different form of globalisation "just had its coming-out party". What will be the significance of Copenhagen? I put that question to John Jordan, whose prediction of what eventually happened in Seattle I quoted in my book No Logo. He replied: "If Seattle was the movement of movements' coming-out party then maybe Copenhagen will be a celebration of our coming of age."
He cautions, however, that growing up doesn't mean playing it safe, eschewing civil disobedience in favour of staid meetings. "I hope we have grown up to become much more disobedient," Jordan said, "because life on this world of ours may well be terminated because of too many acts of obedience."

Festa da Poesia (7 e 8 de Dezembro) em Matosinhos



Festa da Poesia
07-12-2009 09:30

08-12-2009 17:30
Biblioteca Municipal Florbela Espanca

Programa

Biblioteca Municipal Florbela Espanca

Dia 7

Manhã
9.30h Teatro Cómico Interactivo – “Florbela à-la-minuta”
10.00h Inauguração de exposição do 2º Encontro Nacional de Ilustração - “a minha mãe é a mulher mais bela do mundo”
10.30h Um momento com o escritor... João Pedro Messeder

Tarde
14.00h “Brincar e Pintar Florbela!” - Ateliê de artes plásticas
15.00h Teatro de Marionetas - “Bzzoira Moira”
16.00h “Brincar e Pintar Florbela!” - Ateliê de artes plásticas para crianças/adultos
17.30h Diálogos” - Recital de Poesia com José Fanha, Francisco Mendes e António Palma (Piano)
18.30h O Som das Palavras com..., Sam the Kid, New Max e NBC, com moderação de Francisco Mendes.

Dia 8


Manhã
10.30h Inauguração da Bebeteca - actividades para bebés ao longo do dia (música, teatro, conto, etc)

Tarde
15.00h “Brincar e Pintar Florbela!”- Ateliê de artes plásticas
16.00h Momento Poético com... Vítor de Sousa...
16.30h Jorge de Sena: “O Regresso a Casa”, com José Jorge Letria, Guto Lucena (saxofone) e António Palma (Piano).
17.30h Mesa redonda: Em torno da Poesia com... valter hugo mãe, João Luís Barreto Guimarães, José Mário Silva, Ana Luísa Amaral, Manuel António Pina, moderação a cargo de Isabel Pires de Lima.

* "Prova de Poemas" ao final da tarde dos dias 7 e 8 na Biblioteca Municipal Florbela Espanca


Biblioteca Anexa de S. Mamede Infesta

Dia 7
10.30h Teatro Marionetas “Mozart, o Menino Mágico”
14.30h “Poesia Ilustrada” - Ateliê de Artes Plásticas
15.00h Teatro Cómico Interactivo – “Florbela à-la-minuta”


Cine-Teatro Constantino Nery

Dia 7
21.30h Concerto - Pedro Moutinho

Petição internacional de apoio a Antonio Tabucchi


O presidente do Senado italiano, Renato Schifani, exige em tribunal ao escritor luso-italiano Antonio Tabucchi a quantia de 1,3 milhões de euros.

Em causa está um artigo publicado no jornal “L’Unitá”.

António Tabucchi questionou no artigo objecto da queixa apresentada em tribunal o passado e os negócios de uma das figuras mais próximas de Sílvio Berlusconi.
O jornal francês “Le Monde” lançou uma petição internacional para protestar contra a intimidação que este processo representa.

António Tabucchi foi professor de literatura portuguesa na Universidade de Pisa sendo considerado um dos grandes especialistas em Fernando Pessoa. De entre as suas obras destacam-se «A cabeça perdida de Damasceno Monteiro», «Afirma Pereira», «A mulher de Porto Pim», «Requiem» e «Sonhos de sonhos.. »

Em 2001, António Tabucchi foi galardoado com o Prémio de Liberdade de Expressão Josep Maria Llado, em Espanha.

São muitos os escritores que já subscreveram a petição: os prémios Nobel José Saramago e Orhan Pamuk, Savater, Mário Claúdio, Semprun, José Eduardo Agualusa, Manuel Alegre, Lídia Jorge, Enrique Vila-Matas, António Lobo Antunes, Philip Roth e muitos outros escritores, cineastas, políticos, jornalistas e artistas plásticos.

As fortes ligações a Portugal explicarão que entre os milhares de assinaturas se encontrem tantos portugueses.

Leia e assine a petição.
http://www.cienciahoje.pt/37585



TEXTO DA PETIÇÃO

Para Antonio Tabucchi

As democracias livres precisam de indivíduos livres. De indivíduos indisciplinados, corajosos, criativos. Que ousem, que provoquem, que desassosseguem. É assim para os escritores cuja liberdade de ‘pluma’ é indissociável da própria ideia de democracia. De Voltaire e Vítor Hugo a Camus e Sartre, passando por Zola e Mauriac, a França e as suas liberdades sabem aquilo que devem ao livre exercício do seu direito de ver e de dever de alertar para a opacidade, das mentiras e das imposturas dos poderes. E a Europa Democrática, desde que foi construída, não parou de se confrontar com esta liberdade dos escritores contra abusos de poder e razões estatais.

E não é que em Itália, essa liberdade foi agora posta em causa através de um ataque desmedido dirigido a Antonio Tabucchi? O presidente do senado italiano, Renato Schifani, pediu-lhe em tribunal a soma exorbitante de 1350 mil euros devido a um artigo publicado no «Unità» – jornal que, no entanto, não é perseguido. O crime de Tabucchi foi interpelado Schifani, personagem central do poder berlusconiano, sobre o seu passado, as suas relações negociais e andanças duvidosas – questões sobre as quais se recusa a comentar. Interrogar o itinerário, a carreira e a biografia de um alto responsável público faz parte das necessidades e das legítimas curiosidades da vida democrática.

Dada a escolha particular deste alvo – um escritor que não renuncia a exercer a sua liberdade – e pela soma reclamada – um montante astronómico para um caso de imprensa –, o objectivo é intimidar uma consciência crítica e, com isto, calar várias vozes. Das recentes perseguições contra a imprensa opositora a este processo dirigido a um escritor europeu, não podemos ficar indiferentes e passivos perante tal ofensa do poder italiano contra a liberdade de julgar, criticar e interpelar. É por isso que manifestamos a nossa solidariedade com Antonio Tabucchi e apelamos para que mais se juntem, assinando massivamente esta petição.


http://www.cienciahoje.pt/37585

Ao encontro da Semente (exposição de variedades tradicionais de sementes) em Melgaço ( 4, 5 e 6 de Dezembro)


Encontro da Semente 2009 – Exposição de variedades tradicionais
e Mostra da recolha de variedades locais do concelho de Melgaço

PROGRAMA

SEXTA-FEIRA 4 DE DEZEMBRO
14h00 Vsita às exposições das escolas de Melgaço

SÁBADO 5 DE DEZEMBRO
9h00 -– Recepção e inscrição dos participantes na Porta do PNPG de Lamas de Mouro

9h30 - Abertura oficial da Exposição de variedades tradicionais e Mostra da recolha de variedades locais no concelho de Melgaço.

Palestras, no auditório da Porta do PNPG de Lamas de Mouro –
Moderador Carlos Oliveira

10h00 - Apresentação da Associação Colher para Semear e do trabalho
desenvolvido pelos seus membros – Graça Ribeiro (Colher para Semear)”


10h30 -– Apresentação do trabalho de recolha de variedades locais na região de Melgaço –
José Miguel Fonseca (Colher para Semear)

11h15 -– “”A diversidade da Casta Alvarinho”” José Afonso

12h00 -– “Uma Experiência de Alvarinho em Agricultura Biológica” – Abílio Pires

13h00 -– Almoço

14h30 -– Fabrico artesanal de pão em forno Comunitário na Vila de Castro Laboreiro*
Maria do Carmo Soares


15h45 -– Regresso à Porta de Lamas de Mouro – para dar início aos trabalhos da tarde

16h00 -– “””Brandas e Inverneiras”” – Particularidades do Sistema Agro-Pastoril Castrejo
Alda Rodrigues


18:00 - Visita à exposição pelas escolas do Concelho

16h45 - Rui Dantas A.M.I.B.A.


17h30 - Breve intervalo

17h45 - “O Cão de Castro Laboreiro –- um pastor por excelência” – Américo Rodrigues

18h30 -– “A Ovelha Churra Minhota” – Nuno Monteiro A.M.I.B.A

19h15 -– Encerramento dos trabalhos

19h30 -– Jantar

21h30 - “Baile das Colheitas”
Encontro das Concertinas

DOMINGO 6 DE DEZEMBRO

9h30 -– “Oficina de sementes””-Caracterização de variedades e condicionantes botânicas –
Ana Maria Barata (BPGV)

10h30 -– “Oficina de sementes” -Produção local de sementes: colheita, extracção, selecção e
conservação – José Miguel Fonseca –(Colher para Semear)


11h30 -– Oficina de iguarias tradicionais*

12h15 -– Sabores do Milho – Filomena Rocha (BPGV) – Joaquim Carlos Dantas (Agricultor)
Durante a sessão da manhã efectua-se a habitual troca de sementes


13h30 -– Almoço

15h00 -– Mesa de Sábios Agricultores – Local: Hotel Castrum Villae

16h30 -– Encerramento e conclusões

*Preço para o conjunto das oficinas, pago no próprio dia:
20€€ (50% desconto para sócios)

Projecção do filme Metropolis e debate sobre o trabalho através do cinema na Fac. de Economia da Universidade de Coimbra ( 4/12 às 14h30)


AUDITÓRIO DA FEUC – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 4/12/2009

14:30 Projecção do filme
16:00 Seminário: O trabalho através do cinema: uma análise crítica do filme «Metropolis


Giovanni Alves (Universidade Estadual de São Paulo- UNESP/ Marília)
Nota biográfica
O Professor Giovanni Alves é um dos mais dinâmicos sociólogos críticos do trabalho, que vem estudando e publicando sobre as temáticas da precariedade das relações laborais, do movimento sindical brasileiro e do que ele designa por "condição de proletariedade" no moderno capitalismo global.
Giovanni Alves é Professor Livre-docente de sociologia da Universidade Estadual de São Paulo- UNESP/ Marília; pesquisador do CNPq; líder do grupo de pesquisa "Estudos de Globalização"; coordenador geral da Rede de Estudos do Trabalho - RET; coordenador do projecto de extensão Tela Crítica.
Entre as suas publicações destacam-se: O Novo e Precário Mundo do Trabalho (ed. Boitempo); Trabalho e Cinema (Ed. Praxis); A Condição de Proletariedade (Ed. Praxis).


«Metropolis» e a Europa

Texto de Manuel Portela Ex-Director do Teatro Académico de Gil Vicente;Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Reflectir sobre a possibilidade de encontrar em Metropolis uma antevisão da Europa actual implica uma reflexão prévia, e extraordinariamente difícil de articular: qual a relação entre a representação ficcional e a representação documental? Ou entre um conhecimento imaginário e mítico, por um lado, e um conhecimento social e económico do real, por outro? Reconhecer Metropolis como antevisão da Europa e da urbanização e mundialização actuais seria reconhecer como adequadas ao mundo das relações sociais de produção actuais certas descrições desse mundo ficcionado de uma métropole tecnológica. No filme de Fritz Lang aquilo que sobressai é o gigantismo de uma civilização tecnológica urbana de massas, dividida entre a classe subterrânea dos que trabalham para manter o sistema da civilização da mega-cidade em funcionamento e a classe dos que dirigem e vigiam esse sistema à superfície, beneficiando da capitalização e da riqueza produzida pelo trabalho incessante e auto-referencial da civilização como megamáquina tecnológica. A leitura alegórica contida no próprio filme representa essa divisão de classes como uma divisão entre a mão e o cérebro, que caberia à mediação do coração resolver. Tal resolução não só é inadequada para a escala do conflito que o filme encena, como revela os limites de qualquer solução ficcional.

Se a relação entre representação e realidade só pode ser pensada como uma relação entre diferentes representações do real, então a ficção e o documentário são dois modos específicos de produção do real, do real como ficção e do real como documentário. E se assim é, ambos os dispositivos formais participam das condições económicas e ideológicas que produzem certos modos de representação do real, e os integram, por seu turno, no conjunto de práticas sociais e culturais que os fazem circular enquanto formas de produção de sentido: num caso, o cinema como arte de massas, dispositivo de construção de narrativas míticas e imaginárias, produzidas de acordo com as regras formais da ficção; no outro caso, o documentário como registo de espaços, tempos, actos e indivíduos enquanto parte do mundo, cuja existência excede o acto de registá-la. Num e noutro caso, haveria que acrescentar às regras formais internas da linguagem de cada modo de representação, os contextos institucionais que os tornam possíveis enquanto produtos de formas de trabalho específicas. Quer dizer que o próprio cinema pode ser analisado como modo de trabalho e como actividade económica – no caso do filme de Fritz Lang, as multidões de figurantes são também um sintoma das condições económicas e do desemprego em massa que deram aos estúdios a possibilidade de contratar a mão-de-obra necessária para realizar o filme.

Aquilo que aproxima ambos os modos de conhecimento (ficcional e documental) enquanto representações é o conjunto de propriedades comuns a todas as representações: a sua natureza mediada e a criação de um ponto de vista, isto é, de uma perspectiva, que decorre da incompletude de qualquer representação. A tecnologia do cinema (ficcional ou documental) se pensada como forma de ver e de dar a ver torna evidente a natureza representacional das representações: o ponto de vista da câmara (nos seus enquadramentos, ângulos e movimentos) e a narrativa construída pela montagem (na criação de relações lógicas e cronológicas entre planos e acções) instituem ao nível formal da materialidade cinematográfica uma determinada visão dos objectos que representam, isto é, uma determinada narrativa. Se a realidade tem também, em parte, uma dimensão de produção perceptual, na medida que eu a conheço através das representações que construo, o processo social de produção do real não está apenas nas formas de trabalho e nas leis que regulam as formas de trabalho que definem a ordem social e económica, isto é, não está apenas nas formas que eu reproduzo ao agir para reproduzir as condições de existência em que existo. Está também na forma de representar o mundo em que existo: as representações fazem parte do processo geral de reprodução social. Quanto menos visível a sua condição de representação, isto é, quanto mais naturalizada estiver, mais difícil se torna revelar a sua perspectiva particular e a ideologia que sustenta a sua coerência interna.

Mas o perspectivismo, que limita a possibilidade de universalização das representações, é também a propriedade que permite criticá-las e construir sobre um objecto pontos de vista alternativos. De certo modo, foi isso que se tentou fazer com o conjunto de filmes escolhidos para o ciclo «Integração Mundial, Desintegração Nacional: Crise nos Mercados de Trabalho»: dar do trabalho, em diversos sectores económicos e em diversas regiões da Europa e do mundo, um conhecimento diverso daquele que as representações políticas e jurídicas correntes permitem construir. Vários filmes mostraram a persistência de formas de trabalho fora da protecção jurídica, e a erosão dos direitos sociais e económicos dos trabalhadores. Na medida em que a ordem jurídica, como extensão das relações políticas numa sociedade, legitima certas relações de poder entre classes e entre grupos, ela participa activamente no processo de reprodução da ordem de dominação económica existente. E não se trata apenas de representar como universais interesses que são, de facto, particulares (às vezes, muito particulares), trata-se também da incapacidade de eliminar as contradições profundas entre certos dispositivos jurídicos de protecção do trabalho e as condições reais de subjugação económica que institucionalizam a exploração de todos aqueles que têm de vender a sua força de trabalho (e a sua saúde, e o seu corpo, e a sua vida) sem um salário digno, sem protecção social e sem verem garantidos os direitos de humanidade que políticos e juristas nos dizem serem de todos.

A mundialização dos mercados do trabalho torna possível exportar formas de proletarização e manter os espaços de pobreza material que as alimenta. Por outro lado, acentua-se mais ainda do que na fase dos mercados nacionais a divisão entre consumidores e produtores. Na esfera simbólica da publicidade, que constrói para os consumidores a identidade dos objectos, foram apagadas todas as marcas das condições reais de produção. À medida que o mercado se mundializa, conhecemos ainda menos, cada vez menos, a história concreta de produção da maior parte dos objectos que usamos: quem fez os meus sapatos, e em que condições? Quem extraiu o crude que foi transformado na gasolina com que enchi o carro, e em que condições? Quem fabricou o carro que conduzo, e em que condições? Quem apanhou os morangos que comi ao jantar, e em que condições? Quem fez as minhas calças, e em que condições? Que direitos económicos e sociais tem? Que leis internacionais do trabalho são capazes de garantir condições de trabalho justas? E será isso possível sem mudar o sistema de produção eonómica? Isto é, sem a reificação do capital e das mercadorias se constituírem como essência da vida humana, como o verdadeiro sujeito da história?

Aquilo que salta à vista em Metropolis, quando lido como prefiguração do futuro, é a contradição entre uma dimensão de luta de classes e de segregação territorial (descrição ainda suficientemente precisa para apreendermos nela a forma essencial da estrutura das sociedades humanas) e a dimensão simbólica e mítica do bem e do mal, resolvida imaginariamente através da ideia de mediação que o coração faz entre o cérebro e a mão. Uma contradição que se manifesta igualmente na contradição entre o tratamento da coreografia de massas, que analisa a dimensão colectiva da metrópole tecnológica, e as convenções que constroem a narrativa das personagens individuais enquanto falsa resolução de um conflito que é estrutural à própria configuração da metrópole. Talvez a prefiguração do mundo actual esteja sobretudo nessa representação da megalópolis como megamáquina, isto é, como um sistema social em que os indivíduos (no submundo dos subterrâneos ou no sobremundo dos arranha-céus) se encontram alienados da sua própria subjectividade, constrangidos a servir um dispositivo técnico e económico auto-referencial, de que a grande cidade constitui a materialização social e arquitectónica.

Portanto, talvez a pergunta tenha de ser reformulada para se tornar um pouco mais precisa: que representação conseguimos construir da Europa (e do mundo) actual que seja capaz de dar conta do sacrifício continuado de milhões de corpos ao Moloch da máquina da economia e do Estado? E, uma vez construída essa representação, como conseguimos usá-la para nos libertarmos da máquina que nos produz como sujeitos da sua ordem? Como usar os dispositivos jurídicos e económicos de forma emancipatória? Que instâncias de mediação conseguimos criar para alterar desigualdade estrutural que determina a exploração do trabalho de milhões de seres humanos? É possível explicitar os conflitos e garantir os direitos sem pôr em causa a globalização do capitalismo tecnológico?

Coimbra, 02 de Julho de 2008

Texto retirado de:
http://boasociedade.blogspot.com/

Libertários vão a julgamento no próximo dia 7 de Dezembro


No próximo dia 7 de dezembro vai começar o julgamento dos detidos na manifestação anti-autoritária de 25 de abril de 2007, em Lisboa. Alguns dos condenados, 11 no total, enfrentam acusações que podem levar a penas de seis meses a cinco anos de prisão por terem participado numa manifestação que sofreu uma carga policial sem qualquer ordem de dispersão.]

Que acusações são essas? Resumindo: Agressão à polícia.

O curioso é quem ficou ferido, para variar – neste sapal à beira-mar sedimentado –, foram os manifestantes – as imagens dessa manifestação que circulam pela net e o testemunho de quem lá esteve podem comprová-lo.

Mas não é isso que interessa. Somos Anarquistas!

O que importa aqui não é a atuação da polícia, pois para quem luta pela liberdade o que está em causa é a existência da própria polícia. Nem tão pouco é a liberdade de manifestação, pois a liberdade individual é a essência do Eu, jamais poderá ser legislada e, como tal, o que está em causa é a existência do Estado – esse indiscutivelmente autoritário na sua essência.

É, também, como anarquistas que sabemos que o Estado pode pôr diversas máscaras, da mais estalinista à farsa democrática. E que nesta sua, do Estado, roupagem de farsa democrática, quando não se contesta da forma que ele próprio define, mostra a sua essência repressora e lança os seus cães contra quem o ataca.

Enquanto houver Estado haverá repressão. Haveremos sempre, sempre lutar contra ela – e contra ele – com todas as nossas armas e seremos sempre solidários com quem o fizer de modo semelhante.

Identificando a manifestação que deu origem a este processo como uma ação que vai ao encontro dos nossos métodos, queremos afirmar a nossa solidariedade para com os condenados e apelar a todos, que se identificarem com tal, a não deixarem que o processo se resolva no circo, que é o tribunal, mas nas ruas. Em todo lado e de qualquer forma, vamos incendiá-las, quer figurativa quer literalmente. Vamos sair e dar-lhes trabalho!

Ainda que com happy end, quando o processo cessar nós não.
(texto recebido por email)