30.3.08

O custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com as despesas da guerra de um só dia!!!

Quando se cumprem agora cinco anos desde que os Estados Unidos decidiram invadir e ocupar militarmente o Iraque, em conjunto com os governos seus apaniguados, e depois de todos saberem que os motivos invocados não passavam de mentiras e de uma monstruosa manipualção para induzir os cidadãos e os governos dos outros países a apoiarem a miserável guerra empreendida pelo presidente Bush, deixamos aqui abaixo os aterradores números do custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com a mesma quantia gasta diariamente na Guerra.


Os cálculos e as imagens e todo este trabalho meritório foi feito pela Americain Friends Service Comittee ( a pensar obviamente nos preços praticados na economia e na sociedade dos Estados Unidos da América) como forma de demonstrar a insanidade política, financeira e mental da Guerra do Iraque.







Cada dia são gastos 720 milhoes de dólares na Guerra do Iraque.


Em que é que se poderia gastar com essa quantia diária?


As despesas diárias com a Guerra do Iraque permitiriam cobrir as despesas de 84 escolas básicas



O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar a 12.470 professores das escolas básicas norte-americanas!







O custo diário da guerra do Iraque permitiria pagar as refeições escolares a 1.153.846 crianças.




O custo diário da Guerra do Iraque poderia pagar as propinas a 34.904 estudantes universitários



O custo diário d Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a163.525 pessoas





O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a 423.529 crianças




O custo diário com a Guerra do Iraque permitiria construir 6.482 casas familiares






O custo diário da Guerra do Iraque permitira pagar as despesas de electricidade em 1.274.336 habitações



Mais informação em inglês:

Health Insurance for an adult costs $4,403 per year. $720 Million could cover 163,525 people.

The average cost of a new elementary school is $8,497,627. $720 Million could pay for 84 brand new schools.

It costs $624 to give a child free school lunches for a year. $720 Million could buy lunch for 1,153,846 kids.

An affordable housing unit costs around $111,061. $720 Million could buy 6,482 homes.

A year of Head Start costs $7550. $720 Million could open 95,364 new slots.

The average cost of renewable electricity for a home is $565/year. $720 Million could pay for 1,274,336 homes to have it.

An average school teacher’s salary is $57,000. $720 Million could put 12, 478 new teachers in the classroom.

The average cost of a four-year state university is $20,628. $720 Million could put 34,904 students through college.

Health insurance for a child costs $1,700 per year. $720 Million could cover 423,529 kids.

Based upon the work of Nobel Prize winning economist Joseph Stiglitz and his colleague Linda Bilmes, the per day cost of the Iraq War for the first 4 years has been $720 million.

Per unit costs are based upon research done by the National Priorities Project.

Fonte e para mais informações:

A apatia do povo português ( numa crónica de Aquilino Ribeiro)

Stop Apatia
Acabem com a apatia.
Organizem-se e cooperem uns com os outros na igualdade social e fraternidade entre todos.





Na tebaida houve um eremita que merece ser espanejado do pó das crónicas e ser posto às barbas dos portugueses.

Um dia, cansado de passar camandulas, subiu a um fragão que se alteava no meio do deserto, e aí passou anos e anos, de pé, hirto, como um arauto inglês, alma e olhos perdidos num espasmo imbecil.

Da sua imobilidade de estátua apeava-se somente para chachurrear na corrente e deglutir a pitança que o corvo lhe trazia na pontualidade de um criado de restaurante.

As transmutações da natureza, as nuvens das aves migratórias perpassavam sobre a sua cabeça como na indiferença de uma haste de quadrante. Ao longe ouvia-se a guizalhada das caravanas, a gritaria dos chacais lascivos, e o servo de Deus só com ouvidos de escutar as harmonias celestiais das alturas.

Enxames famintos de varejas lambiam-no, chupavam-no, faziam dele um esterqueira de assucar avariado e aquela paciência monomana nem mãos tinha para as enxotar.

Viveu assim até que o corpo se lhe dissecou de todo com a petrificação do espírito.

Exumando esta originalidade dos fósseis fradescos, pareceu-me ver nele um substrato do nosso povo.

A mesma apatia, a mesma paciência doentia.

De sobre o rochedo das suas gloriolas vê passar ao longe as tlintadas do progresso e miragens de vida intensa.

As revoluções passam de lado, redentoras, luminosas, e ele esmagado sob a camada paleolítica das suas leis afonsinas e das suas quatro dinastias.

Lá fora joga-se o pim-pam-pum com a cabeça dos reis, aqui ravacholiza-se entre a bisca de família.

E de cócoras, como o eremita, os Hintzes, Lucianos, os Francos, vão roendo este povo, com toda a pachorra, com todo o descaro de uma lepra indebelável.

A todos se resigna, como um velho burro filósofo.

O actual tiranete crava-se-lhe na cachaço como uma carraça sanguisedenta de récuas de almocreve: acordará?

Contra a obsessão de satrapizar do tiranete, está o prémio da sobrinha do milionário, assim lançado: «Dava duzentos contos de reis a quem mo tirasse da política»

Quem se habilita?

( crónica de Aquilino Ribeiro publicada no jornal de Viseu, As Beiras de 4/5/1907)


Léxico:

Camanudulas = rosário de coisas grossas
Chachurrear= chapinhar
Monomania = obsessão assente numa ideia
Pitança = comida
Satrapizar = tiranizar
Tebaida = ermo; lugar solitário

Recordação do militante operário e anarquista Arnaldo Simões Januário nos 70 anos depois da sua morte no Tarrafal





Arnaldo Simões Januário nasce em Coimbra a 6 de Junho de 1897. Barbeiro de profissão, militante operário e anarquista, morre no Campo da Morte do Tarrafal a 27 de Março de 1938 "vitimado por uma biliose anúrica sem qualquer assistência médica nem medicamentos, depois de vigorosos anos de combatividade e de sofrimento nos cárceres da ditadura e na deportação por diversas vezes" [in Perfil de Arnaldo Januário, revista Vértice, nº365-366, Junho-Julho, 1974]. A sua vida "é uma admirável lição de coragem e generosidade" [in CGT, Órgão Regional, 1947, ibid.].


Arnaldo Januário, de rara inteligência e acção, foi um propagandista e um organizador dos sindicatos e da luta operária, em Coimbra. Militante libertário da "União Anarquista Portuguesa", colaborou no jornal A Batalha, A Comuna, O Anarquismo, O Libertário e na revista Aurora [cf. Luís, Arnaldo Simões Januário]. É preso, pela primeira vez em 1927, na sequência da repressão que se abateu sobre o movimento operário depois do 28 de Maio de 1926. A partir dessa data e até 1931, diversas vezes foi privado da liberdade, passando pelas "cadeias do Governo Civil de Coimbra, Aljube, Trafaria, além de deportações em Angola, Açores e Cabo Verde, até ser internado no Campo de Concentração de Ué-Kussi ou Okussi em 22 de Outubro de 1931" [Vértice, ibid]. Em 1933 é posto em liberdade e regressa á sua cidade, Coimbra.


Não se deixando abater, física e ideologicamente, prossegue a sua campanha em prol do movimento operário e contra a ditadura. Não espanta, portanto, que apareça como um dos organizadores do movimento grevista e insurreccional de 18 de Janeiro de 1934, que na Marinha Grande e em Coimbra teve particular dureza repressiva. É referido [Id., ibid] que perante o "argumento do porrete" do PIDE Fernando Gouveia e seus esbirros, e em que a "maioria [dos grevistas] perdia os sentidos", tal a brutalidade e as torturas que lhes eram feitas, Arnaldo Januário, "num gesto nobre e altivo, declarou perante os seus carrascos que tomava inteira responsabilidade pela organização do Movimento Grevista que tinha por fim derrubar a ditadura". Tal facto determinou que apanhasse "tanta pancada que caiu sem sentidos em frente dos seus companheiros de cárcere, sendo ali, covardemente pisoteado pelos esbirros” [Id., ibid, aliás in Edgar Rodrigues, O Retrato da Ditadura Portuguesa]. É encarcerado no Aljube, depois vai para a Trafaria onde é julgado e condenado a 20 anos de prisão. Em Junho de 1934 é "enviado para o Forte de S. João Baptista, na Ilha Terceira". Aí, acusado de agitador juntamente com o também militante libertário Mário Castelhano, sofreu as piores ignomínias, em especial o ser enclausurado na célebre Paterna ("buraco aberto na rocha com 20 metros de profundidade e área de 5 metros quadrados, o tecto pingando agua dia e noite") durante 15 dias e 15 noites, sob o mando do esbirro Capitão Paz.


A 12 de Junho de 1937 é enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, (fundado pelo Capitão Manuel Martins dos Reis e pelo médico Esmeraldo Pais Pratas) onde "definhavam e morriam um a um homens que anos atrás representavam a elite operária do país, sob o olhar indiferente do director João Silva e de Seixas [agente da PIDE]".


Arnaldo Simões Januário, "lutador incansável que a tudo resistira, destruído física que não ideologicamente, sucumbe, enfim, a 27 de Março de 1938, rodeado dos cuidados possíveis dos seus companheiros mas sem os carinhos da família onde avultavam cinco filhos menores” [Id., Ibid].


J.M.M.


Homenagem às Vozes de Abril.


No próximo dia 4 de Abril, a Associação 25 de Abril organiza um espectáculo no Coliseu dos Recreios em Lisboa, intitulado Homenagem às Vozes de Abril.

A gala "Vozes de Abril" é um programa / espectáculo destinado a prestar homenagem a todos aqueles que através do seu contributo artístico ajudaram a criar condições para que a liberdade fosse conquistada para o nosso país.


Entre os cantores, grupos, poetas e artistas que já confirmaram a sua participação na iniciativa figuram Brigada Victor Jara, Carlos Alberto Moniz, Carlos Carranca, Carlos Mendes, Couple Coffee, Ermelinda Duarte, Erva de Cheiro, Estudantina de Lisboa, Fernando Tordo, Francisco Fanhais, Haja Saúde, Helena Vieira (soprano) com Coro Infanto-Juvenil, Jacinta, João Afonso, José Barata Moura, José Jorge Letria, José Mário Branco, Lua Extravagante (Vitorino, Janita Salomé, Carlos Salomé, Filipa Pais), Lúcia Moniz, Luís Goes, Luiza Basto e João Fernando, Luís Cília, Manuel Freire, Tino Flores, Maria do Amparo, Paulo Carvalho, Pedro Barroso, Raul Solnado, Samuel, Tino Flores, Waldemar Bastos.

Participação Especial: Patxi Andion

Bandas: Exército, Força Aérea e Marinha Banda (residente): dirigida por Carlos Alberto Moniz.

Poesia dita por: Joaquim Pessoa, José Fanha, Manuel Alegre, Maria Barroso, Vitor de Sousa.

Participação Teatral: Grupo de Teatro A Barraca (Autor e Encenador Hélder Costa) Corpo de baile : Coreografado por Marco de Camillis.

Homenageados: Zeca Afonso, Adriano C. Oliveira, Carlos Paredes, Ary dos Santos, Mário Viegas, António Gedeão, Sofia de Mello Breyner,Manuel da Fonseca, Lopes Graça, Jorge de Sena, Luzia Mª. Martins, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade ,Alexandre O’Neill ,Manuela Porto ,Tóssan, Michel Giacometti, Carlos do Carmo, Fausto, Luís Cília, Sérgio Godinho.

Em palco também vão estar outras Vozes de Abril - (Locutores): Adelino Gomes, Luís Filipe Costa, Joaquim Furtado, João Paulo Guerra; (Capitães de Abril): Vasco Lourenço (Presid. da A25A desde a fundação), Costa Neves, Otelo Saraiva de Carvalho, Martins Guerreiro, Vítor Crespo.

Preço Bilhetes: 1ª Plateia 20€; 2ª Plateia15€; Balcão Central:13€; Balcão Lateral(S/Marcação / Vis. Reduzida) 5€; Camarotes de 1ª Frente (6 pessoas) 72€; Camarotes de 1ª Lado (5 pessoas) 50€; Camarotes de 2ª Frente (6 pessoas) 54€; Camarotes de 2ª Lado (5 pessoas) 35€

http://www.25abril.org/

Trisha Brown Dance Company hoje em Serralves (22h)


A dança de Trisha Brown apresenta-se hoje da Fundação de Serralves. É um dos grupos mais influentes da dança mundial e que, nos anos 60, revolucionou a dança e a forma de criar movimento, fungindo aos convencionalismos e às regras anteriormente fixadas.



Trisha Brown, uma das coreógrafas centrais do movimento da dança pós-moderna americana, apresentou as suas performances, pela primeira vez, ao público, na Judson Memorial Church (Washington Square, Nova Iorque), um lugar de encontro de uma comunidade artística irreverente que integrou bailarinos, artistas visuais, músicos, poetas e cineastas.

A reunião deste colectivo de artistas nasce na classe de composição, apoiada por Cunningham e orientada por Robert Dunn, um músico que estudou com John Cage, e constitui-se pela necessidade de um espaço livre de experimentação colectiva e de confluência de múltiplas áreas disciplinares.

Na dança e coreografia foram relevantes as participações dos bailarinos e coreógrafos Lucinda Childs, Steve Paxton, Yvonne Rainer, Simone Forti, Deborah Hay a que se associaram outros criadores como Meredith Monk, La MonteYoung, Robert Morris, Alex Hay e Robert Rauschenberg. Alguns destes criadores tinham convivido anteriormente com Trisha Brown nos workshops de Verão de Anna Halprin, na Califórnia, e nos estudos realizados no Merce Cunningham Studio, em Nova Iorque.

A 6 de Julho de 1962, é apresentada a primeira iniciativa “Concert on Dance 1#”, e inaugurado o domínio da dança pós-moderna americana pelo grupo de performers da Judson Dance Theater. A libertação das convenções associadas à significação e à dimensão psicológica do movimento da dança, a tomada de consciência do uso do corpo do intérprete, a introdução de movimentos e acções da vida quotidiana, a intervenção no espaço público e a urgência na aproximação da arte à vida, são fundamentos centrais definidos por esta geração.

Trisha Brown junta-se igualmente a outros grupos de artistas participando em eventos Fluxus e nos Happenings criados por Robert Witman.
No início da década de 70, faz parte do colectivo de improvisação Grand Union, unindo-se a Yvonne Rainer.

Simultaneamente, a coreógrafa cria a sua própria companhia e as suas primeiras peças para espaços alternativos e pouco usuais - lofts, telhados, parques de estacionamento, praças e galerias de arte - explorando a presença do corpo em contextos surpreendentes, retirando-lhe aparentemente o peso e a territorialidade, e deslocando a percepção habitual do espectador.

A sua dança manifesta-se pela atenção dada à estrutura através de tarefas sequenciais e de gestos repetidos, propostos aos bailarinos como jogos com “instruções”, destinados à exploração do movimento e ao entendimento da organização espacial (“um gesto depois do outro” - como Donald Judd referiu).

As peças Sticks (1973), Spanish Dance (1973), Figure Eight da primeira parte do programa, correspondem a este período.

Nos finais da década de 70 e início dos anos 80, Trisha Brown abandona os espaços alternativos para reinvestir no espaço formal do palco (“Trisha veio para casa (Teatro) quando se apercebeu que não a tinha e que lhe fazia falta” - Robert Rauschenberg).

Neste âmbito, experimenta a inclusão de movimentos mais instintivos e multidireccionais e o desenvolvimento de um vocabulário espontâneo, centrado na destreza da fisicalidade dos intérpretes. Brown recorre regularmente aos ecos e ideais criativos dos anos 60 e 70, de modo a contrariar as imagens convencionalmente associadas ao espaço teatral e centra-se nas colaborações artísticas integrando nos seus espectáculos música, instalação, texto, figurinos e iluminação.

A colaboração criativa e a longa amizade entre Trisha Brown e Robert Rauschenberg tem início neste período - Glacial Decoy (1979), Set and Reset (1983), Astral Convertible (1989), Foray Forêt (1990), If you couldn’t see me” (1994).

Robert Rauschenberg é responsável pelos figurinos da peça Foray Forêt e autor do figurino e do espaço visual e sonoro da peça If you couldn’t see me.

Em Foray Forêt, uma fanfarra local toca afastada do palco ligando o teatro ao espaço público exterior. Forêt refere-se a França, país de estreia mundial da peça e à floresta de infância de Trisha Brown em Washington State. A peça, criada em secções modulares é significativa do retorno de Trisha a um vocabulário de formas simples e de activação do gesto. A percepção do público é central “O que vemos?” Uma dança silenciosa, suspensa, distante.

No solo If you couldn’t see me, Trisha Brown contraria a convenção frontal da representação propondo uma dança de costas para a audiência que, ocasionalmente, percepciona o perfil do corpo da bailarina abaixo do pescoço. Desafiar a instabilidade da postura e da expressão dos movimentos, obrigatoriamente laterais, e partilhar uma relação inversa com o público, são ideias corporizadas nesta experiência, propostas com a cumplicidade de Robert Rauschenberg.

As peças escolhidas para encerrar este programa são expressivas da visão experimentada e da partilha, artística e pessoal, dos universos de Robert Rauschenberg e Trisha Brown




A apresentação em Seralves ( Porto) pertence ao ciclo CICLO PARALELO À EXPOSIÇÃO “ROBERT RAUSCHENBERG: Em viagem 70–76”.


• PROGRAMA


• I - “EARLY WORKS”
STICKS (1973)
Coreografia: Trisha Brown


FIGURE EIGHT (1974)
Coreografia: Trisha Brown


SPANISH DANCE (1973)
Coreografia: Trisha Brown
Música: Bob Dylan interpreta “Early Morning Rain” de Gordon Lightfoot

II
IF YOU COULDN’T SEE ME (1994)
Coreografia: Trisha Brown
Figurinos: Robert Rauschenberg


FORAY FORêT (1990)
Coreografia:Trisha Brown
Música: John Philip de Sousa interpretado pela Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa (F.R.I.C.S.)
Luzes: Spencer Brown
Figurinos: Robert Rauschenberg










Robert Rauschenberg


(termina hoje a sua exposição patente em Serralves)



Robert Rauschenber nasceu em 1925, em Port Arthur, no Texas, e estudou no Kansas City Art Institute, na Academie Julian em Paris, e com Josef Albers no Black Mountain College na Carolina do Norte, antes de se fixar em Nova York, onde estudou no Art Students League e onde desenvolveu relações mais profundas com Cy Twombly, Jasper Johns , John Cage, e Merce Cunningham.



É considerado um dos artístas de vanguarda da década de 50, pois foi nessa época que, depois das séries de superfícies com jornal amassado do início da década, o artista deu início à chamada combine painting, utilizando-se de garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de massa pigmentária mas incluindo também estes objetos. Estes trabalhos foram precursores da Pop Art.



Rauschenberg une a pintura à comunicação, privando esta (em sua opinião) de sua aura - conceito desenvolvido nas obras de Walter Benjamin - e dizia não confiar em idéias, preferindo os materiais, pois estes o colocariam em confronto com o desconhecido. O artísta, mais jovem, fez parte do movimento Dadá em Nova York, empregando "processos de collage fotográfica e serigráfica, produzindo impressões diretas de objetos imagísticos sobre placas sensibilizadas" (Thomas, 1994, p. 102).



Acreditava ele que a pintura se relacionava com a vida e com a arte, assim buscando agir entre estes dois pólos. Nessa perspectiva o artista, em Bed (Cama), pinta o que acredita-se ser sua própria coberta, tornando a obra tão pessoal e íntima quanto um auto-retrato, confrontando assim o aspecto pessoal de uma cama arrumada com o meio artístico, ao pendurá-la em uma parede, na vertical. Assim, ainda que a cama perca sua função, ela ainda pode ser relacionada às atividades íntimas nela exercidas.



Nesse ponto, os limites entre a pintura e a escultura são tensionados até sua ruptura, bem como os limites entre o cotidiano e a arte. Os elementos inclusos em seu trabalho fazem referências à cultura popular, enfatizando a teoria de Rauschenberg sobre objetos diários e a arte.
Na década de 60 Rauschenberg usou o silk-screen para imprimir imagens fotográficas em grandes extensões da tela, unificando a composição através de grossas pinceladas de tinta, e ganhou reconhecimento internacional na Bienal de Veneza de 1964. Hoje vive em Nova York, onde ainda trabalha como artista plástico.




Fonte: wikipedia