10.2.09

Política, Ordem e Revolta - encontros e debates na galeria Zé dos Bois (dia 14 e 15 de Fev.) acerca da evolução do estado de excepção

«Terrorismo» é actualmente o termo vanguarda de todo um discurso que legitima um processo transnacional de remodelação das funções de Estado – menos sociais e mais securitárias. Do encontro entre o progresso científico, a procura estatal por mecanismos de vigilância, controlo e identificação e uma propaganda que espalha o medo em relação ao próximo, perpetua-se um estado de excepção, em que liberdades, direitos e garantias são colocadas em causa pela mesma entidade responsável pela sua protecção. Simultaneamente, multiplicam-se os sinais de mal-estar social, expressos de uma forma difusa e para além dos limites impostos pela cidadania institucional. É objectivo desta iniciativa reflectir em torno destes temas, traçar o seu percurso de evolução.

Sábado 14

14h30: "Autoritarismo e Vigilância: da empresa para a sociedade" João Bernardo;

16h00: "Prevenir a confraternização: história das técnicas para que os soldados não fiquem ao lado do povo" Diego Palacios Cerezales;

Domingo 15

15h00: A Invenção do Terrorismo.

"Violência e Estratégia de Tensão em Itália na década de 70" José Nuno Matos;

" Israel/Palestina" António Louçã;

"Conflito basco: um laboratório da repressão «pós-moderna»", Rui Pereira

17h30: Plenário – Conclusões Provisórias do fim-de-semana



Participantes:
- António Louçã é jornalista e historiador. Entre outros, publicou «Conspiradores e traficantes. Portugal no tráfico de armas e de divisas nos anos do nazismo 1933-1945» (2005)
- Diego Palacios é professor na Universidade Complutense de Madrid. Publicou «O Poder Caiu na Rua. Crise de Estado e Acções Colectivas na Revolução Portuguesa» (2003) e defendeu no ano passado uma tese de doutoramento intitulada «Estado, Régimen y Orden Público en el Portugal Contemporáneo 1834-2000».
- João Bernardo é autor de várias obras. Recentemente, publicou «Labirintos do Fascismo – na Encruzilhada da Ordem e da Revolta» (2003). Em 2004 publicou, no Brasil, «Democracia Totalitária».
- José Nuno Matos é mestrado em Ciência Política pelo ISCSP-UTL. Publicou «Acção Sindical e Representatividade».
- Rui Pereira é jornalista e, entre outros, publicou «Euskadi – A Guerra Desconhecida dos Bascos» (2000)

Zé dos Bois (Rua da Barroca, 59. Bairro Alto) Organização: UNIPOP
Entrada Livre

Digressão do concertinista Aurelien Claranbaux por Lisboa ( dia 11), Coimbra (dia 13) e Porto (dia14)



11 Fev, 22:30 na Fábrica braço de Prata, Lisboa
13 Fev, 22:30 no Salão Brazil, Coimbra
14 Fev, 22:30 no café concerto da ESMAE, Porto



Aurelian Claranbaux, concertinista de origem Francesa, pontua em nomes marcantes da nova música folk, como ZEF e Duo D.C. Os primeiros são uns dos nomes incontornáveis e mais acarinhados no festival Andanças, com incontáveis passagens pelos palcos Portugueses muito além do festival-referência.


Dono de mestria ímpar na concertina, sobe a palco e deixa dezenas de seres bailantes flutuantes em seu redor e das melodias que se vão escorrendo.

Neste noite fica prometida muita magia, uma ambiente descontraído e o desfrute da música pura, do baile sensual e dos prazes do convívio descomprometido.

Mais informações

www.rodobalho.com

www.tradballs.com

Oficina arco-íris do desejo por Iwan Brioc no ESMAE (13 a 15 de Fev.) e na escola de segunda oportunidade de Matosinhos(16 a 20 Fev.)


Oficina arco-íris do desejo no ESMAE (Rua da Alegria, 503, Porto) entre 13 a 15 de Abril
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Workshop O Arco Irís dos Desejos na escola de segunda oportunidade de Matosinhos entre 16 a 20 de Fevereiro

O ARCO IRÍS DOS DESEJOS: UMA VIAGEM AO TEATRO DA MENTE

Destinatários Professores, Formadores, técnicos sociais

O arco-íris revela como a luz branca é o resultado da combinação das diferentes cores. Da mesma forma, cada um de nós é fragmentado pelas nossas diferentes e por vezes contraditórias crenças e desejos.
Este workshop, 2 horas por noite, durante cinco dias, utilizará as técnicas de Augusto Boal para trabalhar com opressões interiores: aqueles “polícias na cabeça” ‘cops in the head’ que nos impedem de realizar todas as nossas potencialidades. Através do prisma do teatro iremos explorar os diferentes elementos da nossa personalidade e talvez rearranjá-los melhor para ir ao encontro das nossas necessidades.

Cada noite, prepararemos e praticaremos depois uma técnica deste arsenal poderoso, colocando o ênfase em como trabalhar melhor com os nossos colegas e estudantes e em como a introspecção ganha através destas técnicas pode ser usada na situação da sala de aula de modo a que também os nossos alunos possam começar a remover as suas inibições à aprendizagem e à maturidade.

Os workshops serão divertidos e energizadores assim como uma experiência de aprendizagem poderosa.

Formador
Iwan Brioc é director artístico do Cynefin (fundado em 2000), uma plataforma sedeada no Reino Unido para o activismo comunitário através do teatro.
Iwan ganhou um “Creative Wales Award” em 2006 pelo seu trabalho com teatro sensorial comunitário labirinto, uma nova metodologia que tem vindo a desenvolver, inspirada pelo trabalho do antropólogo do teatro Enrique Vargas. Isto após ter criado 16 “performances” Labirinto com comunidades por toda a Europa, que tiveram um profundo impacto nas audiências.
O projecto de 2005 do Cynefin `Caerdroia', criou o maior Labirinto do mundo numa floresta do norte do País de Gales .
É o local de performances regulares do Cynefin com jovens e elencos internacionais.
Foi Co-Director de Theatr Fforwm Cymru (1997 - 2004), Teatro do Oprimido do País de Gales (TO). Desenvolveu aí o projecto “Ensaio para a Realidade”, o primeiro projecto nacional de teatro legislativo.
Iwan é membro fundador de “Drums for Peace (fundado em 1999) que reúne jovens desfavorecidos em intercâmbios internacionais com o desafio de criar uma performance artística em 5 dias. Tem qualificações em cinema, psicologia, trabalho com jovens, dramaterapia e chi kung e frequenta actualmente um Mestrado em “Mindfulness-Based Approaches”.

16 a 20 Fevereiro 2009
20.30h – 22:30h
Língua de Trabalho Inglês
Inscrição €30

Local:
Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos
Lg. da Capela do Telheiro,
S. Mamede Infesta
Tel. 22 906 45 38

Discurso do escritor e encenador Augusto Boal no Fórum Social mundial em Belém


A mídia costuma publicar só o que é espectacular, sensacional, mesmo que tenha que esconder a verdade. Hoje, fala-se mais da cor da pele de Barrack Obama do que do seu projeto político, como ontem falou-se mais dos seios da Carla Bruni do que das idéias direitistas do seu marido Sarkosy.
A mídia tem dono, e reflete as opiniões do seu proprietário: o Fórum Social Mundial não tem dono, e deve refletir as nossas.

Foro, Fórum, significa etimologicamente a praça pública, onde se pode discutir livremente. Este nosso Foro é mundial e deve, portanto, discutir os assuntos do mundo.

Temos que saudar o fim da era Bush e seus parceiros, mas ficar atentos à nova era que começa. Aplaudir os primeiros actos de Barrack Obama, mas analisá-los com cuidado. Aplaudir sua decisão de fechar Guantânamo, mas lembrar que isso não basta: é necessário restituir Guantânamo ao seu legítimo dono, que é o povo cubano.

Aplaudir a ordem de acabar com a tortura, mas lamentar que os torturadores não sejam punidos por esse crime de lesa-humanidade e continuem nos seus postos de comando. Aplaudir o desejo do novo presidente em dialogar com todos os países, mas explicar que não queremos, como ele promete ou ameaça, não queremos ver o seu país liderando o mundo - essa tarefa não compete nem aos Estados Unidos nem ao Paraguai, mas sim à Organização das Nações Unidas que para isso foi criada e tantas vezes tem sido desrespeitada pelo país de Barrack Obama.

O Fórum é social, e temos que falar do genocídio dos palestinos. Temos que separar, de um lado, o cruel governo de Israel e, de outro, as centenas de milhares de judeus que com ele não concordam. Não devemos cometer a injustiça que se fez com os alemães, pensando que todos fossem nazistas, quando muitos morreram lutando contra Hitler e seus asseclas.

Milhares de judeus, dentro e fora de Israel, condenam e se envergonham do que fez e faz o seu governo, que representa tão somente aqueles que o elegeram, mas não o judaismo. Dentro de Israel existem organizações como a dos Combatentes Pela Paz, de Chen Allon, que condenam a invasão e denunciam seus crimes. Tenho orgulho em dizer que, para isso, usam o Teatro do Oprimido entre outras formas de combate.

No Oriente Médio já se inverteu a distribuição de papéis: se, ontem, Israel foi o pequenino David, hoje é o gigante Golias, filisteu. O novo Golias, apoiado pelos Estados Unidos, em 22 dias matou mais de 300 crianças e centenas mulheres e homens, civis ou combatentes. Eu chorei vendo a fotografia de um menino, um pequenino David palestino, jogando pedras contra um tanque de guerra. Se a lenda de David e Golias, ontem, foi apenas lenda, a história de Golias e David, hoje, é triste realidade: os 1.300 mortos ainda estão sendo retirados dos escombros, sem as solenes pompas fúnebres dos 13 soldados israelis. O Fórum e o mundo não podem esquecer esse crime antes mesmo que sejam enterradas suas vítimas.

Nosso Fórum é pluralista, e deve se manifestar contra o colonialismo italiano que ofende a nossa soberania, que tenta interferir nas decisões da nossa Justiça, como está sendo o caso da concessão de asilo a Cesare Battisti. Existe uma lei brasileira que proibe a extradição de pessoas condenadas em seus países à pena de morte ou à prisão perpétua. É este o caso, é esta a lei! O ministro Tarso Genro apenas cumpriu a lei - a lei brasileira. O presidente Lula foi claro explicando aos italianos as sólidas bases da nossa decisão, mas parece que eles não entenderam, nem disso são capazes. Por quê?

A Itália, que foi o berço do fascismo e deveria ser também a sua sepultura, mostra agora que a ideologia colonialista ainda está viva e pretende anular decisões soberanas do Brasil, invadindo o nosso Judiciário e querendo nos ensinar a diplomacia da obediência e da submissão. Temos que repudiar essa ofensa e libertar o prisioneiro!

Nosso Fórum é social, e a economia também. A maioria dos países que estão em crise, ou dela se aproximam, sempre disseram não ter dinheiro para melhorar a Educação, a Saúde, aPrevidência Social. De repente, para socorrer seguradoras, bancos e montadoras, esses governos descobriram que tinham bilhões e trilhões de dólares, euros, iens e libras. Nosso Fórum tem a obrigação moral de interrogar os senhores da Davos: de onde veio esse dinheiro? Quem os escondia? Quanto sobrou? Onde estão?

O nosso Fórum Social também é brasileiro e é camponês: devemos saudar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, que é o mais democrático e bem organizado movimento de massas que o Brasil já teve, e que completa agora 25 de lutas pela terra, luta que continua.

O Fórum Social Mundial não é daqueles que dizem Hay Gobierno? Soy Contra, e porque assim não é, deve se alegrar em receber tantos presidentes de tantas Repúblicas sulamericanas juntos neste evento: Evo, Correa, Kirchner, Chavez, Lugo e Lula. Nunca se viu fraternidade igual.



Queremos agora ver os resultados concretos dessa irmandade.

Devemos, muito cordialmente, lembrar aos nossos presidentes que a Política não é a arte de fazer o que é possível fazer, mas sim a arte de tornar possível o que é necessário fazer!

Caminhar não é fácil! As sociedades se movem pelo confronto de forças, não pelo bom senso e justiça.

Temos que avançar e, a cada avanço, avançar mais, na tentativa de humanizar a Humanidade. Não existe porto seguro neste mundo, porque todos os portos estão em alto mar e o nosso navio tem leme, não tem âncoras.

Navegar é preciso, e viver ainda mais preciso é, porque navegar é viver, viver é navegar!
Eu sou homem de teatro e não posso deixar de falar de Arte e Cultura quando falo de Política, porque a Política é uma Arte que a Cultura produz.

Temo que, mesmo entre nós, muita gente ainda pense em arte como adorno, e nós dizemos: não é! A Palavra não é absoluta, Som não é ruído, e as Imagens falam. São esses os três caminhos reais da Estética para o entendimento: a palavra, o som e a imagem. São também os canais de dominação pois estão os três nas mãos dos opressores, não dos oprimidos: a Palavra dos jornais, o Som das rádios, as Imagens da TV e do cinema estadunidense, dominam nossos meios de comunicação e invadem nossos cérebros com seu pensamente único, seus projetos imperiais e suas mercadorias.

Acabou-se o tempo da inocência... o tempo da contemplação já não é mais. Temos que agir!
Palavra, imagem e som, que hoje são canais de opressão, devem ser conquistados pelos oprimidos como formas de libertação. Não basta consumir Cultura: é necessário produzi-la. Não basta gozar arte: necessário é ser artista! Não basta produzir idéias: necessário é transformá-las em atos sociais, concretos e continuados.



A Estética é um instrumento de libertação.

Eu felicito o nosso Ministério da Cultura pela criação de mais de mil Pontos de Cultura no Brasil inteiro, onde o povo tem acesso não só à Cultura alheia, mas aos meios de produzir sua própria Cultura sem servilismos, sua Arte sem modismos, porque entendemos que Arte e Cultura são formas de combate tão importantes como a ocupação de terras improdutivas e a organização política solidária.

Sonho com o dia em que no Brasil inteiro, e no inteiro mundo, haverá em cada cidade, em cada povoado ou vilarejo, um Ponto de Cultura onde a cidadania possa criar e se expressar pela arte, afim de compreender melhor a realidade que deve transformar. Nesse dia, finalmente, terá nascido a Democracia que, hoje, só existe em Fóruns como este!

Ser cidadão, meus companheiros, não é viver em sociedade: é transformar a sociedade em que se vive!

Com a cabeça nas alturas, os pés no chão, e mãos à obra!

Muito obrigado.



Belém/PA, 31 de Janeiro de 2009.

http://www.ctorio.org.br/



Reunião de preparação do MayDay 2009 no bar Maus Hábitos ( Porto) no dia 10 de Fevereiro às 21h30, promovida pelo FERVE (Fartos destes recibos verdes)


MAYDAY 2009 – O LUGAR ONDE NOS ENCONTRAMOS

De há uns anos a esta parte, diversos países têm vindo a assinalar o dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador/a, alertando especificamente para a situação dos/as trabalhadores/as precários/as. Esta iniciativa é conhecida como MayDay* e decorreu pela primeira vez em Portugal, em Lisboa, em 2007.

A expressão do descontentamento do precariado faz-se na rua, com uma parada que agrega trabalhadores/as sujeitos/as às actuais expressões da desregulação laboral: falsos recibos verdes, contratos a prazo, intermitência no espectáculo, desemprego, desemprecariedade, trabalho temporário ou estágios sem remuneração.

Após duas edições bem sucedidas em Lisboa, gostaríamos de dar amplitude a este descontentamento no Porto, unindo vontades e vozes múltiplas. A iniciativa parte do FERVE, mas dirige-se a todos: associações, sindicatos, companhias, colectivos, movimentos e pessoas interessadas em promover a mudança.

Por isso, convidamos-te a participar na primeira Assembleia Pública de discussão desta iniciativa, a decorrer no dia 10 de Fevereiro, às 21h30, no MAUS HÁBITOS (Rua Passos Manuel, 178, 4º andar - Porto).

*MayDay é um termo utilizado nas comunicações radiofónicas, marítimas ou aeronáuticas que significa "urgência" ou "socorro" e que deriva do francês "m'aidez" (ajudem-me).

MayDay 2008: http://maydaylisboa.blogspot.com/

Sessão de poesia dedicada a Alexandre O'Neill no bar-livraria Gato Vadio ( dia 15 às 18h.)




Sessão de Poesia dedicada Alexandre O’neill
Domingo, 15 de Fevereiro, 18 h.

Leitura a cargo de Carla Rosa, Nuno Meireles, Júlio Gomes
na livraria-bar Gato Vadio



Saber viver é vender a alma ao diabo


Gosto dos que não sabem viver,
dos que se esquecem de comer a sopa
(Allez-vous bientôt manger votre soupe,
s... b... de marchand de nuages?»)
e embarcam na primeira nuvem
para um reino sem pressa e sem dever.
Gosto dos que sonham enquanto o leite sobe,
transborda e escorre, já rio no chão,
e gosto de quem lhes segue o sonho
e lhes margina o rio com árvores de papel.
Gosto de Ofélia ao sabor da corrente.
Contigo é que me entendo,
piquena que te matas por amor
a cada novo e infeliz amor
e um dia morres mesmo
em «grande parva, que ele há tanto homem!»
(Dá Veloso-o-Frecheiro um grande grito?..)
Gosto do Napoleão-dos-Manicómios,
da Julieta-das-Trapeiras,
do Tenório-dos-Bairros
que passa fomeca mas não perde proa e parlapié...
Passarinheiros, também gosto de vocês!
Será isso viver, vender canários
que mais parecem sabonetes de limão,
vender fuliginosos passarocos implumes?
Não é viver.
É arte, lazeira, briol, poesia pura!
Não faço (quem é parvo?) a apologia do mendigo;
não me bandeio (que eu já vi esse filme...)
com gerações perdidas.
Mas senta aqui, mendigo:
vamos fazer um esparguete dos teus atacadores
e comê-lo como as pessoas educadas,
que não levantam o esparguete acima da cabeça
nem o chupam como você, seu irrecuperável!
E tu, derradeira geração perdida,
confia-me os teus sonhos de pureza
e cai de borco, que eu chamo-te ao meio-dia...
Por que não põem cifrões em vez de cruzes
nos túmulos desses rapazes desembarcados p'ra
[morrer?
Gosto deles assim, tão sem futuro,
enquanto se anunciam boas perspectivas
para o franco frrrrançais
e os politichiens si habiles, si rusés,
evitam mesmo a tempo a cornada fatal!
Les portugueux...
não pensam noutra coisa
senão no arame, nos carcanhóis, na estilha,
nos pintores, nas aflitas,
no tojé, na grana, no tempero,
nos marcolinos, nas fanfas, no balúrdio e
... sont toujours gueux,
mas gosto deles só porque não querem
apanhar as nozes...
Dize tu: - Já começou, porém, a racionalização do
[trabalho.
Direi eu: - Todavia o manguito será por muito tempo
o mais económico dos gestos!


Saber viver é vender a alma ao diabo,
a um diabo humanal, sem qualquer transcendência,
a um diabo que não espreita a alma, mas o furo,
a um satanazim que se dá por contente
de te levar a ti, de escarnecer de mim...

Alexandre O´Neill



Gato Vadio - livraria-bar
Rua do rosário, 281 – Porto
telefone: 22 2026016

Confrontações: o nazismo e a cultura - exposição, debates e cinema no CCB entre 5 de Fev. a 1 de Março

DE 5 DE FEVEREIRO A 1 MARÇO DE 2009
O NAZISMO E A CULTURA: CONFRONTAÇÕES


Entre o auto-de-fé de 10 de Maio de 1933, no qual se queimaram 20 mil livros, e a abertura da exposição Entartete Kunst (Arte Degenerada), em Maio de 1938, situam-se as etapas fundamentais que definem a apropriação e submissão do mundo da cultura ao império do III Reich.


A exaltação da música e a perseguição ao pensamento, a “ghettização” dos intelectuais judeus e o fascínio pela arquitectura, a construção de uma ideologia de massas pelo uso dos meios audiovisuais e a subordinação da criação artística aos ditames do poder, são os traços marcantes de um dos períodos mais negros da cultura europeia. Este ciclo aborda algumas das etapas da confrontação entre o nazismo e a cultura e os sinais de resistência que, apesar de tudo, se foram manifestando.


Programa


CONFERÊNCIAS

> Atlantikwall por Alberto Ruiz de Samaniego, Director da Fundación Luis Seoane
SALA DE LEITURA
DIA 5 FEVEREIRO ÀS 18:00
ENTRADA LIVRE


> Thomas Mann e o Nacional-Socialismo por Teresa Seruya
SALA DE LEITURA
DIA 7 FEVEREIRO ÀS 18:30
ENTRADA LIVRE


> O "Caso Jünger" por António Mega Ferreira
Leitura de excertos de Sobre as Falésias de Mármore (1939), por Marcello Urgeghe
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 14 FEVEREIRO ÀS 17:00
ENTRADA LIVRE


EXPOSIÇÃO
> ATLANTIKWALL - Arquitecturas bélicas nas praias de Ocidente
GALERIA MÁRIO CESARINY
5 FEVEREIRO a 1 MARÇO (INAUGURAÇÃO ÀS 19:00)
ENTRADA LIVRE


MESA REDONDA
> Memórias de Antes, Durante e Depois
SALA ALMADA NEGREIROS
DIA 6 FEVEREIRO às 21:30
ENTRADA LIVRE
Conversa com Edmundo Pedro e Aquilino Ribeiro Machado


ÓPERA
> Der Kaiser von Atlantis (O Imperador de Atlântida ou a Abdicação da morte), 1944
uma produção Ginásio Ópera
PEQUENO AUDITÓRIO - SALA EDUARDO PRADO COELHO
DIA 7 FEVEREIRO ÀS 21:00
DIA 8 FEVEREIRO ÀS 16:00



CINEMA

> "NOITE E NEVOEIRO"/“NUIT ET BROUILLARD" [1955]
de Alain Resnais
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 9 FEVEREIRO ÀS 21:00


> "EINLEITUNG ZU ARNOLD SCHOENBERGS BEGLEITMUSIK ZU EINER LICHTSPIELSCENE"/ “INTRODUÇÃO À MÚSICA DE ACOMPANHAMENTO PARA UMA CENA DE FILME DE ARNOLD SCHOENBERG” [1972]
de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 9 FEVEREIRO ÀS 21:00


> “DER JÜNGE TÖRLESS”/"O JOVEM TÖRLESS" [1966]
de Volker Schlöndorff
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 9 FEVEREIRO ÀS 21:00


> "O OVO DA SERPENTE"/ "THE SERPENT'S EGG" [1977]
de Ingmar Bergman
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 10 FEVEREIRO ÀS 21:00


> "A SAUDADE DE VERONIKA VOSS"/"DIE SEHNSUCHT DER VERONIKA VOSS" [1982]
de Rainer Werner Fassbinder
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 11 FEVEREIRO ÀS 21:00


> "A VIDA MARAVILHOSA E HORRÍVEL DE LENI
RIEFENSTAHL"/"DIE MACHT DER BILDER: LENI RIEFENSTAHL" [1993]
de Ray Müller
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 13 FEVEREIRO ÀS 21:00


> "TRIUNFO DA VONTADE"/"TRIUMPH DES WILLENS" [1935]
de Leni Riefenstahl
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 14 FEVEREIRO ÀS 19:00


PREÇOS
2€ (CADA SESSÃO)
4€ (TODO O CICLO DE CINEMA)



LEITURA
> Correspondência entre Hannah Arendt e Martin Heidegger (excertos)
Apresentação de João Paulo Cotrim com a participação de José Wallenstein
SALA SOPHIA DE MELO BREYNER
DIA 12 FEVEREIRO ÀS 21:00
ENTRADA LIVRE



CONCERTO
> Verboten / Nicht Verboten (Proibido / Não Proibido)
pela Orquestra de Câmara Portuguesa, direcção de Pedro Carneiro
PEQUENO AUDITÓRIO - SALA EDUARDO PRADO COELHO
DIA 15 FEVEREIRO ÀS 17:00
PREÇOS
Plateia 15€
Laterais 12,5€



Um projecto CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Consultor JOÃO PAULO COTRIM
Comissário da programação de cinema JOÃO LOPES