1.4.11

A História Popular das Ciências, de Clifford D. Conner


Todos conhecemos a história das ciências tal como nos é ensinada nos manuais escolares. Por eles ficamos a saber como Graças ao seu telescópio, Galileu demonstrou que a Terra não estava no centro do universo; por eles também aprendemos como Newton descobriu a existência da gravidade vendo a cair uma maçã.


A narrativa tradicional desta epopeia atribui a um punhado de homens grandes parte, senão mesmo a totalidade, das descobertas e dos avanços científicos.



A verdade, porém, é que a ciência é uma obra colectiva


História Popular das Ciências, de Clifford Conner, é um livro que conta a história dos saberes e dos conhecimentos desenvolvidos pelos caçadores-colectores, pelos pequenos agricultures, pelos marinheiros, pelos mineiros, pelos ferreiros, e tantos outros, que asseguraram a sua substência através do contacto permanente com a natureza.


A medicina tem a sua origem, por exemplo, na descoberta pelos povos pré-históricos das propriedades terapêuticas das plantas. As matemáticas devem a sua existência aos topógrafos, aos mercadores, aos registadores de contas, e aos mecânicos.


Foi só no século XIX que por efeito da união entre o Capital e a Ciência se rompe essa evolução lenta e equilibrada. Entra-se na era das tecnociências, dominada pelos especialistas e obcecada pelas todas-poderosas eficácia, racionalização, acumulação e lucro.


O livro História Popular das Ciências, que acabou de ser editado em França, ajuda-nos a compreender aquela evolução e conhecer a natureza da sociedade tecnológica que hoje nos domina e nos aliena.


Adiamento da Marcha Nacional pela Educação que estava marcada para amanhã (dia 2) em Lisboa

Nos tempos recentes, várias alterações tiveram lugar no país, com forte incidência na Educação. Por exemplo:


· O PEC IV foi reprovado e isso é importante; contudo, as notícias que chegam ao país, quanto ao futuro próximo, não são animadoras;


· As alterações curriculares impostas pelo Governo foram revogadas, todavia há alternativas que não nos deixam descansados. Nem todos os argumentos dos que se lhes opuseram foram os mais positivos;


· É verdade que a avaliação dos professores foi suspensa e isso alivia as escolas de um problema cuja tendência era para se agravar no 3º período lectivo. Mas há alternativas que se ouvem – nomeadamente por quem espreita o poder – que estão longe de deixar sossegados os professores.


E depois há o resto, que é muito:


- os mega-agrupamentos e o encerramento de escolas com todas as suas implicações;


- os horários e as condições de trabalho nas escolas que se agravam;


- a falta de pessoal não docente: assistentes operacionais, administrativos e psicólogos;


- a falta de condições para que a IGE cumpra o seu importante papel no sistema educativo, seja ao nível dos recursos humanos, seja das condições políticas;


- os 803 Milhões de euros de redução na Educação que resultam de mais precariedade, mais desemprego já em Setembro, do roubo nos salários e do congelamento das carreiras. E ainda os 100 Milhões de euros que foram retirados às autarquias e que indirectamente significam redução também na Educação.


Estas são, entre outras, razões por que a Marcha pela Educação se deverá realizar e não ser anulada!


Há, no entanto, um problema que se coloca: qual é, hoje, o interlocutor da comunidade educativa?


A Marcha foi marcada tendo o Governo, com a sua política, como interlocutor. Junto dele pretendíamos protestar e exigir! Demitiu-se!


Mudámos o interlocutor, então, transferindo-a para a Assembleia da República. Embora o cenário de eleições antecipadas fosse o mais provável, a decisão estava por tomar. Ontem, a A.R. foi dissolvida pelo Presidente da República.


Portanto, deixámos de ter interlocutor político. Passamos, agora, a ter destinatários das nossas preocupações e propostas: os partidos políticos que passam a ser protagonistas do tempo que vivemos, um período pré-eleitoral que se prolongará até 5 de Junho.


É neste tempo e neste contexto em que os destinatários substituem os interlocutores, que a Plataforma da Educação decidiu:


– Adiar a realização da Marcha pela Educação para o próximo ano lectivo, transformando-a num “cartão de visita” a entregar ao Governo que sairá das eleições, tendo, naturalmente, em conta a matriz política que escolher para a Educação. Desde já deixamos claro que rejeitaremos e combateremos opções que desvalorizem a Escola Pública, que promovam o falso conceito da “liberdade de escolha” ou que adoptem medidas como o “cheque-ensino”.


– Reforçar a importância atribuída ao Manifesto “Investir na Educação, Defender a Escola Pública” tornando-o referência de toda a acção que desenvolveremos nos próximos dois meses, ou seja, até às eleições. Assim:


- incentivaremos a sua subscrição institucional que, neste momento, já atinge as 90 adesões;


- repetiremos as bancas de rua, para recolha de assinaturas individuais, em mais três momentos: 25 de Abril, 1º de Maio e 16 de Maio (primeiro dia da semana em que se iniciará a campanha eleitoral);


- entregaremos este Manifesto aos partidos políticos durante a campanha eleitoral, em reuniões que serão pedidas a todos.


Pretendemos que este seja o documento, em defesa da qualidade educativa e da Escola Pública, a recolher o maior número de sempre de assinaturas.


– Terá lugar, na primeira quinzena de Maio, um debate nacional sobre a importância dos serviços públicos e, nesse quadro, as respostas da Escola Pública. Convidaremos personalidades que intervirão no primeiro painel e os partidos políticos que, intervindo no segundo, serão convidados a tornarem claras as suas posições sobre tão importante matéria.


– No que respeita à intervenção da comunidade educativa a uma só voz, durante a campanha eleitoral pretendemos ir mais longe e, assim, entregaremos propostas concretas, que pretendemos ver reflectidas nos programas e compromissos eleitorais, em 6 áreas:


- Financiamento da Educação


- Acção Social Escolar


- Rede Escolar


- Gestão das escolas e modelo organizacional


- Recursos das escolas (materiais e humanos)


- Escola Inclusiva


– Por fim, duas notas de grande importância, uma para o governo demissionário, outra para o que será eleito!


· Para o actual, que não esqueça que se encontra em gestão corrente. Na Educação, os que saem deixam as coisas piores e mais desarrumadas do que encontraram. Portanto, deverão parar no que vai além da gestão corrente. É o caso da rede escolar: os mega-agrupamentos e os encerramentos de escolas são mais do que gestão corrente. Devem suspender a sua acção nesse domínio.


Para o próximo, que tenha consciência que entre a sua tomada de posse e o início do ano escolar decorrerão dois meses em pleno período de férias. Há medidas de correcção que obrigatoriamente deverão ser tomadas desde logo. Em primeiro lugar, deverá alterar-se o despacho de organização do ano escolar: as escolas não poderão perder, na prática, o seu crédito de horas; os professores não poderão ver os seus horários ainda mais ocupados com actividades que lhes retiram disponibilidade para o que é essencial na função docente: o trabalho com os seus alunos!


Neste novo contexto político vamos, desde já, começar a trabalhar na construção de propostas. O que uniu estas vozes da comunidade educativa foi o protesto às políticas e às medidas. Queremos agora ir para além disso, unindo vozes em torno de propostas concretas que elaboraremos e apresentaremos em breve.


Esta convergência em torno do que é comum não nos retirará das lutas e da intervenção que é específica. Assim, docentes, trabalhadores não docentes, estudantes, pais e encarregados de educação, psicólogos ou inspectores, nos seus espaços próprios de agirem e lutarem, continuarão a pugnar pelos seus direitos e por um futuro melhor para um país que querem mais justo, solidário e liberto das amarras que o comprimem e reprimem nos planos económico, político e social.


Lisboa, 1 de Abril de 2011


A Plataforma da Educação


Fonte: www.fenprof.pt

Assembleia Popular do Porto (2 de Abril, às 15h.) na Praça D.João I, Porto


Assembleia Popular do Porto (2 de Abril, às 15h.) na Praça D.João I, no Porto .


Esta Assembleia foi criada na continuação na manifestação da Geração à Rasca.


Foi realizada já uma 1ª Assembleia, criados vários grupos de trabalho, e a 2ª Assembleia realiza-se já no próximo Sábado, 2 de Abril.


APAREÇAM. PARTICIPEM


http://www.facebook.com/#!/event.php?eid=173912635993070

Ciclo de cinema porno feminista no espaço Regueirão dos Anjos (1,2 e 9 de Abril)

Clicar por cima da imagem para ler em detalhe


Ciclo de Cinema porno feminista


Espaço Regueirão dos Anjos (RDA 69) - Regueirão dos Anjos, Nº 69, Lisboa

SEX 1 Abril 21h* "Inside deep throat" (Fenton Bailey, Randy Barbato, 92') Conversa com Manuela Góis



SÁB 2 Abril 21h* "The Black Glove" (Maria Beatty) "Behind the Green Door" (Artie Mitchell, Jim Mitchell, 72') Conversa com Eva Holt


SÁB 9 Abril 21h* "Dirty Diaries" Conversa com Inês Martins Festa das festas


*20h Jantar Afrodisíaco


Ciclo de cinema porno-feminista? Mas xs feministas não acham todxs que a pornografia é uma forma de degradação e exploração das mulheres? Há feministas que vêem a pornografia como espaço de contra-poder, de resistência aos códigos normativos da pornografia tradicional por produzir representações alternativas, em que corpos, partes dos corpos e desejos considerados “monstruosos”, pela norma sexual e de género, têm lugar. Na pornografia feminista estão representados os órgãos que não funcionam para a norma heterossexual, os “defeitos”, o que está fora do padrão e é descartado e invisibilizado pela norma sexual - lésbicas, gays, trans, putas, travestis, drag-kings, mulheres barbudas, pessoas com deficiência, velhxs, sado-maso’s, bi’s, queer, etc. No porno feminista estes “monstros” passam a ser sujeitos de enunciação e lugares de resistência ao ponto de vista “universal” do homem branco, heterosexual, de classe média. Este ciclo é um espaço para essas práticas marginalizadas, para essas performatividades alternativas, e para construir novas formas de prazer-saber.

Viagem ao fim da noite é o livro em debate da sessão da Comunidade de leitores de amanhã (dia 2) na livraria Gato Vadio

COMUNIDADE de LEITORES VADIOS - sessão de 2 de Abril ( 17h.)

Livro em debate – VIAGEM AO FIM DA NOITE de CELINE


Livraria Gato Vadio – Rua do Rosário, 281 – Porto
Apareçam


Viagem ao Fim da Noite é um clássico anti-militarista e uma obra-prima da literatura contemporânea


O escritor Céline foi excluído pelo ministério da Cultura das comemorações oficiais do Estado francês. O mesmo Estado que excluí e deporta seres humanos para fora da sua banda.

Céline continua a provocar *tsunamis* de contestação e polémica. Falar de Viagem ao Fim da Noite, um libelo anti-militarista e uma obra literariamente inquietante até às entranhas, não nos faz esquecer questões irrevogáveis: o que pode levar um escritor a autorizar a reedição de um panfleto anti-semita, *Bagatelles pour un Massacre*, em 1941, num país ocupado pelas forças hitlerianas? E porque razão, alguns *judeus* eram alvo da sua pena em diatribes incendiárias, e outros “galfarros (…), bípedes em busca de uma côdea”, esses que “valiam tanto como um bretão” eram atendidos pelo médico Destouches, por vezes sem lhes cobrar cobre que fosse? E que experiência medicinal vai fazer à Alemanha em 1942, num comité de médicos franceses, quando a terapia nazi usava como cobaias prisioneiras e prisioneiros de guerra? E como exílio à sua França punitiva, não haveria outro lugar para escapar à ira que a cidade dinamarquesa onde se instalou o regime colaboracionista de Vichy?

Lendo a Viagem e questionando que comboios foi apanhando o escritor, talvez fiquemos mais “esclarecidos, bem colocados para compreender todas as sacanices que um passado encerra

Cinema comunitário do mês de Abril é dedicado às Lutas Sociais e Antiglobalização começa hoje com o filme «Vamos fazer dinheiro»

Lutas sociais e antiglobalização é o tema do mês de Abril do Cinema Comunitário

6ª feira, 1 abril 22h00
no espaço do Terra Viva!

entrada livre


Let's Make Money, de Erwin Wagenhofer (108')

Documentário. Austria, 2008

www.letsmakemoney.at


Terra Viva! Rua dos Caldeireiros, 213 Porto

http://terraviva.weblog.com.pt

Projecção do documentário «A guerra dos caulinos» e jantar no espaço anarquista Terra de Ninguém ( dia 2 de Abril, às 17h30)

Projecção do documentário "a guerra dos caulinos" + jantar

Sábado, 2/04/2011 - 17:30


Local: terra de ninguém, lisboa


17h30 - Projecção do documentário "A guerra dos caulinos", sobre a luta contra a extracção de caulinos em Barqueiros (Barcelos, Portugal) em finais dos anos 80. Duração: 35min.


20h - Jantar de apoio ao terra, para comer na rua.



Vai ser o relembrar de uma empresa (Mibal) que só queria extrair caulinos, e que nesse processo contaminou a água e as vidas de muita gente. Vai ser o relembrar de uma população normal a quem a indústria e a autoridade lhe explodiram na cara, e que à morte soube responder com vida. Vai ser o relembrar dos jogos políticos que invadem ou emergem em terrenos férteis e visam destruir toda a luta autónoma. Uma história de lucro, política e dignidade, que continua até hoje e ultrapassa os seus limites temporais, geográficos e sociais. Uma história que não pertence à História.



espaço anarquista terra de ninguém

r. do salvador, nº56 (entre o castelo, alfama e graça) lisboa
terraninguem@yahoo.com

Movimento Portugal Uncut


Portugal Uncut é um movimento horizontal. Tal como nos restantes Uncut, queremos chegar a todos os grupos etários e de todas as origens sociais. Trata-se de um movimento independente e apartidário com o objectivo de desmantelar um sistema que favorece as finanças e não a comunidade.Não temos um modelo de protesto fixo, um discurso formatado, não saímos à rua a horas certas e não precisamos de sair todos ao mesmo tempo. Somos um movimento pacífico, as nossas armas são a imaginação, a informação e o poder que temos quando nos juntamos — na rua, nas redes sociais, por aí


Portugal Uncut é um movimento recém-criado, inspirado no seu homónimo britânico, UK Uncut, o movimento anti-austeridade que surgiu no Reino Unido a 27 de Outubro de 2010, apenas uma semana depois de George Osborne (actual chanceler britânico do tesouro) ter anunciado os cortes mais profundos nos serviços públicos desde 1920. Nesse dia, cerca de 70 pessoas percorreram a Oxford Street, entraram numa das principais lojas da Vodafone e sentaram-se. Estava fechada a loja líder da Vodafone, empresa conhecida pelas suas práticas de evasão fiscal. Até então o movimento UK Uncut apenas existia como #ukuncut, uma hashtag do Twitter que alguém tinha imaginado na noite anterior ao protesto. Enquanto os manifestantes estavam sentados à porta a entoar palavras de ordem e a entregar panfletos aos transeuntes, a hashtag espalhou-se pelo Reino Unido, e as pessoas começaram a pensar repetir a acção. A ideia tornou-se viral. A fúria fervilhante contra os cortes transbordava. Apenas três dias depois, cerca de trinta lojas da Vodafone em todo o país tinham sido encerradas[1].


Hoje, o movimento Uncut vai-se alastrando rapidamente a todo o planeta. Já existe em vários dos Estados Unidos da América, na Irlanda, no Canadá, na Holanda, na Austrália e em França.


O Portugal Uncut pretende desenvolver acções contra os cortes brutais, desnecessários e cegos nos serviços públicos e transferências sociais em todo o país. O corte nos benefícios fiscais, nas prestações sociais, no investimento público e nos salários vai atingir todos os aspectos da nossa vida: desde os cuidados médicos à educação, passando pela habitação, pela protecção ambiental e pelos incentivos ao desporto e às artes.


Quem continua imune aos cortes? Os lucros das maiores empresas, dos contribuintes privados das classes mais altas e a banca. Este modelo está errado. Não funciona e é injusto. A realidade e múltiplos estudos económicos demonstram-no. Apesar disso, é-nos imposto como inevitável. Os cortes em salários que já são demasiado baixos, o corte em benefícios fiscais que resgatam muitas famílias e indivíduos de situações catastróficas, e um complexo sistema mundial — que permite que “criativos de planos fiscais internacionais” canalizem os rendimentos para paraísos fiscais — garantem que somos nós a financiar a economia da crise, enquanto outros lucram com ela e se recusam a contribuir com o mínimo que lhes é exigido: pagando impostos.


Os bancos, através de condições legais vantajosas, conseguem pagar cada vez menos impostos enquanto os seus lucros crescem exponencialmente.


Chegou a hora de lhes mostrar isto: a água que sustenta o barco também o pode derrubar. Junta-te ao Portugal Uncut e vamos obrigar as empresas que fogem aos impostos a pagar.


Portugal Uncut é um movimento horizontal. Tal como nos restantes Uncut, queremos chegar a todos os grupos etários e de todas as origens sociais. Trata-se de um movimento independente e apartidário com o objectivo de desmantelar um sistema que favorece as finanças e não a comunidade. Não temos um modelo de protesto fixo, um discurso formatado, não saímos à rua a horas certas e não precisamos de sair todos ao mesmo tempo. Somos um movimento pacífico, as nossas armas são a imaginação, a informação e o poder que temos quando nos juntamos — na rua, nas redes sociais, por aí.


Explora o nosso site, “gosta” da nossa página no Facebook, segue-nos no Twitter e lembra-te de visitar os grupos Uncut que se formaram e ainda virão a formar-se um pouco por todo o mundo. Procura a tua inspiração nos milhares de pessoas que já se juntaram mundo fora e nas dezenas de protestos que já se fizeram. Se quiseres organizar um protesto na tua cidade, fá-lo! Lá nos encontraremos


(Adaptado a partir do texto de Anne Marshall no Canada Uncut. 25 Fev. 2011)


[1] Anonymous. About UK Uncut. UK Uncut. Internet. 24 Fev. 2011.