Acabou por ser convocada uma grande manifestaçção de professores para o próximo dia 15 de Novembro em Lisboa com vista a defender a escola pública e protestar contra a gradual degradação das condições de ensino resultantes da actual política de ensino e que se caracteriza por:
- Um Estatuto da Carreira Docente que menoriza e degrada a profissão;
- na divisão da classe docente em "categorias", e da forma como se processou;
- na imposição do novo modelo de gestão das escolas anti-democrático
- no novo estatuto do aluno que promove o facilitismo e a irresponsabilidade;
- na legislação sobre o ensino especial e da pseudo-inclusão que provoca;
- na predominância do burocrático sobre o científico e pedagógico;
- na carga horária com que cada professor se vê confrontado;
- na indignidade com que tenho sido tratado, depois de muitos anos de dedicação e trabalho
Local de concentração: Marquês de Pombal, Lisboa.
Dia e Hora: 15 de Novembro, às 14 horas.
Segue-se desfile pela Rua Braancamp, Largo do Rato, Rua de S. Bento, terminando a manifestação em frente da Assembleia da República.
É preciso mobilizar o maior número de professores...
TODOS SEREMOS POUCOS!
Passa esta mensagem a todos os teus contactos.
Vamos também solicitar a colaboração de outros movimentos e personalidades que têm dado o seu contributo à causa da Educação.
Professores de Portugal
Gente nobre e dedicada
Força fértil e vital
Desta Pátria sufocada
Acorrei todos à praça
Resgatar a Educação
Perdida na nevoaça
Do Outono da Nação
Está na hora de lutar
Com a nossa indignação
Está na hora de bradar
É preciso dizer NÃO
NÃO à condição servil
NÃO à vã mediocridade
NÃO à demissão de Abril
Aos chacais da liberdade
NÃO ao sonho amordaçado
NÃO ao silêncio da voz
NÃO à perda do legado
Da Escola de todos nós
Está na hora de lutar
Com a nossa indignação
Está na hora de bradar
É preciso dizer NÃO
( autor: Luís Costa)
Proposta aprovada na reunião da APEDE de 11/10/09:
· Escrever uma carta-tipo que possa ser assinada por qualquer pessoa, professor e não só, sendo que todos os signatários se encarregarão de a enviar aos principais órgãos de soberania, aos órgãos de comunicação com maior projecção e, claro está, ao Ministério da Educação. O objectivo desta iniciativa, muito mais eficaz do que as petições on-line, é que milhares de cartas, assinadas por diferentes pessoas, “inundem” os respectivos destinatários e chamem a atenção para a nossa causa. O conteúdo dessa carta deverá incidir na denúncia do actual quotidiano laboral dos professores, do seu cansaço e da sua desmotivação, expressos no enorme número de professores que andam a pedir mensalmente reforma antecipada, e deverá acentuar a desmontagem de toda a coerção legislativa sobre os professores que visa fabricar falso sucesso escolar com fins meramente demagógicos e eleitoralistas.
· Escrever uma carta aos encarregados de educação, a ser distribuída por intermédio dos presidentes das associações de pais das diferentes escolas, esclarecendo os motivos do descontentamento dos professores, salientando o impacto das actuais políticas educativas na degradação da qualidade do ensino, e deixando claro que a formação das crianças e dos jovens deste país necessita de uma classe docente motivada, socialmente reconhecida e com condições para exercer o seu trabalho de forma condigna.
· Contactar os vários grupos parlamentares, expondo-lhes a situação cada vez mais insustentável que se vive nas escolas.
· Aprofundar os contactos com outros movimentos independentes de professores com vista a criar uma plataforma para acções e iniciativas comuns.
· Articular os professores de diferentes escolas de uma mesma zona ou agrupamento, de modo a promover núcleos de acção transversais a vários estabelecimentos de ensino.
· Usar, como forma de resistência no interior das escolas, todos os mecanismos de questionamento relativos ao processo de avaliação do desempenho, suscitando nos órgãos próprios (departamentos e conselhos pedagógicos) questões como a que se prende com a necessidade de publicação em Diário da República da delegação de competências, ou a que diz respeito ao facto de a avaliação simultaneamente pedagógica e científica ser destinada apenas a alguns professores – excluindo os que irão ser avaliados por colegas de outros grupos de docência, não qualificados para avaliar a competência científica.
· Caso se venha a confirmar a informação de que o Ministério da Educação, através da DGRHE, irá centralizar informaticamente todo o processo de recolha de dados sobre a avaliação do desempenho, promover imediatamente acções de resistência e de recusa em colaborar com um procedimento que só virá desautorizar ainda mais as escolas e reforçar, de maneira intolerável, os mecanismos de pressão e de controlo sobre os professores.
· Associar a APEDE à iniciativa de uma manifestação para 15 de Novembro, em articulação com todos os movimentos de professores que se queiram juntar a esta acção, na base de um caderno reivindicativo próprio que, entre outros pontos, exija a suspensão do actual modelo de avaliação do desempenho para o ano lectivo de 2008-2009.
http://apede.pt/joomlasite/index.php