8.11.09

José Afonso recordado na Galiza (Centro social da Gentalha do Pichel), em livro de Viriato Teles, e no canto de intervenção ( dia 13 de Nov. no Porto)



http://agal-gz.org/blogues/index.php/gent/2009/11/03/title-192

http://agal-gz.org/blogues/index.php/gent/



Dentro das actividades que a Gentalha está a promover junto com outros colectivos galegos e portugueses, insire-se a ediçom deste cartaz que será distribuido de graça desde o nosso centro social.
O José Afonso é, para a maioria de galegos e galegas, o mais conhecido cantor de intervençom português. Em Portugal, esta figura representa o compromisso em estado puro com a transformaçom social através da música. Dum lado e outro da raia, a qualidade das suas músicas e poemas é celebrada com entusiasmo, e muitas bandas contemporáneas versionam as suas cançons quase 25 anos depois da sua morte. Pouca gente sabe, no entanto, que também foi um grande amigo Galiza.
O José Afonso assumiu o papel de um duplo embaixador de luxo, da Revoluçom dos Cravos aquém Minho e da causa galega além Minho, onde dizia estar "farto de explicar por todo o lugar que a Galiza nom é Espanha".
Foi em Compostela que o Zeca tocou pola primeira vez o mítico hino ‘Grândola, Vila Morena’, e foi ele que deu a conhecer no mundo umha das mais bonitas cantigas populares galegas: ‘Achega-te a mim, Maruxa’. Em Agosto de 1985, quando já estava gravemente doente, o cantor português recebeu, no parque de Castrelos de Vigo, umha das mais emotivas homenagens que se lembram. Este ano, 80 desde o seu nascimento, voltamos a lembrar a quem nunca esquecemos.







Lançamentos do livro "As voltas de um andarilho" de Viriato Teles

Lisboa - dia 17 de Novembro, pelas 19h, no Museu da República e Resistência, com apresentação de João Paulo Guerra e intervenção musical dos Couple Coffee.

Porto - dia 5 de Dezembro, pelas 16h, no espaço Tane Timor (na Ribeira), com apresentação de Rui Pato e uma intervenção musical de João Teixeira.


http://andarilho.viriatoteles.net/


Pensado para ser apenas uma reedição do volume publicado em 1999 sob o título «Zeca Afonso: As voltas de um andarilho», o livro que aqui e agora se (re)apresenta sofreu algumas alterações significativas relativamente ao anterior que, embora insuficientes para fazer dele um trabalho radicalmente diferente, devem ser convenientemente assinaladas, mais que não seja por uma questão de elementar honestidade para com o leitor.
Convirá talvez explicar que a edição anterior deste livro teve uma primeira versão, significativamente mais curta, no ano de 1983, na colecção «Cadernos de Reportagem» da então recém-criada editora Relógio d’Água. A edição de 99, substancialmente alargada relativamente a esse primeiro esboço, incluía já um conjunto de outros textos, vários deles escritos no período que mediou entre essa primeira publicação e a morte de José Afonso, ou mesmo depois – como o relato da primeira grande homenagem póstuma que lhe foi prestada na Galiza ou a evocação de Zeca exemplarmente escrita pelo meu saudoso camarada Fernando Assis Pacheco.
Todos esses textos, com um ou outro ajuste e eventuais correcções de pormenor, se mantêm na presente edição, a que achei por bem acrescentar uma nova prosa preliminar, resultante da reformulação de dois outros textos, escritos e publicados por ocasião do vigésimo aniversário da morte de Zeca: o primeiro, uma crónica publicada na revista Cenas, da associação Ajagato, de Vila Nova de Santo André, a convite dos meus amigos Tília e João Pereira da Silva que, num tom deliberada e assumidamente pessoal, resume o essencial daquilo que entendo ser a importância de José Afonso, quer para mim próprio, quer de um modo geral para toda a minha geração; o segundo, escrito para a exposição «José Afonso: O que faz falta», organizada por iniciativa de uma instituição que fez história e ocupa um lugar de destaque no universo cultural português: o MC-Mundo da Canção, que desde há 40 anos tem desempenhado um papel central na divulgação da melhor música que se faz em Portugal e no Mundo – graças, essencialmente, ao espírito inconformista e generoso de Avelino Tavares, grande amigo e cidadão exemplar, que jamais se rendeu ao facilitismo consumista que inundou o nosso quotidiano.
Manteve-se, também, com a aquiescência do próprio, o prefácio escrito por Sérgio Godinho para a edição anterior e que continua a ser, do meu ponto de vista, uma síntese perfeita não apenas de tudo o que este livro representa, mas também da obra de Zeca, que o inspirou. Da mesma forma se manteve a belíssima crónica do meu amigo e mestre Fernando Assis Pacheco, e pelas mesmas razões de então: porque é um belíssimo texto e porque o Assis merece esta evocação – por tudo o que com ele aprendi, mas também pela sua generosidade, o seu companheirismo e a amizade que partilhámos durante dezena e meia de anos, dentro e fora das redacções do Se7e e de O Jornal.
Um conjunto de novas fotografias não incluídas nas edições anteriores, vem também enriquecer este trabalho. Várias delas provém dos arquivos de outro velho companheiro de profissão, também ele já desaparecido – o repórter Carlos Gil, fotógrafo de Abril e amigo de Zeca – e foram-me cedidas para este volume pelo filho Daniel, responsável pela organização do seu espólio.
Destaco também as fotos de Paulo Moura, algumas delas até agora inéditas, que registam a derradeira apresentação pública de José Afonso: em 25 Maio de 1983, no Coliseu do Porto, num grande espectáculo que repetiu, no essencial, aquele outro que se tinha realizado quatro meses antes no Coliseu do Recreios, em Lisboa, e que é por norma referido (erradamente) como tendo sido o último recital de Zeca. Efectivamente, porém, o concerto de despedida aconteceu mesmo no Porto. Depois disso, Zeca só voltou a cantar uma vez mais – e apenas um tema, o clássico «Saudades de Coimbra», de Edmundo Bettencourt – durante a cerimónia de atribuição da medalha da cidade de Coimbra, realizada no Parque de Santa Cruz dois dias depois do concerto do Porto.
Por último, e para complementar a «discografia anotada» de José Afonso que já fazia parte da edição anterior, decidi incluir ainda uma relação, tão completa quanto possível, das versões de temas de Zeca gravadas por outros intérpretes. Uma listagem que só foi possível na dimensão que aqui se apresenta graças ao apoio inestimável da Associação José Afonso – e, principalmente, de Miguel Gouveia, o incansável organizador do saite oficial e do blogue da AJA – que ao longo dos últimos anos têm levado a efeito um trabalho de pesquisa meticuloso em torno da obra gravada de Zeca.
Porém, e embora mais completo do que qualquer das versões anteriores, este livro continua a não ter a pretensão de ser uma biografia de José Afonso, mas apenas, tal como afirmei na nota introdutória à edição de 1999, um testemunho de alguém que – menos vezes do que desejou, mas certamente bastante mais do que a maioria das pessoas – acompanhou de perto algumas das suas andanças. Apenas isso, e já não é pouco.




CANTO DE INTERVENÇÃO

( dia 13 de Novembro) na sede do SINAPSA (Porto)

O SINAPSA - Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins, vai realizar um evento Sexta-Feira 13 de Novembro inserido nas comemorações dos "80 Anos de Zeca Afonso".


Conferência sobre Hassan Fathy e a Arquitectura para os pobres


'Hassan Fathy: A Sinfonia Esquecida - "Arquitectura para os Pobres" 40 anos depois'
Conferência pelo arquitecto espanhol Eloy Algorri García



Porto, 13 de Novembro 09
Sexta-feira, 22h
Cinema Passos Manuel

Hassan Fathy (1900-1989) era um homem notável: artista, músico e reformador social para os pobres do mundo. Com uma figura frágil, envolto por um ar de virtuosidade, projectava com vigor intelectual, tranquilidade e calma interior.

Hassan Fathy foi talvez o arquitecto egípcio mais importante do séc. XX. Licenciado pela Universidade de King Fuad I em 1926 (actual Universidade do Cairo), foi docente na Faculdade de Belas Artes do Cairo, onde chegou a ocupar o cargo de Director do Departamento de Arquitectura. Membro do Comité de Direcção do “Aga Khan Award for Architecture”, foi galardoado, em 1980, com os prémios “Balzan Prize for Architecture and Urban Planning” e ”Right Livelihood Award”.

As suas ideias, registos arquitectónicos e sociais têm como base a sua educação colonial e um profundo conhecimento “moldado” pela longa história do seu país, em especial da arquitectura, frequentemente controlada pela matemática e geometria mística. Seis princípios gerais guiaram-no durante toda a sua carreira: a primazia dos valores humanos no domínio da arquitectura; a importância de uma abordagem universal; o uso de tecnologia apropriada; a necessidade de um cunho social; a co-relação das técnicas de construção; o papel essencial da tradição e do restabelecimento do orgulho nacional através da construção. Fathy dedicou a sua carreira ao estudo da habitação dos “pobres” nos países em desenvolvimento. Utilizava métodos antigos de concepção e de materiais, ensinava os habitantes locais a fazerem os seus próprios materiais e a construírem as suas próprias habitações.

O livro mais emblemático de Hassan Fathy, “Arquitectura para os Pobres”, lembra a Nova Gourna, projecto onde culmina o seu empenho com a construção de uma cidade a partir de 1946 na localidade de Nova Gourna, perto de Luxor, no caminho da estrada que leva ao Vale dos Reis, um projecto destinado a albergar 7.000 pessoas. O projecto previa quatro bairros em torno de equipamentos urbanos colectivos, cada um organizado ao redor de uma praça rectangular cruzada por estreitas ruelas e por edifícios de dois pavimentos, todos diferentes. Uma cidade construída em tijolo de barro que falhou em grande parte devido à inércia burocrática e às rivalidades.

Partindo destes temas, o arquitecto espanhol Eloy Algorri reflectirá sobre “Arquitectura para os Pobres”, obra de Hassan Fathy que foi publicada 20 anos depois da construção frustrada de Nova Gourna. Trata-se de uma reflexão retrospectiva, enriquecida por experiências posteriores de Hassan Fathy, em particular pelo seu trabalho como consultor na empresa liderada pelo urbanista Doxiadis. Algorri defenderá o enquadramento de Hassan Fathy na escola que na década de 80 do século XX se denominou “regionalista” e, dentro dela, do seu eclectismo, pelo emprego selectivo dos seus precedentes históricos. Abordará também as ideias de Hassan Fathy sobre a tradição e a continuidade entre passado e presente, partindo da perspectiva proposta pelo pensador norte-americano D. Lowenthal.

Links úteis:
www.hassanfathy.webs.com/
www.universes-in-universe.de/car/venezia/bien50
www.archnet.org


Bilhete: 3,00 euros



Fonte: http://www.oasrn.org/cultura.php