26.5.05

Guantánamo é o Gulag do nosso tempo, diz a Amnistia Internacional




A Inglaterra e o EUA estão a violar grosseiramente os direitos humanos na sua pretensa guerra contra o terrorismo, diz a Amnistia Internacional no seu relatório anual tornado público ontem.
Irene Khan, secretária geral da Amnistia, acusa os dois governos de pactuar com a tortura enquanto tentam ocultar e branquear as suas responsabilidades.


A Inglaterra usa cinicamente a linguagem da liberdade e da justiça para justificar os próprios atentados aos direitos humanos. O governo britânico tem procurado garantias diplomáticas de países terceiros, para o quais pretendia deportar as pessoas, branqueando assim a sua responsabilidade na tortura e nos atentados aos direitos do homem.

" Toda uma operação tem vindo a ser montada, em nome e usando a linguagem da liberdade e da justiça para desenvolver políticas de medo e insegurança. Isto inclui até tentativas cínicas para redefinir a tortura”, declarou Irene Khan.

Recordou ainda que os Estados Unidos anunciaram que estavam a promover a liberdade no Iraque. Porém, as suas tropas cometeram torturas pavorosas, maltrataram detidos e provocaram milhares de mortos.

Irina Khan, secretária-geral da Amnistia Internacional define Guantánamo Bay como " o gulag de nosso tempo ".

Pior que tudo isso os Estados Unidos estão a fixar o tom e os padrões de conduta para os restantes governos. Quando o país mais poderoso comete sistematicamente uma série de atentados aos direitos humanas de forma tão cruel e grosseira, convidando outros governos a acompanhá-lo nos seus actos está no fundo a impor uma norma de conduta mundial que atenta contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a própria Civilização tal como a conhecemos.

O que é o Tratado Constitucional Europeu( breve explicação)


Quem tenha a paciência de ler o Tratado Constitucional Europeu que está a ser objecto de aprovação nos vários Estados membros da União Europeia chega facilmente à conclusão que a Constituição, que nos é proposta e em vias de ser referendada, contém os seguintes ingredientes:

Livre concorrência = 85%

Liberdade = 5 %

Solidariedade = 2%

Militarismo = 8%

Democracia Participativa = 0%

As 10 razões para votar sim ao Tratado Constitucional Europeu



Se você quiser:

1º) Que os capitais e as mercadorias sejam colocados ao mesmo nível que os seres humanos ( conferir Artigo I.3 e i.4, Preâmbulo do Título III), vote no sim

2º) Que daqui para a frente o direito comunitário prevaleça sobre o direito dos Estados membros ( Artigo I.6) e que as normas comunitárias sejam directamente aplicáveis sem passar pelos Parlamentos nacionais ( ArtigoI.33.1), vote no sim.

3º) Que a Comissão Europeia, órgão não-eleito, disponha do direito de propor textos legislativos ( Artigo I.26.2), vote no sim.

4º) Que os Estados membros se comprometam a aumentar o seu orçamento militar (Artigo I.41.3), vote no sim.

5º) Que os cidadãos só possam «convidar» a Comissão Europeia a fazer propostas a fim de aplicar a Constituição ( Artigo I.47.4), vote no sim.

6º) Que o direito de greve tenha de ser reconhecido pelos…empregadores ( artigo II.88), vote no sim

7º) Que a primeira coisa a salvaguardar em caso de crise social ou de guerra deva ser «o funcionamento do mercado» ( artigo iii.131), vote no sim.

8º) Que o Tratado constitucional só fale uma única vez de «serviços públicos», vote então no sim

9º) Que a legislação nacional que proteja as terras agrícolas seja abolida, e o seu comércio liberalizado ( Aritog III.138.e), vote no sim.

10º) Que o prestador de um serviço industrial, comercial, artesanal ou um profissional liberal possa exercer a sua actividade num Estado da sua escolha, mas segundo as condições existentes do seu país de origem ( princípio da directiva Bolkenstein, e Artigo III.145), vote então no sim.


Bom, e se no fim disto tudo, ainda estiver interessado em votar no sim, volte à escola primária que ainda não percebeu que lhe estão a passar a perna, ao condená-lo á figura de idiota feliz…no reino da Eurolândia.

Léo Ferré: As palavras são mais perigosas que as metralhadoras



«Para mim as palavras são sempre importantes. Creio que a palavra é a arma mais perigosa que existe. Bem mais perigosa que a metralhadora. As palavras ficam.» ( Léo Ferré)

Por altura de um dos concertos dados em Portugal em 1982 o antigo jornal «Sete» entrevistou Léo Ferré, músico e cantor francês, conhecido pelas suas músicas e pelas suas opiniões anarquistas. Dessa entrevista, publicado pelo «Sete» de 31/3/1982 reproduzimos algumas passagens.

- Dizem que Léo Ferré é o sobrevivente de uma geração perdida…
Léo Ferré – Melhor que isso: que sou o porta-voz de um mundo perdido. É isso, de facto, prque tenho a impressão de que fui inspirado…Para me fazer compreender, eu falo de um mundo perdido, porque ele existe, certamente. Não o vemos, mas eu persisto…Prefiro pensar que aquilo a que se chama alma são os extraterrestres, as coisas que estão para lá do nosso entendimento, mas que existem. Quer sejam Deus, ou um tocador, ou a música, ou um violoncelo. Mas de certeza que não sou um fascista…
- O «mundo perdido» é a Utopia?
Léo Ferré – Não. Eu vou dar um exemplo: se olhares para um carreiro de formigas, tu dizes:«Que interessante que isto é!» E não tens necessidade de intervir, porque as formigas são demasiado pequenas. Ora, eu penso que há certamente outras pessoas no Universo que olham para nós, e nó somos as formigas. E é por isso que não há uma intervenção contra o terror deste mundo. Terror político, claro. Não há intervenção contra os que torturam e matam pessoas em El Salvador e na Guatemala, por exemplo. (…) Se eu lhes chamo o «mundo perdido» é porque é um mundo que nós inventamos, que não se vê. E é muito bom dizer que ele existe, porque constitui uma esperança. E sem ela não se podia viver…
- Qual é o teu papel entre as formigas?
Léo Ferré – Eu faço música, sou a formiga que canta…
(…)
-Isso quererá dizer que há esperança de futuro na juventude?
Léo Ferré – Sim. (…) Em França, por exemplo, os economistas fazem os orçamentos para a «defesa nacional», para a guerra, têm problemas porque os aviões, as máquinas, os carros de assalto estão fora de moda. Mas com metade daquilo que se gasta para preparar os meios de defesa, os generais, os soldados, podia-se dar u subsídio aos jovens…
- Isso é a subversão?
Léo Ferré – Claro, é porque eu sou um subversivo…
(…)
-Porque vives no campo?
Léo Ferré – Porque tenho possibilidade de o fazer. Tu não podes viver no campo, mesmo que queiras, porque trabalhas aqui, numa cidade. E nas cidades as pessoas não se conhecem nem se amam. (…) Para mim as palavras são sempre importantes. Creio que a palavra é a arma mais perigosa que existe. Bem mais perigosa que a metralhadora. As palavras ficam.
-Porque essas canções?
Léo Ferré - «Thank you Satan» é um agradecimento a Satanás por fazer de nós «maus». A outra é um agradecimento a Deus por todas as porcarias que nos envia lá de cima…

As emissões de gases em Portugal



No ano de 2002 Portugal emitiu cerca de 81,98 Mt Co2e, o que representa um aumento de mais 40% das suas emissões de GEE relativamente ao ano de referência de 1990. Esta evolução é assustadora e, ao mesmo tempo, terrível tendo em conta o facto de Portugal ao ter subscrito o Protocolo de Quioto se ter comprometido a não aumentar as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em mais de 27% até ao ano de 2012, a partir do ano de referência de 1990. Ou seja, a continuamos assim não só não cumprimos o que está estabelecido naquele Protocolo como nos arriscamos, mantendo este ritmo de crescimento das emissões, a ver aumentado de 54% a 63% o valor de referência registado naquele ano de 1990.
E não se esqueça que o Protocolo de Quioto entrou em vigor no passado dia 16 de Fevereiro de 2005, não se tendo assistido a nenhuma iniciativa ou medida governamental, digna desse nome, que contrarie de alguma forma aquela evolução.

Face à inércia dos responsáveis políticos em iniciativas que mitiguem as emissões de gases de que Portugal é responsável, o comércio europeu de emissões, e a atribuição de licenças de emissão, constituirá o eixo para algum controle sobre a matéria. Ou seja: Portugal aparece à partida como um dos principais interessados, na posição de comprador, na aquisição de direitos de emissão para poder continuar a aumentar o ritmo de emissões de gases.
Reconheça-se, desde já, que um tal mercado é altamente promissor para quem venda. Com efeito, cada tonelada de CO2 é vendida por cerca de 17 euros.
E já há estudos que prevêem que Portugal tenha de gastar 300 milhões de euros anuais na compra de licenças de emissão de CO2.

Registe-se, finalmente, que segundo um relatório da Comissão Europeia o nosso país é, dos 15 países membros, aquele que mais desperdício produz em termos energéticos: para produzir uma mesma quantidade de riqueza gasta mais de 12% de energia do que gastava em 1991. Tudo isto é revelador de desperdício, péssima gestão e falta de visão…

21% dos portugueses são excluídos sociais



Segundo dados fornecidos pela imprensa 21% dos portugueses vivem actualmente em situação de exclusão social. Nesta altura, existe dois milhões de portugueses a viver abaixo dos 60% do rendimento médio definido pelo Eurostat para Portugal. São, pois, 21 % de portugueses que vivem em condições de exclusão social, isto é, um em cada cinco portugueses vivem sem condições mínimas.

Portugal, apesar de pertencer ao grupo dos países desenvolvidos, apresenta números de pobreza muito semelhantes aos países subdesenvolvidos, o que coloca o nosso país na cauda da Europa em matéria de exclusão social.

O rock segundo Bento XVI




O cardeal Ratzinger, investido actualmente nas funções de Sumo Pontífice da Igreja Católica, foi durante anos o teólogo guardião da ortodoxia da fé religiosa católica. Num dos inúmeros escritos, Ratzinger escreve sobre música, em particular o rock nestes termos:

« (O Rock)… é a expressão das paixões elementares que, nos grandes ajuntamentos musicais, assume o carácter de culto, ou melhor dito, de contra-culto, e que se opõe ao culto cristão.»

O Guardador de rebanhos

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhes flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes, Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

Fernando Pessoa
(in Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos)



Leitor e rebeldia



«O espírito de rebeldia é a essência de todo o acto de leitura. Cada leitor deve tornar-se um rebelde»

Alberto Manguel, in Expresso de 21/5/2005

Poluição nas pedreiras em Lourosa

Segundo análises feitas às àguas, estas encontram-se contaminadas na freguesia de Loursa (Sta Maria da Feira). Tal facto deve-se ao depósito de lixo, algum dele de carácter tóxico, ao longo de décadas que, entretanto, foi soterrado. Foram detectados 1800 microgramas de alumínio nas água das captações particulares, quando os valores máximos permitidos não deveriam ultrapassar os 200 microgramas/litro, calculando que as águas estejam contaminadas numa profundidade de 150 metros

Governo encomendou 31 mil espingardas



O anterior governo Santana/Portas adjudicou a compra de 31 mil espingardas à empresa alemã HK-Heckler & Koch, associada ao grupo Espírito Santo por intermédio da empresa Escom, a fim de substituir as antigas G-3. As outras empresas interessadas acusam o concurso público de total falta de transparência, e ter sido especialmente montado a pensar na empresa alemã. As acusações partem da empresa canadiana Diemaco, uma fábrica de armas que pertence ao grupo norte-americano Colt.

Com menos de um dólar por dia, vivem milhões de pessoas



Actualmente, cerca de 1,2 mil milhões de pessoas em todo o mundo vivem com menos de um dólar por dia.

Os 8 objectivos do Milénio



A cimeira do milénio realizada em 2000 aprovou os 8 objectivos a serem atingidos até 2015:

- reduzir para metade a pobreza extrema e a fome
-universalizar o ensino primário
-promover a igualdade entre os sexos
-reduzir em dois terços a mortalidade infantil
-combater o HIV/Sida, a malária e outras doenças
-garantir a sustentabilidade ambiental e criar um processo mundial para o desenvolvimento

17,1 milhões de refugiados



Em 2003 existiam 17,1milhões de refugiados, informava a imprensa de hoje.

A (não)ajuda ao desenvolvimento



Portugal prometeu chegar aos 0,36% do PIB para a ajuda ao desenvolvimento em 2006, e aos 0,5 % em 2010.

Mas o que realmente acontece é que essa ajuda não é canalizada para financiar o desenvolvimento directo, mas antes é utilizada para pagar a entidades portuguesas pela assistência técnica aos países pobres.
Esta perversão e este desvio de ajudas é severamente criticada pela responsável pela Campanha dos objectivos de desenvolvimento do Milénio,Evelyn Herfkens.

Greve na BBC



Mais de 11.000 trabalhadores dos 25.000 trabalhadores da BBC aderiram àjornada de greve no passado dia 23 de Maio.

Manifestação dos trabalhadores da EMEF



Perto de 200 trabalhadores da Empresa de reparação e manutenção do material ferroviário (EMEF, controlada pela CP) realizaram no dis 23/5/05 um greve de duas horas que culminou com uma manifestção pelas ruas da cidade do Porto a fim de protestar contra as multinacionais como a Alstom e a Bombardier. Esta iniciativa deve-se ao facto do Governo português querer utilizar a EMEF nas negociações com a Bombardier acerca do destino a dar à fábrica que esta empresa tem na Amadora, e que foi encerrada por decisão daquela multinacional.

Mais um lay-off na Rohde



A multinacional de calçado alemã Rohde, sedeada em Santa Maria da Feira, anunciou a aplicação do lay-off a 900 trabalhadores entre Junho e Agosto. O Sindicato do sector já denunciou a situação por entender que não há falta de encomendas nem de trabalho, mas sim uma decisão da empresa em deslocalizar as encomendas para outros países.
Recorde-se que durante a situação de lay-off, caberá à Segurança Social suportar 70% do salário dos trabalhadores, que tendo uma forte redução do seu horário de trabalho, recém apenas o salário mínimo.

Os Portugueses são conservadores


Um estudo elaborado por um instituto francês traça um retrato dos portugueses, revelando a sua mentalidade conservadora quer quanto à imigração, ao papel das mulheres, e bem assim como sobre o aborto.

Só 49% dos português apoiam o rendimento mínimo ( contra os 63% dos europeus). Em contrapartida, 86% dos portugueses são favoráveis à prestação de cuidados de saúde gratuitos ( mais que os 85% dos europeus que têm a mesma opinião).
60% dos português acreditam nas virtualidades da livre concorrência ( contra 73% dos europeus), mas já 65% não aceitam qualquer alteração na legislação relativa aos despedimentos e contratação laboral.

51% dos português acham a homossexualidade como uma forma aceitável de vida (contra 64% dos europeus)
59% dos portugueses opõem-se à pena de morte ( ao passo que 60% dos europeus têm a mesma opinião)

General iraquiano colaboracionista foi morto


O general iraquiano que dirigia as operações contra os resistentes à ocupação norte-americana foi morto a tiro nas ruas de Bagdad, anunciaram as agências de informação internacionais