31.3.11

Há 35 anos atrás os fascistas assassinavam o Padre Max e a Maria de Lurdes, que serão evocados numa iniciativa no próximo dia 2 de Abril em Vila Real

Realiza-se no próximo dia 2 de Abril, uma iniciativa evocativa de Maximino Barbosa de Sousa, mais conhecido como Padre Max.


às 12 horas - Concentração à entrada do cemitério (junto ao Quartel) e uma breve intervenção.

às 15 horas - Sessão no Hotel Mira-Corgo (Avª 1º de Maio nº 76) evocativa de Maximino Barbosa de Sousa - com depoimentos de antigos alunos do Pe. Max e pequenas intervenções/testemunhos.


A iniciativa é levado a efeito por uma comissão organizadora de amigos/as, associações como a AUDP e a Pe. Maximino (com sede em S. Pedro da Cova-Gondomar), bem como o Bloco de Esquerda.

Recorde-se que Maximino Barbosa de Sousa (conhecido por Padre Max) tinha 32 anos, e Maria de Lurdes Pereira 19. O primeiro, era padre, professor do liceu e candidato independente a deputado nas listas da União Democrática Popular (UDP). A segunda, uma aluna e apoiante do candidato. No dia 2 de Abril de 1976, o carro em que ambos viajavam – na localidade de Cumieira para Vila Real – foi alvo de um ataque bombista, matando-os.


Depois de várias peripécias judiciais os alegados autores do assassinato, conhecidos membros do movimento fascista MDLP, responsável junto com o ELP, de uma criminosa campanha contra-revolucionaria em 1975 e 1976, foram ilibados pelos tribunais, apesar de todas as evidências.


Trinta cinco anos depois o padre que aceitou ser candidato para “fazer chegar a sua voz aos mais humildes” aguarda Justiça na campa 1240 do cemitério de Santa Iria, em Vila Real.

Cordão humano à volta da estação ferroviária de Vila Real em defesa do Linha do Corgo ( dia 2 de Abril, às 15h.)

Movimento Cívico Pela Linha do Corgo realizará no próximo dia 2 de Abril, sábado, às 15.00 horas um evento apartidário em defesa da requalificação da Linha do Corgo. A acção consistirá num Cordão Humano à volta da estação de caminhos de ferro de Vila Real.


Esta iniciativa está a ser promovida através da rede social Facebook, e através da plataforma na internet do MCLC em http://linhaferroviariadocorgo.wordpress.com/ A iniciativa serve também para celebrar os 105 anos da inauguração da Linha do Corgo através de uma acção de protesto contra o atraso na reabertura do troço Régua – Vila Real e a favor da reabertura do troço Vila Real – Chaves.

Para além da conjuntura actual de crise económico-social, agravada no Interior pela falta de acessos e de mobilidade, os quais são componentes fulcrais para o desenvolvimento e competitividade de qualquer região, a sociedade actual não se pode mais dar ao luxo de ser tão dependente de um meio de locomoção tão dispendioso e poluidor como o automóvel.


No entanto, é com profundo alarme que o MCLC e outras entidades ligadas ao universo ferroviário português constatam que, nos últimos 20 anos, Portugal foi o ÚNICO país da Europa Ocidental a perder passageiros na ferrovia, enquanto que em países como a Espanha esse número mais que duplicou em igual período de tempo.


Para além disto, é com firmeza que o MCLC condena a consignação de mais 17Km de ecopista no canal da Linha do Corgo, no município de Vila Pouca de Aguiar. É incompreensível como a moda irreflectida das ecopistas em leitos ferroviários grassou pelo país, quando se repetem as provas de que este equipamento para além de caro (na Linha do Sabor chega a custar 125.000 EUR/Km, fora a renda anual de 10.000 EUR devida à REFER pela autarquia de Torre de Moncorvo), tem um retorno económico-social diminuto ou mesmo nulo. A sua atractividade turística é no mínimo duvidosa, para além de que as suas zonas de implantação são mal servidas de acessos e de oferta de mobilidade à população, tendo como resultado que os cicloturistas deixam pouco rendimento na região, e que à população local muitos outros equipamentos fazem bem mais falta.


No que ao mau serviço à população diz respeito, disso não restem dúvidas: Imaginemos um carro a ir da estação da Régua à de Chaves e regresso, via A24 (87Km), a gastar uma média de 6,5 litros aos 100Km, com o combustível a 1,50 EUR, e o valor da portagem em 7,20 EUR (Régua – Chaves). Imaginemos agora a mesma viagem, mas de comboio pela Linha do Corgo (97Km), através do pagamento de um bilhete inteiro (7 EUR, tarifa Regional, aproximadamente) ou através de uma assinatura mensal de estudante (185,65 EUR, aproximadamente):

1. Num mês, o comboio é mais barato que o carro em 347,30 EUR via bilhete inteiro, e em 441,65 EUR com uma assinatura mensal de estudante.

2. Num ano, a diferença é de 4.514,90 EUR via bilhete inteiro, e de 5.927,10 EUR com uma assinatura mensal de estudante.


Comparação agora com uma viagem num autocarro de uma das empresas que efectuam o percurso Régua – Chaves actualmente (Nota: a empresa escolhida só faz 2 viagens por dia neste trajecto, e demora 1h40m a fazê-lo, a um preço de 8 EUR. A Linha do Corgo, com o troço Régua – Vila Real a 40Km/h e Vila Real – Chaves a 70Km/h levaria, com paragens de 3 minutos em Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves, 1h48m):

1. Num mês, o comboio seria mais barato em 40 EUR para bilhete inteiro, e em 134,35 EUR em assinatura mensal de estudante.

2. Num ano, a diferença análoga seria de 520 EUR e 1.932,20, respectivamente.


Assumimos que as deslocações da maior parte dos pensionistas do município de Vila Pouca de Aguiar não contemplarão a locomoção a pé ou de bicicleta, das suas habitações à sede de concelho, pela ecopista. No entanto, as diferenças acima explanadas só por si dariam para estes cidadãos viverem com um pouco mais de dignidade e qualidade de vida.


Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC)

Vila Real, 23 de Março de 2011

28.3.11

O vosso roubo (do BPN ) custou-nos 13 milhões de salários mínimos - são as palavras de um cartaz afixado hoje em várias cidades do país

Segundo o jornal público um grupo de jovens afixou em várias agências bancárias do Banco Português de Negócios distribuídas pelo país um cartaz com os seguintes dizeres:


“O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos”.


A iniciativa é assinada pelo colectivo «E o Povo, pá?» com o seguinte blogue: http://eopovopa.wordpress.com/


No seu site podemos ler o seguinte manifesto:


É o povo, pá!


Quem somos


Não importa quem somos, mas aquilo que nos junta.

Somos gente farta da falta de oportunidades e cansada do discurso mentiroso que afirma «não há outro caminho».

Somos gente cujo investimento e sacrifícios dos pais na nossa educação resultou em desemprego e precariedade e ofende-nos ouvir dizer que a culpa da nossa precariedade é dos direitos que a geração deles conquistou.

Somos gente que defende o trabalho digno e com direitos, independemente da idade e habilitações literárias.

Somos gente que está farta de ter a vida congelada e o futuro, nosso e dos nossos filhos, adiado.

Porque não nos resignamos, protestamos.

Exigimos respeito e reclamamos o direito à dignidade e ao futuro.


Ao que vimos


Vimos dizer que não nos comem por parvos.

Não aceitamos o discurso que nos impõe a precariedade como forma de organização do trabalho. Desconfiamos de quem nos diz que «tem que ser assim» e «este é o único caminho» acenando com a chantagem da falta de patriotismo. Este país também é nosso e temos direito a cá viver e trabalhar. Exigimos pluralidade de opiniões porque sabemos que é nesse confronto que se encontram caminhos. Não aceitamos o pensamento único e sabemos que chegámos até aqui porque foram feitas escolhas: decidiram converter as pessoas em clientes e contribuintes. Nós dizemos que essas escolhas são erradas.


Porquê o BPN


Quando falamos do buraco nas contas públicas deixado pelo BPN referimo-nos a cerca de 6500 milhões de euros, ou seja, a mais de 13 milhões de salários mínimos, mais de um salário mínimo por cada habitante deste país.


A Caixa Geral de Depósitos enterrou directamente no BPN cerca de 4600 milhões de euros, a somar aos 2000 milhões de euros em imparidades (activos tóxicos), o que perfaz cerca de 4% do PIB. Explicitando: este valor assemelha-se ao encaixe total que o Estado português prevê fazer com o plano de privatizações. Dito de outra forma, assemelha-se ao valor previsto pelo plano de austeridade de 2010, em que para o cumprir foram necessários os PEC, mas também o fundo de pensões da PT, no valor de 1600 milhões de euros. Este é o valor da factura que todo nós estamos a pagar.


Quase três anos após a falência do BPN, podemos dizer que aquilo que estamos a pagar é a fraude,a promiscuidade entre a política e a finança, a cumplicidade e a troca de favores, os offshores, a evasão fiscal. Enfim, estamos a pagar o preço de um crime que não cometemos. O caso BPN configura o processo de desagregação do Estado democrático, onde se salvam os accionistas e as entidades reguladoras, onde se escolhe salvar os activos nacionalizando os prejuízos à conta dos impostos que pagamos.


O caso BPN diz-nos que em Portugal a fraude compensa e, quando esta vence, a democracia perde. Portugal está transformado num país onde há Estado máximo para alguns e Estado mínimo para quase todas as outras pessoas.


Quando nos dizem que o tempo é de sacríficios , sabemos que a sua distribuição não é justa nem democrática. Quem escolhe salvar Bancos para salvar amigos legitima a corrupção. Para o fazer, corta onde é mais necessário: nos serviços públicos e nas prestações sociais.


Não nos falem de austeridade, falem-nos de justiça.


A polícia do amor ataca a outra em Oxford Street, ou como a força da razão e do humor derruba a força do mais forte

Vídeo imperdível sobre a acção de activistas junto das forças da repressão ao serviço do Estado em Oxford Street, Londres, a 26 de Março, na manifestção contra os cortes sociais pelo governo britânico


Contra as portagens na A25, A23 e A24 - acção de luta convergente no dia 8 de Abril

ACÇÕES DE LUTA CONTRA AS PORTAGENS


participe, proteste, reclame, não se cale

8 de Abril . Acção de luta convergente - marchas lentas na A24, A25 e A23 – Pontos de encontro/partida para as auto-estradas:


http://www.contraportagens.net/

Entretanto, a Comissão Utentes Contra as Portagens na A17, A25 e A29 [região de Aveiro] comunicou-nos que vai juntar-se à acção de luta de 8 Abril.

27.3.11

Iraque -8 anos de ocupação (sessão no Porto com Haifa Zangana, no dia 28 de Março, às 18h.)



Iraque - 8 anos de ocupação


O Movimento Pela Paz organiza uma sessão no Porto sobre o tema Iraque - 8 anos de ocupação, com a presença de Haifa Zangana.


Dia 28 de Março, 2ª feira, às 18 horas, no SINAPSA (Rua Breiner, 259, Porto)


Haifa Zangana (nascida em 1950 em Bagdad) é uma escritora, artista e activista política iraquiana. Cresceu em Bagdad e licenciou-se em 1974 na faculdade de Farmácia da Universidade de Bagdad. No início da década de 1970, enquanto membro do Partido Comunista Iraquiano, foi presa pelo regime dirigido pelo Partido Baas. Depois de libertada permaneceu no Iraque e terminou os estudos. Integrou-se na Organização de Libertação da Palestina, tendo sido responsável pela equipa farmacêutica, deslocando-se então entre a Síria e o Líbano em 1975. Foi para o Reino Unido em 1976. Como escritora e como pintora, colaborou, nos anos 1980, em várias publicações europeias e norte-americanas e participou em exposições colectivas e individuais em Londres e na Islândia.


Publicou as seguinte obras:

City of Widows, An Iraqi Woman\\\'s Account of War and Resistance (2008),

Seven Stories Press NY War With No End (2007),

Verso Not One More Death (2006),

Verso Women on a Journey: Between Baghdad and London (2001)

Keys to a City (2000)

The Presence of Others (1999)

Beyond What the Eye Sees (1997)

Through the vast halls of memory (1991)

Colabora regularmente em publicações europeias e árabes como The Guardian, Red Pepper, Al Ahram e Al Quds (onde publica comentários semanais).

É membro fundador da Associação Internacional de Estudos Iraquianos Contemporâneos. Faz parte do conselho consultivo do Tribunal de Bruxelas sobre o Iraque (Brussel’s Tribunal on Iraq). Integra a organização Women Solidarity for an Independent and Unified Iraq (WSIUI). Em nome desta organização e da Iraq Occupation Focus (IOF), apresentou, em Setembro de 2009, perante o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, o documento A report on the situation of women and children in occupied Iraq (Um Relatório sobre a Situação das Mulheres e das Crianças no Iraque Ocupado).

Biopolítica e dispositivos mediáticos: para uma descrição das relações de poder na contemporaneidade - é o tema da 12º oficina do pensável (dia 31/3 )

Realiza-se na próxima quinta-feira, dia 31 de Março, pelas 21h30, na Universidade Popular do Porto, a 12a Oficina do Pensável.


A entrada é livre, estando apenas sujeita a inscrição via correio electrónico para: oficinasdopensavel@gmail.com


Tema: Biopolítica e dispositivos mediáticos: para uma descrição das relações de poder na contemporaneidade.


Dinamizador: Luís Carneiro



Nesta oficina, após a apresentação do conceito, proposto por Michel Foucault, de biopolítica – conceito que ilustra o tipo de racionalidade política emergente no século XVIII com a introdução de um vasto conjunto de técnicas e procedimentos tendentes à regulação e controlo das populações -, veremos de que modo pode ele ser pensado na contemporaneidade, nomeadamente a par do desenvolvimento dos mass media, dos meios de comunicação, da cibernética e das tecnologias digitais.


Uma hipótese condutora será a da progressiva virtualização e desterritorialização da própria vida, na medida mesma da sua captura pelas técnicas biopolíticas características do Capitalismo tardio. De forma a explicitar o modo de procedimento desta captura analisaremos também o conceito de dispositivo, termo técnico desenvolvido por Michel Foucault, compreendendo em si um conjunto heterogéneo de coisas tais como discursos, instituições, edifícios, leis, medidas policiais, proposições filosóficas, etc., e mais especificamente o de dispositivo mediático, pensado como aquilo que, mediatizando toda a relação do homem consigo mesmo, com o outro e com o mundo, possui a capacidade de modelar, esquematizar, assegurar e controlar gestos, comportamentos, condutas e opiniões.


Para tal, veremos de que maneira, na esteira do trabalho de Giorgio Agamben, a figura jurídica do estado de excepção – totalmente extremada como paradigma do Nazismo -, progressivamente tornada norma na contemporaneidade, potencia a proliferação desmesurada dos dispositivos e a sua aplicação a uma vida nua – nem a vida natural da espécie, puramente biológica, nem a vida política e culturalmente qualificada, mas um limiar de indistinção entre uma e outra, entre facto e direito.


Por fim, mobilizaremos o pensamento no sentido de uma restituição ao uso comum das potencialidades capturadas nos dispositivos e no de uma resistência propriamente política a estas formas de controlo.


Universidade Popular do Porto

R. Ausgusto Luso, 167 -1º Porto


Concentração realizada hoje em Almaraz exige encerramento da central nuclear situada junto do rio Tejo

32 anos após acidente de Three Mile Island - Concentração em Almaraz exige encerramento de central nuclear

No próximo dia 28 de Março cumprem-se 32 anos do acidente de Three Mile Island (TMI), em Harrisburg, nos EUA. Uma fusão parcial do reactor provocou grandes emissões de gases radioactivos para a atmosfera, as quais nunca foram quantificadas, nem analisados os seus efeitos na população. Os efeitos do acidente de Fukushima Daichii, com a situação ainda longe de ser resolvida, superam largamente os de TMI. Para assinalar a data, várias centenas de espanhóis e portugueses concentraram-se este Domingo em Almaraz, para exigir o encerramento da central nuclear a 100 km da fronteira portuguesa.


O acidente de Three Mile Island

O reactor TMI-2 sofreu graves danos e uma emissão de gases radioactivos que afectou cerca de 25 mil pessoas. Foi classificado como nível 5 na escala INES. O acidente de TMI começa com uma falha do circuito secundário, que resultou num aumento da temperatura do reactor. Nesse momento, um operador tomou uma decisão errada e introduziu grandes quantidades de água fria no circuito primário de refrigeração, na tentativa de baixar a temperatura. Contudo, esta água ferveu, formando borbulhas de vapor.

Além disso produziu-se hidrogénio, tal como em Fukushima, que foi necessário ventilar para evitar uma explosão dentro da contenção. Esta ventilação deu lugar a uma nuvem radioactiva. Não foi possível evitar uma fusão do núcleo e foi necessário lançar água e areia para o seu interior. Ainda que esta sequência de acontecimentos fosse improvável, ela acabou por produzir-se, com efeitos catastróficos.

Situação em Fukushima é muito grave

32 anos depois, o acidente de Fukushima já provocou, pelo menos, uma fusão parcial de três reactores (números 1, 2 e 3) e emissões procedentes da piscina de combustível usado do reactor número 4. As emissões de trítio, iodo e césio já superam - e continuam a aumentar - em várias vezes a magnitude da catástrofe da central norte-americana e, consoante as estimativas, alcançam níveis entre 10% a 50% das emissões de Chernobil (Ucrânia). Hoje foi detectada radioactividade 10 milhões de vezes acima do limite na água junto ao reactor.

A radioactividade medida na água e no leite em mais de três vezes os níveis permitidos, num raio de 40 km da central. Os legumes apresentam concentrações radioactivas cerca de 30 vezes acima do permitido, sendo que nalguns pontos foram encontradas concentrações de césio-137 3 000 vezes acima dos valores permitidos. Isto é grave, dado que a vida média deste isótopo é de 30 anos, o que significa que tardará cerca de 300 anos a desaparecer. Além disso, a situação torna imprescindível o controlo de peixe e moluscos, dado que a água contaminada pela refrigeração dos reactores escoou para o mar. Como se tudo isto fosse pouco, foi detectada contaminação radioactiva em cinco estações de tratamento de água em Tóquio e existe a preocupação na Coreia e China de que a nuvem transporte quantidades significativas de radioactividade para estes países.

As Nações Unidas consideram que a evolução da situação é imprevisível e que esta crise nuclear deverá prolongar-se por alguns meses. Vários especialistas já classificaram o acidente de Fukushima no nível 7 da INES, o mesmo que Chernobil e o máximo da escala.

Protesto exige encerramento de central nuclear de Almaraz, a 100 km da fronteira A indústria nuclear anuncia, à semelhança do que fez em acidentes anteriores, que aprenderá com os erros e os corrigirá para que as centrais sejam mais seguras. Vários acidentes se sucederam desde então e o lobby pró-nuclear ainda não percebeu a questão central - que a segurança absoluta não existe e que determinados acontecimentos, por mais improváveis que sejam, acabam por produzir-se.

A pergunta que deve fazer-se não apenas à indústria nuclear, mas a toda a sociedade é: se podemos prescindir da energia nuclear, porquê continuar a manter este imenso perigo? A associação espanhola Ecologistas en Acción elaborou uma proposta de geração de energia eléctrica para 2020, na qual é demonstrado como se pode prescindir da energia nuclear e do carvão, mantendo coberta a procura, de forma ininterrupta, ao longo de todo o ano. Desta forma, poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento dos 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.

Para assinalar o aniversário do acidente de Three Mile Island, decorreram hoje acções de protesto junto das centrais nucleares de Garoña y Almaraz. Vários portugueses juntaram-se à concentração de mais de 300 pessoas em Almaraz, para exigir o fim da ameaça que constitui a presença para de reactores nucleares na Península Ibérica. A principal preocupação centra-se no reactor de Almaraz, a 100 km da fronteira, embora um acidente em qualquer central Ibérica (ou mesmo noutros pontos da Europa) possa resultar em impactos muito graves no território português.


Para mais informações:

AZU - José Moura: (+351) 932039759

Ecologistas en Acción - Javier González (Área de Energía): (+34) 679 27 99 31 Francisco Castejón (Campaña Antinuclear): (+34) 639 10 42 33

GAIA - Gualter Barbas Baptista: (+351) 919090807

Quercus - Susana Fonseca: (+351) 937788471

http://gaia.org.pt/

Abraço ao Tua, em defesa da linha e do rio (27 de Março)


Para hoje, 27 de Março, pelas 15h na foz do rio TUA, está convocado um ABRAÇO ao TUA.
Com este ABRAÇO ao TUA queremos expressar a profunda admiração que nutrimos pela beleza natural do rio e a harmonia que a Linha do Tua serpenteou ao longo de uma paisagem cheia de cor e vida.

O objectivo é juntar todos os defensores da paisagem, do rio e da Linha do Tua para um Abraço ao Tua, e intencionamos expressar o nosso descontentamento em relação à decisão política de avançar com a construção da barragem no Tua que implica a submersão do Vale e destruição da Linha do Tua.

Sabendo que esta barragem irá afectar, de modo irremediável, a qualidade de vida das pessoas que vivem na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, perpetuando o abandono desta região do país e a falta de perspectivas de futuro para a sua população surgimos em defesa da Linha e Vale do Tua e censuramos a construção da barragem devido a todas as consequências negativas que acarreta.

Para além de defender o interesse público, queremos impedir a descaracterização do Património Natural e Paisagístico do Vale do Tua e o Património Mundial do Douro Vinhateiro classificado pela UNESCO. É necessário realçar que os impactos da construção desta barragem são graves: viola a Directiva Quadro da Água; implica a submersão da linha ferroviária e de centenas de hectares de vinha e olivais que fazem parte da Região Demarcada do Douro, afectando irremediavelmente a Agricultura e a base económica da região; e impede a ligação ferroviária à Linha do Douro.

Defendemos uma política justa e participativa e queremos uma vez mais demonstrar que a construção da barragem do Tua é um erro político que deve ser corrigido pela sociedade civil. Assim expressamos o nosso descontentamento por políticas que levam à exclusão das pessoas que vivem no interior do país e apelamos a todos os cidadãos conscientes da negligência política em relação à região de Trás-os-Montes e Alto Douro a manifestarem-se contra a construção da barragem na Foz do Tua e contra o desaproveitamento das Linhas Férreas, do Turismo, da Agricultura e do Comércio Local.

É de conhecimento público que a construção da barragem no Tua é um erro político que irá criar uma instabilidade social, cultural e económica cada vez maior que não pode avançar porque irá agravar a crise política e económica que Portugal atravessa. Acreditamos que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro tem um potencial único que deve ser desenvolvido.

É nosso dever preservar a herança cultural, ecológica, arquitectónica, histórica e humana da Linha do Tua que existe há mais de 123 anos e pode ser reactivada, promovendo o Turismo e possibilitando a deslocação diária de pessoas que vivem entre Bragança, Mirandela e Tua. Por isso queremos que o Governo reconheça a importância da Linha e Vale do Tua a nível regional, nacional e internacional e que reconheça que um projecto de requalificação desta linha trará maiores benefícios a Portugal.

Por tudo isto, dia 27, queremos mostrar que “Há Vida no Tua” e apelámos a todos a participar no Abraço de Solidariedade com as pessoas que vivem na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro e que dependem deste Bem Comum.

Além do Abraço, vamos organizar uma caminhada ao longo de parte da linha, bem como outras actividades durante o dia. Portugal, 24 de Março de 2011

As Direcções Nacionais Associação dos Amigos do Vale do Rio Tua, Campo Aberto, COAGRET, GAIA, Movimento de Cidadãos de Defesa da Linha do Tua, QUERCUS

Para mais informações contactar: Nuno Pereira: 912 621 945 Graciela Nunes: 919429742 André Studer: 965698370

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2011, por Jessica Kaahwa

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2011

Este é o momento exacto para uma reflexão sobre o imenso potencial que o Teatro tem para mobilizar as comunidades e criar pontes entre as suas diferenças.

Já, alguma vez, imaginaram que o Teatro pode ser uma ferramenta poderosa para a reconciliação e para a paz mundial?

Enquanto as nações consomem enormes quantidades de dinheiro em missões de paz nas mais diversas áreas de conflitos violentos no mundo, dá-se pouca atenção ao Teatro como alternativa para a mediação e transformação de conflitos. Como podem todos os cidadãos da Terra alcançar a paz universal quando os instrumentos que se deveriam usar para tal são, aparentemente, usados para adquirir poderes externos e repressores?

O Teatro, subtilmente, permeia a alma do Homem dominado pelo medo e desconfiança, alterando a imagem que têm de si mesmos e abrindo um mundo de alternativas para o indivíduo e, por consequência, para a comunidade. Ele pode dar um sentido à realidade de hoje, evitando um futuro incerto.

O Teatro pode intervir de forma simples e directa na política. Ao ser incluído, o Teatro pode conter experiências capazes de transcender conceitos falsos e pré-concebidos.

Além disso, o Teatro é um meio, comprovado, para defender e apresentar ideias que sustentamos colectivamente e que, por elas, teremos de lutar quando são violadas.

Na previsão de um futuro de paz, deveremos começar por usar meios pacíficos na procura de nos compreendermos melhor, de nos respeitarmos e de reconhecer as contribuições de cada ser humano no processo do caminho da paz. O Teatro é uma linguagem universal, através da qual podemos usar mensagens de paz e de reconciliação.

Com o envolvimento activo de todos os participantes, o Teatro pode fazer com que muitas consciências reconstruam os seus conceitos pré-estabelecidos e, desta forma, dê ao indivíduo a oportunidade de renascer para fazer escolhas baseadas no conhecimento e nas realidades redescobertas.

Para que o Teatro prospere entre as outras formas de arte, deveremos dar um passo firme no futuro, incorporando-o na vida quotidiana, através da abordagem de questões prementes de conflito e de paz.

Na procura da transformação social e na reforma das comunidades, o Teatro já se manifesta em zonas devastadas pela guerra, entre comunidades que sofrem com a pobreza ou com a doença crónica.

Existe um número crescente de casos de sucesso onde o Teatro conseguiu mobilizar públicos para promover a consciencialização no apoio às vítimas de traumas pós-guerra.

Faz sentido existirem plataformas culturais, como o [ITI] Instituto Internacional de Teatro, que visam consolidar a paz e a amizade entre as nações.

Conhecendo o poder que o Teatro tem é, então, uma farsa manter o silêncio em tempos como este e deixar que sejam “guardiães” da paz no nosso mundo os que empunham armas e lançam bombas.

Como podem os instrumentos de alienação serem, ao mesmo tempo instrumentos de paz e reconciliação?

Exorto-vos, neste Dia Mundial do Teatro, a pensar nesta perspectiva e a divulgar o Teatro, como uma ferramenta universal de diálogo, para a transformação social e para a reforma das comunidades.

Enquanto as Nações Unidas gastam somas colossais em missões de paz com o uso de armas por todo o mundo, o Teatro é uma alternativa espontânea e humana, menos dispendiosa e muito mais potente.

Não será a única forma de conseguir a paz, mas o Teatro, certamente, deverá ser utilizado como uma ferramenta eficaz nas missões de paz.


Jessica Kaahwa ( do Uganda) Makerere University

Department of Music, Dance and Drama

http://www.world-theatre-day.org/
http://www.iti-worldwide.org/

20.3.11

Relato da Assembleia Popular do Porto realizada no dia 19 de Março

Realizou-se ontem uma Assembleia Popular na Praça D.João I por iniciativa de vários colectivos da cidade do Porto que se identificam com os valores da liberdade, solidariedade, cooperação e emancipação social, que contou com a presença de meia centena de pessoas.
Depois de um momento inicial para explicar a génese e os objectivos da Assembleia, deu-se a palavra a todos os interessados - e foram muitos – que pretendessem apresentar os seus problemas ou fazer uma rápida abordagem de assuntos que considerassem relevantes para serem ali discutidos.
Findo este ponto, seguiu-se então para a fase da criação de grupos de trabalho sectoriais, tendo sido constituídos por um número variável de elementos, os seguintes

Grupos de Trabalho

1) questões laborais
2) falta de habitação e sem-abrigo
3) questões do ensino (estudantes e professores)
4) Papás e mamãs ( ajuda mútua na educação e guarda de filhos)
5) Lutas globais
6) Habitação, urbanismo
7) Questões organizativas e preparação para outras assembleias populares em diferentes locais
8) Aproveitamento de recursos, saberes e construção

No final das reuniões de cada grupo social voltou-se a reunir a Assembleia com todas as pessoas presentes, tendo cada grupo apresentado os seus objectivos, definido os seus temas, forma de funcionamento, e datas das próximas reuniões.

Antes de dar por terminada a Assembleia, foram dadas mais algumas informações e marcada a data da Próxima Assembleia Popular do Porto para o próximo dia 2 de Abril a realizar no mesmo local (Praça D.João I , no centro da cidade do Porto)


O balanço final é francamente positivo tendo em conta a motivação e o empenhamento demonstrado por todos os presentes no prosseguimento das accções e do movimento de descontentamento e revolta iniciado com as grandes manifestações populares realizadas sob o lema da Geração à Rasca.

19.3.11

Assembleia Popular hoje às 14h. na Pr. D.João I, no Porto

A ALEGRIA DO TEU CORPO,
A LIBERDADE DO TEU ESPÍRITO
e a ACÇÃO DA TUA AUTONOMIA
metem medo ao capitalismo



No passado sábado, no Porto, foram muitas as caras que os Gat@s Vadi@s reconheceram.
Trocámos sorrisos, palavras, ânimo. Vontade de viver! Agora, voltamos a falar-te para que voltes.

Naturalmente, lá estivemos. Estamos lá, desde há 4 anos. E vamos continuar. A utopia tem de sair à rua todos os dias e jamais para picar o ponto…

Integrámos com a Casa da Horta, a Casa Viva, o Colectivo Hipátia e a Terra Viva, a plataforma libertária, para afirmarmos um caminho possível. Caminho que passa pela autonomia, a alegria, a resistência crítica, a criatividade, a solidariedade, a democracia directa e participativa. E sem nos esquecermos que à rasca está o mundo inteiro e não apenas o nosso umbigo.

Sabemos que muitas amigas e amigos da Gato querem fazer alguma coisa, gritar, berrar a plenos pulmões, sair à rua, vencer o silêncio, vencer o fascismo do silêncio que se impôs nas nossas vidas. E agora, é voltar. Há ir e vir, há organizar e mudar!

E se formos este sábado, dia 19 de Março, às 14h à Assembleia Popular na Praça D.João ?

Quanto à Gato Vadio, no sábado passado foi espalhando papelinhos traquinas, muito, muito traquinas:

“– Papá, na TV estão a dizer que as pessoas da Gato Vadio são extremistas, radicais e perigosas?
– Filhinha, se dizem é porque é verdade, meu anjinho.”


“Um dia, a alegria do teu corpo, a liberdade do teu espírito e a acção da tua autonomia vão inspirar terror ao capitalismo”.


“– Precários, não vos inquietais, a solução está nas nossas mãos, trataremos do teus problemas, o teu lugar é aqui, a máquina não pode parar!
Não precarizes o teu imaginário, reclama a vida!”

Sonho Geral, Decrescimento do Capital!

http://gatovadiolivraria.blogspot.com/



Cerca de 200 pessoas reuniram-se em Assembleia Popular na Praça D.João no dia 12, no seguimento da manifestação realizada nesse dia, para expôr livremente as suas experiências e apresentar as suas propostas.

Decidiu-se então continuar essa Assembleia no próximo dia 19 de Março ( Sábado) às 14 h. na Praça D.João I, Porto, com os objectivos de criar ideias, soluções, respostas, esperança e reforçar a persistência das nossas palavras e do nosso protesto, unindo-nos livremente, sem nenhuma burocracia ou desigualdade de palavra que se interponha entre a nossa opinião e a sua exposição a todos e todas.


Viva o Poder Popular!

www.facebook.com/event.php?eid=116618951750063

Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas, novo livro de A. Pedro Ribeiro (reportagem da sua apresentação)



Breve reportagem da sessão de poesia e de apresentação do novo livro de A. PEDRO RIBEIRO. "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas", editado pela Corpus editora, no Clube Literário do Porto, realizada no passado dia 17 de Março.

Recorde-se que a tertúlia "Poesia de Choque" realiza-se na terceira quinta-feira do mês no Clube Literário do Porto. A sessão é dinamizada por António Pedro Ribeiro e Luís Carvalho

http://tripnaarcada.blogspot.com/2011/03/nietzsche-jim-morrison-henry-miller-os.html
http://www.corposeditora.com/site/default.asp

No Porto são vários espaços da cidade, de cafés a instituições culturais, que organizam sessões onde se pode ouvir mais também ler-se poemas: Bar Pinguim, livraria-bar Gato Vadio, café Progresso, CLP, Maria vai com as outras,No feminino, etc.

18.3.11

Nem NATO, Nem Khadafi, os assassinos de povos não apoiam a emancipação social: contra a agressão imperialista na Líbia

NÃO A UMA NOVA GUERRA DA NATO
França, Grã-Bretanha e países da Nato preparam-se para atacar a Líbia
Ataques estão iminentes.

Maquiavel é que defendia que os fins justificam os meios (guerra)
Os pacifistas são contra o militarismo
Toda a guerra é interesseira

NEM ARMAS, NEM GENERAIS
JÁ TEMOS MERDA A MAIS


NÃO ÀS INTERVENÇÔES MILITARES para «exportar democracia»

Com esta atitude não apoiamos o regime líbio.

Os rebeldes líbios merecem a nossa simpatia e apoio

Do que se trata é de não ser ingénuo, e politicamente analfabeto.

Do que se trata é de defender que os exércitos ocidentais são os últimos a terem legitimidade de apoiarem os rebeldes líbios.

Depois de terem provocado impunemente mais de 1 milhão de mortos no Iraque, com a invasão e guerra, os exércitos ocidentais são os últimos a terem autoridade para apoiar seja o que for.

Evidentemente que os rebeldes líbios precisam de apoio, mas não do apoio de assassinos piores que o Khadafi e o Saddam Husseim. Se estes cometeram crimes contra os seus povos, o que dizer do exército norte-americano, britânico e tutti quanti?



CONTRA A AGRESSÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA

Não à agressão militar contra a Líbia – abaixo-assinado

As Organizações signatárias, apoiam as legitimas aspirações políticas, económicas e sociais dos trabalhadores e do povo da Líbia, não podendo deixar de manifestar a sua profunda preocupação e condenação pelas posições recentemente assumidas por parte de potências e organizações estrangeiras, nomeadamente os Estados Unidos da América, a União Europeia, a NATO e a Liga Árabe, no sentido de aproveitarem a situação de conflito armado no país para uma inaceitável ingerência nas questões internas deste Estado e uma clara intenção da busca de pretextos para uma agressão militar camuflada, ou não, de ” ajuda humanitária”.



Denunciando a pressão, que os EUA, a UE e a NATO (com o seu novo conceito estratégico) têm exercido ao deslocarem forças militares para a zona, e mediante acções diplomáticas e mediáticas, pressão que tem contribuído para uma ainda maior destabilização da situação interna, e que poderá desencadear o risco, ou somar pretextos, para uma intervenção directa;
Afirmando que qualquer agressão, mascarada de “ajuda humanitária” ou de qualquer outro pretexto, tentará na realidade garantir o controlo dos recursos naturais líbios e a implantação permanente de forças militares que aumentem a esfera de influência dos invasores, criando condições para tentar impedir o avanço das revoltas populares da região, que vêm aliando às exigências de melhores condições de vida, também o pleno acesso a direitos sociais e laborais e a concretização de maior independência e soberania nacionais;
Lembrando que qualquer intervenção militar terá como primeira vítima o povo líbio, e que disso são exemplo as intervenções de “forças aliadas”, com ou sem mandato das NU, nos Balcãs, Iraque e Afeganistão;



Exigimos uma resolução pacífica do conflito que recuse qualquer ingerência estrangeira, e que o Governo Português, actualmente com assento no Conselho de Segurança da ONU, actue em consonância com a Constituição da República Portuguesa nomeadamente do seu artigo 7o.




Associação de Amizade Portugal Cuba

Associação de Intervenção Democrática

Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses CGTP-IN

Confederação Nacional da Agricultura

Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto

Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos

Conselho Português para a Paz e Cooperação

Ecolojovem

Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal

Frente Anti-Racista

Iniciativa Jovem

Interjovem/CGTP-IN

Juventude Comunista Portuguesa

Movimento Democrático de Mulheres

Partido Comunista Português

Partido Ecologista “Os Verdes”

Projecto Ruido

Sindicato doa Trabalhadores da Admnistração Local

Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal

Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)

União dos Resistentes Antifascistas Portugueses

União dos Sindicatos de Lisboa

União dos Sindicados de Aveiro

Fonte: http://www.vermelhos.net/index.php

17.3.11

Mais vale ser activo hoje do que radiocativo amanhã (concentração anti-nuclear hoje, às 18h., na Av da Liberdade, Lisboa)


Chernobil, Fukushima:

NÃO À ENERGIA NUCLEAR EM TODO O MUNDO!

A tragédia do Japão despertou a solidariedade de todo o mundo pela perda de milhares de vidas humanas e de vastas regiões e cidades daquele país devido ao terramoto de grau 9 e ao posterior tsunami que arrasou com partes significativas do território japonês. As redes, organizações e pessoas abaixo assinadas querem exprimir em primeiro lugar as suas mais profundas condolências ao povo japonês e dar a conhecer a sua dor partilhada e solidariedade pela emergência humanitária provocada por este desastre.

Ao mesmo tempo é altamente preocupante o impacto que o desastre natural causou na central nuclear de Fukushima, provocando explosões, o que levou a uma situação de grave risco por causa da libertação de material radioactivo, situação que pode piorar se os elementos do núcleo desta instalação se fusionam por sobreaquecimento. Também estão em perigo outras duas instalações nucleares em situação de risco em Onagawa e Tokai. O governo japonês viu-se obrigado a apagar pelo menos 11 centrais nucleares com o objectivo de prevenir mais desastres, o que deixou mais de 6 milhões de pessoas sem abastecimento de electricidade. 200.000 pessoas já foram evacuadas para prevenir uma possível exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear e já se estão a tomar medidas de saúde pública com a população exposta.

Esta trágica situação alerta-nos UMA VEZ MAIS sobre o enorme perigo que significam as instalações nucleares para a sobrevivência e segurança do planeta e recordam-nos a resistência de activistas japoneses que há 40 anos se negaram à construção destas instalações. Hoje o mundo está a mudar, não só pelos riscos de desastres naturais mas também pelos riscos a que estamos sujeitos pelos impactos da mudança climática que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta, como as derrocadas no Rio de Janeiro que há pouco tempo ameaçaram centrais nucleares instaladas na zona que tiveram de ser paradas até que a situação se estabilize. Esta vulnerabilidade global deve ser considerada adicionalmente, mas sobretudo devemos ser conscientes de que a tecnologia e o dinheiro não salvarão vidas uma vez que as tragédias se produzem.

A crise climática e a necessidade de energia deram lugar a que sobretudo as grandes corporações e os países desenvolvidos falem da energia nuclear como energia alternativa limpa e sustentável. Os próprios projectos do Banco Mundial sobre energia consideram-na como uma importante possibilidade assim como as grandes hidroeléctricas. Cada vez se torna mais claro que estas são falsas soluções que só aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade face às mudanças globais.

Está-se a propor a energia nuclear como uma fonte de energia alternativa e "limpa" nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora de controlo tanto técnico como humano e afectar milhões de pessoas e em particular as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo sobre a vida. Os Fóruns Multilaterais como o Processo Rio+20, o processo da Convenção do Clima, os fóruns relacionados com energia alternativa e outros devem considerar muito seriamente o uso da energia nuclear pela sua perigosidade.

Pedimos também aos governos que escutem as vozes da sociedade civil de todo o mundo que manifestou a sua oposição às falsas soluções, que escutem os seus povos.

Exigimos que os governos se concentrem em garantir a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em vez de debilitar as condições no planeta cumprindo mandatos do capital.

Exigimos e reclamamos em todo o mundo que se proceda ao desmantelamento das centrais nucleares, que se procurem verdadeiras soluções para os povos e que no caminho se apliquem todas as precauções para evitar danos que tenhamos que lamentar. Chernobil, Fukushima são alertas que devem obrigar os governos a deixar de insistir em continuar a promover estes projectos. A energia nuclear para abastecimento de energia e ainda mais com fins bélicos deve parar.

Os negócios não nos interessam, o que nos interessa é a vida e a segurança da população, e não aumentar a sua vulnerabilidade.

CHERNOBIL E FUKUSHIMA SÃO SUFICIENTES!

NÃO À ENERGIA NUCLEAR!



REDES - AMIGOS DE LA TIERRA - Uruguay

FUNDACION SOLON - Bolivia

ECOLOGISTAS EN ACCION - España

BLUE PLANET PROJECT - Canadá

TWN (La RED DEL TERCER MUNDO) -

FoEM FRIENDS OF THE EARTH - Malaysia

CONSUMERS ASSOCIATION OF PENANG, Malasia

PLATAFORMA BOLIVIANA DE ACCION SOBRE EL CAMBIO CLIMATICO

COLECTIVO VIENTOSUR - Chile

HIJOS DEL MONTE, FRENTE NACIONAL CAMPESINO - Argentina

FOCO - Foro Ciudadano de Participación por la Justicia y los Derechos Humanos - Argentina

FEDAEPS - Ecuador

MOCICC (Movimiento Ciudadano Frente al Cambio Climático) - Perú

COMDA (Coalición de Organizaciones Mexicanas por el Derecho al Agua)

FOCUS ON THE GLOBAL SOUTH

ALIANZA SOCIAL CONTINENTAL

SUSTAINABLE ENERGY AND ECONOMY NETWORK (SEEN) - USA

IPS (Institute for Policy Studies) - USA

FUNDACION ECOSUR -Patagonia Chile

FUNDACION TERRAM - Chile

ASAMBLEA CIUDADANA POR LA VIDA de Chilecito, La Rioja -Argentina

Coordinadora por la defensa del agua y la vida. Provincia de El Loa

Asociación Colectivo Poder y Desarrollo Local - Guatemala

Asociación Vidas Verdes - Perú

GREENPEACE - México

GREENPEACE - Argentina

JUBILEO SUR

ACCION ECOLOGICA

OILWATCH - SUDAMERICA

OTROS MUNDOS A.C. - Amig@s de la Tierra México

Irene León, Socióloga - Ecuador

Alicia Tarrio - Argentina

(aberto a adesões)

16.3.11

Japão: sismo desencadeia alerta nuclear ( texto muito interessante do Le Monde Diplomatique)

Japão: sismo desencadeia alerta nuclear
Depois do terramoto, seguido de tsunami, veio a explosão na central nuclear de Fukushima, cujas consequências futuras são ainda desconhecidas (a central situa-se a apenas 300 quilómetros de Tóquio).

Neste momento, os nossos primeiros pensamentos vão para as japonesas e para os japoneses, que acabam de sofrer o maior sismo desde Kobé, em 1995. E, entre eles, vão para os bombeiros que partiram de avião para a central nuclear. Estes «liquidatários» vão arriscar a vida para salvar o país e, mais ainda, limitar as consequências planetárias da explosão do reactor. A radioactividade dentro da central já atinge, a cada hora que passa, a quantidade anual admissível. Qualquer acidente adicional vai traduzir-se num crescimento dos riscos para os intervenientes.

É preciso ter uma coragem sem limites para intervir ali conhecendo as consequências. A experiência dos liquidatários de Tchernobil não pode ser esquecida. Aquelas e aqueles que nunca receberam informação sobre essa experiência devem, sem dúvida, ler o livro La Supplication, de Svetlana Alexievitch [1].

Se há pessoas que merecem, a título colectivo, um prémio Nobel da Paz, são realmente os liquidatários de Tchernobil — e agora os de Fukushima.

Do lado oposto ao destas mulheres e homens que vão sofrer neste combate, estão os que brincaram com o fogo nuclear. É a eles que devemos dirigir-nos agora para obter informações que nos permitam realmente escolher, democrática e cientificamente.

Porque o nuclear é uma tecnologia muito particular. Nunca foi confinado e os seus riscos prendem-se com dois tipos de acontecimentos. Em primeiro lugar, o risco ligado ao «acidente»: avaria, explosão e consequências de acontecimentos externos (tsunamis ou perigos terroristas, como o causado pelo avião que, a 11 de Setembro de 2001, devia ter-se despenhado sobre a central de Three Mile Island. A libertação na atmosfera de muitos materiais radioactivos vai provocar, desde logo, cancros e outras doenças — cujo acompanhamento não está, aliás, assegurado. Depois, há o risco das «doses reduzidas», porque as centrais e os outros elos da cadeia nuclear — em particular os transportes, os locais de armazenamento e de extracção de plutónio, como Haia — libertam regularmente elementos radioactivos que estão a seguir presentes nos rios, no mar, nas praias, nas florestas, etc.

Esta ausência de confinamento, que faz com que uma dispersão de produtos radioactivos afecte todo o planeta, diz respeito aos dois tipos de riscos. Tchernobil, apesar dos esforços dos alfandegários franceses, mostrou a extensão das zonas afectadas pelos acidentes. Mas há outras informações que sugerem que os elementos radioactivos circulam cada vez mais. Por exemplo, enquanto que antes de 1945 não existia plutónio na natureza, agora ele pode ser encontrado nos dentes de leite das crianças britânicas.

Quando alguns decidem desenvolver o sector nuclear, todo o planeta é, portanto, afectado. Mas estas decisões são tomadas de forma opaca, sem debate público, sem que se disponibilize uma real informação — contraditória e científica — às populações.

Faltam-nos, em particular, informações essenciais para a tomada de decisões. Todas as tecnologias têm riscos. A questão que se coloca nunca é a da segurança absoluta, mas a da relação entre o risco e os benefícios desejados. Ora, não dispomos de estudos relativos aos seguintes pontos essenciais.

• Qual é a rentabilidade económica do nuclear, considerando todo o tempo de vida do sector? Com efeito, o nuclear tem um tempo de vida muito superior ao tempo de funcionamento (rentabilidade de um ponto de vista económico imediato, a que demasiadas vezes se dá prioridade). Para medir o custo económico real, convém incluir nos modelos o acompanhamento dos resíduos até que os seus riscos se tornem insignificantes, ou seja, durante séculos. Há também o «desmantelamento» das centrais. A experiência de Brennilis, na Bretanha, mostra-nos que os custos reais (e os problemas técnicos surgidos) são muito superiores aos avaliados [2]. Por fim, deve ser feita a avaliação do custo dos acidentes, que como são assumidos por toda a sociedade nunca são incluídos nos cálculos de rentabilidade efectuados pelos agentes da fileira nuclear. Uma subparte desta questão seria conhecer de forma bem precisa o balanço energético global do sector. Que parte da energia produzida é realmente utilizável, uma vez subtraídas as perdas em linha (centrais evidentemente distanciadas dos locais de consumo), a energia dissipada na construção e depois no tratamento dos resíduos e, por fim, no desmantelamento. Sem falar de todo o tipo de custos em caso de acidente.

• Qual é o real impacto do nuclear na saúde, tanto em doses reduzidas [3] como, evidentemente, em situação de acidente? Neste quadro, não nos podemos limitar aos mortos imediatos (em Tchernobil foram uns trinta): é preciso contabilizar as consequências posteriores nas populações vizinhas e nos liquidadores. A morbilidade (doenças, mal-estar, problemas crónicos…) merece toda a nossa atenção. Os estudos relacionados com Tchernobil sempre minimizaram este aspecto [4]. E quando o médico bielorrusso Yury Bandazhevsky mostrou as consequências de Tchernobil nas crianças nascidas depois do acidente, o poder preferiu fechá-lo na prisão. As consequências no Japão, que dispõe de um excelente aparelho estatístico e de um acompanhamento médico particularmente eficaz e competente na área do nuclear — uma herança de Hiroxima e Nagasáqui — devem merecer toda a nossa atenção. Os doentes não podem continuar a ser descartados como vítimas de uma síndrome de paranóia atómica.

• Quais são as implicações do nuclear energético sobre a paz no mundo? É nas chamadas fileiras «civis» que têm origem os produtos utilizados pelas armas nucleares, tanto no caso dos materiais físseis de alta energia usados para a bomba como no caso dos chamados materiais «empobrecidos» usados para as armas penetrantes. A mesma origem «civil» têm os produtos usados nas «bombas sujas», utilizadas por agentes não-estatais. E não são as centrais nucleares pontos de fraqueza que podem ser explorados por atacantes? O exemplo japonês mostra que o acidente não está forçosamente ligado a causas «internas» às próprias centrais.

• Qual é o impacto social da indústria nuclear? Porque se tornou o emprego precário a norma numa indústria em que a força de trabalho que se compra, para intervir em zona contaminada, é a própria vida dos operários? O excelente romance La Centrale, de Elisabeth Filhol, é uma investigação junto destes precários do nuclear em França [5]… Basta imaginar qual será a situação em países onde a pobreza, e portanto a necessidade de vender o que se tem para alimentar a família, é mais forte. A que modelo de trabalho recorre o sector nuclear? E de que modelo de dessensibilização se cobrem os «assalariados»? Quem lida com trabalhadores do nuclear tem, evidentemente, histórias anedóticas para contar sobre a mistura de medo da radiação e de valentia que muitas vezes leva, em caso de exposição a doses excessivas, a que se acuse os detectores de radioactividade em vez de reconhecer as emissões.

Os entusiasmos das décadas entre 1930 e 1950, período em que reinou a ideia de uma energia «inesgotável», de alto rendimento e de baixo custo, podem ser compreendidos. Tratava-se de dominar o fogo, uma actividade que os homens adoram… Mas será possível que tudo fique igual depois de Tchernobil? Podemos persistir no mesmo? Porque o argumento da «segurança» reforçada nas centrais refere-se sobretudo a problemas internos, nomeadamente aos meios para enfrentar as más decisões humanas. Mas será possível oferecer garantias suficientes face aos actos externos de alta energia (sismo, tsunami, mas também tempestade, ataque terrorista dirigido, etc.)? É certo que, a partir do momento em que há um alerta sísmico, as centrais japonesas são colocadas em suspensão, mas esta é uma operação longa e que pode correr mal, como temos vindo a constatar nos últimos dias. Haveria uma «segurança» que pudesse ter estado à altura do acontecimento? À altura das consequências sociais e sanitárias do acidente?

É a este tipo de questões que a comunidade científica, mas também os cidadãos, a quem elas dizem respeito, devem dedicar a sua atenção. Para que a escolha de manter ou abandonar o nuclear se apoie em dados globais e coerentes, e não em pressupostos, sejam eles ideológicos (a mistificação do progresso e do controlo humano dos acontecimentos) ou mais especificamente ligados a interesses económicos. Os poderes públicos podiam dedicar os seus esforços a estas reflexões abertas, em vez de servirem de representantes comerciais internacionais aos transnacionais do sector.

Acrescentemos um último ponto sobre a informação relativa ao nuclear. Estamos agora perante um estudo de caso. O que nos dizem os jornalistas é fiável? Quais são as suas fontes? Seguir, hora após hora, os fios das informações, das negações, dos desmentidos, das confirmações e dos erros de informação difundidos desde que o sismo ocorreu mostra os limites de uma informação planetária quando estão em jogo questões económicas, mas também políticas, militares e ideológicas.

É verdade que o papel da comunicação social não é fazer com que as populações entrem em pânico. Muitas vezes o pânico provoca catástrofes ainda maiores. Mas à distância também será assim? Teremos de fazer o luto de uma informação apoiada nos factos em benefício de uma «informação de guerra», isto é, orientada pelas necessidades de segurança dos poderes públicos? Por fim, será que se deve tomar as populações por ignorantes e acreditar que ninguém consegue perceber a preocupação que está por detrás da agitação? E, neste caso, a ausência de transparência não será ainda mais preocupante?

Os acidentes são momentos muito sensíveis durante os quais é preciso calar e agir (o perigo está ali, é preciso enfrentá-lo) e preparar o amanhã, retirar lições e prever consequências. Infelizmente, uma vez passada a emoção, as questões tendem a ser postas de lado pela rotina, pelos compromissos, pela ausência de reflexão global e, sobretudo, pela imunidade de que gozam os agentes dos sectores que criam os acidentes (e não apenas o nuclear…). No fim de contas, se ainda há pessoas vivas para continuar a informar, é certamente porque o perigo foi «vencido»…

Ulrich Bek, no livro premonitório La Société du risque (escrito antes de Tchernobil e publicado na semana seguinte, com um prefácio escrito a quente [6]), explicava que depois de o risco se ter concretizado, as sociedades, para continuarem a existir, tinham como principal obsessão simplesmente negá-lo. Até à sua próxima ocorrência?

Texto de Hervé Le Crosnier

Foto de Dalaiama Street Art

quarta-feira 16 de Março de 2011

Notas
[1] Ver Dominique Chouchan, «Les survivants de Tchernobyl», Le Monde diplomatique, Abril de 1999.

[2] Ler «Brennilis: 25 ans de centrale. Il est plus facile de construire une centrale nucléaire que de la démanteler», Le Canard enchaîné, 28 de Julho de 2010; Angélie Baral, «Nucléaire pas cher: la fin du rêve», Urbiz.fr, 25 de Agosto de 2010.

[3] Ver Jean-François Viel, La Santé publique atomisée. Radioactivité et leucémie, Les leçons de la Hague, La Découverte, 1998.

[4] Para um balanço actualizado da catástrofe, ler Alison Katz, «Os dossiês enterrados de Tchernobil», Le Monde diplomatique — edição portuguesa, Dezembro de 2010.

[5] Elisabeth Filhol, La Centrale, POL, Paris, 2010.

[6] Traduzido em francês em 2001, Flammarion, Paris.

Concentração contra a ameaça nuclear e de solidariedade com o povo japonês em Lisboa ( dia 17, às 18h00)



Foram convocadas, em toda a Península Ibérica, concentrações contra a ameaça nuclear e de solidariedade com o povo japonês, afectado pelos desastres das centrais nucleares.
Não só queremos acabar com a energia nuclear, como queremos a transição para um modelo energético mais sustentável!

Em Lisboa, queremos fazer uma concentração silenciosa em frente à Embaixada do Japão, para manifestar a solidariedade com o povo japonês.
De seguida, descemos um pouco a Avenida da Liberdade e vamos até à Embaixada de Espanha exigir o encerramento de todas as centrais nucleares da Península Ibérica!

Lisboa: 5ª feira, 17/03/2011, 18h00

Embaixada Japão (Av. Liberdade, 245) - 18h00
Embaixada Espanha (R. Salitre, 1) - 19h00

Evento de Lisboa no Facebook:

Lista de iniciativas na Península Ibérica:




O estado lastimável em que se encontram os 4 reactores da central nuclear de Fukushima no Japão. O reactor nº4 é o que concentra as maiores atenções, mas tudo indica que uma catástrofe nuclear está iminente

O ponto da situação às 13 horas de Lisboa de hoje (16/3/2011):

REACTEUR 1: Le coeur a partiellement fondu. Pour abaisser la pression dans le bâtiment du réacteur, Tepco a procédé samedi à un rejet d'hydrogène dans l'atmosphère qui a provoqué une explosion. Le toit du bâtiment s'est effondré, mais l'enceinte de confinement de ce réacteur serait intacte.

REACTEUR 2: Le coeur a partiellement fondu. Explosion d'hydrogène mardi à l'aube dans le bâtiment du réacteur. Une piscine de rétention située à l'intérieur de l'enceinte de confinement est endommagée. L'étendue des dégâts, notamment sur l'étanchéité de l'enceinte de confinement, reste incertaine.

REACTEUR 3: Fusion partielle du coeur. Explosion d'hydrogène lundi provoquée par un relâchement de pression dans le bâtiment du réacteur. Le toit et certaines parois du bâtiment extérieur sont soufflées. L'enceinte de confinement a peut-être été endommagée.

REACTEUR 4: Explosion mardi dans ce réacteur à l'arrêt pour maintenance au moment du séisme. Un incendie se déclare au niveau de la piscine d'entreposage du combustible usé. Il est éteint par l'armée américaine. Une partie du combustible n'est plus recouverte et les autorités essayent de le remettre sous l'eau pour empêcher des rejets radioactifs dans l'atmosphère. Un hélicoptère est déployé pour verser de l'eau sur ce réacteur, mais l'opération a dû être interrompue à cause d'un niveau de radiation trop élevé. Une nouvelle tentative sera faite avec un canon à eau.

REACTEURS 5 ET 6: Une légère hausse de température a été mesurée mardi dans ces deux réacteurs éloignés des réacteurs 1 à 4, et qui étaient à l'arrêt pour maintenance au moment du séisme.

Fonte: Le Monde

15.3.11

35 anos depois de Ferrel, Península Ibérica exige o fim da energia nuclear

Há 35 anos, os sinos da igreja tocaram e o povo de Ferrel (concelho de Peniche) marchou contra a construção da central de nuclear projectada para a sua localidade à beira-mar plantada. O fim do nuclear em Portugal estava lançado.




Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear em Portugal. Também em Espanha, nos anos 70, fortes mobilizações anti-nucleares conseguiram impedir 10 dos 25 projectos planeados. Contudo, o acidente de Fukushima veio relembrar que os perigos da energia nuclear não conhecem fronteiras. Organizações portuguesas e espanholas reclamam agora o encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.


A situação nuclear no Japão

No passado dia 11 de Março, o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 9,0 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares.Esta situação expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.

Vários especialistas consideram já este como o segundo maior incidente nuclear da história e não excluem a hipótese de ultrapassar a gravidade de Chernobil. Há neste momento vários reactores em risco de fusão do núcleo e já ocorreram várias fugas de compostos altamente radioactivas. Uma catástrofe ecológica e social é, neste momento, uma forte possibilidade. A gravidade da catástrofe, não só para o Japão, como também para os países vizinhos, será ditada pelo que se venha a passar com os reactores (que continuam a constituir uma incógnita para os especialistas), bem como pela direcção dos ventos que transportam as nuvens radioactivas.

Portugal disse não ao nuclear em Ferrel, há 35 anos
Em 1976 ainda não tinham ocorrido os acidentes nucleares mais graves da história: Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011). Tal não impediu a população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada, no concelho de Peniche) de marchar contra a construção de uma central nuclear na sua terra, a 15 de Março de 1976.

Também em Espanha se geraram fortes mobilizações anti-nucleares em Espanha, que conseguiram impedir a construção de 15 centrais nucleares no território espanhol. Como resultado, apenas entraram em funcionamento 10 reactores nucleares dos 25 planeados. Destes dez, um deles foi encerrado após o acidente de Vandellós em 1979 e a de Zorita encerrou em Junho de 2004.

35 anos depois, é tempo de reavaliar as unidades que se construiram por toda a Europa e, em particular na Península Ibérica, onde Espanha conta com 6 centrais nucleares (8 reactores) em operação, duas delas (Sta. María Garoña, perto de Burgos e Cofrentes, perto de Valência), utilizando a mesma tecnologia (BWR) que a central de Fukushima. A Central Nuclear de Almaraz, junto ao Tejo e a 100km da fronteira portuguesa, já ultrapassou o período previsto de funcionamento e há alguns meses foi decidido prolongar em 10 anos o seu período de actividade. Este é mais um factor de preocupação para Espanha e para Portugal. Em caso de um grave acidente nuclear, os impactos dificilmente ficarão contidos nas fronteiras espanholas.

Pedimos o encerramento faseado das centrais nucleares espanholas
A energia nuclear é prescindível em Espanha, dado que este país exporta energia eléctrica a todos os seus países vizinhos, incluindo França. A electricidade produzida pelas nucleares pode substituir-se por medidas de poupança e eficiência e por um forte apoio às energias renováveis. Desta forma poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento do 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.

Além do mais, evita-se a necessidade de gestão de resíduos radioactivos que venham a ser produzidos. Actualmente há cerca de 3500 toneladas de resíduos de alta actividade, que chegariam a 7000 Tm. Com o encerramento faseado das nucleares, o volume de resíduos nucleares seria convenientemente reduzido.

Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.

Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro. As organizações subscritoras deste comunicado, apelam, por isso, ao encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.

AZU
Ecologistas en Acción
Francisco Castejón (Campaña Antinuclear)
GAIA
Quercus

http://gaia.org.pt/node/15922

Imagem retirada do:
http://ingenea.gualter.net/

Tsunami Nuclear no Japão e solidariedade com o povo japonês

Para quem quiser acompanhar o Tsunami nuclear no Japão:

http://twitter.com/ecologistas/favorites

http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-12307698

http://www.ecologistasenaccion.org/


http://www.naoaonuclear.org/

Foi convocado para dia 17 uma acção internacional contra a Ameaça Nuclear e de Solidariedade com o povo japonês.

ENERGIA NUCLEAR? NÂO, OBRIGADO
Agora e sempre contra o lobby pró-nuclear

Novas e várias explosões registaram-se na central nuclear de Fukushima, no Japão. A radioactividade encontra-se acima dos níveis admissíveis. O Acidente Nuclear gannha cada vez maiores proporções.

A 100 km a norte a central de Onagawa está em estado de urgência.
Por sua vez na central de Tokaï a cerca de 100 km a norte de Toquio, um dos seu reactores encontra-se avariado e não se consegue o seu arrefecimento.

Assembleia MayDay em Lisboa na próxima 4ª feira (dia 16)


3ª Assembleia MayDay 2011
4ª feira :: 16 de Março :: 21h
SOLIM (Rua da Madalena, 8)

Entretanto, no Porto, no dia 1 de Março, realizou-se também a primeira assembleia preparatória do MayDay, às 21h30, no Breyner 85 (Rua do Breyner, 65. Porto).

MayDay Lisboa 2011 já arrancou e começou a reunir forças para um percurso que junta muitas vozes contra a precariedade e que culmina na manifestação de todos os trabalhadores, no 1º de Maio.

Vem pensar e construir este caminho connosco!

O MayDay é uma parada contra a precariedade, que decorre no dia 1 de Maio. Desde a estreia em Milão (2001), o MayDay tem-se multiplicado por todo o mundo. Em 2007, chegou a Lisboa e, em 2009, realizou-se pela primeira vez, no Porto. Em 2011, novamente, o precariado sairá à rua em Lisboa e no Porto É um protesto de trabalhadores/as precários/as que se realiza no 1º de Maio.


Em 2011, vamos novamente sair à rua...
porque acreditamos em trabalho com direitos, para todos/as;
porque defendemos o trabalho digno;
porque não aceitamos que as nossas vidas se façam a prazo, a recibo verde ou em empresas de trabalho temporário (ETT's);
porque não aceitamos a indignidade do desemprego e da desprotecção social;
porque acreditamos que não há liberdade enquanto houver precariedade.


http://www.maydaylisboa.net
http://www.maydayporto.blogspot.com/

12 Março 2011O MayDay Lisboa 2011 já começou!
Dia 13 de Março o protesto continua!
A precariedade não é inevitável!
Diz-se por aí que a precariedade é inevitável e que é o único sistema possível. Mas nós sabemos que não é verdade! E também não é uma questão geracional: hoje, quem cai no desemprego só encontra precariedade, independentemente da sua idade.

O discurso da estabilidade que nos vende o poder político e financeiro é simples: é o discurso do medo, do “deixem-se estar quietinhos, porque senão vai ser ainda pior”. Não podemos viver no medo do FMI, do défice ou dos mercados financeiros porque esse medo é a chantagem para que a nossa vida seja cada vez pior. Acusam-nos de ter excesso de expectativas quando ainda só conhecemos dificuldades.

MayDay, MayDay!!
O Mayday é um movimento de trabalhadores/as precários/as que culmina numa manifestação no 1º de Maio, onde nos juntamos, todos e todas. De todas as idades e de todas as experiências laborais. Porque sabemos que a chantagem que nos impõem é sobre a nossa vida e que, embora se reflicta de formas diferentes, ela tem por base o mesmo plano político de desestruturação social e de aumento das desigualdades. Organizamo-nos através de assembleias abertas e divulgadas publicamente para que toda a gente possa participar. No Mayday, toda a gente faz falta – trabalhadores e trabalhadoras a falsos recibos verdes, com contratos a termo, em subcontratação por Empresas de Trabalho Temporário que nos roubam metade do salário, trabalhadores/as informais, estudantes a quem a bolsa foi cortada, intermitentes do espectáculo, desempregados/as, bolseiros/as de investigação, quem faz estágios não-remunerados, todos e todas aquelas que vêem os seus direitos reduzidos e todas e todos os que se quiserem juntar por saberem que os direitos laborais, sendo para todos, são também para si.

Sabemos que a precariedade não é inevitável. E sabemos que somos muito mais do que aquilo a que nos querem reduzir. Junta o teu grito a esta revolta

Prosseguem agora na cidade de Compostela as II Jornadas Galego-portuguesas de Edição Independente


Depois de uma semana de atividades no Porto, continuam em Compostela as II Jornadas Galego-portuguesas de Ediçom Independente organizadas por Estaleiro Editora, Corsárias, Gato Vadio, Casa Viva e Colectivo Hipátia.

As mesas redondas em Compostela vam-se desenvolver de 14 a 17 de Março, às 19:00 h. na Biblioteca Ánxel Casal e na sexta-feira 18 vam finalizar com um recital poético-musical que se celebrará no Bar As Duas às 22h00 (Pr. da Oliveira, Compostela).

As II Jornadas Galego-portuguesas de Ediçom Independente começam em Compostela nesta segunda feira, 14 de Março, às 19:00 h. na Biblioteca Ánxel Casal. As quatro mesas redondas tocarám temas de atualidade relacionados com a ediçom e o pensamento crítico. Para isto vai-se contar com mais dumha duzia de ativistas de diferentes ámbitos profissionais (jornalistas, advogados, professores, sociólogas, sindicalitas, poetas, etc). As mesas giram à volta de quatro eixos temáticos: a situaçom dos meios de comunicaçom galegos, a restriçom dos direitos civis, o conhecimento para a transformaçom social e as diferentes caras da crise.

A seguir o programa completo:

COMPOSTELA (de 14 a 18 de Março):

Às 19:00 na Biblioteca Ánxel Casal

14 de Março, segunda-feira

Na Galiza em Galego!

A situaçom dos meios de comunicaçom nacionais a debate:

Comba Campoy (Tempos Novos), Marcos Pérez Pena

(jornalista), Xoán R. Sampedro (Novas da Galiza),

Gerardo Rodrigues (Portal Galego da Língua)

1.- Como achas a situaçom dos meios de comunicaçom galegos após a chegada ao poder do PP?

2.- Pensas que o boom deste tipo de iniciativas estivo apoiada mais nas ajudas públicas do bipartito que em projectos empresariais coerentes, com vocaçom de continuidade?

3.- Em definitivo, que factor julgas que influenciou mais o feche de meios galegos: a transformaçom das políticas autonómicas ou a falta de manobra dos seus gestores?

4.- Qual pensas que é o papel que tem que desempenhar o trabalho voluntário no jornalismo galego? No vosso meio, como vivedes este tema?

15 de Março, terça-feira

Estado de excepçom normalizado.

A restriçom dos direitos civis na ofensiva ultraliberal:

Borxa Colmenero (Ceivar), José A. Brandariz (Esculca),

Miguel Fernández (Foro galego da imigración), Sandra

Garrido (PreSOS), Rui Pereira (jornalista, Universidade

do Minho).

1.- O Estado de Excepçom é umha excepçom ou umha norma? Pode-se manter umha sociedade de privilégio sem um estado de excepçom?

2.- Onde avaliades umha erosom dos direitos civis e políticos?

3.- Nos processos de exclusom social implementados polos governos, como afecta ao conjunto da cidadania e em particular às pessoas reclusas, às trabalhadoras migrantes e/ou às refugiadas?

4.- Como afecta o neocolonialismo das multinacionais ocidentais aos fluxos migratórios?

5.- Está garantido o direito à informaçom?

6.- Como fazer frente, neutralizar e visibilizar estas opressons? Como chegar às maiorias sociais?

16 de Março, quarta-feira

Pensamento à margem.

O conhecimento para a transformaçom social:

Maria do Cebreiro Rábade Vilar (teórica da literatura),

Tareixa Ledo Regal (socióloga), Marcial Gondar Portasany

(antropólogo), Francisco Sampedro (filósofo)

1.- Pensamento fora ou dentro da academia?

2.- Como incluir o conhecimento das mulheres e o da populaçom camponesa numha práctica emancipadora?

3.- Continua a ser o proletariado o Sujeito histórico?

4.- Que ligaçons há entre a injustiça social global e a injustiça cognitiva global?

5.- Como combater o individualismo e criar novas colectividades?

6.- Pode-se falar da poesia como lugar de pensamento e de intervençom?

17 de Março, quinta-feira

As caras da crise.

Movermo-nos politicamente num momento de resistência social:

Laura Bugalho (CIG), Carme Freire (SLG), David Rodríguez

(Fonambulista Coxo), Antom Santos (Escola Popular Galega)

1.- Que propostas a curto prazo vedes viáveis para combater a crise? Como passar da teoria à práctica?

2.- As estruturas organizativas tradicionais excluem sistematicamente as mulheres da participaçom política?

3.- Como responder ao ataque aos sindicatos, o aumento da precariedade laboral e o aumento do desarraigo?

4.- Como se podem conjugar as reivindicaçons sociais e ecológicas?

5.- Tendo em conta a complexidade da crise, como transmitir entusiasmo e visibilizar alternativas? Quais podem ser os caminhos?

18 de Março, sexta-feira 22h00 Bar As Duas

Encerramento jornadas

Festaleiro Corsário Vadio.

Recital poético-musical Copyleft