21.2.08

Para recordar José Afonso: vieram de noite...e cantaram! (sessão no dia 23 de Fev. às 22h. no Porto)


Note-se que na cidade do Porto realiza-se no mesmo dia outra sessão de homenagem a José Afonso sob o lema «Canto de Intervenção» no clube literário. Ver a notícia aqui

Indyzine ( publicação em papel do Indymedia-Portugal) está de novo em circulação


Está novamente disponível, depois de um longo período de espera, o indyzine, a publicação em papel do Centro de Media Independente.


O projecto já tinha sido iniciado em 2004 e é agora retomado. O objectivo: passar a ter disponível nas ruas os editoriais publicados, para que desta forma possamos ultrapassar a dependência da internet.


Como é normal nestas coisas, as actualizações são necessárias, pois pode passar algum tempo entre a sua publicação no site e a saída do indyzine. Sendo assim, o novo indyzine conta com os editoriais já publicados sobre o Despejo do Grémio Lisbonense 2, o caso 4F em Barcelona 1, 2, a expulsão de 21 imigrantes marroquinos 2, o mercado do Bolhão no Porto e a construção de um novo empreendimento turístico na Comporta.


Esperamos assim que possa passar de mão em mão com a ambição de que a contrainformação se transforme numa arma de arremesso no nosso dia-a-dia. Descarrega, fotocopia, distribui.


Descarrega aqui as duas páginas em A3 INDYZINE1 INDYZINE2


http://pt.indymedia.org/

Jantar e oficina aberta pel@s KAMIQUASES no Centro de Cultura Libertária ( em Almada)


A companhia de teatro KAMIQUASES vai fazer um jantar benefit no próximo sábado, dia 23 de Fevereiro, no Centro de Cultura Libertária.


A nossa proposta é que participem numa oficina aberta que iremos realizar naquele ateneu (ou no exterior - consoante o número de participantes) pelas 16h, seguida de jantar vegetariano (às 20h, preço livre).

Apareçam!

http://kamiquases.blogspot.com



Centro de Cultura Libertária: Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto. - Cacilhas

(a 3 minutos dos barcos) - Almada


Intervenção artística/musical de rua no mercado do bolhão em solidariedade com o património e os comerciantes


ANIMAÇÃO NO BOLHÃO!
SÁBADO 23 DE FEVEREIRO 10H- 13H


INTERVENÇÃO ARTISTICA/ MUSICAL DE RUA –NO MERCADO DO BOLHÃO


ACÇÃO DE SOLIDARIEDADE PARA COM PATRIMONIO E COMERCIANTES

Vamos recriar um espaço com diferentes formas de arte, cativando mais gente ao Mercado, alertando à sociedade em geral, que o Bolhão está Vivo e não necessita de ser tornado num shopping, semelhante a tantos outros na cidade!

Venha ouvir OS SONS NO BOLHÃO!

Concertos voluntários de jovens artistas do "Círculo do Fogo" e "Os Galegos" entre outros.





No dia 16 de Fevereiro no Bolhão a Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa veio dar força à liberdade, ao pequeno comércio tradicional, ao valor da diversidade, do património e da vontade do povo do Porto

Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa (F.R.I.C.S.)

Num momento em que o Mercado do Bolhão, símbolo não apenas da Cidade do Porto, mas de toda uma forma de vida oposta à crescente homogeneidade e esterilização da actualidade, se encontra ameaçado, a F.R.I.C.S. tem a honra de contribuir para mais uma acção de protesto (e pudesse o seu som ser tão eficaz como o das trombetas que fizeram cair as muralhas de Jericó!).

Depois dos ataques e restrições à colher de pau, ao azeite caseiro, aos licores do tio-avô, às rolhas de cortiça e a toda uma quantidade de elementos que tornam o mundo um lugar mais variado e surpreendente, assistimos a uma manobra que visa apagar do mapa um bastião do comércio tradicional, personalizado e não-massificado, para o substituir por um centro mercantil estéril e falsamente popular.

A F.R.I.C.S., ela própria uma filha da caótica biodiversidade decorrente da junção de ex-membros dos Clã, Gangrena, Amigos da Salsa, Genocide, e colaboradores de Plácido Domingo numa mesma banda, coloca-se firmemente do lado da diversidade não-catalogável, contra o impulso destrutivo que se esconde por detrás da "segurança", da "higiene" e da "modernização".

www.myspace.com/fanfarraimprovisada

Putos do Bolhão

Texto escrito por Juvenal Pinheiro
em Fevereiro de 2008

Sou um jovem de 23 anos, que fo criado dentro do Mercado do Bolhão. Dentro deste mercado habituei-me a ouvir os famosos pregões, a sentir a mistura de aromas no ar, qual cocktail de sensações, a estar rodeado de cor das frutas e das flores. Grande parte daquilo que sou hoje deve-se ao que vivi dentro deste mercado. E por isso me considero o que em bom portuense se diz um "puto do bolhão". Ao contrário do que se possa pensar, não sou o único da minha geração, muitos da minha idade, cresceram e se fizeram homens e mulheres aqui dentro. Os comerciantes que lá trabalham dizem por graça: "esta é a minha faculdade", mas a verdade é que dentro daquelas quatro paredes se ensinou a viver, muito mais do que em certas faculdades.

As pessoas que aqui trabalham já há muito tempo se habituaram por altura de eleições, ver um vai e vem, de políticos de caras sorridentes a passear pelo mercado prometendo mundos e fundos, qual "caça furtiva de votos".

Estava eu a começar a aprender a escrever, quando foi falado no projecto de reabilitação do mercado. Presidente atrás de Presidente, foi prometendo uma nova vida para o Bolhão, até que um dia subiu ao cargo o Sr. Rui Rio que nada teve para dizer aos comerciantes do que: "O Mercado do Bolhão não é prioridade"
Comentário esse que abalou mais um pouco os já muito frágil mas muito receptivo e alegre moral dos comerciantes. Por essa altura, já se implorava por obras no Mercado, devido ao estado do edifício.

Agora pergunto Sr. Presidente, não tinham já o seu tempo? Se a sua habitação estivesse a mostrar sinais de desgaste só iria mandar arranjar quando se ouve o "perigo eminente" (que tanto se fala) de ela lhe cair em cima?

Eu muitas vezes o oiço a dizer que é necessário revitalizar a baixa portuense. Mas é importante saber que grande parte do carácter que é atribuido à baixa portuense, se deve ao Mercado do Bolhão. Citando o site da Câmara Municipal do Porto, (http://www.cm-porto.pt/) : "É vulgar dizer-se que no Mercado do Bolhão, mora a verdadeira alma, o profundo carácter, a singular mundividência das gentes dos Porto".
"O Mercado do Bolhão é um excelente exemplar da arquitectura civil comercial, apresentando fortes caracteristicas do estilo neoclássico tardio, sobressaindo a sua monumentalidade pelos torreões nas suas esquinas que contrastam com as suas linhas horizontais, marcadas nas superficies das fachadas." Mas o verdadeiro néctar do mercado é a sua gente e isso é que é muito importante não esquecer.

Espero que no futuro que se avizinha para este mercado, todos estes pontos sejam levados em conta.

Obrigado

Juvenal Pinheiro

Retirado de:
http://manifestobolhao.blogspot.com/

Exposição-encontro com músicas sob o tema da Fronteira (23 de Fev., ao longo de todo o dia, no espaço 555, Porto)

FRONTEIRA

“limite, extremo que separa dois países; linha de demarcação entre duas frentes; limite, fim, baliza;”


O encontro e exposição que aqui se propõem pretendem mostrar diferentes projectos que desenvolvem trabalho fomentando, entre outros, uma reflexão sobre a noção de “fronteira”.

As fronteiras podem assumir características diversas, visíveis ou invisíveis, e a maneira como o homem as compreende e se relaciona com elas é complexa. Os projectos envolvidos nesta iniciativa, “Cidade de Abrigo” dos ASFP e grupo M.I.R.A., “Frontiers” do grupo artístico Gold Extra, “Uma terra sem gente para gente sem terra” exposição de Nuno Coelho e “Pisar a Linha” análise comentada de Adam Kershaw visam a reflexão sobre esta problemática. É a partir da exposição dos seus trabalhos e pontos de vista que esperamos sensibilizar e envolver mais pessoas em torno desta e de outras questões relativas, para um papel social mais consciente e activo do indivíduo.


www.almada555.com


CIDADE DE ABRIGO


EXPOSIÇÃO DAS PROPOSTAS RECEBIDAS NO CONCURSO DE IDEIAS INTERNACIONAL
SÁBADO 23 FEVEREIRO 2008 15:30


A.S.F.P. - Arquitectos sem Fronteiras Portugal

M.I.R.A. - Migration Interface for Reflexion and Activism


O contexto de pós modernidade traz ao espaço urbano uma profunda crise de identificação. Os antigos paradigmas de análise e compreensão de sociedade e cidade tradicionais não mais servem ao estudo e investigação dos actuais fenómenos urbanos. Estes aumentam em dispersão, variedade e multiplicidade. Longe da rendição à impossibilidade de manejar tal complexidade, este projecto pretende ser uma plataforma de confluência do pensamento sobre espaço físico e social, concretamente no que respeita aos fenómenos associados à migração e exclusão social. Na primeira tentativa de aproximação abriu-se o caminho à reflexão, à observação dos fenómenos sociais e urbanos, através do estímulo à intervenção aberta em contextos reais formulados em quatro casos de estudo. Do concurso internacional de ideias Cidade de Abrigo/Hosting City resulta agora uma exposição pública, uma mostra das propostas de cada participante de onde salta a complexidade na abordagem geral de que cada um toma para si como ponto de partida. Diversas formulações do conceito de problema, metodologias e a variedade do conceito de solução convertem para uma mostra também ela múltipla e diversa.


www.mi-ra.in/hostingcity

-----------------------------------------------------------------------


PISAR A LINHA


ANÁLISE DE ADAM KERSHAW


SÁBADO 23 FEVEREIRO 2008 18:00


Hoje poucas guerras são travadas por questões territoriais, mas o conflito entre Israel e os territórios Palestinianos parece conter todas as causas tradicionais de conflito: religiosas, económicas, culturais e um sentido de justificação histórica. Este tipo de luta habitualmente não tem um "meio termo", sem espaço para um compromisso quando as duas partes lutam por aquilo que julgam ser como o seu absoluto e inegável direito. Os posters gráficos realizados por Nuno Coelho para a sua exposição "Uma Terra Sem Gente para Gente Sem Terra" pretendem criar um discurso visual com o espectador, simplificando a história complexa da região para uma forma mais acessível, quase infantil. Através do uso de técnicas simples, como colorir mapas, podemos localizar a fonte e o trajecto do conflito. Acompanhando os gráficos criados por Nuno Coelho, Adam Kershaw tentará analisar o conflito do ponto de vista das fronteiras, tendo como referência a sua própria experiência na Cisjordânia em 2006, e discutir o actual conflito e a decisão tomada por Israel de construir uma "barreira de separação definitiva" em vez de uma fronteira legítima.

-------------------------------------------------------------------------------

SIMONAL BIÉ & CONVIDADOS


SÁBADO 23 FEVEREIRO 2008 22:00


Nascido em Maputo, Moçambique, Simonal é um etnomusicologista, especializado em instrumentos tradicionais moçambicanos. Para além deste género, colabora igualmente com vários músicos/produtores de outros estilos, tendo participado na criação de projectos como Tchkare Kanyembe, Maty, entre outros.


www.myspace.com/simonalbie

---------------------------------------------------------------------------


ATHLETIC COCKTAIL (DJ/VJ SET)


SÁBADO 23 FEVEREIRO 2008 24:00


Alejandra Pinggera vem da Suíça, mas tem raízes mexicanas e argentinas. Mulher de negócios e designer de palco, estudou na Business School de Zurique, Schule fuer Gestaltung Basel, na Suíça, e na Academy for Scenekunst, na Noruega. Alejandra trabalhou igualmente para o Teatro Nacional de Oslo, no Festival Ibsen, com uma instalação audiovisual intitulada «INBETWEEN», em 2006. Também trabalhou com o Hotel Pro Forma como artista de vídeo para a performance «Sand child» , na Dinamarca, e para o filme «fra Sor» presente no Festival de Cinema Norueguês, sendo ainda responsável por instalações de vídeo e pelas festas de abertura e encerramento. Em complemento, trabalhou em diversos projectos de arte independentes.
Desde o encontro na Academy for Scenekunst, Alejandra Pinggera e Filipe Canha iniciaram juntos um trabalho em termos conceptuais traduzido em várias performances de palco, instalações e projectos: a performance «no meat to chew», em 2006 - Noruega; a instalação de vídeo «Umen» com Bernardo Vercelli, em 2006 - Noruega; a performance «Mr. EggMan», em 2007.
Filipe Canha é um artista de performance com estudos em ballett clássico, dança moderna, dança contemporânea e interpretação teatral. Completou o seu curso universitário na Academy for Scenekunst, na Noruega, e realizou um intercâmbio na Concordia University, em Montreal, Quebec, Canadá, em coreografia, no qual resultou uma profunda investigação para os seus estudos conceptuais. Enquanto criador, desenvolveu e coreografou as seguintes performances: «asphyxia», em 2006; «The words, the truthful words are mute.», em 2006; «...anonymously, women.», em 2007, «none metalayer», em 2007, Canadá.
Sónia Carvalho é oriunda de Portugal. Esta artista direccionou o seu estudo universitário para a ESAD, nas Caldas da Rainha. Paralelamente, ingressou no programa ERASMUS no departamento de Belas Artes de Madrid, Espanha. Sónia Carvalho realiza exposições desde 2000 e, em complemento, trabalha com a galeria de arte contemporânea Galeria Plumba, no Porto. O seu trabalho provém de uma mistura entre performance, pintura, vídeo-arte e instalação, sendo ainda que nem a música é esquecida. Há três anos atrás, Sónia Carvalho esteve envolvida num projecto de DJ/VJ chamado GIRLS ON GOMMA, realizado por um colectivo de seis raparigas, no Porto, cujo som se aproximava dos beats anos 80 e electroclash.
O propósito destes três artistas é criar uma pista de dança interdisciplinar, na qual se fundem efeitos visuais e arte performativa com beats africanos, grime e sons de hip hop. Explorando diferentes desportos, as personagens dos Athletic Cocktail são infuenciadas pela cultura street wear, vivendo com vibrações cómicas e positivas... mas a diversão tem que ser organizada!


www.myspace.com/athleticcocktail

----------------------------------------------------------------------------


ANTÓNIO SERGINHO DIZ EI! BOM DIA!


SÁBADO 23 FEVEREIRO 2008 02:00


O aguardado regresso ao 555 de António Serginho, a afamada marimba dos inigualáveis Tchakare Kanyembe. Desta feita atrás dos decks, cabe a este artista de vulto encerrar esta nobre noite. A não perder!


www.myspace.com/antonioserginho

Exposição sobre Sphaera Mundi: A Ciência na Aula da Esfera (a partir de 21 de Fev.na Biblioteca Nacional)



A Biblioteca Nacional inaugura hoje, 21 de Fevereiro, 5ª-feira, pelas 18h00, a exposição Sphaera Mundi: A Ciência na Aula da Esfera.


Manuscritos Científicos do Colégio de Santo Antão nas Colecções da BNP , na Galeria de Exposições (2º piso).



A exposição que agora se inaugura mostra, através dos fundos de Reservados da BNP, principalmente da colecção de Manuscritos, a grande vitalidade de uma instituição estreitamente ligada ao ensino e prática científicos em Portugal: a “Aula da Esfera” do Colégio de Santo Antão.

A «Aula da Esfera» do Colégio de Santo Antão foi uma das mais marcantes instituições de ensino e de prática científica em Portugal, tendo sido, durante quase dois séculos, o principal centro de formação dos quadros técnicos e científicos (cosmógrafos, engenheiros, etc.)


Fazendo parte da rede supranacional de centros de ensino da Companhia de Jesus, foi não só local de passagem dos melhores professores da época como foco de intercâmbio com os mais avançados centros científicos europeus, formando durante quase dois séculos os quadros técnicos e científicos de que o país necessitava. O colégio, instituição situada entre a escola elementar e a Universidade, é um dos símbolos do labor jesuíta e uma resposta pragmática às novas necessidades de conhecimento determinadas por um universo em expansão, satisfazendo simultaneamente as necessidades de formação dos novos membros da Companhia e dos jovens das classes sociais altas que buscavam novos métodos pedagógicos e modelos educativos renovados. À data da extinção da Companhia de Jesus (1773) existiam já cerca de 800 colégios espalhados pelos vários continentes.


O colégio jesuíta de Santo Antão tem como característica particular ter sido a única instituição a assegurar ininterruptamente, durante cerca de 170 anos (finais do séc. XVI a meados do séc. XVIII), o ensino de disciplinas físico-matemáticas em Portugal, leccionadas por alguns dos mais reputados mestres europeus: Cristoph Grienberg (1564-1636), Cristoforo Borri (1583-1632) ou Giovanni Paolo Lembo (1570-1618) e nacionais como João Delgado (1553-1612), Luís Gonzaga (1666-1747), Inácio Vieira (1678-1739) entre outros. Embora o seu nome apele directamente ao ensino da Cosmografia e Astronomia – que utilizavam como obra introdutória o Tratado da Esfera, de João de Sacrobosco, redigida no séc. XIII e desde então largamente comentada e parafraseada – também o ensino da Geometria, Aritmética, Náutica, Óptica e outros temas científicos ou teórico-práticos ali tinha lugar.


Henrique Leitão , comissário científico desta exposição, destaca o papel privilegiado desta “Aula” como: ponto de entrada das novidades científicas (como o telescópio e o novo mundo que ele descobriu, as novas técnicas matemáticas); local único de ensino e aplicação de algumas disciplinas emergentes como a Estática, a Mecânica teórica, ou a Óptica geométrica; o Colégio de Santo Antão era um centro de investigação verdadeiramente internacional que sempre beneficiou dos recursos e contactos da rede da Companhia de Jesus em que se encontrava integrado.


As notas e apontamentos dos alunos, e outros trabalhos manuscritos que sobreviveram e integram a colecção de manuscritos da BNP, constituem fontes indirectas para o conhecimento dos professores que leccionaram no Colégio e os seus ensinamentos. Embora este Colégio seja estudado e conhecido, a sua real dimensão e importância não se encontra ainda suficientemente divulgada junto do grande público que pode também, simultaneamente, avaliar sob uma outra perspectiva a riqueza patrimonial da BNP.

O catálogo que acompanha a exposição é a parte visível de um projecto mais amplo que o sustenta e que tem sido o esforço de inventariação, catalogação e estudo dos manuscritos científicos da BNP, precedido por estudos parcelares que dão conta das actividades da “Aula da Esfera” e do seu impacto cultural. A iniciativa conta com o apoio mecenático da REN – Redes Energéticas Nacionais.


Para mais informações, por favor, contacte-nos através do endereço
rel_publicas@bnportugal.pt
ou dos telefones:
21 798 2124,
21 798 2428.
________________________________________
Horário de visita à Exposição: Dias úteis: 10h - 19h
Sábados: 10h -17h
Encerra domingos e feriados

O Povo das Mercadorias

Quando viajei para longe, vi a terra dos brancos, lá onde havia muito tempo viviam os seus ancestrais. Visitei a terra que eles chamam Eropa. Era a sua floresta, mas eles despiram-na pouco a pouco cortando as árvores para construir as suas casas. Eles fizeram muitos filhos, não pararam de aumentar, e não havia mais floresta. Então, eles pararam de caçar, pois não havia mais caça também. Depois, os seus filhos puseram-se a fabricar mercadorias e o seu espírito começou a obscurecer-se por causa de todos esses bens sobre os quais fixaram o seu pensamento.
Eles construíram casas de pedra, para que não se deteriorassem. Continuaram a destruir a floresta, dizendo: "Nós vamos-nos tornar o povo das mercadorias! Vamos fabricar muitas mercadorias e dinheiro também! Assim, quando formos realmente numerosos, jamais seremos miseráveis". Foi com esse pensamento que eles acabaram com a sua floresta e sujaram os seus rios. Agora, só bebem água "embrulhada", que precisam de comprar. A água de verdade, a que corre nos rios, já não é boa para beber.

Nos primeiros tempos, os brancos viviam como nós na floresta e os seus ancestrais eram pouco numerosos. Omama transmitiu também a eles as suas palavras, mas não o escutaram. Pensaram que eram mentiras e puseram-se a procurar minerais e petróleo por toda parte, todas essas coisas perigosas que Omama quis ocultar sob a terra e a água porque o seu calor é perigoso. Mas os brancos encontraram-nas e pensaram fazer com elas ferramentas, máquinas, carros e aviões. Eles ficaram eufóricos e disseram: "Nós somos os únicos a ser tão engenhosos, só nós sabemos realmente fabricar as mercadorias e as máquinas!". Foi nesse momento que eles perderam realmente toda a sabedoria. Primeiro estragaram a sua própria terra antes de ir trabalhar na dos outros para aumentar as suas mercadorias sem parar. Nunca mais eles disseram: "Se destruirmos a terra, será que seremos capazes de recriar uma outra?"

Quando conheci a terra dos brancos isso deixou-me inquieto. Algumas cidades são belas, mas o seu barulho não pára nunca. Eles correm por elas com carros, nas ruas e mesmo com comboios por debaixo da terra. Há muito barulho e gente por toda parte. O espírito torna-se obscuro e emaranhado, não se pode mais pensar direito. É por isso que o pensamento dos brancos está cheio de vertigens e eles não compreendem as nossas palavras. Eles não fazem mais que dizer: "Estamos muito contentes de rodar e de voar! Continuemos! Procuremos petróleo, ouro, ferro! Os yanomami são mentirosos!". O pensamento desses brancos está obstruído, é por isso que eles maltratam a terra, desbravando-a por toda parte, e a cavam até debaixo das suas casas. Eles não pensam que ela vai acabar por desmoronar. Eles não temem cair no mundo subterrâneo. Porém, é assim. Se os "brancos-espíritos-tatus-gigantes", as mineradoras, entram por toda parte sob a terra para retirar minérios, eles vão-se perder e cair no mundo escuro e podre dos ancestrais canibais.

[O universo yanomami compõe-se de quatro níveis superpostos suspensos em um "grande vazio". O mundo subterrâneo foi formado pela queda do nível terrestre na aurora dos tempos. É habitado pelos ancestrais yanomami da primeira humanidade, que se tornaram monstros canibais, os aõpataripë.]

Nós, nós queremos que a floresta permaneça como é, sempre. Queremos viver nela com boa saúde e que continuem a viver nela os espíritos xapiripë, a caça e os peixes. Cultivamos apenas as plantas que nos alimentam, não queremos fábricas, nem buracos na terra, nem rios sujos. Queremos que a floresta permaneça silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se possam ver as estrelas. A terra dos brancos estão contaminadas, estão cobertas da xawara wakixi, uma "epidemia-fumaça", que se estendeu muito alto no peito do céu. Essa fumaça dirige-se para nós mas ainda não chega lá, pois o espírito Hutukarari repele-a ainda sem descanso. Acima da nossa floresta o céu ainda é claro, pois não faz tanto tempo que os brancos se aproximaram de nós. Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca pensam nessas coisas que os xamãs conhecem, é por isso que eles não têm medo. O seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem descanso nas suas mercadorias, como se estas fossem as suas namoradas.

Davi Kopenawa Yanomami, xamã, 1998.

O corpo não espera (por nós ou pelo amor): café-teatro pelos Bonifrates em Tondela (23 de Fev.)


http://www.bonifrates.com/

Peça a estrear em 21 de Fevereiro na Casa da Cultura em Coimbra:

O Médico à Força
(texto de Molière)


Teatro-Estúdio Bonifrates
Fev: 21 (estreia), 22, 27 e 29
Mar: 5, 6, 12, 14, 19, 20 e 27
na Casa Municipal da Cultura
Rua Pedro Monteiro 3000-329 Coimbra


Sinopse
Uma peça que celebra e denuncia, como só o teatro o sabe fazer, a mentira. "Depois de uma cena doméstica (entre a violência e o jogo de sedução) com a sua esposa, Martinha, Esganarelo é envolvido numa trama urdida por aquela para se vingar, fazendo-o passar por um médico famoso, capaz de curar a mudez da filha do senhor Géronte. Esganarelo não resiste ao apelo do dinheiro, como não resiste aos encantos da criada Jacqueline, o que não agrada nada ao seu marido, Lucas. Mas a filha do velho viúvo não está, de facto, doente; antes procura contrariar a ganância paterna e casar com quem realmente ama, um homem de expedientes duvidosos mas de futuro auspicioso… Todos enganam todos, todos escondem alguma coisa."


---------------------------------------------------------------------------

O CORPO NÃO ESPERA (POR NÓS OU PELO AMOR)

Espectáculode café-teatro no dia 23 de Fevereiro em Tondela ( no Acert)

Oito mulheres falam do corpo, recorrendo às linguagens de poesia e do movimento.

O corpo é praia a boca é a nascente
Ter um corpo de mulher às vezes...é mar… é violência
são rugas… são barriguinhas… são borbulhas… são momentos.
O que é um corpo de mulher,
um corpo de mulher sente-se
Memórias, sensações…às vezes doridas, outras vezes…é bom ser mulher.
Quando fala, fala amor
fala desamor
fala paixão
fala raiva
fala ausência
fala sonho
ternura
fala vida.
Eu gosto de ter um corpo de mulher e gosto da forma como o corpo muda, como fica bonito
e sensual…
O corpo cansa-se
aí o corpo adormece e fica uma outra coisa que não é o corpo.
O corpo não espera não por nós ou pelo amor.
A parte do corpo que eu mais gosto
é a boca
eu gosto particularmente do umbigo
e dos lábios…
O corpo é praia…
memórias, sensações… às vezes doridas…às vezes…
Quando fala, fala amor
fala desamor
fala vida
Sobretudo fala vida.
Oito mulheres, através da poesia e do movimento, falam do corpo.
Do corpo na sua relação consigo, com o outro, com o amor.
Do corpo como lugar de encontro e desencontros. Lugar de memórias, de esquecimentos, de mudanças e resistência a mudanças, lugar de desejos, de entrega e (também) de solidão.
É um espectáculo onde pulsa a contradição que percorre a mulher, herdeira de uma tradição judaico-cristã que durante séculos lhe negou o corpo e o prazer, e teima em palpitar no desejo maculado pela noção de pecado.
Mulher cujo despojamento procura na pele as memórias do desejo, no toque a sede dos beijos, o húmido das carícias.
Mulher cujo abandono de si procura na entrega ao outro, o corpo que não espera.



Neste espectáculo encontramo-nos com o sentir de oito mulheres… respiramos com elas mas também com Maria Teresa Horta, Eugénio de Andrade, Carolina Kujawski, Jorge de Sena, Adília Lopes, Sarah Kane, Chico Buarque, David Mourão-Ferreira, Herberto Hélder, Guillaume Apolinaire, António Ramos Rosa, Natália Correia, Conceição da Costa Neves, Astor Piazzolla, Ângelo Badalamenti, Umebayshi Shigeru, Dead Combo e David Sylvian.



Ficha Técnica
________________________________________
Criação colectiva: Alexandra Mascarenhas, Carla Miguel, Cristina Janicas, Filipa Amorim, Maria Manuel Almeida, Paula Santos, Sílvia Barbeiro, Tânia Almeida

Selecção de textos: Paula Santos


Sábado, 23 Fev'08, às 21.45h

www.acert.pt/programacao/registo.php?id=183

Vai-se realizar no Porto a I Feira do Cânhamo (16,17 e 18 de Maio)


Vai-se realizar no Porto, no Mercado Ferreira Borges, nos próximos dias 16, 17 e 18 de Maio a 1ª Feira do Cânhamo - Mostra Internacional das aplicações e tecnologias alternativas.

Para saber mais sobre esta mostra: http://www.feiradocanhamo.com



Canhamo ou canhamo industrial é o nome que recebe as variedades da planta Cannabis e o nome da fibra que se obtem delas, que tem, entre outros, uso texteis. Além de roupas, é utilizado na fabricação de papel e como forragem animal.
Muito cultivado em várias partes do mundo, inclusive na Europa, onde a União Européia em 1998 o legalizou e autorizou inclusive o subsídio ao linho de cânhamo.
Há limitações quanto ao seu plantio, sendo permitido só para terrenos de até um hectare, segundo normas da comissão agrícola européia. Não confundir com a maconha, cujo o teor de THC é bem superior ao do cânhamo, apesar de ambos pertencerem ao género Cannabis.
Para quem quer plantar é recomendável recorrer ao Ministério da Agricultura ou a empresas especializadas, pois estes disponibilizam a legislação e meios para o agricultor que queira iniciar no ramo da cânhamo cultura.


Em Portugal há uma empresa chamada "Cânhamo de Portugal", devidamente certificada (desde 1999) que comercializa (e produz) diversos produtos em cânhamos, desde materiais de construção, produtos alimentares, vestuário, cosméticos, sementes, etc...
O cultivo do cânhamo em Portugal é legal (tal como em toda a comunidade europeia) e subvencionado. No entanto temos que ter em consideração que a estirpe tem de provir de semente devidamente certificada de forma a que esteja garantido que o teor de THC (toxicidade) seja inferior a 0.3
Em 1998 existiam em Portugal 23 produtores subsidiados, segundo informações do INGA.

O cânhamo é cultivado em todos os continentes e está a ressurgir na Europa, com especial incidência em França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Holanda, Áustria, etc...
A planta é integralmente utilizada para os mais diversos fins, mas destaca-se especialmente a sua fibra, também chamada de filaça, muito usada na indústria de papel, pois um hectare de cânhamo produz o mesmo que quatro hectares de eucaliptos, num período de vinte anos.
A indústria têxtil também é um bom mercado para o cânhamo, por este ser cinco vezes mais resistente que o algodão, e com seus longos feixes de até 4,5 m é usado para fabricar cordas e amarras de navios pois são bastante resistentes. Da semente extrai-se um óleo muito usado na indústrias de cosméticos como base para cremes, xampus, óleos hidratantes, etc, na indústria mecânica para vernizes, lubrificantes, combustíveis, tintas e outros, bem como para a alimentação humana em óleo, tempero, margarina, flocos de cereais, snacks e outros


Texto retirado da wikipedia



Em defesa do espaço público: caminhada pela Tapada das Necessidades (dia 24 de Fev. às 10h.)


A Tapada das Necessidades Não Pode Fechar!


O
Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades, convida todos para uma Caminhada à volta daquele maravilhoso pulmão verde de Lisboa, que decorrerá no próximo domingo dia 24 de Fevereiro, a partir das 10 horas da manhã.


A Tapada situa-se na freguesia dos Prazeres, junto ao Palácio das Necessidades.


Apareça e venha desfrutar de momentos de convívio, desfrute cultural e algum exercício, que fazem bem ao corpo e à mente!


Aderiram já a esta iniciativa (e estão a divulgá-la): a Junta de Freguesia dos Prazeres, a Associação Lisboa Verde, o jornal Conversas de Café, a Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular e o Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes".


Fundado em 10 de Abril de 2007, o Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades foi criado para ajudar a salvaguardar a arquitectura paisagística, a flora, a fauna,o património edificado e uma História de dez hectares de sonho, que resistem no coração da cidade, apesar de algum abandono e até degradação.


Constituído por moradores vizinhos da Tapada, associações ambientalistas e colectividades locais, o Grupo realizou até hoje várias acções de divulgação, nomeadamente uma caminhada com a população da freguesia, na Primavera, um painel na Feira de Artes e Ofícios dos Prazeres, pelo S. Martinho, uma intervenção distribuída à Comunicação Social e aos autarcas, na Assembleia Municipal de Lisboa e, ao longo da época natalícia, afixação de cartazes em estabelecimentos do comércio local.


http://gatnecessidades.blogspot.com/

http://aaldraba.blogspot.com/



foto do cartaz retirada do blogue