7.7.07

Hoje há noite dos vadios: comunidade de leitores reúne-se logo no bar-livraria Gato Vadio

A Comunidade de Leitores do bar-livraria Gato Vadio está de volta: logo à noite vamos falar do livro «Ismael», de Daniel Quinn (edição da Via Óptima).

Conversa aberta onde serão abordados temas da mais variada ordem relacionados com o ambiente, a sustentabilidade, o Homem, a comunidade, etc...
Convidamos a todos para estarem presentes para esta conversa.
Entrada livre.
Apareçam

Gato Vadio,bar-livraria na Rua do rosário 281, Porto

O livro «Ismael» é um soco no estômago atestado da Civilização. Atinge as suas falsas-evidências. Derruba as suas gloriosas conquistas. Abanão que nos confronta com verdades que facilmente pomos à borda do prato. Exemplos: a produção alimentar mundial ultrapassa as necessidades actuais da humanidade apesar de milhões de pessoas passarem fome; ou, a extinção diária de mais de cem espécies como se isso nada tivesse a ver connosco, como se não dependesse da nossa atitude face ao mundo e ao outro.
Daniel Quinn (1935, Nebraska/EUA) crê que o homo sapiens sapiens , o supra-sumo Homem civilizado desta História auto-biográfica que ele próprio ditou/dita, conseguiu a proeza não só de destruir povos e culturas, espécies animais e vegetais, como de continuar irremediavelmente a destruir a Terra – há ainda quem acredite que esta História não terá um fim?
Este livro que inspirou o álbum Yield dos Pearl Jam e que muita tinta tem feito correr, descreve-nos como a Civilização à má-fila, da paulada ao napalm, do gás à bomba atómica, passando pelas armas virtuais da hipocrisia maciça, vai evoluindo malhando, isto é, fazendo seu mais um quinhão do mundo, ora por causa do repolho e da broa, ora mais comummente por causa do poder e da glória. Nesta macacada, é inquietante a questão que o escritor norte-americano deixa em aberto: será o Homem o primeiro ser vivo a parar a evolução das espécies? Ou seja, pelo andar da carruagem não haverá um homo sapiens sapiens sapiens a rir-se de nós e da nossa primitividade.
Seremos assim tão broncos?

Ismael – Como o mundo veio a ser o que é, Daniel Quinn ( ed. Via óptima)

Leia o livro escolhido, apareça e traga as suas ideias.


Caso não leia o livro, apareça na mesma, mas se não trouxer ideias pagará um imposto de leitura!

2ª Marcha LGBT do Porto realiza-se hoje


Hoje, sábado, dia 7 de Julho de 2007, realiza-se a 2ª Marcha LGBT do Porto. LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangénero.

http://marcha.orgulhoporto.org/

A Marcha parte da Praça da República, às 15:30 e termina na Av. dos Aliados.


Manifesto 2007

Igualdade de Direitos Aqui e Agora

"2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.



E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei. Em Portugal o AEIOT não pode ser por isso uma excepção num quadro de negligência dos direitos das pessoas LGBT. Pelo contrário, é fundamental que haja medidas que marquem uma verdadeira mudança de atitude do Estado português face às pessoas LGBT – e que a homofobia deixe finalmente de estar consagrada na lei.
É que Portugal é, desde 2004, o único país europeu cuja Constituição proíbe explicitamente a discriminação com base na orientação sexual. Foi com base numa disposição constitucional semelhante que a África do Sul eliminou recentemente a discriminação no acesso ao casamento para gays ou lésbicas – eliminada por vontade política em países como a Bélgica ou o Estado Espanhol. É com base no mesmo princípio que reclamamos em 2007 o fim da discriminação no acesso ao casamento civil.
Como qualquer outro casal, um casal de pessoas do mesmo sexo deve poder ser livre de escolher a forma do compromisso que pretende assumir, com o conjunto de direitos e deveres inerentes. Mas esta é sobretudo uma clara reivindicação de igualdade perante a lei. A manutenção da discriminação na lei é um atentado à dignidade de gays e de lésbicas que é inaceitável para qualquer pessoa que se preocupe com os direitos civis e que põe em causa a qualidade da democracia portuguesa. Alertamos por isso os partidos e o Governo: a nossa dignidade não é negociável e a igualdade não é adiável.
Da mesma forma, o Estado deve reconhecer que a parentalidade de gays ou de lésbicas já existe, por mais que a legislação em vigor tente negá-lo. É o próprio interesse das crianças que determina que uma criança criada por um casal de dois homens ou de duas mulheres possa ver legalmente reconhecidas ambas as figuras parentais, pelo que a lei não pode continuar a promover o absolutismo da filiação biológica. Mais: casais de pessoas do mesmo sexo não podem continuar a ser automaticamente excluídos do acesso à adopção. Crianças institucionalizadas têm direito ao carinho, a uma casa e à educação de pessoas ou casais que possam e queiram dar-lhos, sem cedências a preconceitos que se sobrepõem afinal ao bem-estar das crianças. É inadmissível que o Estado continue a tentar promover uma "esterilização social" de gays e de lésbicas, como fez ao impedir a possibilidade de acesso à inseminação artificial para mulheres solteiras e para casais de lésbicas – no mesmo país que mostrou no dia 11 de Fevereiro o respeito pelo direito das mulheres a decidirem como e quando têm filh@s.
A cidadania plena de gays e lésbicas só acontecerá com o fim da discriminação na lei e também a nível institucional, em todas as áreas em relação às quais o Estado tem responsabilidades. Um exemplo gritante de discriminação institucional é o facto de homossexuais masculinos continuarem impedidos de dar sangue, com o preconceito a sobrepor-se a qualquer critério objectivo e a colocar mesmo em risco – para toda e qualquer pessoa que necessite de uma transfusão – uma triagem correcta da qualidade do sangue.
Mas também a cidadania das pessoas transexuais não é reconhecida pelo Estado português. Espanha aprovou este ano uma lei de protecção do direito à Identidade de Género em que as pessoas transexuais podem mudar o nome e o sexo nos seus documentos de identificação sem terem, para isso, que atravessar um longo e doloroso percurso médico e judicial. Em Portugal, a alteração nos documentos está condicionada pela realização de uma operação cirúrgica de reatribuição de sexo pela qual se espera normalmente demasiados anos, situação que é agravada ainda pelo poder injustificável da Ordem dos Médicos na aprovação da cirurgia. A discordância entre corpo e documentos causa assim uma quase impossibilidade de acesso ao emprego e é pretexto para discriminações quotidianas. Além disso, as pessoas transexuais que têm filhos são duplamente discriminadas, ao serem impedidas de alterar o seu nome e sexo nos documentos mesmo após esta cirurgia, com base na mesma regra homófoba que impede o registo de uma criança com dois pais ou duas mães. Porque o Estado não pode continuar a ignorar activamente a existência das pessoas transexuais, é fundamental preencher a lacuna legal no reconhecimento da identidade de género, bem como a introdução explícita da categoria “identidade de género” nas provisões de não-discriminação da Constituição, do Código do Trabalho e do Código Penal.
Mas num país em que continua a haver crimes como os de Viseu em 2005 ou o que vitimou Gisberta Salce Júnior em 2006, o Estado tem também uma obrigação de, em parceria com a sociedade civil, se empenhar na prevenção activa do preconceito. Só então terá reconhecido esta causa como a questão de Direitos Humanos que ela representa. É, pois, necessária uma política activa que promova a igualdade de género e combata a discriminação em todas as suas formas e é urgente o desenvolvimento de acções de formação anti-discriminação junto de sectores particularmente sensíveis para o funcionamento da democracia, incluindo tribunais, polícias, forças armadas, estabelecimentos de saúde, de apoio social e de educação. É ainda fundamental uma aposta na educação contra a discriminação com base na orientação sexual e identidade de género, no âmbito da Educação para a Cidadania, bem como a introdução de um requisito legal de Educação Sexual não-heterossexista que aborde de forma científica as várias orientações sexuais e identidades de género.
É que um país decente olha para as pessoas LGBT como pessoas. Portugal, que assume a presidência da União Europeia no segundo semestre do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Tod@s, ainda não é um país decente. Na Europa do século XXI, a igualdade de direitos não é adiável ou negociável. As nossas vidas acontecem aqui e agora. É aqui e agora que exigimos a cidadania plena para tod@s."
Subscrevem: Ana Sofia Fonseca, ATTAC, BiPortugal, Bloco de Esquerda, Centro das Culturas,Clube Safo, 8ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa, GRIP, Panteras Rosa, Partido Humanista, Paula Antunes, PoliAmor, PortugalGay.PT, SOS Racismo, Tiago Lopes, UMAR






A origem das Marchas de Orgulho LGBT, vulgarmente intituladas de Gay Pride, remonta às manifestações de Stonewall de 1969, nos EUA.
Surgiram como uma celebração da diversidade sexual e comemoração da luta pelos direitos LGBT, tendo entretanto a tradição se estendido a outras cidades mundiais. Tornou-se, assim, um símbolo indissociável do movimento de luta pelos direitos LGBT em todo o mundo.
A 1ª Marcha de Orgulho LGBT em Portugal decorreu em Lisboa no ano 2000.
A 1ª Marcha de Orgulho LGBT no Porto - a 8/7/2006 - teve como tema escolhido Direitos Humanos, e contou com o lema: "Um presente sem violência, um futuro sem diferença"



Associações e Colectivos LGBT em Portugal



§ Angels
apsurdoscen@mail.telepac.pt
Departamento LGBT da Associação Portuguesa de Surdos.



§APHM - Associação Portuguesa de Homossexualidade Masculina
http://www.aphm.no.sapo.pt
Site especificamente dirigido a homossexuais masculinos que vivem, ou pretendem vir a viver, no seio de uma relação homossexual estável a dois.



§ Associação para o Estudo e Defesa dos Direitos à Identidade de Género (@t.)
http://a-trans.planetaclix.pt/
Associação sediada em Lisboa que presta apoio e acompanhamento a indivíduos com diferentes tipos de identidade de género e seus familiares.



§ Associação ILGA Portugal
http://www.ilga-portugal.pt/
A Associação ILGA Portugal é a maior e a mais antiga associação portuguesa que luta contra a homofobia e pela defesa dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT). Fundada em 1995 e sedeada no Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, a Associação trabalha, nos planos social e político, pela integração e contra a discriminação.



§ Associação rede ex aequo
http://ex-aequo.web.pt/
Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes em Portugal com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos.



&Clube Safo
http://www.clubesafo.com/
A maior associação de lésbicas do país: promove convívios e debates para as lésbicas portuguesas, publica um boletim e tem intervenção a nível político.



§ não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
naoteprives@yahoo.com
Associação juvenil sem fins lucrativos com actividade a partir de Coimbra focalizada na discriminação LGBT, das mulheres e educação sexual no geral.



§ Opus Gay
http://www.opusgay.org/
Organização cívica de carácter social criada para promover a solidariedade entre todos os membros da comunidade glbt (gay, lésbica, bissexual e transgender) portuguesa. Uma das maiores e mais antigas associações GLBT do país.



§ Panteras Rosa
http://www.panterasrosa.com
As "Panteras Rosas" - Frente de Combate à LesBiGayTransFobia - são um colectivo associativo autónomo e aberto a todas as pessoas interessadas em contribuir para a denúncia e eliminação da discriminação em Portugal.




§ Ponto Bi
http://www.pontobi.org
Site de divulgação de eventos dentro da temática bissexual a decorrer em Portugal, assim como alguns recursos existentes e apontadores.



§ PortugalGay.PT
http://www.portugalgay.pt/
O maior e mais visitado portal LGBT nacional. Site com informação para gays, lésbicas, bissexuais e transgender.



§ Amor no Feminino
http://amornofeminino.com.sapo.pt/
"Porque a liberdade é um direito", um site direccionado para a comunidade lésbica.




§ Blogayesfera
http://www.portugalpride.org/blogayesfera/
Blogs LGBT portugueses



§ Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa
http://www.lisbonfilmfest.org/
Site do evento anual lançado pela Associação ILGA Portugal, que desde 2001 se tornou autónomo.



§ Grupo Português de Intervenção Social
http://intervencaosocial-glbtex-tj.com/
Grupo de ex-Testemunhas de Jeová, voluntariosos, amigos, solidários e unidos em torno de um ideal.



§ Motard Portugal
http://www.geocities.com/g_byker/
O site oficial dos motards gay em Portugal.




§ Homofobia - Causas e Consequências
http://homofobia.com.sapo.pt/
Site sobre a homossexualidade, a homofobia e o heterossexismo destinada a heterossexuais, gays, lésbicas, bissexuais e seus pais, amigos e familiares.



§ Ideias Amigas
http://www.ideiasamigas.com
Esta página pertence a uma mail list de mulheres lésbicas.



§ Leiria Alternativa
http://www.geocities.com/leirialternativa/
Recursos para a comunidade GLS da zona metropolitana de Leiria.



§ Lésbicas
http://br.groups.yahoo.com/group/lesbicas/
Mailing list que pretende ser um espação no qual as mulheres que amam mulheres encontrem eco à sua voz.



§ LGBT Legal
http://lgbtlegal.planetaclix.pt/
Informação Jurídica para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais.



§ PortugalPride.org
http://www.portugalpride.org/
Informações sobre eventos GLBT em Portugal, incluindo a Semana do Orgulho, iniciativa conjunta de vários grupos e associações GLBT, que se realiza em Junho/Julho de cada ano.



§ Sexualidades
http://www.sexualidades.com/index.php
Site do Projecto Sexualidades.


Biketour 2007 já está na estrada...

Últimas notícias:
Hoje e neste fim de semana o Ecotopia Biketour estará no Tua!
Em Mirandela no dia 7 decorrerá pelas 16h. junto à estação de caminho-de-ferro uma conferência de imprensa, a realizar em colaboração com o Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) e o grupo partirá depois para Brunheda, Caldas de Carlão, Franzilhal e Amieiro, onde pernoitará e serão apresentados alguns filmes sobre actividades já desenvolvidas e sobre a Ecotopia.
No domingo também pode juntar-se ao grupo e ao MCLT no passeio de dia 8, do Amieiro ao Tua em bicicleta!
Apareçam.


O Ecotopia Biketour é um projecto para tod@s @s interessad@s em ecologia, ambientalismo, cultura, natureza, vida comunitária faça-você-mesmo "diy" , e na arte de viajar sem motores - exactamente o oposto das viagens pacote até à praia.
Movimentando todas as nossas coisas com a energia muscular, nós vamos criar uma comunidade móvil ecológica construindo ligações fortes entres os participantes vindos de diversos cenários e organizações como também entre eles e os nossos anfitriões.



No Verão de 2007 vamos pedalar em Espanha e Portugal.
Vamos começar em Barcelona dia 1 de Junho, e chegaremos ao Ecotopia em Aljezur, Portugal no princípio de Agosto e depois talvez pedalemos um pouco mais, continuando para Africa ou voltando para norte...
Visitaremos locais interessantes pelo nosso trajecto: alternativos, ecológicos, projectos artistícos e comunidades, monumentos naturais e pessoas que os preservam ou resistem à sua destruição. Queremos ficar por alguns dias para haver tempo de trocar conhecimentos com os residentes e preparar algumas acções.
Se tem contactos ou ideias pela zona do nosso trajecto, por onde viajar ou quem visitar, não hesite em contactar-nos!


O biketour do ecotopia é uma eco-comunidade móvel activista a caminho do ou desde o Ecotopia. Cerca de 10 a 50 ciclistas de origens diferentes - nacionalidade, idade, idioma, experiência - pedalam juntos para o Ecotopia, fazendo acções durante o caminho e encontrando-se com pessoas e associações que se preocupam com as questões ambientais.
Carregam todo o seu equipamento para acampar e cozinhar nas suas bicicletas e atrelados.
É uma excursão muito espontânea e diversificada, constantemente mudando de lugares para dormir, composição do grupo e qualidade da comida, mas com algumas coisas comuns como: tomadas de decisão baseadas no consenso, todas as tarefas divididas entre os participantes, um lugar diferente onde dormir em cada noite e pequeno almoço, almoço e jantar por uma taxa da participação calculado em ecos e colectado no sigmund, o nosso chapéu mágico.

1:) lugares de dormida
O lugar básico de dormida de BT inclui algum espaço para tendas. Porque nada mais é na realidade necessário, a experiência ensinou-nos que podemos organizar os nossos lugares de dormida ao longo da excursão, durante o próprio dia. Isto pode ser agradável - reforçando o sentimento de grupo quando as pessoas trabalham juntas para encontrar um sítio onde dormir.
As características básicas que não devem faltar em qualquer lugar organizado de dormida são água potável, um lugar para cozinhar com fogo e madeira acessível (ponto a reavaliar).
São apreciados também pelos participantes os chuveiros quentes/sauna, um lago/lugar para nadar, casas-de-banho, um tecto, um quarto para pequeno-almoço, uma cozinha equipada para grupos grandes, alguns contactos e partilha com a população local, uma acção, acesso Internet, informação sobre os arredores - lojas de bicicleta, mercados (tradicionais), onde encontrar produtos dos agricultores locais, algumas armadilhas para turistas ;)…
Um outro tipo de lugar para dormir são escolas e salões desportivos, que têm algumas das condições necessárias para receber o BT. Certifiquem-se contudo que existe sítio para cozinhar!
Nós tentamos não pagar pelos lugares para dormir ou então que se obtenham grandes reduções, dado que somos muitas vezes um "ecotopoor" com participantes da Europa Oriental. 2 euro/pessoa/noite parece um preço razoável. Excepto quando decidimos apoiar o projecto onde estamos hospedados - nesse caso gostamos de pagar mais ~ se tivermos recursos para tal.

2:) alimentação
Os alimentos são sempre que possível comprados em mercados locais ou em agricultores perto de onde passamos, o mais "eco" e biológico possível, e cozinhamos numa fogueira, se não tivermos acesso a uma cozinha grande. Nada é necessário organizar para a alimentação, a não ser quando um grupo local pedir de antemão doações para a refeição (preparadas por eles)…

3:) registo
As pessoas chegam e partem do biketour. Somente alguns deles se registam, e somente alguns registados de facto vêm. Os planos mudam… é difícil prever um número aproximado confiável - 10 a 50 pessoas em simultâneo é uma boa aproximação.

4:) rota
Preferimos estradas de asfalto tranquilas com um cenário bonito, ligeiramente a descer, fazendo 50 quilómetros por dia em média. E tomem isto a sério! Um dia com 30 quilómetros é muito agradável para "engonhar" e apreciar os lados de não pedalanço da vida. O ideal é fazer menos em dias de acções e nada nos dias de descanso, os quais devem existir 2 vezes por semana. Não é que o BT não possa fazer mais, pois estimular as pessoas a ultrapassar os seus limites às vezes é bom, mas um ritmo lento dá mais tempo para as coisas agradáveis do biketour, as pausas e os seminários e um retrato mais profundo dos lugares por onde se passa. Se não puder encontrar um lugar para dormir cobrindo esse furo de 90km entre aqueles 2 locais muito interessantes, o melhor é deixar em aberto para que o grupo encontre um. Se os participantes quiserem pedalar mais, são sempre bem-vindos fazendo-o por sua própria conta.

5:) consenso
Parte importante do BT é aprender e experimentar o processo de tomadas de decisão baseadas no consenso. Desde há anos que o fazemos, e pensamos que todas as decisões deveriam ser baseadas no consenso. Mas também se sabe que nenhum de nós aprendeu isto na escola e que existem determinadas qualidades humanas que se evidenciam mais nuns que noutros, em que teremos sempre alguns responsáveis pelas decisões e outros que se sentarão nos círculos sem participar. As barreiras culturais e de idioma, comportamento de grupo, comportamentos específicos consoante o sexo, pessoas altamente motivadas ou muito preguiçosas, e a estrutura constantemente em mudança do grupo serão resistências às nossas tentativas, mas pensamos que é importante treinar as nossas habilidades de comunicação e de tomada de decisão, sendo pacientes durante círculos longos pelas manhãs, testando novas estruturas e a experimentando tudo o que possa ser viver uma alternativa ao que os governos apresentam como democracia.

6:) participação local
Uma interacção entre os participantes do BT e a população local é sempre desejada. Bons locais de passagem são organizados pelos grupos locais que necessitam de ajuda com alguma campanha ou acção, ou querem promover os seus projectos. A possibilidade de nos apresentarmos é sempre apreciada, e festas/concertos/dança fazem sempre as pessoas felizes. Mas é preciso ter em conta que o BT tem uma dinâmica muito espontânea e imprevisível, sendo famoso pela sua habilidade em chegar atrasado. As pessoas locais serão muito bem vindas, em especial se se juntarem a nós por alguns dias, ou pelo menos ao nosso círculo ou a um café/bar. Para ter uma integração mais local durante a excursão é também importante ter uma divulgação nacional, para que haja participantes que falem a língua local durante a excursão.

7:) comunidade de organizadores
Nos anos recentes tem havido um coordenador internacional que deve ter uma visão geral do projecto. Este ano ninguém esteve disposto a fazer essa tarefa (por motivos vários), e assim ficou a cargo da RODA. Este é um corpo que se encontra de duas em duas semanas através do skype, um forum para trocar experiência e questões entre todas as partes activas.
Depois existem as equipas nacionais com o respectivo coordenador nacional, às vezes mais do que um em países grandes. Estes trabalham nas suas rotas e questões nacionais, mas também envolvendo-se nas questões internacionais comuns. E depois há alguns veteranos, que ajudam a organizar ou a quem se pode pelo menos pedir conselhos.
É muito interessante; há uma comunidade "biketour" internacional forte. É certo que não é assim tão visível através da Internet, pois trabalha mais com conhecimento pessoal. Algumas pessoas gostam mais de pedalar do que dactilografar. Mas nós temos 15 anos do história e muitas pessoas têm sido entusiásticas sobre o BT durante todo este tempo. É o começo a uma amizade agradável, e poderão viajar pelos BT-couches da Europa e mundo.

8:) dinheiro
Por vezes temos sorte com os financiamentos, mas geralmente andamos a contar os tostões. Pedimos entrada livre ou redução de preço em muitos sítios, porque somos um grupo internacional grande, muitas vezes com europeus de leste com fracos recursos e tentamos ter apenas o essencial e de forma barata ou grátis. Por outro lado existem projectos realmente agradáveis nos nossos trajectos e queremos que ganhem com a nossa estadia. Não apenas com o interesse mais elevado dos meios de comunicação, mas se possível deixando algum dinheiro. Mas ainda mais valiosos são a amizade e a inspiração trocados entre participantes e habitantes locais.

9:) conclusão
Há algo completamente mágico que acontece em volta do biketour, muita espontaneidade e algum caos, coisas que não funcionam, situações diferentes do esperado e muita improvisação. Mas estas ocasiões, esta parte não organizada em que as pessoas têm que lidar em grupo, será preenchida com minutos agradáveis e será o momento em que amizades crescem. Dê lugar à criatividade, o próprio BT implica muito tempo e energia dispendidos por dia, confie na habilidade do biketour de resolver as coisas por ele próprio:]


Vejam os 3 primeiros videos do Biketour de 2007

1º video





2º video



3º video

Movimento cívico pela Linha do Tua ( a defesa da linha do comboio ao longo do rio Tua)



O Movimento Cívico pela Linha do Tua nasceu em Outubro de 2006, numa reunião em Coimbra de gente de várias zonas do país; a preocupação fundamental deste grupo era e continua a ser a situação débil, incerta e preocupante em que se encontra o transporte ferroviário na região de Trás-os-Montes, particularmente a Linha do Tua.

Por se tratar de uma linha amplamente conhecida e que desperta até o interesse internacional, é objectivo do Movimento viver e divulgar a Linha do Tua e o seu potencial desaproveitado é a nossa missão

Defendemos:
• Reabertura imediata do troço Tua - Mirandela , na sua totalidade;
• A melhoria do transporte regional, pela adopção de horários compatíveis com as necessidades dos utilizadores e com a modularidade com outras linhas / transportes;
• A valorização do património ferroviário da Linha, enquanto memória do passado e ponte para o futuro;
• A criação de comboios históricos, incluindo-se nestes uma programação de animação cultural diversificada;
• A reabertura da linha entre Carvalhais e Bragança;
• O regresso de um clima de confiança, pela adopção de meios e práticas de segurança compatíveis com uma linha de montanha
.



Viagem entre Abreiro e a estação do Tua realizada em 1993







História da linha do comboio do Tua

1878 - Apresentação de dois projectos para a construção de uma linha de caminho de ferro pelo vale do Tua. Engenheiro João Dias (margem direita), e engenheiro António Pinheiro (margem esquerda)

22 de Junho de 1882 - Apresentação pela Câmara Municipal Mirandela à Câmara dos Pares do pedido de aprovação do projecto de lei para a subvenção de 135 contos de réis para cobrir a garantia de juro de 5% para a empresa que construísse a via. Tiveram o apoio de várias personalidades do Comércio do Porto, de entre as quais se destaca Clemente Meneres, considerado um dos pais da Linha do Tua, e personalidade das mais ligadas a esta linha.

11 de Janeiro de 1883 - A CM Mirandela apela a El Rei D. Luís I, juntamente com a Associação Comercial do Porto, para a aprovação do projecto de construção da Linha do Tua. Este grupo de pressão manteve o poder comercial da zona do Douro, contra o desejo de se desviar as principais rotas para a Linha da Beira Alta, potenciando o sucesso fundamental das Linhas do Douro e do Tua.

26 de Abril de 1883 - É lançado em Carta de Lei o concurso para a construção da via férrea do Vale do Tua, sendo o vencedor o mesmo grupo responsável pela construção da Linha do Dão, a 2ª Via Estreita do país, sendo a figura maior o Conde da Foz.

Dezembro de 1883 - O contrato é trespassado à Companhia Nacional, por inabilidade do anterior grupo para a execução do projecto.

26 de Maio de 1884 - Adjudica-se a obra à CN por decreto governamental.

30 de Junho de 1884 - Assinatura do contrato definitivo pela CN.

16 de Outubro de 1884 - Arranque das obras da via, em Mirandela. Depois de pouco tempo, o engenheiro é forçado a desistir, ao não revelar firmeza para a liderança da força de trabalho conflituosa, e ao mesmo tempo dirigir a obra, que revelava ser um desafio enorme. É substituído pelo açoreano Dinis da Mota, cuja assinatura passaria ainda pela Linha do Dão.

27 de Outubro de 1887 - Inauguração da Linha do Tua, entre o Tua e Mirandela, com a locomotiva Trás-os-Montes, tripulada pelo engenheiro Dinis da Mota. D. Luís I e o Príncipe Real compareceram às concorridas cerimónias na estação de Mirandela.

1899 - Reorganização dos Caminhos de Ferro em Portugal, e criação do Fundo Especial dos Caminhos de Ferro, que possibilitou um relembrar do reatamento das obras rumo a Bragança.

1901 - Uma firma inglesa mostra interesse em construir o troço Mirandela - Bragança, e ainda um ramal de ligação às minas de Vimioso, mas o processo não avança e cai rapidamente no esquecimento.

24 de Março de 1902 - É firmado um contrato provisório de construção com aquele que ficaria celebrizado numa estela na estação de Bragança, e com a avenida que começa neste edifício, como o "arrojado empreiteiro do caminho-de-ferro Mirandela-Bragança", João da Cruz.

20 de Julho de 1903 - A CN, depois de João da Cruz, pela dimensão da obra, lhe ter trespassado o contrato de construção, e depois de uma reunião promovida pela CM Bragança, onde figurou o incansável patrono da Linha do Tua Conselheiro Abílio Beça, relança a construção final da via para Bragança. João da Cruz será o engenheiro-chefe e empreiteiro da obra; virá a falir com este esforço.

02 de Agosto de 1905 - O Comboio chega ao Romeu.

15 de Outubro de 1905 - O Comboio chega a Macedo de Cavaleiros.

18 de Dezembro de 1905 - O Comboio chega a Sendas.

14 de Agosto de 1906 - O Comboio chega a Rossas.

01 de Dezembro de 1906 - O Comboio chega a Bragança. Bragança não é estação de topo, mas as obras acabam para não mais serem reatadas, de modo a levar a Linha do Tua até à Puebla de Sanábria [Espanha].

27 de Abril de 1910 - Morre na estação de Salsas o Conselheiro Abílio Beça, trucidado pelo comboio que tão incansavelmente tinha lutado para trazer à capital de distrito.

Década de 1940 - A Linha do Tua passa para a CP.

1992 - O troço entre Mirandela e Bragança é encerrado ao tráfego ferroviário.

28 de Julho de 1995 - Inauguração do Metro de Mirandela, a operar entre as estações de Mirandela e Carvalhais, no troço encerrado há 3 anos. Foi a primeira reabertura de linha a manter-se até aos nossos dias; O projecto prevê a exploração até ao Cachão.

2001 - Saem de circulação as locomotivas Alsthom e as carruagens "napolitanas", e o Metro de Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais. Mudança radical nos horários, e introdução, temporária, de autocarros de substituição. Início das obras de reconversão da estação de Bragança.

24 de Janeiro de 2004 - Inauguração da estação rodoviária de Bragança, no edifício da estação ferroviária e espaços adjacentes.


Consultar ainda:

Manifestação de 25.000 trabalhadores em Guimarães (vídeos)

Imagens de video da grande manifestação de trabalhadores em Guimarães a 5 de Julho de 2007, promovida pela CGTP, por ocasião da Cimeira Europeia de ministros dos governos da União Europeia aí realizada.

Foram mais de 25.000 trabalhadores contra a flexigurança...