26.12.07

Acerca da pseudo-democracia em que vivemos

Antigamente, e não há muito tempo, o conceito de democracia era vilipendiado e objecto das mais variadas sátiras pelos agentes do poder e pelos fazedores de opinião ( para eles não havia nada de mais caricatural que o poder da populaça, de uma múltidão de brutos e analfabetos como era visto o povo)

Hoje, a democracia só venceu na ordem discursiva dos media e na retórica diária dos agentes ao serviço do poder na medida em que o seu real significado e conteúdo ( = poder do povo) se foi esvaziando até se perder na realidade manipulada de umas eleições cozinhadas pela engenharia eleitoral e pelas campanhas de propaganda partidária



Evidências da falsa democracia em que vivemos:


O governo finge promover a estabilidade social, mas vive principalmente à custa do povo que vai sobrevivendo de crise em crise

O governo finge promover a educação, mas toda a sua força baseia-se na ignorância do povo;


O governo finge defender a liberdade constitutional, mas toda a sua política vai no sentido de constranger e delimitar a liberdade individual;

O governo finge melhorar a condição social do trabalhador, mas na realidade oprime-o para continuar a existir o domínio social de uma élite não-eleita sobre a maioria da população;

O governo elabora leis para para garantir a segurança mas a precariedade e a insegurança social não páram de crescer;

O governo elabora leis que dizem promover a educação mas isso não vai suprimir a ignorância nem a alienação, apenas as aumentam;

O governo elabora leis para garantir a liberdade constitucional, mas esconde o despotismo dos poderes ocultos que não são eleitos democraticamente ( o enorme poder dos grupos económico-financeiros e das grandes empresas multinacionais que são quem verdadeiramente governam o mundo);


O governo diz na sua vil propaganda, que aprova leis de protecção ao trabalhador, mas não o livra da dominação, e até acaba por bloquear e impedir alguma tantativa dos trabalhadores em sairem deste sistema de dominação social ( capitalismo) em que vivemos

Realizada a primeira acção do Clown Army (exército de palhaços) no Porto contra a árvore do Millenium





11 palhaços rebeldes veneraram a maior árvore de natal da Europa, com VIVAS ao consumo, ao desperdício, ao Millenium-bcp e ao rui rio!

Ver aqui o video-reportagem:
http://youtube.com/watch?v=jmkbYhFGL1k






No dia 23 de Dezembro a secção do Porto do universal exercito de palhaços decidiu adorar a arvore do millenium BCP, a maior árvore da europa, plantada na avenida dos aliados da cidade do Porto.
A grandeza do rídiculo daquela árvore deixou os palhaços estupefactos e de forma espontânea bradaram do fundo dos pulmões: Viva o desperdício, viva o Rui Rio, Viva o aquecimento global, viva o Millenium BCP.

Utilizando tácticas altamente avançadas, o muy nobre corpo expedicionário do CIRCA-PORTUGAL realizou durante a tarde do dia 23 do mês presente, a primeira de muitas acções de forma a reclamar uma série de objectivos ... ( falta texto ) ….
Toda a acção correu muito bem e foram cumpridos todos os objectivos acima assinalados.

Chegaram,
viram
e adoraram a árvore do Millenium BCP!
Gritaram muito alto em prol do desperdício e dançaram em honra do aquecimento global, agradecendo ao Rui Rio por tão nobre e grande esforço (construir a maior árvore da europa... e talvez do mundo).




Foi entretanto distribuído o seguinte texto:

Amar a árvore com todo o fervor.
Dar vivas ao aquecimento global.
Agradecer pela dívida.
Premiar o desperdício.
Incentivar as câmaras de vigilância.
Louvar Rui Rio.
Festejar e fazer rir.
Alterar o panorama chato de chatos protestos que chateiam as pessoas.

Divertirmo-nos. (este já está no papo)

CIRCA-PT


Dados recolhidos sobre a árvore do millenium que se encontra plantada na Avenida dos Aliados na cidade do Porto com a cumplicidade e o beneplácito de Rui Rio, querido líder da câmara da cidade, permitem-nos afirmar o seguinte:
a estrutura montada que pomposamente ( mas incorrectamente) dá pelo nome de árvore tem 180 toneladas de ferro, nas quais se devem incorpor 26 toneladas de CO2 eq. que foram emitidas aquando da sua produção. A isto se acrescem 132 toneladas de CO2 das emissões do gerador associadas a um consumo de cerca de 50 mil litros de gasóleo e à produção de 464100 kWh de energia eléctrica para a iluminação da árvore - o correspondente ao consumo de aproximadamente 170 lares com um agregado de 3 pessoas num ano.
Ou seja, um total das emissões - 158 toneladas de CO2 equivalente - que irá consequentemente contribuir para o aumento das emissões do nosso país e, como tal, engordar a factura que teremos que pagar pelo nosso incumprimento do protocolo de Quioto que o Estado português se comprometeu a respeitar !!!

Fuja do circo. Junte-se ao CIRCA (clandestine insurgent Rebel Clown Army)


Roll up, roll up - Ladies and gentlemen, meninas e meninos, amigos e amigas: bem vindos ao único, ao inesperado, ao paradoxal, ao grotescamente belo, ao novo e inútil mundo do Clandestine Insurgent Rebel Clown Army (Exército Insurgente Clandestino de Palhaços Rebeldes).


Somos clandestinos porque recusarmos o espectáculo e porque somos qualquer pessoa.
Porque sem nomes reais, rostos e narizes, mostramos que as nossas palavras, sonhos e desejos são mais importantes do que nossas biografias.
Porque nós recusamos a sociedade da vigilância e do controle: que observa, controla, espia, regista e acompanha cada um de nossos movimentos.
Porque ao esconder as nossas identidades nós recuperamos o poder dos nossos actos.
Porque mascarados nós resistimos de uma forma engraçada e tornamo-nos
visíveis.

Somos insurgentes por termos surgido do nada e estarmos em todos os lugares.
Porque as ideias podem ser ignoradas mas não censuradas, e uma insurreição da imaginação é irresistível.
Porque sempre que caírmos, nós nos levantaremos de novo, de novo e de novo, sabendo que nada se perde historicamente, nada é finito. Porque a história se projecta em linha recta, mas surge como a água: às vezes escorrendo em espiral, às vezes pingando, fluindo ou inundando tudo - sempre irreconhecível, inesperada, incerta.
Porque a chave da insurreicção é o improviso, e não meras reproduções baratas.

Somos rebeldes por amarmos mais a vida e a felicidade do que a 'revolução'.
Porque nenhuma revolução se completa e as rebeliões são eternas. Porque não queremos mudar 'o' mundo mas sim os 'nossos' mundos. Porque sempre iremos desertar e desobedecer àqueles que abusam e acumulam poder.
Porque os rebeldes transformam tudo: como vivem, criam, comem, riem, brincam, aprendem, trocam, ouvem, pensam e acima de tudo a forma como se rebelam.

Somos palhaços, porque, afinal o que mais poderíamos ser neste mundo estúpido?
Dentro de cada um de nós há um palhaço tentando revoltar-se. Porque nada afeta mais as autoridades do que ridicularizá-las.
Porque os idiotas são temíveis e inocentes, espertos e estúpidos, entertainers e dissidentes, curandeiros e subversivos.
Porque um palhaço sobrevive a tudo e sempre se sai bem.


Somos um exército por vivermos num planeta em permanente guerra - a guerra do dinheiro contra a vida, o lucro contra a dignidade, o progresso contra o futuro.
Porque uma guerra que se alimenta de sangue & morte e caga dinheiro & toxinas merece um corpo obsceno de soldados contestadores.
Porque apenas um exército pode declarar uma guerra absurda contra uma guerra absurda.
Porque o combate requer solidariedade, disciplina e comprometimento.
Porque palhaços sozinhos são figuras patéticas, porém em grupos, brigadas ou batalhões são extremamente perigosos.
Somos um exército por sermos putos: onde as bombas falharem nós vamos rir e ridicularizá-las.
E as nossas risadas precisam de eco.


Somos CIRCA por sermos próximos e ambivalentes, por estarmos no mais poderoso lugar: entre a ordem e o caos.


FUJA DO CIRCO
JUNTE-SE AO CIRCA




Para mais informação consultar aqui, e o website da Clow Army:

http://www.clownarmy.org/