Um blogue sobre os movimentos sociais, a ecologia, a contra-cultura, os livros, com uma perspectiva crítica sobre todas as formas de poder (económico, político, etc)
CONCENTRAÇÕES DE SOLIDARIEDADE COM A LUTA DO POVO EGÍPCIO no próximo Sábado em Lisboa, Coimbra e Porto
Prepara-se para este Sábado uma manifestação mundial de solidariedade para com os manifestantes pacíficos e corajosos que estão nas ruas do Egipto a tentar acabar com uma ditadura social-democrata de 30 anos (nota: Mubarak e o seu partido são elementos da Internacional Socialista).
Varela Gomes, o velho militar anti-fascista, que se define como um «autor clandestino numa democracia filofascista», acaba de editar na Letra Livre uma antologia de textos polémicos onde a partir da analise da Primeira República, a propósito das comemorações do Centenário, desmonta o revisionismo histórico feito pelos políticos e historiadores da Situação e comenta a evolução da II República.
Título: Memória Ideológica no Centenário da República. Autor: J. Varela Gomes Editor: Letra Livre
Livraria Letra Livre Calçada do Combro, 139 1200-113 Lisboa Tel: 213461075 www.letralivre.com
Excerto do livro:
«Para uma situação aberrante, como a que está criada, a teoria marxista fornece uma pista de explicação, bem conhecida: a ideologia dominante em cada circunstância histórica e cada determinada sociedade, é a ideologia da classe dominante (aquela que exerce o poder efectivo). No entanto, no caso do republicanismo português, algo parece fugir à regra marxista; na medida em que a classe burguesa/liberal que comanda os destinos do País desde 1976, apresenta os mesmos sinais identitários de classe dos seus avós de 1910. Até à Maçonaria voltaram!Parece pois contraditória a aversão da burguesia actual relativamente à burguesia fundadora de 1910. Em teoria seriam farinha do mesmo saco. Mesma classe, mesma ideologia. Mas, na verdade, entre a classe burguesa do princípio do centenário e a que tem governado o País no último terço, existe um abismo histórico - 48 anos de fascismo; e uma dramática ruptura ideológica - a contra-revolução de 1975/76. Além disso, a I República de 1910 foi produto de uma revolução, gerada pelo espírito de revolta e insubmissão; enquanto que esta II República que estamos vivendo, é um produto contra-revolucionário de propósito restauracionista e desforrista.»
Vão acontecer coisas variadas de sábado a segunda-feira na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio.
No sábado, 5 de Fevereiro, às 17h30, continua o debate «Para que serve o canto popular» proposto pela Lega di Cultura di Piadena aos participantes da sua festa anual. Como no ano passado, o Coro da Achada irá participar na festa de 2011 que se vai realizar no final de Março. Para continuar o debate que começou no passado dia de 15 de Janeiro, convidámos para se juntar a nós o músico Carlos Guerreiro, que desde 1974 tem participado em vários trabalhos de recolha de música portuguesa.
No domingo, das 15h30 às 17h30, começa uma nova oficina: Músicas com História(s). Manuel Videira mostra músicas – ditas clássicas e ditas menos clássicas – para se ouvir e conversar. Para toda a gente a partir dos 14 anos
Na segunda-feira, 7 de Fevereiro, inicia-se a leitura, com comentários e projecção de imagens, de um novo capítulo de A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio. Cláudia Oliveira e Levina Valentim começam, às 18h30, a leitura de «A paz a preto e branco» da 5ª parte da obra. Às 21h30 projectamos mais um filme do Ciclo Cinema e Pintura: Cinco mulheres à volta de Utamaro (1946, 106 min.) de Kenzo Mizoguchi. Quem apresenta é Seixas Santos