28.6.10

Saiu o nº 2 do Pimenta Negra (versão em papel)

Saiu o nº 2 do Pimenta Negra (versão em papel, e em formato PDF para descarregamento)

A edição do 2º número do Pimenta Negra (versão em papel), correspondente ao mês de Junho, já está pronto para ser lido e descarregado via internet, e já está em circulação gratuitamente:

www.keepandshare.com/doc/2012147/pimenta-02-pdf?da=y

A versão em suporte de papel do blogue Pimenta Negra apresenta-se em tamanho A3, desdobrável em quatro páginas, e com distribuição gratuita nos centros sociais e comunitários.

O conteúdo desta edição contém textos sobre ecologia social, transgénicos, permacultura, cidades em transição, massa crítica (bicicletada) e uma citação de Gilles Deleuze. Traz ainda notícias da produção de pão rebelde e de pizzas populares, do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental), uma extensa listagem de livros e leituras recomendadas, sobre o o horror futebolístico, e um texto do livro «A Mobilização Global, breve tratado para atacar a realidade», seguido do texto «O Estado-Guerra», do filósofo catalão Santiago López-Petit, conhecido pelo seu pensamento radical, próximo de Deleuze e Foucault

O nº 2 do Pimenta Negra ( versão em papel) abre com o seguinte «Aviso à Circulação»:

Do oceano dos dias rabisco estes signos do tempo. O seu autor é um daqueles que habita nos interstícios da dúvida, na penumbra das ruas e ataca a realidade ao som da música de Piazzola. A vitória, quando acontece, é quase sempre abandonada aos ambiciosos de poder, àqueles que aspiram viver em bicos de pés. Ao desenlace imprevisto segue-se a transpiração dos felinos sem sono, a vogarem nos destroços do destino e a rirem-se das verdades estabelecidas.

Encontro-me algures, mas gostava de também estar aí. Aí onde as coisas são sonhadas. O surpreendente é que, quando morrer, era aqui que ansiava estar. No princípio das novas coisas! De resto, a vida é um nada a desfazer-se em dias, interrompida por viagens ao desconhecido. Valha-nos isso.

Ignoro se as minhas palavras são inteligíveis. Na verdade, elas devem ser entendidas no seu sentido buñueliano, e é condição para a sua inteira compreensão, ser ácrata, beatnick (pelo menos, em pensamento), ter ultrapassado as 10.000 horas de leitura, e contar no seu currículo, pelo menos, com três abortos ( para conhecer a angústia do existencialismo, o sofrimento dos primeiros cristãos e a filosofia de Masoch); mas é preciso ainda ouvir intermitentemente a inolvidável Janis Joplin, a ecológica Melanie Safka e o grito estereofónico de Ferré («Faite l’amour»). Ter-se apaixonado meia dúzia de vezes no Piolho ( o mítico café do Porto), é igualmente uma grande ajuda. Mas obrigatório é mesmo conhecer a literatura de Rimbaud, Blake, Pessoa e da Maria José das Dores, de Cinfães-de-Baixo ( senhora , que também era muito dada aos alucinógeneos, como os supracitados poetas ingloriamente amaldiçoados).
Quanto à leitura das palavras que se seguem, basta ter olhinhos e a cabeça no seu lugar.
Com cerimónia e rebeldia, o Vosso
ET

http://pimentanegra.blogspot.com/

Um blogue sobre os movimentos sociais, a ecologia, a contra-cultura, os livros, com uma perspectiva crítica sobre todas as formas de poder (económico, político, etc)


Recorde-se que o nº 1, saído no passado mês de Abril, pode ser descarregado em:

www.keepandshare.com/doc/1886363/pimentanegra-01-938k?da=y