24.7.05

A altiva e rebelde Antígona insurge-se contra o tirano e senhor do poder e da guerra


Antígona, história do mito e seu significado

Deve-se obedecer às ordens se elas forem injustas?
O homem tem o direito e mesmo o dever de desobedecer às ordens que se traduzirem na negação da dignidade humana.
Antígona encarna historicamente a ideia da desobediência civil, a recusa de obedecer à lei em nome de valores superiores.
Antígona encarna o direito natural de se revoltar contra o direito vigente. Representa a força da natureza contra os interesses do poder.
Alguns vêem nisso um perigo, uma ameaça de anarquia extremamente perigosa.
Antígona é a ilustração da figura subversiva. A desordem que produz é um sopro de vida.


História do mito

Creonte, rei de Tebas, proíbe Antígona de enterrar o corpo do irmão, Polinices, acusado de traição. A jovem rapariga desafia os decretos arbitrários de Creonte e dá uma sepultura ao corpo. Contra a razão do Estado, e contra a lei do soberano, ela defende a ordem natural. Nela não há qualquer vestígio de medo ou de culpabilidade.
A resignação e a submissão não é com ela. Deixa isso para a sua irmã, Ismene que exclama temerosa: « Nós somos mulheres. Como podemos nós combater os homens. O poder é sempre mais forte. É preciso ceder ou então esperar o pior.» (cfr. Antígona, de Sófocles)
Perante Creonte, Antígona comparece orgulhosa e forte, assumindo os seus actos. Condenada a ser enterrada viva, ela não teme a punição. Em contraste, o filho de Creonte, que a ama, sofre. O povo, esse, desaprova o gesto de Creonte, mas só em murmúrios, porque não tem a coragem de se indignar nem ousar erguer-se contra os decretos do soberano.
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A peça que Sófocles – Antígona - escreveu há 2.500 anos atrás exalta a coragem e a rebeldia de uma princesa que ousa enfrentar o poder encarnado num rei tirano. A peça continua ainda hoje a arrancar uma extraordinária admiração e intensas indagações da crítica literária e filosófica sobre a motivação da devotada filha de Édipo em arriscar a própria vida em nome de valores e princípios contra o poder e a razão do soberano.

Se não for libertária, toda a pedagogia é autoritária




Não há educação libertária que não seja auto-educação
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Precisamos de aprender com os outros apenas o que não nos foi possível aprender sozinhos
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A necessidade de aprender é biológica, porque faz-se sempre de dentro para fora
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O impulso pela busca do conhecimento é mais importante do que a coisa conhecida
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Ensinar o que não foi perguntado, além de inútil, é uma espécie de estupro cultural
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A necessidade de conhecimento é compulsiva, como a da liberdade e a do oxigénio
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Somos todos diferentes uns dos outros, inclusivé pelo interesse em conhececer
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As teorias educativas consistem em tirar alguma coisa antes de dar, censurar antes de oferecer modelos válidos, proibir e impôr normas antes de socializar a experiência
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A criança aprende tudo sózinha. Basta não impedi-la. Só precisamos de ensinar-lhe certos detalhes tecnológicos

As Universidades Norte-Americanos já provaram: os universitários saem das faculdades com menor QI do que quando entraram nelas.
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A pedagogia libertária baseia-se no gosto espontâneo das crianças pelo conhecimento, e na sua capacidade natural de criticar o que lhe ensinam. A pedagogia autoritária visa, pelo contrário, destruir esse potencial crítico.
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Perguntar é o acto mais espontâneo e o único realmente indispensável na formação cultural. Não se é livre quando nos preparamos para fazer perguntas em ambiente autoritário
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É possível melhorar a organização autopoética (ou autopoiética) do homem: conhecer o seu próprio potencial, a sua fonte de energia para a explorar e desenvolver (o desbloqueio energético e criativo).
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O desenvolvimento da pedagogia libertária no quotidiano é fundamental para a estruturação de uma sociedade futura mais justa e próxima dos ideais anarquistas, seja na educação dos nossos filhos, seja na nossa própria forma de se relacionar com qualquer novo conhecimento.
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«Somos aquilo que fazemos, mas principalmente, somos aquilo que fazemos para mudar o que somos» (Eduardo Galeano)

«Seja você a mudança que quer no mundo» (Ghandi )

«Faça sendo, aprenda fazendo»( Buda)

«Não é do trabalho que nasce a civilização: ela nasce do tempo livre e do jogo.» (Alexandre Koyré)

«Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza.» (Boaventura de Sousa Santos)

«Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional» (Roger Crawford)

«Saber e não Fazer... Ainda não é Saber.» (ZEN)

«Não existe experiência objectiva, toda experiência é subjectiva.»(Gregory Bateson)

«Educar significa sobretudo aprender» (Lamberto Borghi - A educação permanente)

«Quem quiser nascer, tem que destruir um mundo» (Hermann Hesse)