5.3.08

As casas ( poesia de Rui Belo)


Oh as casas as casas as casas
as casas nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
Elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
Respirei – ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas


Ruy Belo


Poeta e ensaísta português, natural de São João da Ribeira, Rio Maior. Licenciado em Filologia Românica e em Direito pela Universidade de Lisboa, obteve o grau de doutor em Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma, com uma tese intitulada «Ficção Literária e Censura Eclesiástica».
Exerceu, ainda que brevemente, um cargo de director-adjunto no então ministério da Educação Nacional, mas o seu relacionamento com opositores ao regime da época, a participação na greve académica de 1962 e a sua candidatura a deputado, em 1969, pelas listas da Comissão Eleitural de Unidade Democrática, levaram a que as suas actividades fossem vigiadas e condicionadas. Ocupou, ainda, um lugar de leitor de Português na Universidade de Madrid (1971-1977). Regressado, então, a Portugal, foi-lhe recusada a possibilidade de leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa, dando aulas na Escola Técnica do Cacém, no ensino nocturno. Em 1991 foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'iago da Espada.
Tendo sido, na sua passagem pela imprensa, director literário da Editorial Aster e chefe de redacção da revista Rumo, os seus primeiros livros de poesia foram Aquele Grande Rio Eufrates (1961) e O Problema da Habitação (1962). Às colectâneas de ensaios Poesia Nova (1961) e Na Senda da Poesia (1969), seguiram-se obras cuja temática se prende ao religioso e ao metafísico, sob a forma de interrogações acerca da existência. É o caso de Boca Bilingue (1966), Homem de Palavras(s) (1969), País Possível (1973, antologia), Transporte no Tempo (1973), A Margem da Alegria (1974), Toda a Terra (1976) e Despeço-me da Terra da Alegria (1977). O versilibrismo dos seus poemas conjuga-se com um domínio das técnicas poéticas tradicionais. A sua obra, organizada em três volumes sob o título Obra Poética de Ruy Belo, em 1981, foi, entretanto, alvo de revisitação crítica, sendo considerada uma das obras cimeiras, apesar da brevidade da vida do poeta, da poesia portuguesa contemporânea.
Apesar do curto período de actividade literária, Ruy Belo tornou-se um dos maiores poetas portugueses da segunda metade deste século, tendo as suas obras sido reeditadas diversas vezes. Destacou-se ainda pela tradução de autores como Antoine de Saint-Exupéry, Montesquieu, Jorge Luís Borges e Federico García Lorca.
Em 2001, publica-se Todos os Poemas

Obras poéticas
• Aquele Grande Rio Eufrates (1961)
• O Problema da Habitação (1962)
• Boca Bilingue (1966)
• Homem de Palavra(s) (1969)
• Transporte no Tempo (1973)
• País Possível (1973)
• A Margem da Alegria (1974)
• Toda a Terra (1976)
• Despeço-me da Terra da Alegria (1978).


Texto retirado de:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruy_Belo


Programa da cooperativa cultural Prima Folia ( Academia Problemática e Obscura ) para o mês de Março em Setúbal

Prima Folia: programação cultural de Março

Programa da Academia Problemática e Obscura
Março de 2008

Rua Deputado Henrique Cardoso, 30-34, Setúbal

Dia 5, às 21:00 horas – Debate sobre os direitos dos animais e a saúde pública com Professor Doutor Francisco Assis-Costa e a Associação Sobreviver - Setúbal.
Com este debate pretende-se fazer uma reflexão conjunta sobre as implicações e consequências do desenvolvimento contemporâneo no meio ambiente, bem como, paralelamente, fazer uma recolha de solidariedade com a Associação Sobreviver, nomeadamente com comida, cobertores e estruturas móveis onde se possa transportar/alojar os animais.

Dia 6, às 21:00 horas – Apresentação do jornal Mudar de Vida com José Mário Branco.
O periódico "Mudar de Vida", pese o pouco tempo de existência, já se converteu num dos principais referenciais para as mentes inquietas e questionantes do nosso país. Nele encontramos, com franqueza e contundência, os temas debatidos sem preconceitos, que só a seriedade e honestidade dos seus colaboradores permite.

Dia 7, às 20 horas – Jantar Cultural "Ciclo Inezino", com Fernando Da Costa (Dramaturgo/Jornalista) e Regina Bronze (Medievalista).
Trata-se do segundo jantar deste ciclo, onde se procura explorar e questionar os mitos que habitam a cultura portuguesa, procurando confrontá-los de forma multidisciplinar, propondo, por um lado a sua exegese, e, por outro, vislumbrar a sua pertença a cada um de nós.

Dia 14, às 20:00 horas – Jantar Cultural Vegetariano, de Teresa Pontes, com passagem de um documentário, em colaboração da Associação Vegetariana Portuguesa e do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental).

Dia 27, às 21:00 horas – Inauguração da exposição fotográfica de António Busca "Revisitar Abril, 30 anos depois", com música ao vivo.
Exposição fotográfica sobre as comemorações "oficiosas" dos 30 anos do 25 de Abril de 74, em Lisboa.

Dia 28, às 20 horas – Jantar Cultural "Ciclo Inezino", com João Aguiar (Romancista) e convidado a confirmar.
Trata-se do terceiro e último jantar deste ciclo, onde se procura explorar e questionar os mitos que habitam a cultura portuguesa, procurando confrontá-los de forma multidisciplinar, propondo, por um lado a sua exegese, e, por outro, vislumbrar a sua pertença a cada um de nós.

Cursos:

• Os muçulmanos na Península Ibérica e na região de Setúbal, por António Rafael Carvalho (Gabinete de arqueologia da C. M. Alcácer do Sal) – às Sextas, em horário a combinar conforme a disponibilidade.

• O Antigo Egipto, das imagens multifacetadas, por António Almeida (historiador) – aos fins de tarde, a combinar conforme a disponibilidade.

• Introdução à Fotografia, por João Paulo Marques (fotógrafo, ex-professor do IADE e antigo responsável pelo arquivo fotográfico da AMI) – aos Sábados, em horário a combinar conforme a disponibilidade.

Cursos - 50 € por módulo - correspondendo a mês, mês e meio de aulas (40€ folia divina).

Jantares – 10 € (8€ folia divina)
Fonte: aqui

Caminhada na Serra de Sicó promovida pela Ass. para a defesa do Vale do Bestança

Caminhada na Serra de Sicó
(Rodeando a Srª do Círculo)
8 de Março de 2008


O Núcleo de Coimbra da ADVB, no intuito de divulgar um pouco mais do nosso Belíssimo País realizará na Serra de Sicó a sua primeira caminhada da temporada.


A Serra de Sicó, a Sul de Coimbra , já no Concelho de Condeixa, é um Maciço Calcário, (onde podemos encontrar diversos Algares), que pelo Clima Mediterrânico, produz uma vegetação adaptada à escassez de água, e às elevadas temperaturas do Verão, ( Carrasqueiros, Tojos, Medronheiros, Urzes, Giestas, etc).


Como se depreende, o percurso decorrerá à “volta” da Srª do Círculo, que se situa num maciço assimétrico de apenas 400 m, mas de onde se pode observar todo o vale do Mondego, a Figueira da Foz, e nos dias mais límpidos, uma grande faixa do Oceano Atlântico. A Capela da Srª do Círculo, foi “grosseiramente” modernizada, mas ainda se pode observar o círculo de pedra que a protege, e que estará na origem do nome. A festa realiza-se no 2º Domingo Pascal.


No trajecto passaremos pelo Casmilo, aldeia antiga tipicamente serrana, provavelmente do século xv, e onde na Idade do Ferro terá existido um Castro. Nas imediações, encontram-se uns campos de Lapiás dos mais espectaculares de toda a Serra.


Visitaremos o Vale Buracas, reentrâncias horizontais, algumas de razoável dimensão, e onde ainda hoje se abrigam pastores e rebanhos, e turistas menos precavidos.


Rumaremos a Sul, passando pelo Cadaval Grande, (mais uma povoação no sopé do Monte da Srª do Círculo), donde subiremos para fecharmos o círculo e a caminhada.


Programa

• Encontro dos participantes na Capela da Srª da Círculo às 9h 15 min.
• Início da caminhada às 09h 30 min, prevendo-se o final da caminhada às 17h 30 min, dependendo como é evidente das “pernas dos caminheiros”.
• Extensão da caminhada de aproximadamente 18 Km, podendo ser considerada de dificuldade média alta. (Para o pessoal que apresente evidentes sinais de cansaço, “arranja-se um desconto “a estes 18 Km”).
• Jantar, a partir das 19 horas.



Como chegar à Srª do Círculo

Saída na A1 em Condeixa “apanhar” o IC2, ou Est. N 1 para Sul, (na direcção de Condeixa e Pombal).
Passar na periferia de Condeixa, sempre na EN 1, ignorar a saída à direita para Soure e Penela, e quando forem percorridos aprox. 4,4 Km, no fim de uma pequena descida, virar à direita para ARRIFANA.
Percorrido mais 1 Km, dentro de Arrifana, virar à esquerda para (Peixeiro, Furadouro e Casmilo). Entraremos numa pronunciada subida, onde se passará por Picota, e também ao lado de Peixeiro.
Quando se percorrerem 8,9 Km, encontraremos a placa de Furadouro , e aos 10,3 Km, virar-se -à à direita para a Srª do Círculo.
Finalmente, aos 11,4 Km depois de saírem da A1, virar à esquerda, e percorridos mais 0,9 Km, chegaremos ao local de encontro.
Quem sair de Coimbra pelo IC2 ou EN1, passa a saída para Antanhol, a saída para Cernache, e quando passar a saída da A1 de Condeixa, desconta aprox 300 metros (distância Da Portagem à EN1) e segue todo o resto do percurso.
Quem fizer a abordagem de Sul para Norte pela EN 1, vira para a Arrifana, e segue também o resto do itinerário.
Há no entanto variadas opções para chegar à Srª do Círculo, que qualquer GPS, lhes poderá indicar...



Responsabilidades dos participantes
• Material individual, necessário às condições e exigências do percurso.
• Condição física e estado de saúde adequado às exigências da caminhada.
• Seguro de acidentes pessoais.
• Almoço de Sábado.


A ADVB (Núcleo de Coimbra) não se responsabiliza por qualquer acidente que possa provocar danos físicos, morais ou psicológicos nos participantes ou em terceiros.



NOTAS
1. Recomenda-se o uso na caminhada de um calçado com um piso aderente e rijo, pois atravessaremos locais com piso muito irregular e escorregadio. Como passaremos por zonas de tojo e silvas, aconselha-se a protecção da zona dos tornozelos, (Botas, meias altas e calças).
2. No trajecto não existem cafés ou similares, devem portanto os pedestrianistas, munir-se de água suficiente para a caminhada, principalmente se estiver um dia quente.




Responsabilidades da organização

• Jantar de Sábado.



Inscrição (até 5 de Março)
• Caminhada - 5 euros (crianças e sócios da ADVRB com as cotas em dia, grátis)
• Refeição com pagamento no local devendo ser confirmada previamente


Mais informações
Para mais informações e inscrições, que deverão efectuar-se até 5 de Março, contactar Vaz Pedro (917619080), Jorge Ventura (968013140) ou José Sampaio (917535075).

http://www.bestanca.com/actividades/






Actividades calendarizadas para 2008

8 de Março Caminhada na Serra de Sicó (Núcleo de Coimbra)

29 de Março Caminhada "A Sagração da Primavera"

25, 26 e 27 de Abril Caminhada a Santiago de Compostela

27 de Maio Caminhada no Vale do Bestança com os alunos da EB 2-3 da Vila de Cinfães

31 de Maio Caminhada em Penacova nas margens dos rios Alva e Mondego (Núcleo de Coimbra)

21 de Junho Apresentação do Boletim Cultural "Prado" - Casa da Cultura de Cinfães

5 de Julho TransMontemuro - Fora de estrada entre o vale do Bestança e o vale do Paiva, com travessia da serra de Montemuro

19 e 20 de Julho Descida do Bestança

26 de Julho Descida do Mondego em canoa (Núcleo de Coimbra)

6 de Setembro Caminhada em Espadanedo "O erguer do Arco"

20 de Setembro Caminhada na serra do Buçaco (Núcleo de Coimbra)

25 de Outubro Caminhada da castanha

8 de Novembro Caminhada no Vale do Sousa (Org. AARIS - Associação dos Amigos do Rio Sousa)

13 de Dezembro Caminhada e Ceia de Natal





Outras Actividades

Impedir a construção de mini-hídricas no Vale do Bestança

Edição do Boletim cultural "Prado" e outras publicações em livro

Realização de exposições fotográficas e temáticas

Inventariação da biodiversidade do Vale do Bestança

Cooperação com as escolas do concelho em matéria de formação e educação ambiental

Recuperação do Património natural e edificado no Vale do Bestança

Criaçõo do Museu Etnográfico do Vale do Bestança




Candidatura de projectos a fundos comunitários
A Associação para a Defesa do Vale do Bestança estabelece protocolos de cooperação com a Câmara Municipal de Cinfães, Agrupamento vertical de Escolas de Cinfães, Juntas de Freguesia do Vale do Bestança, AARIS - Associação dos Amigos do Rio Sousa; Associação de Promoção e Defesa da Ribeira de Tendais; Associação Cultural Serpa Pinto; Escola Secundária de Cinfães, estando receptiva a outras parcerias no sentido da promoção turística e ambiental do vale do Bestança e do concelho de Cinfães.