22.5.06

O que é um ciclista furioso?

Nota: as próximas bicicletadas no Porto e em Lisboa já são na próxima 6ª feira, nas horas e nos locais habituais ( ver o website da Bicicletada aqui ao lado)



Um ciclista furioso (fúria, termo latino com o significado de acesso a uma bela loucura ou de alegria exaltada) é um indivíduo que costuma utilizar a bicicleta (veículo que consta de duas rodas alinhadas fixas a uma quadro, onde a primeira é directriz e a segunda motriz, e se move graças à combinação de pedais e engrenagens; é, também, sinónimo de ferramenta revolucionária de carácter utilitário) como meio para as suas deslocações, e se sente em permanente estado de rebelião quando olha à sua volta e o seu horizonte visual é ocupado por viaturas com condutores à beira de um ataque de nervos, e que não obstante isso – ou justamente por causa disso - utiliza com prazer e livremente a sua bicicleta.

Para ser um ciclista furioso é necessário:

1- ter uma bicicleta e usá-la frequentemente

2- Considerar a bicicleta como um meio de transporte, prática e filosoficamente em oposição ao automóvel

3- Não ter ou nem saber conduzir um automóvel e nem pensar sequer em comprar qualquer coisa parecido com essa espécime de máquina de quatro rodas.

4- Construir uma inteligência crítica refractária às massificações publicitárias e do trânsito citadino

5- Considerar-se como ecologista e agir em consequência

6- Não simpatizar com chefes ou presidentes de espécie alguma, antes preferindo mover-se em grupos de trabalho de iniciativa dos interessados, onde as lideranças possam ser rotativas e o mais participadas possível.

7- O ciclista furioso não se limita a realizar passeios de praia ou de montanha, nem muito menos quer fazer-se passar por cicloturista

8- O facto de se assumir como ciclista furioso não significa que este seja agressivo ou que ataque fisicamente os automóveis, antes pelo contrário, o ciclista furioso é, por principio, alguém muito bem educado, pacifista e que defende os direitos pessoais de todos os seres humanos perante a toda poderosa máquina-automóvel.

9- Apesar de, aparentemente, os ciclistas furiosos serem de número reduzido, a verdade é que são muitos mais do que parece.

Em suma, e para concluir:

O Ciclista furioso:

A) Não tem automóvel ou deixa-o em casa.

B)Gosta – e tem prazer - em pedalar livremente com a sua bicicleta

C) Cultiva o seu espírito crítico e ocupa o tempo a criar e a gerar ideias


Adaptação livre dos textos de:
www.furiosos.cl/ciclovias/

Acções locais e comunitárias contra as mudanças climáticas




Climate change is the greatest threat to ever face humanity and its happening now. Governments and big business dream of continued economic growth so won't deal with the crises. What we really need is a fundamental shift in the way we live - AWAY from consumer society, continued economic growth and power concentrated in the hands of the few. TOWARDS locally based, grassroots, community solutions.
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But we can!
Join us for action!
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Climate change and the depletion of oil mean an end to industrial society, of that we have no choice. Our only choice is when to make the change, and what society we create instead. Do we want industrial collapse to be war, famine, hurricanes, droughts & floods, or a new society based on co-operation and local community solutions to all our problems?
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Visualise Industrial Collapse
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With this action, we will reclaim power over our future and take concrete, positive action against climate change. We will send out a strong signal inspiring people to join us in changing the way we live. Reclaim Power will involved thousands of people taking action at a major industrial contributor to climate change. It will send out a strong signal that we urgently need to take radical action to survive.
What are you waiting for...?
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Help us stem the tide of climate chaos. More info will be posted on
www.reclaimpower.org.uk
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Reclaim Power is part of the
Camp for Climate Action, 26th August-4th September 2006, to create grassroots solutions to climate change through action, education, networking and skill-sharing.

Bibliotecas e Estádios



Como achamos da maior pertinência, reproduzimos abaixo a oportuna prosa, sob o título «O modelo português da teoria do custo de oportunidade» que mais vez fomos extrair do
http://bibliotecarioanarquista.blogspot.com/


O modelo português da teoria do custo de oportunidade

Este modelo foi desenvolvido pelos autarcas lusitanos e resume-se assim: «para produzirmos mais estádios de futebol temos de produzir menos bibliotecas».
Ao ler o relatório das estatísticas das Bibliotecas de Lisboa (BLX) no ano de 2005 foi com bastante agrado que verifiquei que foram visitadas por 760.933 pessoas. Ou seja uma média quinzenal de 31.708 pessoas. Superior à media de assistência de jogos de futebol do Sporting (23.050) e do Benfica (26.697). O agrado ainda aumentou quando verifiquei que dessas bibliotecas apenas uma (a Biblioteca Orlando Ribeiro) se pode caracterizar como um equipamento moderno. Uma biblioteca da nova geração. Ou seja mesmo com um investimento mínimo as bibliotecas de Lisboa superaram em entradas os novos estádios de futebol em Lisboa que beneficiaram de um investimento máximo.É também com bastante agrado que li no Público de sábado que a nova Biblioteca de Ílhavo recebeu um prémio internacional pela sua arquitectura e design inovadores. O sucesso popular é perfeitamente conciliável com a vanguarda artística estética. Por outro lado, é de lembrar que neste distrito foi edificada em 2003 uma das obras mais disparatadas e megalómanas dos últimos anos. O Estádio Municipal de Aveiro. Um mega estádio com capacidade para 40.000 pessoas mas que acolhe uma média de 2655 espectadores quinzenalmente. É óbvio que a Biblioteca Municipal de Aveiro mais a Biblioteca Municipal de Ílhavo vão dar um “bailinho” em termos de assistência ao estádio de futebol local. Mais uma vez o investimento mínimo irá superar o “mega-disparatado” investimento, mas infelizmente os nossos autarcas não pensam da mesma maneira.
Como dizia Hitler na sua teoria económica: «se quisermos produzir mais canhões temos de reduzir a produção de manteiga. Os canhões tornam-nos fortes e a manteiga engorda». Os autarcas portugueses pensam de forma idêntica: «Se quisermos produzir mais estádios de futebol temos de produzir menos bibliotecas. Os estádios tornam-nos fortes e machos e as bibliotecas moles, gordos e com ideias duvidosas».
Das duas uma ou estamos perante mais uma forma de manipulação por parte dos media (Chomsky, 2003) que nos querem obrigar a adorar o futebol aproveitando para esconder informação vital disponível nas bibliotecas ou então anda tudo a dormir!