2.5.10

Marcha Global da Marijuana em Braga: dia 9 de Maio, 15h, no Arco da Porta Nova


AL-QAERVA - Liberdade p'ra dentro da cabeça!

UNNEEDED CONVERSATIONS - Theory and Practice of Art (conferências sobre a prática e a teoria da arte nos dias 11 a 14 de Maio)


A primeira edição da conferência internacional "UNNEEDED CONVERSATIONS - Theory and Practice of Art" terá lugar em Maio de 2010 na cidade do Porto, Portugal. Organizada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), esta conferência pretende estabelecer, através de uma série de intervenções de âmbito interdisciplinar, uma plataforma intelectual para a discussão da fluidez da prática artística contemporânea.

A edição de 2010 de UNNEEDED CONVERSATIONS terá três tópicos principais de discussão — UNTANGLE: The Future Past of Media Art; UNSUSPICIOUS: The Politics of Aesthetics; UNCUT: Time-Based Art — que se encontram no centro das problemáticas actuais da prática artística. Ao mesmo tempo, esses tópicos são também lançados à discussão com o intuito de contribuírem para a definição conceptual do ramo multimédia/intermédia recentemente constituído nos cursos da FBAUP.

As conferências terão lugar num antigo cinema do centro da cidade do Porto (Cinema Passos Manuel), apenas 5 minutos a pé da Faculdade de Belas Artes, e serão divididas em duas categorias: Talks and Conversations. As primeiras — um formato de certo modo mais convencional – terão lugar durante a tarde e as Conversations — um formato mais híbrido — decorrerão ao princípio da noite.

11 de Maio
uncutTime-Based Art
O tempo e a sua flecha implacável são problemas familiares à arte desde há muito. A velha querela entre as artes do tempo e as artes do instante, entre a temporalidade complexa das primeiras e a atemporalidade idealizada das segundas foi ultrapassada, sendo a história da modernidade em boa parte a sinalização da presença e da vitória do tempo e da sua irreversibilidade no campo da arte, das artes plásticas ao cinema, da literatura às artes performativas.

Por sua vez, com a incorporação crescente do tempo tecnológico, a arte contemporânea acabou por se tornar num espaço da experimentação da própria noção de tempo. Umas vezes como retardador, outras como factor de aceleração, a arte fez do tempo um dos seus assuntos centrais. Podemos mesmo dizer que o tempo se transformou num medium por direito próprio, servindo assim de elo de ligação e matéria comum a diferentes práticas artísticas. O tempo é assim um medium que define uma plasticidade própria e que se estende das experiências da cinemática às artes performativas, das combinações entre som e imagem às relações entre tempo e espaço, constituindo um dos campos mais intensos da prática artística. A expressão time-based art parece pois alcançar bem mais do que o território limitado da cinemática ou da performatividade para se tornar, directa ou indirectamente, a pedra-de-toque de parte importante da arte actual.


12 de Maio
untangleThe Future Past of Media Art
Ao longo das últimas décadas, a categoria mais ou menos indefinida da media art tem servido para designar de modo abrangente os cruzamentos entre a arte e os media tecnológicos. A chegada do digital levou mesmo à criação de uma nova categoria — conhecida por new media art — , em boa parte sustentada nas diferenças operativas trazidas pelos media computacioniais.

Será possível continuar a considerar a media art como uma categoria operativa para a delimitação de certas práticas artísticas? Será a distinção entre velhos e novos media ainda relevante num contexto em que o passado e futuro dos media parecem coexistir num mesmo plano?

Na verdade, ao impor uma lógica de auto-fechamento que impede um confronto directo com o território da arte contemporânea, a categoria da media art, com ou sem o prefixo new, tem revelado as suas limitações. A presença de dispositivos tecnológicos de vária ordem é hoje um aspecto fundamental para a cartografia da prática artística e parece por isso fazer pouco ou nenhum sentido reclamar uma especificidade sustentada numa mera diferença tecnológica. Em alternativa, talvez tenhamos que passar a considerar de uma vez por todas que, por um lado, a arte contemporânea e, por outro, a media art, são hoje uma única realidade em que noções como as de obsolescência e inoperatividade convivem sem problemas com o futuro dos media e o sentido prospectivo da arte.


13 de Maio
unsuspiciousThe Politics of Aesthetics
A arte mantém hoje, como desde sempre, um complexo relacionamento com o político. A diversos níveis que não só aquele comummente apelidado de arte política, este relacionamento afirma-se, sobretudo, como uma espécie de rótulo que tem servido de veículo redutor de toda a discussão. Sabemos que continuamente somos brindados com mais uma das chamadas “propostas críticas” mas que são sempre consensualmente aceites — porque no fundo as opções maioritárias na arte contemporânea têm sempre um cunho crítico ou não fosse esse, talvez, o domínio mais estranhamente consensual do nosso tempo. Ser consensualmente crítico, ou dito de forma mais crua, pura e simplesmente não o ser. Aquilo que de maneira muito clara Jacques Rancière refere como sendo a produção de estereótipos como modelo crítico para os estereótipos a criticar.

Um tal cenário torna-se insuspeito aos nossos olhos, tal a sua condição abrangente. Talvez por isso mesmo se torna imperativo discutir a natureza politizada do fazer artístico e quais as formas de o realizar nesta segunda década do séc.XXI impregnada em crises de crescimento descontroladamente globais. De bienais e mega exposições, um pouco por todo o lado, em crescente agonia ou em transformação acelerada; de nomadismos vários e dos seus intérpretes fetiche; mas, também, de outras intervenções que pretendem, antes de mais, realizar o trabalho artístico conscientes das suas limitações e, contudo, entranhadas desse sentir da realidade que provoca uma espécie de estranha ressonância que se recusa a diminuir de tom. De todas se constitui a nossa realidade, olhá-la sem suspeições é um acto político por excelência.


Programa

11 de Maio
[Passos Manuel]
14:30 Recepção dos participantes.
15:00 Sessão de abertura oficial da Conferência.
Uncut Time-Based Art

15:30 Christine Van Assche (FR)
Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris
Apresentada por Fernando José Pereira (FBAUP)

17:00 Livia Flores (BR)
Escola de Belas Artes, UFRJ, Brasil
Apresentada por Cristina Mateus (FBAUP)

21:00 João Penalva (PT/UK)
Museu de Serralves
Uma conversa com João Fernandes (PT)


12 de Maio
[Passos Manuel]
Untangle The Future Past of Media Art

15:30 Eric Kluitenberg (NL)
De Balie - Centre for Culture and Politics, Amsterdam
Apresentado por Miguel Leal (FBAUP)

17:00 Margarida Carvalho (PT)
Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Politécnico de Lisboa
Apresentada por Susana Lourenço Marques (FBAUP)

21:00 Christoph Korn (DE)
University of Applied Sciences, Frankfurt
Uma conversa com Antonio Notario (SP)
Facultad de Filosofia de la Universidad de Salamanca
e Juan-Gil López (SP)


13 de Maio
[Passos Manuel]
Unsuspicious The Politics of Aesthetics

15:30 Éric Alliez (FR/UK)
Centre for Research in Modern European Philosophy, Middlesex University, London
Apresentado por...

17:00 António Guerreiro (PT)
Apresentado por Diniz Cayolla (FBAUP)

21:00 Ricardo Basbaum (BR)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil / Faculdade Santa Marcelina, FASM, São Paulo, Brasil
Uma conversa com Miguel Pérez (SP/PT)


14 de Maio
[Passos Manuel]
Unclosing

21:30 António Olaio (PT)
Universidade de Coimbra
Uma conversa com Paulo Mendes (PT)

23:00 Festa de encerramento



Programa com as actividades paralelas
http://unneeded.virose.pt/programa-paralelo/workshops/

Marcha Mayday 2010 no 1º de Maio no Porto

Início da Marcha MayDay no 1º de Maio no Porto



As palavras que mais se ouviram durante a Marcha MayDay 2010 no Porto:

País precário/ Sai do armário

Precários nos querem/ Rebeldes nos terão

Contra o Desemprego/ Criemos desassossego