15.5.08

«A medida de política educativa de maior impacto seria a extinção do Ministério da Educação.» (José Pacheco, principal mentor da Escola da Ponte)

Entrevista retirada do site Educare: aqui

Foi o principal mentor do projecto da Escola da Ponte. Com a chegada da aposentação, decidiu abraçar novos desafios, mas desta vez do outro lado do Atlântico. Conversa com José Pacheco, a partir do Brasil.


José Pacheco foi professor do 1.º ciclo, ou do ensino primário como gosta provocatoriamente de afirmar, docente na Escola Superior de Educação do Porto e membro do Conselho Nacional de Educação.

Mas José Pacheco é também reconhecido com o principal responsável pelo nascimento do projecto da Escola da Ponte, em Vila das Aves, considerado uma referência a nível nacional e internacional. Uma escola que assenta num modelo de ensino inovador, onde não há turmas, nem anos, e onde cada criança aprende ao seu próprio ritmo.

Actualmente, José Pacheco já não se encontra na Escola da Ponte. Com a chegada da aposentação, decidiu abraçar outros desafios e afastar-se da Ponte para que, como explica nesta entrevista, o projecto possa seguir o seu caminho. É no Brasil que se encontra actualmente, vivendo, como sublinha, "em permanente conspiração".

EDUCARE: Antes de mais, e para quem ainda não o conhece, como é que se definiria? Como um professor de 1.º ciclo, um mestre em Ciências da Educação ou como um eterno aprendiz de utopias?

José Pacheco: Creio que serei um eterno aprendiz.

E: É o fundador do projecto da Escola da Ponte. Passados mais de 30 anos, como avalia esta experiência?

JP: Que me seja perdoada uma breve referência autobiográfica: troquei a carreira de engenheiro pela de professor, quando me apercebi de que seria possível resgatar a missão da escola e dar a todos condições de sucesso escolar e pessoal. Não estava equivocado, pois tive o privilégio de encontrar uma escola chamada Ponte. Mas um projecto não tem "fundador", qualquer projecto humano resulta de um esforço colectivo. Eu apenas tive o mérito de desacomodar alguns professores. Depois, foi uma questão de tempo, de muito estudo, do reforço do colectivo, de mudanças prudentes e de muita frustração e resistência. Melhor dizendo: de resiliência, que é a sina de todos os que, nascendo neste país, ousam perturbar a mediocridade reinante.

Na Ponte, nunca fomos adeptos de copiar teorias. Sofremos influências teóricas, mas testámo-las na prática. Os projectos estão sempre em fase instituinte e as rupturas (responsáveis!) acontecem sem cessar. Trinta anos foi apenas um tempo de começar. Talvez daqui a mais trinta possamos "avaliar a experiência".

E: Sente-se responsável por um legado único ao nível do ensino em Portugal e até além-fronteiras?

JP: Sinto-me colectivamente responsável. E, quanto mais longe estou da Ponte, à medida que o distanciamento crítico me permite observar mais atentamente o projecto, mais me convenço de que a Ponte inaugurou um novo tempo na história da educação. Não há presunção no que afirmo: a Ponte logrou operar uma ruptura total com o modelo dito "tradicional", com excelentes resultados.

Mas ainda tem muito caminho pela frente. Os professores que integram a nova equipa herdaram uma grande responsabilidade. Aquilo que, lenta e pacientemente, foi construído carece de uma síntese fundadora de novos passos e da criação de redes de colaboração com outras escolas onde a mudança, lenta e discretamente, já vai acontecendo.

E: Apesar do mérito reconhecido da Escola da Ponte, poucas foram as escolas que se atreveram a seguir um percurso semelhante. Falta de condições, medo de inovar ou a velha resistência à mudança?

JP: Poderei discordar? Não serão poucas as escolas que mudaram inspiradas na Ponte. Serão poucas no nosso país, mas esse facto não me surpreende. Nós sabemos que ninguém é profeta na sua terra.

Conheço muitos professores que se interrogam sobre o (sem) sentido da escola. E que, mais do que interrogar, agem. É bom que sintam receio e que ajam com prudência. Nos tempos que correm, escasseiam os educadores e sobram os detractores.

Acompanho o trabalho de muitos professores envolvidos em projectos de mudança, inevitavelmente diferentes do projecto da Ponte, mas que partilham da mesma intenção: transformar as escolas em espaços de fazer dos jovens seres mais sábios e pessoas mais felizes.

Não acredito em modelos, muito menos acredito na clonagem de projectos. Acredito nos professores que vão construindo alternativas a uma escola obsoleta, geradora de insucesso e infelicidade.

Cada ser humano é único e irrepetível e o mesmo acontece com as escolas. Nenhuma deverá seguir os caminhos da Ponte.

E: E que mensagem deixa para as vozes críticas ou dissidentes em relação ao projecto da Ponte?

JP: Que continuem a criticar. Mas que o façam com conhecimento de causa. As críticas, desde que construtivas e fundamentadas, são muito úteis para a correcção das rotas. Infelizmente, muitas das críticas provêm das mesmas pessoas que criticam "novos métodos" sem fazerem a mínima ideia do que sejam esses "novos métodos".

Juntam à crítica do "eduquês" (aberração que eu também critico) um ódio primário a tudo o que possa constituir inovação. Não conseguem entender que o seu discurso favorece a manutenção de práticas caducas, responsáveis pelo caos em que o sistema está imerso. Talvez creiam que, para ser professor, basta ter formação técnica, científica. Não basta! Se os "críticos" investissem algum tempo no estudo das (desdenhadas) ciências da educação, talvez tomassem consciência dos disparates que publicam.

Quando findar o tempo das críticas ignorantes e dos debates estéreis, que essas pessoas alimentam (sobretudo na Internet) não será tarde para mudar de rumo, mas muitas gerações terão sido sacrificadas a um ensino sem sentido, gerador de insucesso nos alunos e de sofrimento nos professores
.

E: Já se encontra há algum tempo no Brasil. Como surgiu esta experiência no outro lado do Atlântico? Que trabalhos/experiências está a desenvolver? A receptividade dos professores/educadores brasileiros tem sido positiva?

JP: Talvez porque, como diria o Pessoa, a língua portuguesa seja a nossa pátria, a receptividade às inovações produzidas na Ponte foi significativa no Brasil. Não é necessário traduzir...

O que mais me atrai no Brasil é o desafio. Encontrei escolas em tudo idênticas às europeias: com grandes recursos, mas acomodadas. E, em escolas sem um mínimo de condições, encontrei professores que não aderem a "modismos" e que, apesar do baixo salário e das precárias condições de trabalho, não desistem de se melhorar e de melhorar as suas escolas.

Há cerca de dois anos, senti que teria chegado o momento de permitir que a Ponte seguisse o seu caminho sem a minha presença. E o Brasil talvez tenha sido um pretexto (inconsciente...) para me afastar (fisicamente) da Ponte e permitir que outros professores tomassem nas suas mãos a condução do projecto. Sem a interferência de um velho que tem sempre razão...

E: O caso do telemóvel que envolveu uma aluna e uma professora da Escola Secundária Carolina Michaëlis, trouxe para a ribalta o problema da indisciplina e da violência nas escolas. Concorda com o desfecho final do caso (com a transferência dos dois alunos envolvidos para outra escola)?

JP: Se eu escrevo por tudo e por nada, por que razão ainda não terei escrito uma linha sequer sobre esse incidente? Porque já escrevi, há vinte, há trinta anos. Aquilo que aconteceu nessa escola é a ponta de um icebergue, o lado visível de um drama mais profundo. Lamento o sucedido e lamento o desfecho. A transferência dos dois alunos nada resolve.

E: Como explica o número crescente de casos de indisciplina e violência nas salas de aula? A escola pode ser um espelho da sociedade?

JP: A indisciplina é a filha dilecta do autoritarismo e da permissividade. A violência vivida em muitas salas de aula é mais um sintoma da degradação da instituição escola. A autoridade está ausente e os professores parecem candidatos a martírios. Parecem não compreender a permeabilidade da escola aos problemas sociais e o sem-sentido de uma escola que os reproduz e agudiza. Parafraseando o Eça, muitas escolas são sítios mal frequentados, onde a educação está ausente e a instrução já raramente acontece.

E: A avaliação dos professores tem estado no centro de grande contestação e polémica. Concorda com o modelo proposto pelo Ministério da Educação?

JP: Não quero fazer coro com a maioria, mas só poderei estar em desacordo.
Não me alongarei na resposta, nem exporei o ridículo da proposta. Direi somente que, também na Ponte, a "avaliação" proposta pelo ME não faz sentido. É nefasta uma avaliação que hierarquiza e divide (ainda mais) os professores.

E: E com a política educativa do actual executivo?

JP: Existirá uma "política educativa"? Incomoda-me ver pessoas que, no passado, considerava decentes, envolvidas agora numa tragicomédia sem fim. No (des)governo da educação, decepcionam-me. Sinto náuseas, quando os vejo proteger políticos que muito têm prejudicado a Ponte, só porque são barões locais do seu partido.

Sobrevivi a dezenas de ministérios e mantenho o que disse, há mais de vinte anos, porque o tempo me deu razão: a medida de política educativa de maior impacto seria a extinção do Ministério da Educação. As escolas passariam bem sem esse monstro burocrático e de cara manutenção.

E: Que balanço faz do seu percurso até ao momento actual? Que memórias ficam passados estes anos todos?

JP: Vou definindo grandes metas e dando pequenos passos, solidariamente acompanhando outros conspiradores. Na educação, está tudo por fazer. Não sobra tempo para viver de memórias.

E: Por último, e para terminar, tem planos para um futuro próximo? Ainda tem muitas metas para alcançar?

JP: Estou aposentado, mas não inactivo, não inútil. Vivo em permanente "conspiração" e, nos tempos mais próximos, envolver-me-ei em mais um projecto. Ajudarei alguns educadores a fundar aquilo a que, freirianamente, se pode chamar uma "cidade educativa".

Um dia, darei notícia do que vier a acontecer...



Todos à Horta do Palácio de Cristal ( dia 17 às 10h.)

O núcleo do Porto do Gaia convida tod@s @s que partilhem do gosto pela terra e tod@s @s conhecedor@s desta arte a participar no projecto de criação de uma horta comunitária no recinto do Palácio de Cristal


Objectivos:

Criar uma Horta Comunitária;

conhecer e darmo-nos a conhecer à horta;

cruzar experiências; mexer na terra;

plantar sorrisos; cultivar amizades…




Aprender

- a identificar as plantas existentes e suas potencialidades;

- possíveis coexistências das plantas e relações entre as plantas e os astros;

- a potenciar as possibilidades de interacção do ser humano com a Terra.


Partilhar

- conhecimento, experiências, vivências, sonhos e vontades;

- projectos com o objectivo de participar na construção da sociedade.


É importante que os interessados em cultivar a horta comunitária apareçam no próximo sábado, dia 17 de Maio, a partir das 10h, na Horta do Palácio de Cristal para, juntos, definirmos estratégias!

Sessão de esclarecimento sobre Transgénicos (17 de Maio às 21h30 na Casa-Viva)

Clicar por cima da imagem para ampliar e ler em detalhe

Movimento Social e Intervenção Libertária no Brasil de hoje( sessões de informação e debate no Terra Viva, dias 16 e 22)

SEXTA FEIRA, 16 de Maio 21.30 h.

A realidade social e as desigualdades sociais no Brasil –paralelos Brasil - Portugal : Movim.d@s Sem-tecto e ocupações urbanas no Rio de Janeiro, o MTD-Movim.Trabalhadores Desempregados, o “Centro de Cultura Social” de Vila Isabel, o papel d@s anarquistas organizados da FARJ (Federação Anarquista do Rio de Janeiro) nas lutas populares
(Relato de uma visita recente)


QUINTA-FEIRA, 22 de Maio 21.00 h.

ECOLOGIA E SOCIEDADE - Trabalhadores sem-terra e agricultores contra a eucaliptização e a monocultura industrial de cana de açúcar
(documentário de uma jornada de luta e resistência à repressão -em Março último,no Rio de Janeiro )

- A “Frente Agro-Ecológica”e o projecto “Germinal” da FARJ nas ocupações urbanas d@s sem tecto – projectos e actividades


organização:

CESL-CÍRCULO DE ESTUDOS SOCIAIS LIBERTÁRIOS/ TERRA VIVA!AES –Porto

TERRA VIVA: Rua dos Caldeireiros,213 Porto (à Cordoaria)

http://terraviva.weblog.com.pt/

Manifestação em Santiago de Compostela a favor da língua galaico-portuguesa (dia 18): pelo direito a viver em galego na Galiza

A Nossa Língua é Internacional


O 18 de Maio será uma data histórica


A Associação Galega da Língua (AGAL), por ocasião do
Dia das Letras, vai realizar uma manifestação no próximo dia 18 de Maio pelas 12h em Santiago de Compostela e cujo objectivo é a defesa dos direitos linguísticos individuais e colectivos dos falantes do galego, defesa que passa pelo reconhecimento do galego como parte integrante da lusofonia, ao mesmo tempo que se pretende denunciar as políticas de normalização linguística desenvolvidas pelo Estado espanhol a favor do castelhano.

Apesar do processo autonómico e político que levou a uma espécie de oficialização da língua galega, a verdade é que o modelo linguístico que é imposto nas escolas e na comunicação social é o castelhano, passando os mais jovens a considerar o português como uma língua estrangeira. Os dados estatísticos indicam que "90 por cento dos galegos, com mais de 65 anos, falam português da Galiza, mas essa percentagem é muito reduzida entre os que têm menos de 20 anos".

Ora o galaico-português nasceu, e manteve-se ao longo dos séculos, desde o século IX, como a língua falada no Norte de Portugal e a Galiza, entre as cidades do Porto e Santiago de Compostela.

Por isso foi lançada a convocatória para todos os cidadãos, mesmo para aqueles que não falam habitualmente o galego, a manifestarem-se no dia 18 de Maio, a fim de reivindicar o uso do galego, como único idioma natural de Galiza.

A manifestação percorrerá as ruas de Santiago de Compostela sob o lema «Polo dereito a vivirmos en galego»


MANIFESTO «A NOSSA LÌNGUA É INTERNACIONAL»

A Associação Galega da Língua (AGAL) lançou entretanto um Manifesto sob o título «A nossa língua é internacional» que pode ser subscrita por todos os interessado aderentes em todo o mundo, e cujo conteúdo é o seguinte:

1.- Denunciar as políticas de substituiçom lingüística que levaai decorrermos sofrendo durante os últimos 25 anos, disfarçadas de falsa normalizaçom lingüística.

2.- Exigir o reconhecimento da condiçom internacional da nossa Língua, que com a variedade própria das línguas internacionais é falada por centos de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, como é o caso dos galegos, quer como língua oficial de oito Estados, ou como língua cada vez mais estudada em todo o mundo polas vantagens das línguas internacionais.

3.- Denunciar as autoridades e administrações públicas que, em vez de garantirem os direitos lingüísticos e democráticos do Povo galego, discriminam e perseguem aqueles que nom aceitam a deriva de substituiçom lingüística e dialectizaçom castelhanizadora do Galego que o torna desnecessário no seu próprio país.

4.- Apoiar a iniciativa aprovada no Parlamento por unanimidade reclamando a recepçom das rádios e televisões portuguesas na Galiza, que pedimos que se efective desde já e que nom fique numha simples declaraçom sem vontade real de a levar a cabo.

5.- Denunciar também os grupos extremistas que, protegidos por certos sectores políticos, atacam o direito e a liberdade de vivermos na Galiza em galego.

6.- Finalmente, apelamos a toda a sociedade para exigir umha mudança das políticas que tornam a Língua desnecessária e dialectal, como forma de impor o uso do castelhano, por políticas que garantam os nossos direitos lingüísticos individuais e colectivos, assegurando que o Galego continue a ser a língua própria dos galegos e galegas, e umha língua extensa e útil.


Para assinar o Manifesto:
http://www.agal-gz.org/manifesto08/index.php




Para mais informações, consultar:


http://www.agal-gz.org/

http://mdl-galiza.org/index.php

http://www.amesanl.org/noticias/index.asp


http://www.agal-gz.org/blogues/index.php?blog=27

http://galego.org/contidos.html

http://www.causaencantada.org/

http://afoucedeouro.blogspot.com/


Existe já uma rede de blogues em defesa da língua galaico-portuguesa:

http://www.bloguespolalingua.org/







Festivais de teatro universitário em Lisboa (FATAL) e no Porto (INPUT08) decorrem neste mês de Maio


FATAL – Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa ( 5 a 31 de Maio)


O FATAL tem por missão promover e divulgar o Teatro Universitário português, garantindo-lhe um lugar de honra na vida cultural portuguesa e destacando Lisboa na rota dos grandes festivais europeus de teatro universitário.
O Teatro Universitário, desenvolvido no âmbito das instituições de Ensino Superior, é, sem dúvida, uma das actividades extracurriculares estudantis de maior significado sócio-cultural e histórico no meio académico português. Não só pela sua notável qualidade e tradição histórica, mas igualmente pelo alto nível de adesão dos estudantes (actores e espectadores) e surpreendente longevidade dos grupos de teatro, alguns com idade muito perto do meio século.
Sendo, claramente, o ex-libris da vida cultural universitária e um expoente artístico da formação humanista como o testemunham os percursos biográficos das mais diversas figuras de proeminência histórica, política e cultural do nosso país, a Universidade de Lisboa tomou a iniciativa de criar, em 1999, uma mostra do teatro académico e integrá-la nos circuitos regulares da vida cultural lisboeta.



PROGRAMAÇÂO


-Apresentação Pública

-13 Noites 13 Peças

-Tertúlias

-Performances

-Conferências

-Workshops

-Masterclasses

-Instalações Urbanas

-Cerimónia de Entrega de Prémios

-Festa FATAL (encerramento do festival)



Vindos de faculdades do Minho, do Porto, de Aveiro, de Coimbra, da Covilhã de Lisboa e de Évora, o Festival conta com 29 grupos de teatro universitário que chegam à capital alfacinha de vários pontos do país e de duas cidades espanholas, Sevilha e Vigo.


Encenadores como Gonçalo Amorim, Pedro Penim, Diogo Bento, Susana Vidal, Pedro Wilson e Ávila Costa estão por trás do palco do FATAL 2008, um verdadeiro laboratório da dramaturgia!

No total, são 21 as peças de grupos de teatro universitário que o FATAL 2008 exibe, de 5 a 31 de Maio: 16 grupos estreiam o seu trabalho no Teatro da Politécnica e 5 utilizam espaços alternativos, entre as suas faculdades e a Casa Conveniente. Os grupos de teatro universitário e de dança prepararam ainda 12 performances que vão animar as ruas e os bares do Bairro Alto.

Para além do teatro dentro de portas, as performances, momentos em que os grupos de teatro e de dança universitários dão asas à sua criatividade, vão dar vida às ruas de Lisboa, e em particular ao Bairro Alto, ao longo de todo o mês de Maio, com 12 espectáculos e 19 exibições.

O FATAL reserva ainda para este ano duas estreias nacionais absolutas: a Revista Fatal, Publicação Anual de Teatro Universitário, que será lançada a 5 de Maio, dia da Apresentação Pública do festival, e o concerto do Coro da Universidade de Lisboa Missa Tiburtina, de Gilles Swayne, na Igreja de São Domingos, no Rossio, nos dias 23 e 30 de Maio.

2 workshops, de Fotografia e Crítica de Teatro, a conferência-debate sobre Teatro e Direito a 7 de Maio na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e as 2 instalações que vão decorar Lisboa ao ar livre, Lx Tek e Zigurate, completam a programação do FATAL 2008, que encerra este ano no Cabaret Maxime com uma Festa e a Entrega dos Prémios FATAL: o Prémio FATAL, o Prémio FATAL – Cidade de Lisboa e o Prémio FATAL do Público, em colaboração com o jornal O Público.

Links úteis:
http://www.fatal2008.ul.pt/

http://www.fatal.ul.pt/

http://fatalnosbastidores.blogs.sapo.pt/





INPUT'08
2º Festival de Teatro Académico da U. do Porto

15 a 25 de Maio
Local: Teatro do Campo Alegre


Programa

Quinta, 15 de Maio
21h30, no Teatro Universitário do Porto
"O Sonho de Uma Noite de Verão"
de William Shakespeare, pelo TUP (UP)

Sábado, 17 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"A Corda (O Crime Perfeito)"
de Michel Simeão, pelo GTUL (ULusíada)

Domingo, 18 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Conflitos"
de Pedro Mendes, pelo GATUÉ (UÉvora)

Terça, 20 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Quinto Império"
a partir de Fernando Pessoa, pelo Direito á Cena (FDUP)

Quarta, 21 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Última Hora"
de Lara Morgado, pelo X-Acto (FPCEUP)

Quinta, 22 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Seis Mulheres Sob Escuta"
de Jaime Rocha, pelo Máscara Solta (FLUP)

Sexta, 23 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Falhar"
a partir de Samuel Beckett, pelo S.O.T.A.O (ICBAS)

Sábado, 24 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Posso Avançar? Pergunta o Cavalo"
direcção de Cecília Gomez, pelo Teatr'UBI (UBeira Interior)

Domingo, 25 de Maio
21h30, no Teatro do Campo Alegre
"Choque Frontal entre um Automóvel e um Carro"
de A. Branco, pelo Fc-Acto (FC ULisboa)


Teatro do Campo Alegre
Rua das Estrelas, s/n
(+351)226063000
bilheteira@tca-porto.pt

Preçário
4 euros - público em geral
2 euros - estudantes e comunidade UPorto

http://www.input08.blogspot.com/

Encontro Hortas Vivas a 16 e 17 de Maio em Odemira


No âmbito do Projecto Re.Ci.Pro.Co. ( ver abaixo) desenvolvido com as escolas do Concelho de Odemira e do encontro da Rede Nacional do Re.Ci.Pro.Co . vai realizar-se o encontro Hortas Vivas que se desenvolverá em quatro vertentes:, uma exposição, um espaço lúdico, um seminário e a reunião da Rede Nacional do Re.Ci.Pro.Co. com as actividades constantes no programa.


Hortas Vivas em Odemira

Relações de Cidadania entre Produtores e Consumidores (Re.Ci.Pro.Co.)


16 e 17 de Maio
Zona Ribeirinha – Odemira





Programa


Dia 16 – sexta-feira


10h – Abertura da exposição


10.30h – Encontro Re.Ci.Pro.Co., Odemira
Abertura



11.30h – De um cabaz da Horta e de uma Relação de Cidadania entre Produtores e Consumidores – Hélder Guerreiro


12.00h – Experiência Francesa – AMAP (Toulouse)


13.00h R11; Pausa para almoço


14.30h – Experiência da ADDLAP/Criar Raízes (S. Pedro Do Sul)


15.00h R11; Experiência da ADREPES / Prove (Palmela/Sesimbra)


Em paralelo
14.30h – 16.00h
Mesa Redonda 1- Troca de experiências entre o grupo de produtores, dinamizado por Rosário Oliveira (Universidade de Évora)



Mesa Redonda 2 – Troca de experiências entre o grupo de consumidores dinamizado por Patrícia Rego (Universidade de Évora)


16.00h – Pausa para Café (com produtos tradicionais)


16.30h – Apresentação das conclusões pelo grupo de agricultores, consumidores e comentador


17.30h – Debate


Dia 17 – Sábado


10.00h – Reunião, Rede Nacional Re.Ci.Pro.Co.


14.30h – Sessão de sensibilização – Alimentação responsável


16.00h – Apresentação do trabalho da associação Colher para Semear


17.30h – Actuação do grupo etnográfico: Gentes do alto Mira



Nos dois dias:


Mostra de Produtos dos territórios da Rede Nacional Re.Ci.Pro.Co (TAIPA, Crl, ADREPES, ADDLAP)


Exposição sobre o trabalho desenvolvido pela Associação Colher para Semear no Concelho de Odemira (levantamento de Sementes)


Mostra dos trabalhos desenvolvidos pelas entidades locais envolvidas no projecto "Há vida na Horta":
. Jardim-de-infância Nossa Senhora da Piedade
. Casa Beatriz Gambôa
. Colégio Lápis de Cor Sonhador
. Agrupamento de Escolas de Odemira



Espaço Lúdico para as crianças, com actividades relacionadas com o tema

Organização: TAIPA, CRL., Consumidores e Produtores do Cabaz da Horta de Odemira
http://www.taipa-desenvolvimento.pt/


Tel: 283320020;

taipa@taipa-desenvolvimento.pt ;

Fax: 283320029



O que é a Taipa

A Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, fundada em Setembro de 2000, é uma entidade colectiva, privada de serviços, sem fins lucrativos.
É reconhecida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) e é reconhecida pelo IQF – Instituto para a Qualidade na Formação como entidade formadora nos domínios 4 – Organização de Actividades Formativas e 5 – Desenvolvimento de Actividades Formativas.
Dos seus membros constam entidades colectivas privadas locais, sem fins lucrativos, representativas dos mais variados sectores (Associação Humanitária Dona Ana Pacheco, Associação dos Criadores da Raça Caprina Charnequeira, Associação para o Desenvolvimento da Região do Mira, Associação de Apicultores do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, entre outros) e membros individuais com as mais variadas competências.
Ao longo da sua ainda pequena existência a Taipa, Crl promoveu várias acções de formação dirigidas a um vasto público-alvo, nas mais diversas áreas, nomeadamente, Turismo e Lazer, Contabilidade e Gestão, Novas Tecnologias de Informação, Agricultura, Línguas, Primeiros Socorros, Higiene e Segurança no Trabalho, entre outros.

Objectivos
• Fomentar, desenvolver e apoiar as diversas formas de associativismo numa abordagem participativa;
• Constituir-se como parceiro local junto das diversas entidades da administração local e central, e das diferentes formas de organização da sociedade civil;
• Promover a reflexão e o debate de ideias de âmbito geral, mas também um espaço de reflexão de âmbito sectorial de forma a servir os interesses dos seus membros;
• Promover debates, seminários bem como acções de formação sobre temas de interesse para os seus membros quer sejam propostos por estes ou por iniciativa da própria TAIPA;
• Promover parcerias de âmbito nacional e internacional por forma a incentivar a realização de projectos conjuntos e a troca de experiências que consequentemente concorrem para a melhoria das competências ao nível local e a divulgação das actividades e dos produtos locais;
• Constituir-se como entidade vocacionada para a elaboração e/ou execução de projectos sobretudo de âmbito concelhio apoiando-se nos seus membros como parceiros privilegiados para a implementação desses projectos a nível de freguesia numa perspectiva de transferências de competências;
• Constituir-se como uma verdadeira rede no sentido de animar e promover a partilha de experiências e a transferência de metodologias por forma a incentivar a divulgação/utilização das “boas práticas”.

Ver aqui um vídeo-reportagem da SIC sobre a Taipa




O que é o Re.Ci.Pro.Co. (Relações de cidadania entre produtores e consumidores)

No passado dia 22 de Janeiro de 2008 foi formada a Rede Nacional Re.Ci.Pro.Co. (Relações de Cidadania entre Produtores e Consumidores), na sede da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, em que estiveram presentes os representantes dos territórios com o sistema Re.Ci.Pro.Co. em implementação: Odemira, Palmela, Sesimbra e São Pedro do Sul. (Representantes: entidades facilitadoras – TAIPA, ADREPES, ADDLAP, consumidores e produtores dos respectivos territórios). Estiveram também presentes o Eng.º Rui Baptista (Chefe do Projecto LEADER +), Eng.ª Rosário Serafim (Técnica da Rede Portuguesa LEADER +) e o Eng.º Samuel Tirion (INDE). Nesta reunião, foi deliberado por unanimidade que o Território de Gestão da Rede Nacional nos próximos dois anos (2008/09) será o Território de Odemira.

O conceito Re.Ci.Pro.Co., inspira-se numa prática que teve inicio há 40 anos no Japão, generalizando-se a outros países do mundo, tais como, Alemanha/Suíça, nos anos 70, EUA nos anos 80, Canadá e Reino Unido, nos anos 90. Em 2004 existiam 1000 casos no Japão (Teikei), 1700 no EUA, através da Community Sustainable Agriculture (CSA), 100 no Canadá (ASC), 100 no Reino Unido, através da Community Sustainable Agriculture (CSA) e 150 em França, através da Association pour le Maintain d’une Agriculture Paysanne en France (AMAP).

Este tipo de intervenções tem por base a criação de contratos locais directos entre agricultores e consumidores das vilas e cidades próximas, acrescentando a esta ideia uma dimensão territorial, colectiva e social e tem tido um impacte bastante positivo, do ponto de vista social (com o estabelecimento de laços entre agricultores e consumidores), ambiental (com o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, a redução dos transportes e do consumo de embalagens e a produção de outros desperdícios), de saúde (com o aumento do consumo de produtos frescos e de qualidade, com a administração reduzida de produtos de síntese), económico (com o aumento da segurança financeira para os agricultores, comercialização de produtos de qualidade a um preço acessível), patrimonial (com a revalorização das variedades locais) e pedagógico (com a sensibilização das populações para as questões dos desenvolvimento rural).

Para que estes contratos respondam aos objectivos procurados, devem ser baseados num comprometimento recíproco, ou seja, por um lado, o comprometimento dos consumidores em comprar os produtos dos agricultores e, por outro lado, o comprometimento dos agricultores em fornecer produtos de qualidade e aplicar objectivos definidos em comum com os consumidores, como por exemplo a manutenção de um certo tipo de paisagem, a preservação e valorização de variedades locais, a introdução de uma agricultura respeitadora do ambiente, etc. Esta ideia tem subjacente o princípio de que todos somos responsáveis pelos estragos e benefícios que fizermos e pela consciência e envolvimento activo na mudança de atitudes e comportamentos face ao planeta em que vivemos.

Nos mercados locais encontram-se, cada vez mais, produtos alimentares provenientes de regiões distantes e vendidos a preços competitivos, num processo directamente ligado à globalização dos mercados e ao avanço das técnicas de conservação de produtos. Os produtos alimentares percorrem, hoje em dia, uma média de 1500 km antes de chegarem ao consumidor e esta tendência, que se tem vindo a acentuar, tem consequências negativas para o tecido económico das regiões rurais, para a qualidade dos produtos vendidos e a para a própria saúde dos consumidores.

É também contraditório com os acordos de Quioto que prevêem uma redução de emissão de gás carbónico a nível mundial. Para os produtos alimentares da agricultura intensiva que, em média, percorreram 1500 km antes de chegar ao prato dos consumidores, a emissão de gás carbónico é superior 100 vezes mais a produtos locais de uma agricultura sustentável. Por outro lado, sendo a comercialização cada vez mais controlada pelos intermediários, que retêm a maior parte das mais-valias criadas e exercem uma forte pressão sobre as receitas dos agricultores, não se evidencia a necessária e prudente redução dos preços da alimentação aos consumidores (Re.Ci.Pro.Co. - Guia Conceptual e Metodológico).

Procurando quebrar esta lógica, cidadãos de diversas origens, desenvolveram novas formas de organização e consumo, que passam pela reconstrução de uma relação social mais próxima entre agricultores e consumidores. Para o efeito, constituíram-se parcerias locais e solidárias entre agricultores e consumidores, baseadas no compromisso mútuo, numa remuneração justa, e na partilha dos riscos e das vantagens

Este conceito foi introduzido em Portugal, em 2003, com a experiência piloto realizada na zona do Poceirão, tendo por base o quadro do projecto URGENTE (financiado pelo Interreg IIIB, implementado pela INDE) e em Odemira no âmbito da acção 8 do Agris, pela Taipa, Crl.

Dado o carácter inovador deste Projecto, a Rede Portuguesa LEADER+ considerou bastante relevante a sua realização em Portugal e, nesta conformidade, nasceu o projecto Re.Ci.Pro.Co. que teve como resultados: a sensibilização e organização dos consumidores, operacionalizada pela ProRegiões, garantindo a divulgação do projecto nos diferentes meios de comunicação; a generalização do sistema a outros territórios através do apoio técnico da INDE e da TAIPA, Crl; realização do Colóquio Internacional de 3 a 6 de Dezembro de 2005, realizado em Palmela com visita ao território de Odemira, contou com 166 participantes, dos quais 93 estrangeiros, vindos de 17 países diferentes (ver www.urgenci.net). Permitiu dar visibilidade ao Projecto Re.Ci.Pro.Co. e possibilitou a troca de experiências entre intervenções similares noutros países; elaboração de um Guia Conceptual e Metodológico (www.leader.pt), sobre as diferentes práticas em Portugal; e a criação da Rede Nacional Re.Ci.Pro.Co.

A Rede tem como objectivos, disseminar a metodologia Re.Ci.Pro.Co. a outros territórios, criar canais regulares de comunicação e informação entre os Membros e actuar junto de estruturas públicas e privadas no sentido de influenciar políticas públicas coincidentes com os objectivos da rede e que contribuam para a manutenção de espaço rural vivo.

Acreditamos que esta Rede de relações é uma das formas de contrariar a tendência para o consumo de produtos massificados, a falta de ética alimentar, o desaparecimento das pequenas explorações e o abandono dos meios rurais, por isso é nosso entender que municípios, associações, agricultores, consumidores e potenciais consumidores, devem juntar-se a este movimento que diz respeito a todos para um desenvolvimento mais saudável das nossas gentes e para um desenvolvimento sustentável dos nossos territórios.

(Artigo Publicado – Jornal da Taipa 2008)