19.3.06

Contra a vídeo-vigilância


A Liberdade vigiada não é uma liberdade

19 de Março – Dia Internacional contra a vídeo-vigilância (international day against video surveillance, IDAVS)


Os dias 19 e 20 de Março foram escolhidos para recordar os perigos aos nossos direitos civis que representam os sistemas de vídeo-vigilância.


Os signatários do apelo mundial contra a vídeo-vigilância opõem-se frontalmente à utilização dos sistemas de vídeo-vigilância no espaço público.
Opõem-se igualmente ao uso de câmaras, ainda que instaladas em lugares privados, mas servindo na realidade para a vigilância dos espaços públicos.
Pensam que todas essas câmaras, para além de se mostrarem ineficazes contra a delinquência assim como na «guerra contra o terrorismo», violam brutalmente o direito à privacidade, ao anonimato, à dignidade e ao direito de se ser dissidente político.

Contra os nossos direitos existem certamente outras ameaças, para além da vídeo-vigilância, como são as escutas telefónicas, os GPS, os chips subcutâneos RFID, os sistemas informáticos e o software dedicado à recolha e tratamento de dados e registos, etct,etc. Porém, a campanha de denuncia concentra-se nos sistemas de vídeo-vigilãncia porque eles são a manifestação mais visível da sociedade de controle e vigilância que se anuncia no futuro e que já está em vias de se instalar.

Os dias 19 e 20 de Março foram escolhidos para recordar os perigos aos nossos direitos civis que representam os sistemas de vídeo-vigilância.

Mais info:
http://www.notbored.org/IDAVS.html

New York Surveillance Camera Players (NYC, USA) :

«Querida, amo-te. Por isso, vigio-te !!!»



Na Grã-Bretanha estima-se que existam actualmente 4 milhões de câmaras de vídeo-vigilância, e que cada cidadão britânico seja filmado em média 300 vezes ao dia...!!!



Logo a seguir à Coreia do Norte, a Grã-Bretanha é o país mais vigiado do planeta. Basta pensar que no país de Sua Majestade existem 4 milhões de câmaras de vídeo-vigilância, e que se estima que cada cidadão britânico seja filmado uma 300 vezes por dia!!!

Não contente com esta realidade o governo britânico decidiu avançar para um sistema de vídeo-vigilância que poderá acompanhar o trajecto de qualquer viatura graças a um método de reconhecimento automático das placas de matrícula por via da câmaras de vídeo-vigilância instaladas nas auto-estradas e estradas nacionais.

Mas o controle e vigilância dos cidadãos britânicos não se fica por aqui.

A carta Oyster, cartão electrónico dos utentes dos transportes públicos, regista ao segundo todas as deslocações feitas pelo seu portador.
O sistema é tão perfeito que uma inglesa anónima confessou a um jornalista:
«Hoje em dia já não há necessidade de contratar detectives privados. Basta conhecer-se um pouco de informática. Num destes dias o meu namorado disse-me que ficaria taé mais tarde no seu emprego. No dia seguinte lancei no site da empresa de transportes públicos de Londres, na Internet, o código do seu cartão Oyster e a sua senha pessoal, e vi logo que me tinha mentido. Mas não foi grave. É que reconheci, de imediato, pelo número da estação de Metro por onde tinha passado, que tinha ido à casa da irmã jantar com ela. Não me disse, porque eu detesto-a.»

Outra forma de controle prestes em estar na moda é o controle de esperma por intermédio do detector de esperma Checkmate. Trata-se de mergulhar um resíduo de esperma numa solução e aguardar. O custo não é elevado. Mas tem sido cada vez mais usado pelo(a)s interessado(a)s. Um deles confessou ao jornalista: «Encontrei vestígios de esperma nas calças da minha amiga. Recolhi uma amostra. Fiz o teste, e fiquei tranquilo. Nada de anormal. Já posso pedi-la em casamento.»

Mas o controle das pessoas não se fica ainda por aqui.
Peter, um outro súbdito de sua majestade, confessou ter recorrido aos serviços da Overspy, uma empresa que oferece aos seus clientes cópias de todos os e-mails enviados pelas pessoas que se pretende vigiar, assim como todos os sites por elas visitados. O custo é de 70 euros .

Finalmente, o novo telefone DAS II do operador alemão T-Mobile, recentemente lançado no mercado, contém um sistema de navegação por satélite que permite seguir todos os movimentos do telefone e de quem o transporta. Segundo a publicidade, é óptimo para os pais seguirem o percurso dos filhos, pois permite localizá-los com uma precisão de 3 metros.

Face a todas estas formas de controle e vigilância um psicólogo inglês acabou por admitir que tais sistemas são bons para o comércio, mas a sua utilização revela uma tendência paranóica para quem os utiliza. Revela sobretudo uma mal estar pessoal, e não tanto de carácter relacional, concluiu.

Fonte: