6.6.08

O espírito comunitário das ilhas e dos antigos bairros operários que ainda subsiste na cidade do Porto


Ilhas de afectos preservam espírito comunitário

Bairros de Entre Quintas, do Cruzinho e de S. Vítor são exemplos do espírito comunitário herdado dos operários do passado



Texto retirado daqui

Os dados conhecidos apontam para 1130 ilhas e 7654 casas repartidas pelas freguesias da cidade. A Rua de S. Vítor, no Bonfim, é a artéria com maior número de ilhas por metro quadrado. São locais de afectos: pelas pessoas e pelas memórias.



Um palmo de cimento separa as casas umas das outras. São quase todas minúsculas e habitadas, na sua maioria, por gente idosa. Que teima em ficar. Foi a única herança dos pais, é hoje a casa dos filhos e dos netos.


"Dantes, a gente repartia a nossa pobreza pelos vizinhos mais necessitados", recorda Conceição Fernandes, do Bairro de Entre Quintas, localizado junto da brazonada Casa Tait, ao Palácio de Cristal. Diante da roupa estendida a fazer lembrar um filme neorealista De Sicca, a moradora nem quer ouvir falar em mudar de sítio: "Esta ilha é a nossa maior riqueza. Os vizinhos fazem parte da família", responde diante da varanda debruada de margaridas de várias cores. "É o nosso jardim", diz.


No bairro do Cruzinho, ao Campo Alegre, feito de casas alinhadas ainda mora gente feliz. Já teve 47 habitações, hoje são 30, muitas delas a cair de podre. Causas? "O senhorio quer ver-se livre de nós. Não manda arranjar as casas e para ele tanto faz que entre água pelos telhados ou pelas paredes. Em dias de chuva ponho várias bacias na cozinha e no sótão. Vivo sem conforto", revolta-se Maria da Conceição Rodrigues, viúva, 78 anos. "Já tive de cortar a luz para evitar males maiores. A vistoria já cá veio, mas as promessas de casa decente foram sempre adiadas", diz, desconsolada.


A conversa estende-se a Maria Adelaide Mendes, 61 anos. "Nasci aqui e aqui espero viver ainda muitos anos. O bairro tem carácter, mas está muito degradado. Há muitas casas devolutas, em ruínas", confirma diante da janela decorada de flores, enquanto a irmã, Maria José Alves, recorda as brincadeiras de infância, a tranquilidade e o espírito do lugar onde toda a gente trata os vizinhos pelo seu nome. "É um bairro diferente e mantém ainda o perfume do passado", enaltece.


A Rua de S. Vítor ganha à légua o palmarés de ter mais ilhas por metro quadrado. Maria Luzia, 52 anos, divide a casa habitada há 46 pelas três filhas: Tânia, de 24, Patrícia, de 20 e Lucília, de 13. A cozinha é minúscula e a casa de banho fica no exterior. "Não temos banheira. Tomamos banho numa bacia", garante a mãe sob o olhar resignado de uma das filhas. "Gostava de fazer obras, mas não tenho dinheiro para mais. Não estica...", confessa.


Ao fundo da ilha, a rede de arame colocada no muro de pedras gastas pelo tempo deixa antever o Douro, mais as pontes de Maria Pia e de S. João. Fausto Leite nasceu e cresceu no Beco do Paço, ao Carregal ,e desloca-se a S. Vítor para acompanhar a mulher em cuidados pela mãe acamada. "Ainda existe convívio nas ilhas. Nos prédios a filosofia é outra", salienta Fausto.


No número 68 do outro lado da rua existe outro corropio de casas e Julieta Lima, 73 anos, passa os dias a "fazer companhia" à irmã cega. "É a minha cruz", resigna-se. "Não tenho vergonha de viver aqui", atira a vizinha do lado, Teresa Pereira, enquanto dá mimos ao neto.


Fora de portas a agitação é outra. A catraiada ensaia passes de bola e a música pimba distrai as atenções de quem circula. Depois da Revolução Industrial, as fábricas foram demolidas e deram lugar a condomínios. Mas as ilhas continuam a povoar a cidade.

Hoje há a ante-estreia do filme Pas Perdus de Regina Guimarães e Saguenail na Videoteca de Lisboa

A Videoteca celebra o seu 17º aniversário com o lançamento de um livro e a ante-estreia de PAS PERDU (p&b, 40’), realizado por Saguenail


Hoje, dia 6 de Junho, pelas 21h30, na Videoteca Municipal de Lisboa, vai realizar-se a ante-estreia do filme Pas Perdus de Regina Guimarães de Saguenai.

Videoteca de Lisboa
Largo do Calvário, nº 2 - 1300-113 LISBOA
Telefone: 21. 361 02 20


http://www.videotecalisboa.org/
http://apordoc.org/index.htm?no=1000001


Ao mesmo tempo decorrerá o lançamento do Livro «LER CINEMA, O Nosso Caso, conversas e outros textos em volta de um certo cinema português »


A entrada é livre e a todos os presentes será oferecido um exemplar do livro.

Campos do Sul. Memória de uma Revolução. Transformações económicas e sociais 1974-75 (Exposição e Colóquio em Castro Verde a partir de 6 de Junho)


Com a organização e a produção do Instituto de História Contemporânea vai ser inaugurada, em Castro Verde, no Fórum Municipal, dia 6 de Junho (Sexta Feira), pelas 18.00h, uma exposição intitulada: “Campos do Sul. Memória de uma Revolução. Transformações económicas e sociais, 1974-75”.

Trata-se dum projecto que visa dar a conhecer o processo social e as alterações económicas ocorridas nos campos do sul no período subsequente ao 25 de Abril de 1974 e que, embora tendo como público-alvo a população em geral, dá uma particular atenção aos alunos dos ensinos básico e secundário, pelo que também foi elaborada com preocupações de carácter didáctico.

Do ponto de vista da sua estrutura, a exposição divide-se em três partes:
Na primeira, intitulada – “Anos 60: Êxodo Rural e Estrutura Económica e Social” –, apresentam-se os números do êxodo rural e referem-se os aspectos mais marcantes da estrutura económica do Alentejo nos anos 60: subida do preço dos salários, recuo da área semeada e intensificação da mecanização agrícola num contexto de decadência do latifúndio tradicional e de afirmação crescente do capitalismo agrário na região. A par deste aspecto, caracterizam-se as classes sociais em presença no quadro duma estrutura fundiária onde 2% das propriedades agrícolas existentes correspondiam a 57% da área total agrícola disponível.

A segunda, – “O 25 de Abril e o Movimento Social dos Assalariados Rurais” –, inclui informação sobre:
a) A nova realidade política e social emergente no Alentejo a seguir ao 25 de Abril (eleição para as comissões administrativas de câmaras municipais, juntas de freguesia e casas do povo; constituição de sindicatos agrícolas, ligas de pequenos agricultores e associações de agricultores);
b) Os conflitos sociais que se desenvolvem nos campos (primeiro caderno reivindicativo dos assalariados rurais, greve no concelho de Beja, assinatura das primeiras convenções de trabalho por concelho, distribuição dos trabalhadores rurais pelas herdades, assinatura dos primeiros contratos colectivos de trabalho, intervenções do Estado nas explorações agrícolas e primeiras ocupações de terras).
c) O movimento de ocupações de terras (fases do movimento, áreas ocupadas, legislação sobre a reforma agrária e acção dos 4º e 5º Governos Provisórios).

Na terceira parte, dedicada às “Novas Unidades de Produção Agrícolas”, para além da referência ao processo conducente à formação das UCP(s) e Cooperativas, apresentam-se as características destas novas entidades de gestão colectiva da terra.

A exposição tem a coordenação científica de Constantino Piçarra e João Madeira e a pesquisa de imagem da Susana Martins. É financiada pela ESDIME, no âmbito do projecto Leader +, e conta com o apoio das Câmaras Municipais de Castro Verde e Grândola. Para além destes apoios a exposição contou, ainda, com diversas colaborações, como o Diário do Alentejo, a Biblioteca Nacional, a Torre do Tombo, o Arquivo do Diário de Notícias, a Hemeroteca de Lisboa e alguns particulares com a cedência de fotografias.

Relacionado com esta temática, o Instituto de História Contemporânea organiza e promove no dia 7 de Junho, Sábado, em Castro Verde, no Fórum Municipal, pelas 10.00h, um Colóquio aberto a todos aqueles que nele queiram participar subordinado ao tema: “Campos do Sul. Memória. Presente e Futuro”.




Colóquio - Campos do Sul: Memória, Presente e Futuro ( 7/6/2008)

O Instituto Português de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC) vai promover em Castro Verde, no Fórum Municipal, iniciativas em torno da temática “Campos do Sul – Memória de Uma Revolução”, abordando as transformações sociais e económicas em 1974 – 1975.
A participação é livre e aberta a todos os interessados.


10h00 - Abertura
Fernando Rosas - Presidente do Instituto de História Contemporânea
Fernando Caeiros - Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde

10h30 -Pausa para Café

10h45 -O 25 de Abril nos Campos do Sul

Comunicações:

Constantino Piçarra (Instituto de História Contemporânea)

- A Reforma Agrária nos Campos do Sul, 1974-1975.

Aron Cohen (Universidade de Granada)

- O Impacto da Reforma Agrária em Portugal no Processo de Transição de Espanha para a Democracia. [Título Provisório]

Fernando Oliveira Baptista (Instituto Superior de Agronomia)

- A Reforma Agrária, 30 Anos Depois.

Moderador: João Madeira (Instituto de História Contemporânea)

12h00 - Debate

12h30 - Pausa para almoço

14h30 -Alqueva, Ambiente e Estrutura Fundiária

Comunicações:

Rita Calvário - Mestranda - (Faculdade de Ciências e Tecnologia)

- Ambiente e Sustentabilidade Agrícola.

Mesa redonda com os representantes dos partidos políticos com representação Parlamentar (PS, PSD, PCP, CDS/PP e BE).

Moderador: Constantino Piçarra (Instituto de História Contemporânea)
Local: Fórum Municipal


www.inesting.org/cm_castroverde/agenda/detalhe.asp?id=222

Sessão de cinema sobre consumo responsável (6 de Junho, às 15h na Casa do Infante)


No âmbito do projecto Consumo Responsável em Rede, a Reviravolta (Comércio Justo no Porto) vai realizar uma sessão de cinema sobre consumo responsável.


Após o visionamento, convidamo-la a participar num pequeno debate sobre o consumo responsável.

O objectivo é sensibilizar a sociedade civil para uma nova forma de encarar o consumo e o que isso pode significar em termos locais, globais e ambientais.

A sessão de cinema sobre Consumo Responsável vai ter lugar na Casa do Infante no dia 6 de Junho pelas 15 horas.

6 de Junho 2008
15:00
Casa do Infante
Rua da Alfândega
4050PORTO
Tel.: 222060400


http://www.consumoresponsavel.com/



Links úteis



Consumo Responsável e Educação do Consumidor


www.consumidor.pt
www.consumoresponsable.com
www.consumosustentavel.com
www.e-cons.net
www.europe.eu.int/pol/cons/index_pt.htm
www.mugarikgabe.org
www.opcions.org
www.setem.org



Dimensão ética do Consumo
Comércio Justo e Consumo Responsável
www.cidac.pt
www.coresdoglobo.org
www.reviravolta.comercio-justo.org



Cooperativas de Consumidores
www.consumo-pt.coop
www.hispacoop.es



Turismo Ético e Solidário
www.modevida.com
www.tourismconcern.org.uk
www.ten-tourism.org



Agricultura Biológica
www.agrobio.pt



Defesa do Consumidor
www.deco.proteste.pt



Sociedade de Consumo
www.adbusters.org
www.antipub.net/association
www.apap.co.pt
www.apan.pt
www.behindthelabel.org
www.briefing.iol.pt
www.consumidor.pt
www.deco.pt
www.icap.pt
www.nologo.org
www.seguranet.crie.min-edu.pt/segura/index_jovens.htm



O poder do consumidor
www.cidac.pt
www.consumoresponsable.com
www.econs.net
www.setem.org



Mudanças de hábitos de consumo
www.consumoresponsable.com/guias
www.consumosustentavel.com
www.deco.proteste.pt
www.generation-europe.eu.com
www.lipor.pt
www.mugarikgabe.org
www.opcions.org
www.setem.org
www.valormed.pt
www.valorsul.pt



Energia
www.eco.edp.pt
www.ecocasa.org
www.energysavingtrust.org.uk
www.quercustv.org/spip.php?article89



Vestuário/calçado
www.behindthelabel.org/video.php
www.cleanclothes.org
www.cleanupfashion.co.uk
www.globalexchange.org/campaigns/sweatshops
www.pangea.org/setem
www.setem.org



Alimentação
www.dgs.pt
www.foei.org
www.foodfirst.org
www.obesidade.online.pt
www.spcna.pt
www.speo-obesidade.pt
www.stopogm.net
www.worldhunger.org



Higene Doméstica e pessoal
www.apequimica.pt/reach.htm
www.archivo.greenpeace.org/toxicos/html/affect.html
www.cosmeticsdatabase.com
www.greenpeace.org
www.lesstoxicguide.ca
www.panda.org/about_wwf/what_we_do/policy/toxics/index.cfm
www.opcions.org



Saúde
www.mindfreedom.org
www.infarmed.pt
www.obesidadeonline.pt
www.portaldasaude.pt
www.who.int



Resíduos
www.acrplus.org
www.eunaofacolixo.com
www.inresiduos.pt
www.zeroresiduos.info
www.aguaonline.co.pt
www.pontoverde.pt



Fileiras



Fileira Metal
www.fileirametal.pt
Plastval (Fileira do plástico)
www.plastval.pt
Recipac (Fileira do papel/cartão)
www.recipac.pt
Embar (Fileira da madeira)
www.embar.pt



Consumo Responsável na Escola
www.abae.pt/eco-escolas.php
www.agenda21local.info/index.php
www.aspea.org
www.bcn.es/agenda21/A21_ESCOLAR.htm
www.consumosustentavel.com
www.eb1-ponte-n1.rcts.pt
www.quercus.pt

O Plátano de Portalegre, que é uma das mais famosas árvores do país, está a ser alvo de trabalhos de conservação


Uma das mais famosas árvores do País, o Plátano da cidade de Portalegre, que está a celebrar 170 anos de existência, está a ser sujeito a uma operação de conservação, manutenção, limpeza e tratamentos fitossanitários.

O plátano plantado há 170 anos, em Portalegre, apresenta a maior copa da Península Ibérica. Com o seu crescimento o plátano pode, a curto prazo, condicionar a circulação de camiões no centro da cidade.


Os serviços de arboricultura da Fundação Serralves iniciaram por isso uma rectificação nas borrachas que apoiam os ramos para que não danifiquem a casca das ramificações da árvore, que estava a ficar ferida.


Desafiando a passagem do tempo, a árvore, que foi mandada plantar no rossio de Portalegre pelo botânico José Maria Grande, há 170 anos, cresceu e desenvolveu-se, sendo já necessários 18 suportes para os seus largos ramos.


Considerado de interesse público, o plátano do centro de Portalegre, no Jardim do Tarro (ou Jardim da Avenida da Liberdade), apresenta actualmente uma copa com cerca de 34 metros de diâmetro médio.

A operação de manutenção da árvore, considerada emblemática da história de Portugal, integra-se nas comemorações do Dia Mundial do Ambiente.

Referência Bibliográfica:

«O mais célebre plátano do país é o de Portalegre, que se situa num jardim desta cidade, cuja sombra é muito apetecível principalmente no Verão. Esta árvore que foi plantada em 1838 junto a uma linha de água, tem hoje o tronco em grande parte soterrado, em virtude dos aterros sucessivos para nivelamento do actual arruamento (Av. da Liberdade). Está considerado de interesse público por decreto publicado em "Diário do Governo".
Do tronco que presentemente é muito curto, com 5, 26 m de P.A.P., saem inúmeras pernadas que formam uma copa larga e densa, com 27 m. de diâmetro.
É de notar que este plátano, segundo Sousa Pimentel, em 1894 tinha 3 metros de P.A.P. e a copa 24 m. de diâmetro.»

Ernesto Goes- in Árvores Monumentais de Portugal ,1984

Caminhada no Trilho dos Currais em Terras do Bouro ( dia 7 de Junho)


O município de Terras de Bouro vai comemorar o Dia Mundial do Ambiente com a caminhada no trilho dos Currais, a realizar no próximo sábado (dia 7 de Junho), com partida e chegada ao Vidoeiro (Vila do Gerês).
O evento é organizado pela autarquia que coloca à disposição dos caminheiros um percurso pré-definido e circular que possibilitará a visita a vários currais dos Baldios do Vilar da Veiga: Curral da Espinheira, da Carvalha das Éguas, da Lomba e do Vidoeiro, revivendo as tradições comunitárias da vezeira em que é possível, ainda, encontrar o gado bovino, levado para a serra em 15 de Maio, bem como as cabanas ou casarotas para abrigo dos "vezeiros", tendo como palco a beleza das pastagens verdejantes, a flora autóctone e os miradouros sobre o vale do Cávado, nomedamente o da Pedra Bela que inspirou Miguel Torga a escrever o poema "Pátria", excelente atractivo para ocupação de uma manhã do fim-se-semana.


Com estas iniciativas o município pretende também reforçar a procura que os trilhos pedestres no concelho têm registado, proporcionar aos cidadãos a actividade física e de lazer em contacto com o património cultural e ambiental de Terras de Bouro e assinalar a efeméride. Em suma, trazer mais visitantes ao concelho, de modo especial ao Gerês, combatendo a sazonalidade e dar a conhecer os tesouros escondidos que o concelho de Terras de Bouro encerra.


As inscrições são gratuitas e podem ser efectuadas até ao início da actividade, embora seja aconselhável que os interessados façam a inscrição junto da Divisão Cultural do Município, pelo telefone 253/350010, nos postos de turismo ou através do e-mail, ddsc@cm-terrasdebouro.pt podendo, ainda colher informações em www.cm-terrasdebouro.pt onde constam o pormenores de todas as caminhadas.



O Trilho dos Currais, inserido na temática “tradições comunitárias”, percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês.


Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota (PR) cuja distância a percorrer é de 10 km, sendo o grau de dificuldade médio a elevado.
Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho dos Currais proporciona um contacto directo com o espírito e tradições comunitárias locais, a partir da organização silvo-pastoril na forma de vezeira.


Esta prática comunitária, peculiar da Serra do Gerês, decorre de Maio a Setembro, sendo o gado bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam os currais.


Os vezeiros - proprietários do gado - acompanham durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabeças que possuem, transportando os utensílios para a alimentação e estadia nas cabanas dos currais.


A manutenção destas estruturas comunitárias é assegurada anualmente. Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam as cabanas e as fontes.


Trilho dos Currais ( características):

Extensão: 10 Km


Duração:4 Horas


Dificuldade:Médio a Elevado


Local: Serra do Gerês - PNPG


Parque de Campismo do Vidoeiro - Gerês


EN-308-1




Geologia e Geomorfologia


A monotonia geológica materializa-se pelo granito do Gerês, muitas vezes interrompida por sistemas de filões quartzosos, os quais, normalmente, apresentam uma orientação aproximada de nordeste-sudoeste.
O aspecto geomorfológico geral da região caracteriza-se pela existência de vertentes íngremes e linhas de água bem definidas, localizadas na encosta esquerda do vale do Rio Gerês.
A morfologia deste vale está relacionada com a existência da falha geológica que se prolonga entre o Gerês e o Lóbios. Sobre essa falha actuaram agentes erosivos, ao longo de muitos milhões de anos, dando origem a este pronunciado vale


Fauna

Ao calcorrear este trilho de admiráveis paisagens naturais, observam-se os animais em pastoreio; as cabras, as vacas e os cavalos, as aves de rapina e outros animais selvagens.
As aves são de fácil observação e destacam-se na paisagem natural. Desta espécie podem ser observadas a águia-de-asa-redonda, o falcão-peregrino (Falco peregrinus) o peneireiro (Falcus tinnunculus) e a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrochorax pyrrochorax).
Destaca-se, ainda, o corço (Capreolus capreolus), o lobo (Canis lúpus), o javali (Sus scrofa) e o esquilo. Devido aos seus hábitos mais esquivos, torna-se difícil a sua observação, contudo deve-se dar atenção aos seus indícios - as pinhas roídas, os dejectos, as tocas, as pegadas, os vestígios de alimentação - que traduzem a sua presença.


Flora

O trilho dos Currais é rico em valores florísticos, quer ao nível arbóreo, quer arbustivo. Na área envolvente do trilho estão representadas as espécies de resinosas: Pinheiro silvestre (Pinus Sylvestris), Pinheiro bravo (Pinus pinaster), e Pinheiro negral (Pinus nigra). Das folhosas destacam-se os carvalhos (Quercus robur) e (Quercus pyrenaica), o Azevinho (Ilex aquifolium), o Medronheiro (Arbutus unedo), a Pereira brava (Pytrus pyraster), o Padreiro (Acer pseudoplatanus) e o cornogodinho (Sorbus ocuparia).
A sua composição florística diversifica-se conforme a altitude e os microclimas. À medida que se sobe em altitude as espécies de matos tornam-se dominantes.
Observam-se os Tojais (Ulex minor) e (Ulex europaeus), a Torga (Calluna vulgaris), Carqueja (Chamaespatium tridentatum) e as Urzes (Erica arbórea) e (Erica cinerea), encontrando-se em zonas de maiores altitudes, o Zimbro (Juniperus).