15.3.11

35 anos depois de Ferrel, Península Ibérica exige o fim da energia nuclear

Há 35 anos, os sinos da igreja tocaram e o povo de Ferrel (concelho de Peniche) marchou contra a construção da central de nuclear projectada para a sua localidade à beira-mar plantada. O fim do nuclear em Portugal estava lançado.




Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear em Portugal. Também em Espanha, nos anos 70, fortes mobilizações anti-nucleares conseguiram impedir 10 dos 25 projectos planeados. Contudo, o acidente de Fukushima veio relembrar que os perigos da energia nuclear não conhecem fronteiras. Organizações portuguesas e espanholas reclamam agora o encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.


A situação nuclear no Japão

No passado dia 11 de Março, o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 9,0 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares.Esta situação expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.

Vários especialistas consideram já este como o segundo maior incidente nuclear da história e não excluem a hipótese de ultrapassar a gravidade de Chernobil. Há neste momento vários reactores em risco de fusão do núcleo e já ocorreram várias fugas de compostos altamente radioactivas. Uma catástrofe ecológica e social é, neste momento, uma forte possibilidade. A gravidade da catástrofe, não só para o Japão, como também para os países vizinhos, será ditada pelo que se venha a passar com os reactores (que continuam a constituir uma incógnita para os especialistas), bem como pela direcção dos ventos que transportam as nuvens radioactivas.

Portugal disse não ao nuclear em Ferrel, há 35 anos
Em 1976 ainda não tinham ocorrido os acidentes nucleares mais graves da história: Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011). Tal não impediu a população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada, no concelho de Peniche) de marchar contra a construção de uma central nuclear na sua terra, a 15 de Março de 1976.

Também em Espanha se geraram fortes mobilizações anti-nucleares em Espanha, que conseguiram impedir a construção de 15 centrais nucleares no território espanhol. Como resultado, apenas entraram em funcionamento 10 reactores nucleares dos 25 planeados. Destes dez, um deles foi encerrado após o acidente de Vandellós em 1979 e a de Zorita encerrou em Junho de 2004.

35 anos depois, é tempo de reavaliar as unidades que se construiram por toda a Europa e, em particular na Península Ibérica, onde Espanha conta com 6 centrais nucleares (8 reactores) em operação, duas delas (Sta. María Garoña, perto de Burgos e Cofrentes, perto de Valência), utilizando a mesma tecnologia (BWR) que a central de Fukushima. A Central Nuclear de Almaraz, junto ao Tejo e a 100km da fronteira portuguesa, já ultrapassou o período previsto de funcionamento e há alguns meses foi decidido prolongar em 10 anos o seu período de actividade. Este é mais um factor de preocupação para Espanha e para Portugal. Em caso de um grave acidente nuclear, os impactos dificilmente ficarão contidos nas fronteiras espanholas.

Pedimos o encerramento faseado das centrais nucleares espanholas
A energia nuclear é prescindível em Espanha, dado que este país exporta energia eléctrica a todos os seus países vizinhos, incluindo França. A electricidade produzida pelas nucleares pode substituir-se por medidas de poupança e eficiência e por um forte apoio às energias renováveis. Desta forma poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento do 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.

Além do mais, evita-se a necessidade de gestão de resíduos radioactivos que venham a ser produzidos. Actualmente há cerca de 3500 toneladas de resíduos de alta actividade, que chegariam a 7000 Tm. Com o encerramento faseado das nucleares, o volume de resíduos nucleares seria convenientemente reduzido.

Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.

Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro. As organizações subscritoras deste comunicado, apelam, por isso, ao encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.

AZU
Ecologistas en Acción
Francisco Castejón (Campaña Antinuclear)
GAIA
Quercus

http://gaia.org.pt/node/15922

Imagem retirada do:
http://ingenea.gualter.net/

Tsunami Nuclear no Japão e solidariedade com o povo japonês

Para quem quiser acompanhar o Tsunami nuclear no Japão:

http://twitter.com/ecologistas/favorites

http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-12307698

http://www.ecologistasenaccion.org/


http://www.naoaonuclear.org/

Foi convocado para dia 17 uma acção internacional contra a Ameaça Nuclear e de Solidariedade com o povo japonês.

ENERGIA NUCLEAR? NÂO, OBRIGADO
Agora e sempre contra o lobby pró-nuclear

Novas e várias explosões registaram-se na central nuclear de Fukushima, no Japão. A radioactividade encontra-se acima dos níveis admissíveis. O Acidente Nuclear gannha cada vez maiores proporções.

A 100 km a norte a central de Onagawa está em estado de urgência.
Por sua vez na central de Tokaï a cerca de 100 km a norte de Toquio, um dos seu reactores encontra-se avariado e não se consegue o seu arrefecimento.

Assembleia MayDay em Lisboa na próxima 4ª feira (dia 16)


3ª Assembleia MayDay 2011
4ª feira :: 16 de Março :: 21h
SOLIM (Rua da Madalena, 8)

Entretanto, no Porto, no dia 1 de Março, realizou-se também a primeira assembleia preparatória do MayDay, às 21h30, no Breyner 85 (Rua do Breyner, 65. Porto).

MayDay Lisboa 2011 já arrancou e começou a reunir forças para um percurso que junta muitas vozes contra a precariedade e que culmina na manifestação de todos os trabalhadores, no 1º de Maio.

Vem pensar e construir este caminho connosco!

O MayDay é uma parada contra a precariedade, que decorre no dia 1 de Maio. Desde a estreia em Milão (2001), o MayDay tem-se multiplicado por todo o mundo. Em 2007, chegou a Lisboa e, em 2009, realizou-se pela primeira vez, no Porto. Em 2011, novamente, o precariado sairá à rua em Lisboa e no Porto É um protesto de trabalhadores/as precários/as que se realiza no 1º de Maio.


Em 2011, vamos novamente sair à rua...
porque acreditamos em trabalho com direitos, para todos/as;
porque defendemos o trabalho digno;
porque não aceitamos que as nossas vidas se façam a prazo, a recibo verde ou em empresas de trabalho temporário (ETT's);
porque não aceitamos a indignidade do desemprego e da desprotecção social;
porque acreditamos que não há liberdade enquanto houver precariedade.


http://www.maydaylisboa.net
http://www.maydayporto.blogspot.com/

12 Março 2011O MayDay Lisboa 2011 já começou!
Dia 13 de Março o protesto continua!
A precariedade não é inevitável!
Diz-se por aí que a precariedade é inevitável e que é o único sistema possível. Mas nós sabemos que não é verdade! E também não é uma questão geracional: hoje, quem cai no desemprego só encontra precariedade, independentemente da sua idade.

O discurso da estabilidade que nos vende o poder político e financeiro é simples: é o discurso do medo, do “deixem-se estar quietinhos, porque senão vai ser ainda pior”. Não podemos viver no medo do FMI, do défice ou dos mercados financeiros porque esse medo é a chantagem para que a nossa vida seja cada vez pior. Acusam-nos de ter excesso de expectativas quando ainda só conhecemos dificuldades.

MayDay, MayDay!!
O Mayday é um movimento de trabalhadores/as precários/as que culmina numa manifestação no 1º de Maio, onde nos juntamos, todos e todas. De todas as idades e de todas as experiências laborais. Porque sabemos que a chantagem que nos impõem é sobre a nossa vida e que, embora se reflicta de formas diferentes, ela tem por base o mesmo plano político de desestruturação social e de aumento das desigualdades. Organizamo-nos através de assembleias abertas e divulgadas publicamente para que toda a gente possa participar. No Mayday, toda a gente faz falta – trabalhadores e trabalhadoras a falsos recibos verdes, com contratos a termo, em subcontratação por Empresas de Trabalho Temporário que nos roubam metade do salário, trabalhadores/as informais, estudantes a quem a bolsa foi cortada, intermitentes do espectáculo, desempregados/as, bolseiros/as de investigação, quem faz estágios não-remunerados, todos e todas aquelas que vêem os seus direitos reduzidos e todas e todos os que se quiserem juntar por saberem que os direitos laborais, sendo para todos, são também para si.

Sabemos que a precariedade não é inevitável. E sabemos que somos muito mais do que aquilo a que nos querem reduzir. Junta o teu grito a esta revolta

Prosseguem agora na cidade de Compostela as II Jornadas Galego-portuguesas de Edição Independente


Depois de uma semana de atividades no Porto, continuam em Compostela as II Jornadas Galego-portuguesas de Ediçom Independente organizadas por Estaleiro Editora, Corsárias, Gato Vadio, Casa Viva e Colectivo Hipátia.

As mesas redondas em Compostela vam-se desenvolver de 14 a 17 de Março, às 19:00 h. na Biblioteca Ánxel Casal e na sexta-feira 18 vam finalizar com um recital poético-musical que se celebrará no Bar As Duas às 22h00 (Pr. da Oliveira, Compostela).

As II Jornadas Galego-portuguesas de Ediçom Independente começam em Compostela nesta segunda feira, 14 de Março, às 19:00 h. na Biblioteca Ánxel Casal. As quatro mesas redondas tocarám temas de atualidade relacionados com a ediçom e o pensamento crítico. Para isto vai-se contar com mais dumha duzia de ativistas de diferentes ámbitos profissionais (jornalistas, advogados, professores, sociólogas, sindicalitas, poetas, etc). As mesas giram à volta de quatro eixos temáticos: a situaçom dos meios de comunicaçom galegos, a restriçom dos direitos civis, o conhecimento para a transformaçom social e as diferentes caras da crise.

A seguir o programa completo:

COMPOSTELA (de 14 a 18 de Março):

Às 19:00 na Biblioteca Ánxel Casal

14 de Março, segunda-feira

Na Galiza em Galego!

A situaçom dos meios de comunicaçom nacionais a debate:

Comba Campoy (Tempos Novos), Marcos Pérez Pena

(jornalista), Xoán R. Sampedro (Novas da Galiza),

Gerardo Rodrigues (Portal Galego da Língua)

1.- Como achas a situaçom dos meios de comunicaçom galegos após a chegada ao poder do PP?

2.- Pensas que o boom deste tipo de iniciativas estivo apoiada mais nas ajudas públicas do bipartito que em projectos empresariais coerentes, com vocaçom de continuidade?

3.- Em definitivo, que factor julgas que influenciou mais o feche de meios galegos: a transformaçom das políticas autonómicas ou a falta de manobra dos seus gestores?

4.- Qual pensas que é o papel que tem que desempenhar o trabalho voluntário no jornalismo galego? No vosso meio, como vivedes este tema?

15 de Março, terça-feira

Estado de excepçom normalizado.

A restriçom dos direitos civis na ofensiva ultraliberal:

Borxa Colmenero (Ceivar), José A. Brandariz (Esculca),

Miguel Fernández (Foro galego da imigración), Sandra

Garrido (PreSOS), Rui Pereira (jornalista, Universidade

do Minho).

1.- O Estado de Excepçom é umha excepçom ou umha norma? Pode-se manter umha sociedade de privilégio sem um estado de excepçom?

2.- Onde avaliades umha erosom dos direitos civis e políticos?

3.- Nos processos de exclusom social implementados polos governos, como afecta ao conjunto da cidadania e em particular às pessoas reclusas, às trabalhadoras migrantes e/ou às refugiadas?

4.- Como afecta o neocolonialismo das multinacionais ocidentais aos fluxos migratórios?

5.- Está garantido o direito à informaçom?

6.- Como fazer frente, neutralizar e visibilizar estas opressons? Como chegar às maiorias sociais?

16 de Março, quarta-feira

Pensamento à margem.

O conhecimento para a transformaçom social:

Maria do Cebreiro Rábade Vilar (teórica da literatura),

Tareixa Ledo Regal (socióloga), Marcial Gondar Portasany

(antropólogo), Francisco Sampedro (filósofo)

1.- Pensamento fora ou dentro da academia?

2.- Como incluir o conhecimento das mulheres e o da populaçom camponesa numha práctica emancipadora?

3.- Continua a ser o proletariado o Sujeito histórico?

4.- Que ligaçons há entre a injustiça social global e a injustiça cognitiva global?

5.- Como combater o individualismo e criar novas colectividades?

6.- Pode-se falar da poesia como lugar de pensamento e de intervençom?

17 de Março, quinta-feira

As caras da crise.

Movermo-nos politicamente num momento de resistência social:

Laura Bugalho (CIG), Carme Freire (SLG), David Rodríguez

(Fonambulista Coxo), Antom Santos (Escola Popular Galega)

1.- Que propostas a curto prazo vedes viáveis para combater a crise? Como passar da teoria à práctica?

2.- As estruturas organizativas tradicionais excluem sistematicamente as mulheres da participaçom política?

3.- Como responder ao ataque aos sindicatos, o aumento da precariedade laboral e o aumento do desarraigo?

4.- Como se podem conjugar as reivindicaçons sociais e ecológicas?

5.- Tendo em conta a complexidade da crise, como transmitir entusiasmo e visibilizar alternativas? Quais podem ser os caminhos?

18 de Março, sexta-feira 22h00 Bar As Duas

Encerramento jornadas

Festaleiro Corsário Vadio.

Recital poético-musical Copyleft