5.12.11

Amigos Maiores Que o Pensamento - Projecto de divulgação da vida e obra de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira


Em 2012, faz, respectivamente, 25 e 30 anos que José Afonso e Adriano Correia de Oliveira decidiram pegar na trouxa e zarpar. Usemo-los como pretexto de celebração propulsor da convergência necessária entre todos os que vieram por bem e quiserem lutar por um mundo melhor, porque é tempo de ir para a rua gritar!

Num tempo que nos exige respostas firmes, o projecto AMIGOS MAIORES QUE O PENSAMENTO pretende contribuir activamente para a divulgação da vida e obra destes homens, não numa perspectiva saudosista, porque percebemos a necessidade de redefinir e diversificar as formas de acção, mas como ponto de partida consensual: a cultura é uma arma e o legado cívico e cultural que nos deixaram estes amigos são exemplo e estímulo para a estrada que temos de percorrer

O MANIFESTO
I
Tempos de borrasca invadem-nos a alma!
Ainda assim, cada pedaço, cada fresta do nosso imaginário comum continua, teimosamente, a esvoaçar ao encontro dos desafios que geram o nosso descontentamento.
Por rotas seculares, em ladeiras escorregadias, palmilhando carreiros de esperança… por todas as formas de andar de cabeça erguida… a humanidade tem vindo a calcorrear, pedra a pedra, calçada a calçada, o devir de um novo mundo.
Foi com essa inquietação, com essa incessante busca do homem livre, que o Zeca e o Adriano se alistaram em combate…
II
Sabemo-lo e orgulhamo-nos disso: José Afonso e Adriano Correia de Oliveira foram exemplos de cidadania política, cultural e social. Tinham uma capacidade de intervenção indiscutível que, ainda hoje, pode e deve servir de estímulo para todos quantos não abdicam das causas da liberdade e da dignidade humana. Conscientes de que a intervenção activa e intencional deve ser parte indissociável da vida, Zeca e Adriano nunca deixaram de ser militantes a tempo inteiro nas causas em que acreditavam, sempre com espírito de solidariedade, de generosidade, da vida colectivamente partilhada. Fizeram das cantigas os hinos de que precisávamos para melhor falarmos dos nossos anseios e aspirações, para lutarmos por uma sociedade livre e verdadeiramente democrática.
A concretização dos nossos sonhos é diariamente ameaçada e sentimos bem real e concreta a necessidade de manter desfraldadas ao vento as bandeiras que ergueram. Queremos que a postura e a mensagem destes e de outros homens amigos maiores que o pensamento – sejam cada vez mais conhecidas e que continuem a servir-nos de inspiração nos caminhos da nossa luta colectiva. Com Zeca e Adriano reafirmamos: há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!
III
Num tempo que nos exige respostas firmes, o projecto AMIGOS MAIORES QUE O PENSAMENTO pretende contribuir activamente para a divulgação da vida e obra destes homens, não numa perspectiva saudosista, porque percebemos a necessidade de redefinir e diversificar as formas de acção, mas como ponto de partida consensual: a cultura é uma arma e o legado cívico e cultural que nos deixaram estes amigos são exemplo e estímulo para a estrada que temos de percorrer.
Em 2012, faz, respectivamente, 25 e 30 anos que José Afonso e Adriano Correia de Oliveira decidiram pegar na trouxa e zarpar. Usemo-los como pretexto de celebração propulsor da convergência necessária entre todos os que vieram por bem e quiserem lutar por um mundo melhor, porque é tempo de ir para a rua gritar!
Cantos velhos, cantos novos; lutas velhas, lutas novas… Unidos pelos tons maiores dos nossos sonhos, pelo arco-íris da diversidade, estaremos juntos e não nos deixaremos esmorecer… mesmo quando os ventos não prestem ou as marés não convenham.
Em 2012, juntos seremos, como o foram e sempre serão o Zeca e o Adriano, AMIGOS MAIORES QUE O PENSAMENTO!

Amigos Maiores que o Pensamento
Novembro de 2011


Precários em Portugal — Entre a fábrica e o call center ( organização do livro por José Nuno Matos, Nuno Domingos, Rahul Kumar)


Em 2010, Portugal era o terceiro país da União Europeia com maior índice de precariedade laboral. Cerca de 23,2% dos trabalhadores por conta de outrem estavam ligados à sua entidade patronal por um contrato a termo ou por outro tipo de vínculo precário. Ao longo deste livro focam-se diversos casos que reflectem uma realidade que se impôs progressivamente nas mais diversas esferas laborais, da fábrica ao call center, do trabalho doméstico aos centros comerciais. Mais do que um mero reflexo de uma «batalha entre gerações», apresentamos aqui um conjunto de investigações que procuram interpretar o fenómeno da precariedade no quadro da evolução das relações de trabalho no nosso país.


Precários em Portugal: da fábrica ao call center
José Nuno Matos, Nuno Domingos e Rahul Kumar (org.)
edição conjunta das Edições 70 e Le Monde Diplomatique

Este livro inclui textos de vários autores publicados no Le Monde diplomatique — edição portuguesa e é o primeiro duma nova colecção de livros de bolso editados em parceria com as Edições 70.

Índice
• 1- «As faces precárias da flexibilidade» (Ana Maria Duarte)
• 2- «Desemprego: a política para lá do trabalho» (José Nuno Matos)
• 3- «Construção civil: precariedade e risco crescente de exclusão» (Maria Cidália Queiroz)
• 4- «Trabalho doméstico: singularidades de uma actividade precária» (Pedro David Gomes e Vanessa R. de la Blétière)
• 5- «Imigrantes e Precariedade Laboral: o caso dos trabalhadores de origem africana» (Sónia Pereira)
• 6- «O verde e a esperança: vivências da crise no Vale do Ave» (Virgílio Borges Pereira)
• 7- «O sistema nervoso: efeitos da precarização no operariado do Vale do Sousa»(Bruno Monteiro);
• 8- «O trabalho em centros comerciais: sobre uma pesquisa empírica» (Sofia Alexandra Cruz)
• 9- «Um centro comercial não é um centro comercial» (Rahul Kumar)
• 10- «Call Centers: à descoberta da ilha» (Fernando Ramalho e Rui Duarte)
• 11- «Call Centers: templos de precariedade (auto)imposta» (Marcos Pereira, João Assunção Ribeiro e Ricardo Costa)

Para adquirir este livro pode contactar  directamente o jornal Le Monde Diplomatique- edição portuguesa, através do e-mail monde-diplo@netcabo.pt  ou contactando-nos pelo telefone 961 743 465 (desconto de 10% para assinantes do jornal).

Leitura de histórias de Robert Walser, por Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral, na livraria-café-bar Gato Vadio(10 de Dez. de 2011, às 17h00)

Leitura de histórias de Robert Walser, por Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral


No dia 10 de Dezembro de 2011, pelas 17h00.

Local: Livraria-café-bar Gato Vadio: Rua do Rosário, 281, Porto.

Robert Walser (Biel, 15 de Abril de 1878 – Herisau, 25 de Dezembro de 1956) foi um escritor suíço de língua alemã. Escreveu nove romances, dos quais restam quatro, além de mais de mil contos. Foi admirado pelos escritores da sua época como Musil, Kafka, Hermann Hesse e Walter Benjamin.Teve uma vida atribulada, com depressões, ansiedades e alucinações, até lhe ser diagnosticada uma esquizofrenia. Entra em 1929 voluntariamente numa clínica psiquiatra e aí permaneceu até à sua morte, no dia de Natal de 1956, quando decide fazer um passeio pela neve, caminhando até ao desfalecimento completo. Aquando do seu internamento, escreve: “Não estou cá para escrever, mas para ser louco”. Hoje é considerado um dos grandes escritores de língua alemã do século XX.
As suas principias obras são: Os Irmãos Tanner, Jacob von Gunten, O ayudante, O bandido, A rosa, O passeio


Bibliografia em português
• Gata Borralheira; Branca de Neve; A Bela Adormecida. Lisboa: & etc, 2000.
• O passeio e outras histórias. Porto: Granito, 2001.
• O salteador. Lisboa: Relógio d'Água, 2003.
• A rosa. Lisboa: Relógio d'Água, 2004.
• Jakob van Gunten: um diário. Lisboa: Relógio d´Água, 2005.
• O ajudante. Lisboa: Relógio d´Água, 2006.
• Histórias de Amor. Lisboa: Relógio d´Água, 2008.


Excerto:
De quando em vez fazemos teatro, pequenos divertimentos que aos poucos degeneram em farsas até que a professora com um sinal nos diz para parar: A mãe: «Não posso permitir que se case com a minha filha. O senhor é demasiado pobre.» O herói: «A pobreza não é vergonha.» - A mãe: «Pois, pois, palavras leva-as o vento. Quais são as suas perspectivas?» - A namorada: «Mamã, peço-lhe, com toda a consideração que sinto por si, que seja mais gentil com o homem que eu amo.» - A mãe: «Calada! Um dia vais agradecer-me por ter respondido com esta severidade impiedosa. - Diga-me, meu senhor, onde foi que fez os seus estudos?» - o herói (um polaco representado por Schilinski): «Estimada senhora, estudei no Instituto Benjamenta. Perdoe-me o orgulho com que o digo.» - A filha: «Oh, mamã, veja só como ele responde. Que finas maneiras.» - A mãe (severa): «Não me venhas com maneiras. Nos nossos dias já não têm qualquer valor as maneiras aristocráticas. O senhor diga-me, por cortesia: O que foi que aprendeu nesse Instituto Bagnamenta?» - O herói: «Perdão: Benjamenta é como se chama a escola, não Bagnamenta. O que eu aprendi? Pois devo dizer que muito pouco. Mas hoje em dia saber muito já não é importante. A senhora concordará.» - A filha: «Está a ouvir, mamã querida?» - A mãe: «Cala-te, estouvada, não me digas para ouvir ou levar a sério estas tolices. O senhor, um jovem bem-parecido, fazia-me um favor se desaparecesse e nunca mais voltasse.» - O herói: «Atrevem-se a pedir-me tal coisa? - Pois seja. Adeus, vou-me embora.» Ele sai, etc. etc. as nossas pequenas peças aludem sempre à escola e aos alunos. O mesmo aluno vive diferentes destinos, bons e maus, que se entrecruzam coloridamente. Tem êxito no mundo ou é vitima das piores desgraças. As peças acabam sempre com a consagração do serviço humilde erigido em símbolo. A fortuna é serva: eis a moral da nossa literatura dramática.

Robert Walser, Jakob von Gunten. Tradução de Isabel Castro Silva.



Clip concebido com imagens do filme "Institute Benjamenta", dos Irmãos Quay (1995).
Música: Leszek Jankowski (banda sonora do mesmo filme).

Oficina de Consumo Crítico e Consciente ( O3C´s ) no dia 10 de Dezembro

Manobras no Porto convida a uma conversa em formato de visita guiada pelo centro histórico do Porto, para a reflexão das nossas escolhas enquanto consumidores, num momento em que as festividades natalícias incitam a uma intensificação do consumo.

O3C´s – Oficina de Consumo Crítico e Consciente – quer desafiar-nos a compreender o impacto económico, social e cultural da globalização na estrutura económica e social do comércio do e no Porto, a partir da observação directa de artérias comerciais da cidade.
Trata-se de uma viagem de discussão e reflexão educativa que tem por finalidade sensibilizar os cidadãos para um consumo mais consciente e positivo no apoio à economia local e ao comércio dito tradicional.

A conversa será conduzida por Pedro Jorge Pereira, activista eco-social, dedicado às áreas do consumo consciente, economia social e desenvolvimento local, dinamizando actividades como as oficinas O3C´s, Escrita Criativa e Jamming Cultural, Sessões Ecológicas, etc.
Licenciado em Publicidades / Ciências da Comunicação.
Co-fundou o núcleo do Porto do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental – GAIA.
Editou e publicou o livro “ Be the change we want to see”, com um forte carácter pedagógico, destinado à educação ambiental e sensibilização para a importância da cidadania activa.
Integrou a Associação Cultural Casa da Horta e dinamizou o projecto Segredos da Horta, de formação e divulgação da alimentação vegetariana natural.

A conversa terá lugar dia 10 de Dezembro, sábado, com início às 10h30 e duração de cerca de 1h30 a 2h.
O ponto de encontro será a porta principal do Mercado Ferreira Borges (Hard Club).
Aconselha-se roupa e calçado adequados a uma vista a pé na cidade.

Agradece-se confirmação para este email até ao dia 7 de Dezembro, quarta feira.

Ficamos a aguardar o vosso contacto.

Até breve,
Manobras no Porto


morada | address
Rua Cândido dos Reis, 46, sala D
4050-151 Porto | Portugal
mob | tel | fax
+351 91 638 63 79
+351 22 609 27 03

Café Paraíso, o último livro de poesia de A. Pedro Ribeiro, irá ser apresentado no dia 8 de Dez. às 21h. no café A Brasileira, em Braga

APRESENTAÇÃO DE "CAFÉ PARAÍSO" DE ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO NA "BRASILEIRA" EM BRAGA

"Café Paraíso", o décimo livro e o nono de poesia de António Pedro Ribeiro ou A. Pedro Ribeiro, vai ser apresentado no café "A Brasileira" em Braga na próxima quinta, dia 8, pelas 21,00 h.

"Café Paraíso" é uma edição Bairro dos Livros (Cultureprint).

A apresentação da obra vai estar a cargo de Ângela Berlinde e do pintor César Taíbo.


António Pedro Ribeiro nasceu no Porto no Maio de 68, viveu em Braga, na Trofa e reside actualmente em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). É autor dos livros "Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os Mercados e Outras Conversas" (World Art Friends, 2011), "Um Poeta no Piolho" (Corpos, 2009), "Queimai o Dinheiro" (Corpos, 2009), "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Um Poeta a Mijar" (Corpos, 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (Pirata, 2004), "Á Mesa do Homem Só. Estórias" (Silêncio da Gaveta, 2001) e "Gritos. Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, 1988). Actuou como diseur e performer nos Festivais de Paredes de Coura de 2006 e 2009 (com a banda Mana Calórica), no Festival de Poesia do Condado de 2007 em Salvaterra do Minho (Espanha) e nas "Quintas de Leitura" do Teatro Campo Alegre no Porto em 2009 e em Maio passado. É organizador, com Luís Beirão, das sessões de Poesia de Choque no Clube Literário do Porto e tem dinamizado as noites de poesia dos bares Púcaros e Pinguim no Porto. Foi fundador da revista literária "Aguasfurtadas" e tem colaborado em revistas como "Piolho", "Porrtuguesia" ou "Bíblia".

"Café Paraíso" fala dos últimos poetas de café, da vivência do poeta nos cafés das cidades- "A Brasileira" e o "Astória" em Braga, o "Piolho", o "Ceuta", o "Luso" e o "Aviz" no Porto, o "Guarda-Sol" e o "Ultramar" na Póvoa de Varzim, o "Pátio" e o "Bom Pastor" em Vila do Conde- e das aldeias (Vilar do Pinheiro, Vila Nova de Telha). Fala da mulher que passa, que se passeia nos cafés, que atende às mesas ou permanece ao balcão a quem o poeta oferece poemas e só às vezes conquista. É também o café das tertúlias com outros poetas e escritores (A. da Silva O., Raúl Simões Pinto), amigas, amigos, as discussões inflamadas, os bares até às tantas. A memória de Joaquim Castro Caldas, Jaime Lousa, Sebastião Alba e de Carlos Pinto, o falecido gerente do Púcaros.

"Café Paraíso" é o homem só à mesa que escreve, lê e observa. É o poeta maldito que incendeia os bares da poesia. São também as figuras do gerente, do empregado de mesa, do teórico de café, do revolucionário de café, do bebado, do louco que berra, as cumplicidades, as conversas, a caixa registadora. Mas é igualmente o tédio, a rotina, o inferno do quotidiano mercantil que, apesar de tudo, é mais fácil de suportar no café do que em casa. A revolta contra a propaganda da TV, o futebol omnipresente que o poeta também vê, o não aceitar da ditadura dos mercados e da finança. "A vidinha de escravos que está a chegar ao fim", o princípio do fim do capitalismo. O café, a cerveja.