Bobby e Nick Ercoline em 1969 e hoje em dia
A imagem dos namorados Bobby e Nick Ercoline abraçados, envoltos em um cobertor, tornou-se um símbolo do festival de Woodstock de 1969. A foto de ambos foi usada na capa do disco com o concerto gravado, e foi tirada sem que eles percebessem.
Casados, entretanto, e vivendo no Estado de Nova York, eles continuam hoje juntos. Não admira que por altura da celebração dos 40 anos do festival eles não tivessem voltado a aparecer na ribalta a fim de dar o seu próprio testemunho
A imagem dos namorados Bobby e Nick Ercoline abraçados, envoltos em um cobertor, tornou-se um símbolo do festival de Woodstock de 1969. A foto de ambos foi usada na capa do disco com o concerto gravado, e foi tirada sem que eles percebessem.
Casados, entretanto, e vivendo no Estado de Nova York, eles continuam hoje juntos. Não admira que por altura da celebração dos 40 anos do festival eles não tivessem voltado a aparecer na ribalta a fim de dar o seu próprio testemunho
O casal que virou ícone da geração Woodstock ao figurar na capa do álbum e no poster do documentário sobre o festival continua junto até hoje, e ainda mora próximo a Bethel, cidadezinha no estado de Nova York, onde há 40 anos (entre 15 e 17 de agosto) centenas de milhares de pessoas se reuniram para celebrar "3 dias de paz e música".
«Acho que a nossa foto resume bem a ocasião. Ela simboliza todo o evento por traduzir a paz que reinava por lá. É uma foto de um casal de jovens, que estavam cansados e molhados, mas também calmos, em paz e profundamente apaixonados», lembra Nick, que acrescenta: «E estamos juntos até hoje. Podem-nos ver na rua andando de mãos dadas e nos beijando. Não mudou nada, ainda somos daquele jeito.»
«A minha impressão mais forte de Woodstock foram todas aquelas pessoas agindo pacificamente», confessa Nick. «As pessoas que vieram de todas as partes dos EUA e de cada canto do mundo. As pessoas se juntaram e cooperaram entre si, dividiram o que tinham uns com os outros e curtiram toda a experiência daquele fim de semana».
Nick diz que outra impressão importante foi o clima de liberdade que havia tomado Woodstock, com as camisetas e vestidos tingidos em tie-dye e rodas de viola à volta das fogueiras. «Via-se coisas que normalmente não viamos. A polícia estava lá com uma atitude de não incomodar as pessoas. Ou seja, as coisas que fazíamos, legais ou ilegais, eram toleradas por eles – e por nós também. Existia a liberdade de fazer basicamente o que se quisesse, e nós fizemos”.
O único inimigo parecia ser a chuva que castigou o recinto constantemente durante o fim de semana e a consequente lama. Mas nem isso afastou o jovem casal. «Nós ficamos desconfortáveis com a lama, e as outras pessoas também – algumas ficaram incomodadas ao ponto de tirar a própria roupa. Nós tínhamos vinte anos de idade, e quem se ia importar com a chuva?».
Eles estavam a namorar havia três meses. Apesar do congestionamento para chegar a Woodstock no segundo dia de festival (16 de agosto de 1969, um sábado), eles conseguiram chegar à fazenda em Bethel por conhecerem os atalhos das estradas próximas. Àquela altura, sem controle sobre quem ia e vinha, Woodstock já era um festival gratuito, e Nick e Bobbi não tiveram que pagar suas entradas.
Nick, que hoje é funcionário público no Condado de Orange, em Nova York, acha que o legado de Woodstock permanece vivo: «A minha geração mostrou para as pessoas que era possível questionar as autoridades. Nós fizemos isso nos anos 60 contra a Guerra do Vietnam».
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