9.5.09

Tertúlia do milagre de Fátima: conversa em torno de milagres, aparições e outras alucinações ( no bar Bacalhoeiro, dia 13 de Maio, às 22h.)

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Encontros do Tremoço

Tertúlia do milagre
Fátima: conversa em torno de milagres, aparições e outras alucinações

Dia 13 de Maio às 22h00

com a projecção das curtas-metragens
Em Fátima rezei por ti de Gonçalo C. Luz
Lucy de Nuno Costa e Cristiano van Zeller
“I got you under my skin”

Na manhã de 13 de Maio, o Jornal de Notícias publicava uma carta assinada por um devoto espírita, que anunciava um facto a respeito da guerra que iria impressionar muita gente. Algumas horas depois, uma pastorinha, Lúcia, num ambiente bucólico e verdejante, teria uma experiência de natureza enteógena e mística, através do consumo de um cogumelo, durante a qual acabaria por receber a visita de um Ser de Luz. Hoje, noventa anos depois, o local onde Lúcia recebeu a inusitada visita é considerado o Altar do Mundo para a maior parte dos crentes católicos. Afinal, a previsão espírita acabaria por confirmar-se.

Local:Bacalhoeiro

Rua dos Bacalhoeiros, 125 Lisboa

tel. 21 886 48 91

geral@bacalhoeiro.pt

www.bacalhoeiro.blog.com


O Bacalhoeiro é uma associação cultural sem fins lucrativos dedicada aos sócios. Traz um amigo também! Todos os eventos são grátis para os sócios, e a cada um é permitido trazer sempre um convidado mediante a apresentação do respectivo cartão.
O custo anual do cartão de sócio é de 8 euros que se destinam a compensar monetariamente o trabalho de todos os artistas que tornam possível a nossa programação

Noites de Sociologia (13 a 15 de Maio, no bar Labirinto, no Porto) vão ter como tema de debate a Cultura do Novo Capitalismo

Blogue de um grupo de estudantes de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto: http://espacolibertado.blogspot.com/



Realizam-se entre os próximos dias 13 e 15 de Maio as Noites da Sociologia, evento histórico organizado por estudantes de Sociologia da Faculdade de Letras, com o apoio do Departamento de Sociologia da mesma faculdade e do Instituto de Sociologia.
Este ano, as noites visitam o bar Labirinto, e abordam uma temática em voga nos dias de hoje, o sistema capitalista à escala internacional nas suas mais diversas dimensões.
Nesse âmbito, será promovido um debate pluridisciplinar onde, para além de oradores ligados à sociologia, marcarão presença convidados das áreas da economia, história, psicologia e da música.

13 de Maio - O Capital e os Capitais: sistema económico e sistemas sociais



- Carlos Manuel Gonçalves
- João Couto
- Manuel Loff

14 de Maio - Encruzilhadas da Política e do Consumo no Novo Capitalismo



- Rui Pereira
- José Mário Branco
- Claudino Ferreira

15 de Maio - Transformação do «Eu» na vida quotidiana das sociedades contemporâneas

- Susana Ralha
- Helena Vilaça
- Orador a anunciar da área da psicologia
E ainda música com os Godot!

Noites da Sociologia, de 13 a 15 de Maio, a partir das 21:30 no Bar Labirinto (Rua Nossa Senhora de Fátima, 334)

II Ciclo de Mulheres Palhaço no Chapitô ( de 2 a 31 de Maio)


De 2 a 31 de Maio de 2009 realiza-se no Chapitô, em Lisboa, o II Ciclo de Mulheres Palhaço, uma iniciativa que reúne cinco artistas que trabalham a arte mímica, o teatro, a música, a máscara, o circo e as técnicas clown: Cantaclown por Marta Carbayo (
2 a 5 de Maio), L'élégance et la beauté por Charlotte Saliou (7 a 10 de Maio), Elisabeth's Last Stand por Nola Rae (11 a 13 de Maio), Joana D'Arppo (Joana, a Brava) por Gardi Hutter (21 a 24 de Maio) e A Won Woman Show por Laura Herts (28 a 31 de Maio).

O lugar das mulheres no campo artístico, na cultura e na sociedade é uma questão presente no trabalho destas cinco mulheres palhaço, atravessado pelo humor, pela ironia e pelo riso. Com toda a importância de um certo modo palhaço de ser.

PROGRAMA DO CICLO

Marta Carbayo – Cantaclown
2 a 5 de Maio de 2009, 22h


Sobre Marta Carbayo

«Natural do Reino de Espanha, a residir na Dinamarca, Marta Carbayo trabalhou com os Palhaços Sem Fronteiras no Sri Lanka. Mais do que uma Mulher palhaço, Marta Carbayo tem presente no seu trabalho de clown preocupações sociais às quais dá forma através das actividades que desenvolve com um grupo de música constituído por pessoas portadoras de deficiência mental.»

Sobre Cantaclwon

«Espectáculo mímico a solo acompanhado por grandes clássicos da música nos seus diferentes géneros: pop, tradicional e clássica. 
Cantaclown já correu os mais variados festivais de Circo e Teatro da Europa como Espanha, Noruega, Dinamarca, Suécia, mas também já viajou por outros continentes.»

Duração: 55 minutos
Direcção: Marta Carbayo
Interpretação: Marta Carbayo

Charlotte Saliou – L'élégance et la beauté
7 a 10 de Maio de 2009, 22h

Sobre Charlotte Saliou

«Natural de França, Charlotte Saliou estudou Musicologia na Université Paris IV Sorbonne e Canto no Conservatoire Municipal des Lilás, no Conservatoire National de Région d'Aubervilliers - La Courneuve, na École Nationale de Musique de Pantin e na École du Samovar.
Tendo trabalhado com diversas companhias em óperas cómicas, como «Monsieur Chouf leur i» de Jacques Offenbach, «Phi-Phi» de Henri Christiné com a companhia Figaro & Co, «Valses de Vienne» de Johann Strauss, com a companhia Le Renouveau Lyr ique, Charlotte Saliou opta por seguir um percurso profissional ligado ao Circo e às Técnicas de Clown e Construção de Máscaras, construindo, em 2003, a personagem Jackie Star, com a qual tem viajado por todo o mundo, fazendo uma sátira à sociedade contemporânea.»

Sobre L'élégance et la beauté

«Depois de um acidente de viação, Jackie Star, uma ex-hospedeira de bordo da Força Aérea torna-se conferencista. Agora, ela vai discutir a elegância e a beleza.
Jackie Star deambula entre o riso, a insanidade e a sua dupla personalidade. Perfeita hospedeira de bordo, exausta comediante trágica, desarranjada cantora de ópera... mas profundamente ligada a nós.»

Duração: 60 minutos
Texto original: Charlotte Saliou
Texto adaptado: Charlotte Saliou e Michael Egard
Direcção: Charlotte Saliou
Interpretação: Charlotte Saliou e Delphine Saliou
Público-alvo: A partir dos 8 anos

Nola Rae – Elisabeth's Last Stand
11 a 13 de Maio de 2009, 22h

Sobre Nola Rae

«Natural de Sidney, emigrou para Londres muito nova. Estudou Ballet na Royal School em Londres para, mais tarde, tornar-se actriz mimo e aperfeiçoar as técnicas mímicas estudando em Paris com Marcel Marceau.
Amante de Shakespeare, Nola Rae trabalha com John Mowat, encenador da Companhia Chapitô, diversos textos do autor, transformando tragédias shakespearianas em comédias. 
Mas é a partir de 1990, com Elisabeth's Last Stand, que Nola muda radicalmente o seu estilo transformando personagens da comédia dramática em personagens contemporâneos, as quais reflectem os vícios e medos do dia-a-dia.»

Sobre Elisabeth's Last Stand

«No final da sua vida, quando tinha 70 anos, Isabel I de Inglaterra permaneceu de pé, durante 15 horas, no tribunal, período após o qual, persuadida pelos já exaustos pajens, sentou-se. Receosa, ela nunca mais se voltou a levantar. Esta é a imagem que inspirou o espectáculo e o seu título "Elisabeth's Last Stand".

Em todas as mulheres vive uma Isabel I. Uma mulher que é forte, poderosa, esperta, receosa, apaixonada e controladora. Até mesmo na tímida Betty (personagem baseada na avó paterna de Nola Rae) reside, à espreita, uma rainha.»

Duração: 1h30
Direcção: Simon McBurney
Coreografia: Nola Rae
Música: Peter West
Público-alvo: A partir dos 8 anos



Gardi Hutter – Joana D'Arppo (ou Joana, a Brava)
21 a 24 de Maio de 2009, 22h

Sobre Gardi Hutter

«Natural da Suíça, Gardi Hutter estudou na Academy of Dramatic Arts em Zurique e no CRT - Centro di ricerca per il teatro.
Enquanto actriz cómica representou peças de Aristófanes e como clown conta com mais de 2700 performances exibidas em mais de 22 países. Também escritora, publicou três obras para crianças e uma para adultos.»

Sobre Joana D'Arppo (ou Joana, a Brava)

«Uma desmazelada lavadeira sonha em tornar-se uma heroína tal como o foi Joana D'Arc, mas na ausência de temíveis inimigos ela transforma a sua lavandaria num grotesco campo de batalha.
Num estilo de comédia trágica, Joana D'Arppo é uma parábola aos dias de hoje pelas mãos de uma desgrenhada, furiosa, suja, louca, tocante e poética mulher-palhaço.»

Duração: 80 minutos
Texto original: Gardi Hutter e Ferruccio Cainero
Direcção: Ferruccio Cainero
Interpretação: Gardi Hutter
Público-alvo: A partir dos 8 anos



Laura Herts – A Won Woman Show
28 a 31 de Maio de 2009, 22h

Sobre Laura Herts

«Natural de Washington DC, descendente de uma família de imigrantes judeus da Alemanha, os Marx Brothers, célebres comediantes do período pós-guerra, Laura Herts cresceu entre o humor e o riso.
Cedo iniciou tournées artísticas e aos 19 anos descobre a paixão pela arte mímica promovendo os seus próprios espectáculos pela Europa, Israel e Estados Unidos da América. Apostada em combinar as Técnicas de Teatro com as Técnicas de Mímica, Laura Herts estou na School of Mime-Theatre Lassaad, na Bélgica, e fez formação em Teatro Físico, Clown com Máscara, Máscara Neutra e Objectos Mímicos para Teatro.
Em 2001 forma a Companhia "The Travelling Laughter Association" com a qual tem viajado por todo o mundo.»

Sobre A Won Woman Show

«Gladys vai ao teatro para ver um filme e depara-se ela mesma em palco, no filme da sua vida. Uma comédia dramática que se apresenta como a história de uma vulgar mulher de meia-idade, porém um pouco excêntrica, que acredita que o marido está presente, ainda que não esteja de facto.
À medida que Gladys vai caindo na realidade de um mundo difícil para as mulheres, ela consegue gerir e encontrar o verdadeiro sentido da vida por detrás da sua própria condição social, deixando que o destino lhe proporcione a experiência da descoberta da liberdade.»

Duração: 1h20
Texto original: Laura Herts
Direcção: Laura Herts, Jango Edwards e Raffaella Benini
Coreografia: Laura Herts
Interpretação: Laura Herts
Público-alvo: A partir dos 8 anos


http://chapito.org/?s=events&v=view&e=17
http://chapito.org/

Carta Aberta sobre Políticas de Imigração e convocação de uma Jornada Europeia pelos Direitos dos/as Migrantes (17 de Maio)


Foi lançada uma CARTA ABERTA sobre políticas de imigração, com o objectivo “promover um debate sério e construtivo, que envolva uma ampla participação da sociedade civil” em torno das políticas de imigração. Preocupados com o actual rumo e opções tomadas em matéria de imigração e comprometidos com a defesa dos direitos humanos e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, dezenas de personalidades públicas dos mais variados sectores da sociedade portuguesa, ligadas a movimentos cívicos/sociais, ao meio académico, às artes, líderes religiosos, defendem a “necessidade de equacionar políticas que assentem no respeito da dignidade humana e que promovam a igualdade de direitos entre as pessoas, independentemente do lugar onde tenham nascido”.

O documento lançado em conferência de imprensa por alguns dos seus subscritores, entre os quais Alípio de Freitas (jornalista e professor universitário), Carlos Trindade (dirigente da CGTP), Chullage (músico), Frei Francisco Sales (Director da Obra Católica Portuguesa para as Migrações) e Paula Teixeira da Cruz (advogada), refere alguns dos os principais problemas que actualmente enfrentam os imigrantes. Em Portugal, várias dezenas de milhares de pessoas mantêm-se à espera da regularização, sujeitas ao carácter excepcional e oficioso dalguns dispositivos da actual legislação. Em toda a Europa, a Directiva de Retorno (popularmente conhecida como da Vergonha) e o Pacto Sarkozy visam criminalizar os imigrantes e minar inclusivamente os seus direitos fundamentais.

A subscrição da carta aberta poderá ser feita para o email:
cartaabertaimigracao@gmail.com



JORNADA EUROPEIA PELOS DIREITOS DOS/AS MIGRANTES

Foi também anunciada a realização, no próximo dia 17 de Maio, uma JORNADA EUROPEIA PELOS DIREITOS DOS/AS MIGRANTES, sob o lema NÃO À EUROPA DA VERGONHA, a decorrer em vários países europeus. Em Portugal, a realizar-se-á uma concentração, a ter lugar pelas 15h, no Martim Moniz.


Carta Aberta sobre políticas de imigração

A todas as cidadãs
A todos os cidadãos
Aos responsáveis dos Órgãos de Soberania
Aos Partidos Políticos

O ano de 2009, ano para o qual está prevista a realização três actos eleitorais, é um momento decisivo para o debate sobre as opções a tomar em temas cruciais como é o caso das políticas de imigração. Mais de um ano após a entrada em vigor da nova Lei de Imigração, as expectativas criadas aquando da sua aprovação não foram cumpridas e, embora a nova lei visasse tentar minorar alguns dos aspectos mais gravosos verificados na anterior, são inúmeras as situações de injustiça com as quais os/as imigrantes se deparam no seu dia-a-dia, das quais destacamos:

• O carácter excepcional e oficioso dos mecanismos de regularização, a exigência de visto de entrada e o rotundo fracasso da política de quotas têm alimentado uma bolsa de indocumentados/as, que neste momento serão de mais de meia centena de milhar;
• Os crescentes entraves colocados ao reagrupamento familiar, à renovação de documentos e os exorbitantes valores das taxas pagas pelos/as imigrantes são outros dos problemas enfrentados.
Estas práticas e políticas em nada favorecem a inclusão dos/as imigrantes na sociedade portuguesa, contribuindo, pelo contrário, para o crescimento trabalho ilegal, para a desumanização das relações de trabalho e para acentuar as desigualdades sociais.

É também com uma enorme preocupação que temos acompanhado as últimas evoluções a nível Europeu. A Directiva de Retorno representa um enorme retrocesso civilizacional que envergonha a Europa. Permitir que uma pessoa (incluindo crianças) possa ficar detida, até 18 meses pelo único “delito” de ter migrado, promover as expulsões, perseguir migrantes, generalizar os centros de detenção, não são passos a seguir se queremos construir uma sociedade mais justa e inclusiva. A adopção formal daquela que foi apelidada por largos sectores da sociedade civil como a “Directiva da Vergonha” em pleno Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, e, em particular, nas vésperas das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é sintoma de um gritante divórcio entre os discursos oficiais e a realidade.

Por outro lado, o Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo é o programa político que visa consolidar medidas de criminalização e de desrespeito dos direitos dos/as migrantes, com o reforço e subcontratação do controle das fronteiras, o condicionamento do acesso ao reagrupamento familiar, a dificultação do acesso a vistos e a adopção do “Cartão Azul” (um esquema de recrutamento hiper-selectivo, em função das qualificações). Por fim, o pacto proíbe a realização de processos regularização de carácter generalizado, condenando à clandestinidade os cerca de 8 milhões de indocumentados/as que vivem na Europa e resumindo as suas possibilidades a uma análise “caso a caso”. O documento, instrumento de carácter programático que visa definir as linhas de acção para o próximo ciclo político – 2010 a 2015 -, contribui para consolidar o carácter repressivo na aplicação das políticas desenvolvidas pelos estados membros e condiciona o próximo “Governo” da UE, ainda antes da realização, em Junho, das próximas eleições para o Parlamento Europeu. Por um lado, é mais um entorse da democracia numa Europa virada de costas para os cidadãos; por outro, está a ser um instrumento de afirmação dos sectores mais xenófobos e populistas da Europa.

As migrações não são uma realidade nova, são tão antigas como a própria história da Humanidade, mas constituem uma característica fundamental da aceleração do processo de globalização verificado nas últimas décadas. Neste processo, a desregulação dos mercados e o aumento das desigualdades Norte-Sul estiveram na base da direcção e magnitude dos actuais fluxos migratórios. O envelhecimento demográfico e as acentuadas necessidades de mão-de-obra, tornaram o velho continente Europeu num pólo de atracção das migrações. No entanto, e apesar da Europa precisar destes/as migrantes, sempre dominou uma relutância hipócrita em reconhecê-lo. O resultado foi um modelo migratório restritivo que alimentou a migração clandestina e o tráfico humano, e que criou um contingente de mão-de-obra desprovida de direitos, descartável, vulnerável perante a exploração laboral e para trabalhar em sectores pouco atraentes para os europeus, com altos níveis de precariedade e de sinistralidade – uma experiência de resto bem conhecida dos milhões de portugueses/as que emigraram, e ainda o fazem, para todo o mundo.

A Europa, a encarar uma crise económica grave, de resto generalizada a todo o globo, tem usado os/as imigrantes para “explicar” o terrorismo, a insegurança, desemprego, enfim os vários males sociais. Preocupa-nos que hoje, tal como em anteriores crises, sejam eles/as o bode expiatório desta situação e as suas primeiras vítimas.

A solução para o impasse requer que se vá à raiz dos problemas.
O direito à residência - sem a qual a existência dos/as imigrantes é relegada a um limbo jurídico que só alimenta a exploração laboral e a exclusão social - é condição sine qua non para uma real inclusão dos/as imigrantes e para a coesão de toda a sociedade.

Mas, no caminho rumo a uma cidadania plena, há ainda muito a percorrer. O direito de voto dos/as estrangeiros/as residentes já existe nas eleições autárquicas para os comunitários e os abrangidos pelos acordos de reciprocidade. Esta situação é manifestamente discriminatória, sendo urgente o acesso ao direito de voto pelos imigrantes residentes, em todas as eleições. Deve-se ainda prestar especial atenção à vulnerabilidade acrescida que enfrentam as mulheres migrantes, assim como à realidade de muitos jovens descendentes, os quais, continuam a sofrer os efeitos da guetização e exclusão. Escutemos a insatisfação crescente que se vive nos bairros.
Lançamos um desafio: o de promover um debate sério e construtivo, que envolva uma ampla participação da sociedade civil, incluindo os/as imigrantes. É necessário equacionar políticas que assentem no respeito da dignidade humana e que promovam a igualdade de direitos entre as pessoas, independentemente do lugar onde tenham nascido.

Lisboa, 6 de Maio de 2009.

OS/AS SUBSCRITORES/AS:
Adelino Gomes, Jornalista
Alípio de Freitas, Jornalista
Ana Barradas, Editora
Ana Paula Beja Horta, Prof. Universitária
Anne Marie Delettrez, Pres. Ass. Geral da UMAR
António Avelãs, Presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
António Pedro Dores, Prof. Universitário
Bonga, Músico
Carlos Trindade, Membro da Comissão Executiva da CGTP
Christiane Coêlho, Investigadora
Chullage, Músico
Dalila Rodrigues, Historiadora de Arte
Elizabete Brazil, Jurista
Fernando Nobre, Médico
Francisco Fanhais, Cantor e Professor
Francisco Keil do Amaral, Arquitecto
(Frei) Francisco Sales, Director da Obra Católica Portuguesa para as Migrações
Frederico Lobo, Realizador
Guadalupe Magalhães, Presidente da Ass. Abril
Helena Roseta , Arquitecta
Heloísa Perista, Prof. Universitária
(D.) Ilídio Leandro, Bispo de Viseu
Irene Pimentel, Historiadora
(D.) Januário Torgal Ferreira, Bispo
João Afonso, Músico
João Brites, Encenador
João Teixeira Lopes, Prof. Universitário
Jorge Malheiros, Prof. Universitário
José Bracinha Vieira, consultor jurídico
José Eduardo Agualusa, Escritor
José Mário Branco, Músico
José Mussuaili, Jornalista
Lira Keil do Amaral, Professora
Luanda Cozetti, Músico
Luís Calheiros, Pintor/professor de Estética
Manuel Carvalho da Silva, Secretário-Geral da CGTP-IN
Manuel Freire, Cantor e Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores
Maria Anadon , Cantora de Jazz
Maria Viana, Cantora de Jazz
Miguel Vale de Almeida, Prof. Universitário
Mito Elias, Pintor
Paula Teixeira da Cruz, Advogada
Pedro Bacelar Vasconcelos, Prof. Universitário
Pedro Joia, Guitarrista
Raquel Freire, Cineasta
Rui Tavares, Historiador
Sergio Trefaut , Realizador
Tito Paris, Músico
Vanessa de la Blétière, Investigadora
Xana, Cantora
Zé Pedro, Músico
ORGANIZAÇÕES PROMOTORAS DA CARTA ABERTA
Acção Humanista Cooperação e Desenvolvimento
Associação de Amigos da Mulher Angolana
Associação de Apoio ao Estudante Africano
Associação Caboverdeana de Lisboa
Associação de Cubanos Residentes em Portugal
Associação Khapaz
Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania
Associação de Melhoramentos e Recreativa do Talude
Associação José Afonso
Associação De Solidariedade Caboverdeana da Margem Sul
Associação dos Ucranianos em Portugal
Ballet Pungu Andongo
Casa do Brasil de Lisboa
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Frente Anti-Racista
GAFFE – Grupo A Formiga Fora da Estrada
Obra Católica Portuguesa de Migrações
Olho Vivo – Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
Solidariedade Imigrante – Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes
SOS Racismo

Ciclo de cinema «Gadjo é Gadjo, Cigano é Cigano» no Bacalhoeiro (de 5 a 26 de Maio)

De 5 a 26 de Maio de 2009 realiza-se na Associação Bacalhoeiro, em Lisboa, o Ciclo de Cinema "Gadjo é Gadjo, Cigano é Cigano", uma iniciativa com programação de Micol Brazzabeni (CRIA) e organizada com o apoio do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA). Em cada sessão serão projectados filmes por onde passam diferentes olhares sobre comunidades ciganas, com uma apresentação de Paulo Raposo (Departamento de Antropologia do ISCTE, CRIA), José Mapril (CRIA), Filipe Reis (Departamento de Antropologia do ISCTE, CRIA), Ruy Llera Blanes (ICS-UL) e Micol Brazzabeni (CRIA).

APRESENTAÇÃO

«Um filme e cinco documentários: o ciclo revela lugares, pessoas, emoções, estratégias, actividades, ironias, estereótipos e as suas desconstruções, formas de viver, alternativas a uma visão única, linear, condescendente e monocromática de estar.

Cada sessão tem um distinto olhar cinematográfico que varia entre o lirismo alucinado do filme “Vengo”; a narrativa desconcertante do “Pretty Dyana” e o tom intimista e quotidiano do “Everyday Life” e do “Gypsy summer”; “When the road bends”, um road movie de bandas ciganas e, concluindo, o “T’an bahktale! ‘Good fortune to you’”, um documentário etnográfico denso e multivocal.»

PROGRAMA

5 de Maio de 2009

Filme: Vengo
Apresentação do ciclo: Micol Brazzabeni
Apresentação do filme: Paulo Raposo

Título: Vengo
Realizador: Tony Gatlif
Ano: 2000
País: França, Espanha
Duração: 95'

«Andaluzia. Duas famílias ciganas, a do Caco e a dos Caravacas, duas famílias rivais. O enredo da narração envolve-nos para além da história, quase linear na sua construção. Entre pequenas ruas e paisagens rurais, as personagens feitas de rostos, corpos, música, canto e dança expressam formas de sentir a dor, o amor, a vingança, o destino, deixando-nos, como elas, inebriados.»

12 de Maio de 2009

Filmes: Gypsy summer, Everyday life of Roma children from Block 71 e Pretty Dyana. A Gypsy recycling saga
Apresentação: Filipe Reis e José Mapril

Título: Gypsy summer
Realizadora: Kristina Nikolova
Ano: 2006
Nação: Bulgaria
Duração: 12'

«Durante o período estival, uma família rom da Bulgária vive num acampamento pouco distante da praia onde há 25 anos trabalha recolhendo o lixo deixado pelos turistas. O breve documentário ilustra uma forma de trabalho sazonal alternativo nas estâncias balneares do Mar Negro, que se ajusta às poucas possibilidades laborais que se encontram na cidade.»

Título: Pretty Dyana. A Gypsy recycling saga
Realizador: Boris Mitic
Ano: 2003
País: Sérvia, Montenegro
Duração: 45'

«Um olhar divertido e desconcertante sobre o quotidiano de algumas famílias rom, refugiadas na periferia de Belgrado, que nos apresentam uma inesperada maneira de ganhar a vida: transformar carros Citroën clássicos 2cv e Dyane em veículos reciclados, estilo Mad Max, para recolher e transportar papéis, garrafas, restos metálicos. Muito mais eficientes que outros tipos de transportes, estes “modernos cavalos” significam muito mais que uma simple oportunidade de trabalho...Mas a polícia nem sempre acha estes estranhos veículos divertidos...enjoy it.»


Título: Everyday life of Roma children from Block 71
Realizadora: Ivana Todorovic
Ano: 2006
País: Sérvia
Duração: 23'

«No acampamento de barracas, o Bloco 71 em Belgrado, vivem os Stankovic, uma família rom emigrada do sul da Sérvia.
O documentário narra, através da voz da realizadora e, sobretudo, das crianças, pequenos excertos de vida, escapando a tons piedosos e vitimizadores. A aprendizagem dos miúdos é aqui descrita como um conjunto de possibilidades, trabalhos quotidianos, desejos, vivências e regras sociais, cujos limites se misturam com a densidade do dia-à-dia.»

19 de Maio de 2009

Filme: When the road bends… Tales of a Gypsy caravan
Apresentação: Ruy Blanes

Título: When the road bends… Tales of a Gypsy caravan
Realizadora: Jasmine Dellal
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Duração: 110'

«Quarenta músicos rom de quatro diferentes países juntam-se para partilhar uma viagem musical de seis semanas passando pela Macedónia, a Roménia, a Índia e a Espanha, visitando lugares e parentes até chegar aos Estados Unidos cenário de 18 concertos. Última realização de Jasmin Dellal, este documentário acompanha de forma entusiasta e intrigante os shows e os backstage da Gypsy Caravan mostrando-nos a variedade musical, cultural e social das personagens envolvidas.»

26 de Maio de 2009

Filme: T’an bahktale! “Good fortune to you”
Apresentação: Micol Brazzabeni

Título: T’an bahktale! “Good fortune to you”
Realizadora: Alaina Lemon
Ano: 1996
Nação: Rússia
Duração: 75'

«Filmado na Rússia Central pós-soviética em 1993, depois de dois anos de trabalho de terreno com familías rom, kalderash e lovari, este documentário etnográfico revela as percepções (positivas e negativas) acerca dos rom nos discursos populares, através de entrevistas com pessoas comuns, romani performers, bem sucedidos negociantes e comerciantes pobres rom, assim como metalúrgicos descrevem o que significa ser “rom”.»


http://www.cria.org.pt/

O movimento de pescadores e cidadãos contra as praias privadas organiza debates/reuniões em Lisboa (9/5) no Porto (16/5) e em Fanhais (na Nazaré)

Lisboa: Sábado, dia 9 de Maio, Centro Social da Mouraria, 16 horas
Porto: Sábado, 16 de Maio, Casa da Horta, 17 horas
Fanhais: (Nazaré): Sábado, Liga dos Amigos de Fanhais, 21 horas


Debate/Reunião aberta com a presença de representantes do Movimento de Pescadores e Cidadãos contra as Praias Privadas

O Mar é Nosso!
(inclui a passagem do filme Filme O Mar é Nosso! com a realização de Tiago Cravidão)

Sucessivas leis têm vindo a privatizar o espaço público. Tenta-se proibir a pesca nos parques naturais, depois nas zonas costeiras, agora também em rios. Estas e outras leis são formas de privatização da propriedade, formas de expulsar as populações aí residentes, tirando-lhes os meios de subsistência para vender aquilo que era de todos – primeiro é um parque natural, uma reserva, depois passa para a gestão privada. Projectos turísticos e de agricultura intensiva estão previstos em toda a costa de Portugal, uns vendidos para resorts à filha do José Eduardo dos Santos ou ao Sousa Sintra, outros para marinas privadas. Já vedaram as Pedras d’el Rei para campos de golfe; deram entrada projectos para fazer o mesmo em Odeceixe, na foz do Alcoa na Nazaré, na Polvoeira… Do Minho a Sagres, como mostra o cartaz divulgado pelos movimentos. Um movimento de pescadores e outros cidadãos de todo o País está a lutar contra estas leis. A eles juntaram-se milhares de pessoas em todo o País que defendem o mar livre, são contra praias privadas e querem ter na costa um meio de lazer público. É urgente que em Lisboa nos juntemos a esta campanha contra a privatização da terra que é de todos, do mar que é nosso. A Rubra junta-se a todos aqueles que de Norte a Sul dizem Mar Privado? Não, Obrigado!
Fomos à Costa Vicentina e à Nazaré ouvir dezenas de testemunhos locais e fizemos um filme que mostra quem aí vive, como vive e todos os negócios escuros por trás de uma proibição de ir à pesca. Segue-se um debate/reunião aberta com representantes dos movimentos de pescadores e de cidadãos contra a privatização das praias e da orla costeira para o qual convidamos todos os indivíduos, movimentos e organizações, onde se vai decidir formas de participação na manifestação de 24 de Maio e outras formas de luta que se queiram apresentar.

Organização
Colectivo Revista Rubra
revistarubra@gmail.com
Em breve site disponível:
www.revistarubra.org

Locais:
Grupo Desportivo da Mouraria
Travessa da Nazaré, nº 21 – Entre o Largo das Olarias e a Calçada do Monte
http://gaia.org.pt/