29.4.08

Comida - a decisiva arma da elite dominante


Texto retirado do excelente blogue:
http://investigandoonovoimperialismo.blogs.sapo.pt/



Comida – a decisiva arma da elite dominante


Usar a comida como arma é tão antigo como cercar cidades, mas os bárbaros de hoje subiram a parada vários níveis de magnitude.


“…Só há duas formas possíveis de evitarmos ter um mundo de 10 mil milhões de pessoas. Ou a actual taxa de natalidade desce rapidamente, ou a actual taxa de mortalidade tem de subir. Não há outra forma. Há, claro, muitas maneiras de subir as taxas de mortalidade. Numa era termonuclear, a guerra pode consegui-lo de forma rápida e decisiva. A fome e as doenças são a tradicional forma da natureza regular o crescimento populacional, e nenhuma delas desapareceu de cena… Em termos simples: o crescimento excessivo da população é o maior obstáculo ao avanço económico e social das sociedades em vias de desenvolvimento.” — Discurso de Robert McNamara, perante o Clube de Roma, 2 de Outubro de 1979


“A sobrepopulação e o rápido crescimento demográfico do México são, hoje em dia, uma das maiores ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos. A não ser que a fronteira EUA-México seja selada, ficaremos com mexicanos até ao pescoço para os quais não arranjamos empregos.” —Robert McNamara, na época, presidente do Banco Mundial, 19 de Março de 1982


As propostas genocidas veladas de McNamara foram feitas há trinta anos, dando eco ao medo das ‘grande massas’ por parte de ricos e privilegiados quando ‘sobrepopulação’ era o tema de que se falava. Por isso não mudou muita coisa, pois não? Estamos mais uma vez a ouvir as mesmas mensagens serem difundidas pelas elites dominantes e pelos seus profissionais da persuasão, os 'spin doctors'. Os prantos de medo de McNamara de estar cheio de mexicanos até ao pescoço são comparáveis ao que se passa na Europa, só que agora são africanos.


Assim sendo, as actuais explosões no Haiti, Egipto, Costa do Marfim, Etiópia, Filipinas, Indonésia e noutros sítios, por causa da importante subida do preço de bens alimentares como o óleo de cozinha e o arroz, levaram a BBC a descrevê-las como “uma potencial ameaça à segurança do Ocidente” (BBC News 24, 13 de Abril de 2008), esqueçam a ameaça à vida humana, mas isso demonstra qual é o propósito da BBC, proteger o status quo.


Para acrescentar insulto à injúria, o cretino Gordon Brown ainda tem a lata de dizer,


“O aumento do preço dos alimentos ameaça fazer recuar o progresso que fizemos nos últimos anos em termos de desenvolvimento. Pela primeira vez em décadas, o número de pessoas a enfrentar a fome está a crescer.”


Progresso? Em que planeta é que vive o nosso glorioso líder? Os níveis de vida têm vindo a cair para toda a gente (excepto para os ricos, que como consequência ficaram ainda mais ricos, roubando ainda mais aos pobres), desde os anos 1970, quando se iniciou a agenda ‘neoliberal’, e não são só os pobres que têm sido atingidos mas vemos milhões da chamada ‘classe média’ a serem postos sem cerimónias onde ‘pertencem’, junto aos pobres. O estatuto social não traz comida para a mesa. Lá se foi a ‘boa vida’ capitalista.


Os factos são estes: os salários reais nos EUA caíram desde os anos 1970. É reconhecido que 40 milhões de americanos vivem agora abaixo do limiar ‘oficial’ da pobreza, mas pelo menos ainda conseguem comer alguma coisa, o que não é caso para milhões de pessoas no chamado mundo em vias de desenvolvimento, já empobrecidas pelo chamado comércio livre, foram ainda atingidas com um golpe duplo, digo antes, com um golpe quíntuplo.


Golpe #1: ‘Comércio Livre’


Os países pobres do mundo foram ‘persuadidos’ de que cultivar alimentos para exportar de forma a ganharem divisas estrangeiras, para depois poderem importar alimentos (adivinhem de onde...), é melhor do que cultivar alimentos no seu próprio quintal. E para terem a certeza que aproveitam bem a ‘pechincha’, pelas 'regras' da OMC eles são punidos se tentarem controlar as importações.


Países que cultivavam os seus próprios alimentos, para além de se alimentarem ainda criavam emprego. Agora cultivam alimentos e outras coisas, como flores, para exportar, de forma a 'ganharem' os preciosos dólares que obviamente têm de gastar para importar alimentos que outrora produziam. Pior, a importação de alimentos subsidiados varre completamente os resquícios de agricultura indígena, simplesmente não consegue competir. Que esquema louco! Só faz sentido quando percebemos que os gestores que montaram este 'negócio' trabalham para o Grande Negócio, a bola é deles. Se fosse um negócio da 'Máfia' chamava-se crime de extorção.
Obviamente, nós no Ocidente com a nossa riqueza subsidiamos a produção de alimentos, por isso os pobres do planeta apanham um golpe dentro dum golpe. Não tendo os recursos para subsidiar a sua própria produção alimentar, à medida que sobem os preços dos alimentos que eles importam mas não o preço que recebem pela exportação de alimentos para nós, eles são apanhados entre a espada e a parede.


E são as mesmas políticas do FMI e do Banco Mundial que criaram a última crise que atingiu os pobres do planeta, as responsáveis por criar uma relação tão desigual à partida.

Golpe #2: Energia


E claro que para produzir todos estes cultivos para exportação é necessária muita energia e muita água, e muitos fertilizantes, e muitos pesticidas, e todos eles têm de ser comprados com a preciosa divisa estrangeira (até há pouco tempo só eram aceites dólares). Com o petróleo a ser vendido a 113 dólares por barril, disparou o custo de produção de qualquer coisa. Quem ganha: os Grandes Cartéis do Petróleo. É escusado dizer quem perde.


Mas o custo real da produção de petróleo até não aumentou muito, A responsabilidade toda destes aumentos tem de ser imputada a quem de direito, aos especuladores e às Cinco Grandes companhias petrolíferas. Por outras palavras, a todos estes sórdidos jogadores e gestores de fundos de pensão. É o sistema.


Golpe #3: ‘Biocombustíveis’


O último acrescento ao arsenal do uso de alimentos como arma e talvez o exemplo mais óbvio até à data, é converter a produção de cestas alimentares dando lugar aos chamados biocombustíveis.
Pois em vez de nós passarmos a usar menos energia, nós compramo-la aos pobres do planeta sob a forma de ‘biocombustíveis’. Brilhante, não é? Qual é o país pobre que necessita de produzir etanol? Não tem uso para ele, excluindo talvez para fazer algumas bebidas.


Mas nós sabíamos que isto ia acontecer e toda a gente disse aos nossos cretinos e criminosos líderes o que se ia passar. Eles estão muito ocupados a produzir trigo para exportar para alimentar todas aquelas malditas vacas, vacas que transformamos em hambúrgueres para nós consumirmos, mas agora, em vez de produzir trigo para exportação para fazer hambúrgueres, está-se a produzir etanol para meter nos automóveis. Em qualquer dos casos é uma loucura!
E de qualquer forma, como revela um relatório divulgado da UE, os biocombustíveis não fazem parar a produção de gases com efeito de estufa (até podem aumentá-los). Toda esta coisa dos 'biocombustíveis' é uma gigante vigarice, tem tudo a ver com saber qual é o cultivo que dá mais lucro (ver ‘Industria pede alteração de rumo na política dos biocombustíveis [em inglês]) .


Golpe #4: Água


Facto: São necessários entre 1 000 a 2 000 litros de água para produzir um quilo de trigo
Facto: São necessários entre 10 000 a 13 000 litros de água para produzir um quilo de carne (Fonte: FAO)


E adivinhem o que é mais produzido, principalmente para consumo no Ocidente – hambúrgueres. E sem surpresas, a agenda 'neoliberal' assistiu à privatização forçada da água um pouco por todo o mundo, e também de outros recursos-chave anteriormente pertencentes às comunidades.

Golpe #5: Alteração do Clima


Previsivelmente, as alterações climáticas atingem mais os que são incapazes de lidar com elas, os pobres. E não esqueçamos, a maioria da população do planeta é pobre. A ligação entre estas coisas deve ser visível para vocês leitores, e o facto de andarmos a baralhar a biosfera da forma como temos feito nos últimos duzentos anos, reflecte-se no planeta. E as nossas elites políticas intitulam-se civilizadas!


Entretanto, voltando à terra dos poderosos, estamos atarefados a planear a guerra infinita de forma a preservar os nossos privilégios, pois enquanto os nossos líderes pontificam sobre esta ou aquela crise que enfrentamos, eles estão a gastar milhares de milhões para desenvolverem robôs que defequem bombas em cima dos pobres do planeta, a partir de uma confortável cadeira a uma certa distância do cenário da 'acção'.


“Mercado de VANT atingirá os 13 mil milhões de dólares em 2014


Washington, D.C. (PRWEB) 14 de Abril de 2008 — A guerra global ao terrorismo levou os Estados Unidos a injectarem significativas somas de dinheiro em programas de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), afirma o analista da Forecast International, Larry Dickerson.” — www.aviationtoday.com/webinars/2008_0417.html


Como é que alguém no seu juízo perfeito pode olhar para estas pessoas e para toda a classe de interesses para os quais eles trabalham tão afincadamente, e não os ver como criminosos de guerra e destruidores da vida! Eles são verdadeiros bárbaros em todos os sentidos da palavra, pois eles destroem tudo de belo e com valor, incluindo países inteiros, para preservarem o seu pedacinho.



Não admira a obsessão de Hollywood em 'salvar o planeta' mas quando é que vamos ver um filme sobre salvarmo-nos a nós próprios e à nossa casa, destes predadores assassinos em massa?
E porque será que viramos as costas à carnificina ostensivamente levada a cabo em nosso nome? Apesar de tudo, as pessoas dão generosamente para as chamadas obras de caridade, por isso não é que as pessoas não queiram saber da miséria dos outros.


Mais uma vez, eu volto-me para aos meios de comunicação corporativos/estatais pois será que nós aturaríamos isto sem a sua cumplicidade activa no encobrimento das infindáveis atrocidades cometidas? Eu penso que não, mas eu sou um eterno optimista acerca da verdadeira natureza do espírito humano, assim que deixarmos de ter medo e começarmos a pensar e a sentir.


A principal razão é o que os meios de comunicação (esqueçam os políticos) não ligam os acontecimentos à economia subjacente, que os leva a agir da forma que agem. Desta forma, a “crise do crédito” só tem esse nome para esconder o facto de que foram as práticas económicas e políticas dos nossos governos, em conluio com o Grande Negócio, que criaram a crise (como criaram todas as crises anteriores).


A “crise do crédito” é meramente sintomática de um sistema doente que necessita de ser substituído urgentemente.


A questão é mesmo bastante simples, enquanto tivermos elites dominantes intimamente unidas ao Grande Capital, a dirigir o espectáculo, elas nunca irão, nem daqui a milhão de anos, dar azo à ideia de nos livrarmos do actual sistema económico – que é a causa de todas as nossas misérias – e substitui-lo por uma forma de ganhar a vida que seja mais sadia e mais modesta, mas há tanto em jogo, porra! Só nós, o chamado povo, podemos fazer isso, eles não vão mexer uma palha a não ser que os forcemos a isso ou se não conseguirmos, temos que nos livrar deles.


Texto de William Bowles publicado em Creative-I a 17 de Abril de 2008.

Tradução de Alexandre Leite para a Tlaxcala.


http://investigandoonovoimperialismo.blogs.sapo.pt/34280.html

XV Encontro Internacional de editores Independentes e edições alternativas



Vai decorrer em Punta Umbría, Huelva, de 30 de Abril a 3 de Maio, o XV Encuentro Internacional de Editores Independientes, EDITA.


A EDITA é um fórum de âmbito internacional no qual se reúnem anualmente editores independentes e edições alternativas de carácter cultural para dar a conhecer a sua actividade e expor novas fórmulas de distribuição e difusão das suas publicações.
O encontro é ao mesmo tempo uma mostra singular das novas tendências da arte e literatura e, ainda, ponto de encontro e intercambio de experiências onde os editores e promotores da cultura alternativa têm a oportunidade de dar a conhecer os seus últimos projectos, assim como encontrar novas formas de colaboração e cooperação no terreno da edição. no programa de EDITA oferece uma ampla gama de formas de intervir: conferências, mesas redondas, apresentação de publicações, projecções de vídeo, recitais poéticos, performances, concertos, exposições, instalações,e outras.


Este ano a participação portuguesa será a maior de sempre.
A lista das editoras participantes pode ser consultada no blogue do Sulscrito.



EDITORES PARTICIPANTES


ANDALUCIA
ARBOL DE POE Málaga
ATRAPASUEÑOS Sevilla
AULLIDO LIBROS Punta Umbría, Huelva
EDITORIAL CACÚA Huelva
CANGREJO PISTOLERO EDICIONES Sevilla
CENTRO DE POESÍA VISUAL Peñarroya Pueblo Nuevo, Córdoba
EDITORIAL COCÓ Sevilla
REVISTA CHICHIMECA Huelva
CONTENEDORES Sevilla
CRECIDA Ayamonte, Huelva
DUM SPIRO EDICIONES San Fernando, Cádiz
EL COSTURERO DE ARACNE Monachil, Granada
EL GAVIERO EDICIONES Almería
EL OLIVO AZUL Sevilla
ENTRETELAS Granada
ESCUELA DE ARTE DE GRANADA Granada
EST LIBRI Huelva
FACTORIA DEL BARCO Sevilla
ISLAVARIA EDITORIAL Aljaraque, Huelva
LA CINTA DE MOEBIUS Huelva
LA ESPIGA DORADA Huelva
EDITORIAL LUZ Y CIA Granada
MÚSICA FUNDAMENTAL Huelva
EDITORIAL ONUBA Huelva
POESÍA EN LA DISTANCIA Huelva
TABULA ROSA Fuenteheridos, Huelva
TALLER DEL HECHICERO Sevilla
REVISTA TRANVIA Huelva
UNICO ESPACIO NÓMADA Sevilla
VOCES DEL EXTREMO Moguer, Huelva
REVISTA VOLANDAS Punta Umbría, Huelva




ARAGÓN
EDITORIAL ECLIPSADOS Zaragoza
REVISTA ECLIPSE Zaragoza
ESCUELA DE ESCRITURA Utebo, Zaragoza
MANUFACTURAS NADA Zaragoza
VACARESIGNS Zaragoza




ASTURIAS
ARIS Oviedo, Gijón
ATENEO OBRERO DE GIJÓN Gijón
LA ULTIMA CANANA DE PANCHO VILLA Oviedo
REVISTA LUNULA Gijón
PAQUEBOTE Oviedo




BALEARES
ESPACIOLUKE.COM Palma de Mallorca
CANARIAS
BAILE DEL SOL Tenerife
PUENTEPALO Las Palmas de Gran Canaria




CASTILLA LA MANCHA
EDITORIAL AMARGORD Chiloeches, Guadalajara
LA LATA Albacete
PUNTO MAS EDICIONES Y DISEÑO Fontanar, Guadalajara
EDICIONES SEGUNDO SANTOS Cuenca




CATALUÑA
AIRE Barcelona
CENTRE D’ART LA PANERA Lleida
LA OLLA EXPRESS Barcelona
LOS LIBROS DE LA FRONTERA Barcelona
LUCES DE GALIBO Girona
MERZ MAIL Barcelona
MONTFLORIT EDICIONS Cerdanyola Vallés, Barcelona



CEUTA
MESTER DE VANDALIA



EXTREMADURA
ASOCIACIÓN GUAIAIE Fregenal de la Sierra, Badajoz
DE LA LUNA LIBROS Mérida, Badajoz
LABOLSA Don Alvaro, Badajoz
LA HUEVERA Mérida, Badajoz



GALICIA
EDITA-T PALABRAS FLOTANTES Vigo, Pontevedra



MADRID
ARTIFARITI-ANJU Madrid
CUADERNODEPOESIA.ORG Madrid
DELSATELITE EDICIONES Madrid
DIÓGENES INTERNACIONAL Madrid
ELKOALAPUESTO Vallekas, Madrid
EXPERIMENTA Madrid
KA-ISLAS EDITORIAL Madrid
LA MÁS BELLA Madrid
LAPINGA EDICIONES Madrid
LITERATURAS.COM Madrid
OFICINA DE IDEAS LIBRES Madrid
PA’ COMER ‘APARTE Madrid
SOS emerginsumerginArt San Lorenzo de El Escorial, Madrid
TALLER DEL ARCE Torrelaguna, Madrid



PAIS VASCO
A FORTIORI EDITORIAL Bilbao, Bizkaia
EGUZKI ARGITALDARIA Bilbao, Bizkaia
KUKU-BAZAR Vitoria, Gasteiz, Alava
LA GALLETA DEL NORTE Barakaldo, Bizkaia
LA ÚNICA PUERTA A LA IZQUIERDA Portugalete, Bizkaia



VALENCIA
REVISTA CULTURAL BOSTEZO Godella, Valencia
DIARIOS DE HELENA Elche, Alicante
D (x)i MAGAZINE Valencia
LOS JUGLARES CAZURROS Godella, Valencia
MUSEO DE ARTE EXTEMPORÁNEO Elche, Alicante
EDICIONES TRASHUMANTE Valencia



ALEMANIA
REVISTA ÓXID Berlin



BRASIL
COMANDO MACONDO
CUBA
BOURAONELATELIER EDICIONES La Habana


MÉXICO
ATEMPORIA Saltillo, Cohahuila
ESTA REVISTA SE LLAMA BLASFEMIA San Luis Potosí
EL AGUAJE Guadalajara, Jalisco
ENCUENTRO DE ESCRITORES Ciudad Obregón, Sonora
ENSAMBLE COMICS México D.F.
MICIELO EDICIONES México D.F.
PALESTRA México D.F.
QUIMERA EDICIONES México D.F.
REVISTA REFLEJOS Ciudad Victoria, Tamaulipas
TALLER EDITORIAL LA CASA DEL MAGO Guadalajara, Jalisco
TEXTOFILIA México D.F.


PERÚ
EDITORIAL PILPINTA Lima



PORTUGAL
REVISTA BIBLIA Lisboa
REVISTA BIG ODE Almada
CANTO ESCURO Barreiro
CONFRARIA DE ALFARROBA Luz de Tavira
LIVRODODIA EDITORES Torres Vedras
MANDRÁGORA Cascais
SULSCRITO, CIRCULO LITERARIO DEL ALGARVE Faro
REVISTA UTOPÍA Lisboa



Informação recolhida em:

http://escritaiberica.weblog.com.pt/

http://sulscrito.blogsome.com/

No âmbito do projecto Memórias do Trabalho realiza-se amanhã uma jornada dedicada às vivências do 25 de Abril (na FPCE da Universidade do Porto)

No dia 30 de Abril, o projecto Memórias do Trabalho promove uma jornada dedicada a "Memórias e Vivências do 25 de Abril", na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.



Memórias e vivências do 25 de Abril

Programa

A partir das 9h30m:
Sons e imagens do 25 de Abril
(Átrio da entrada)

15h.
Projecção do filme "Deus, Pátria, Autoridade", de Rui Simões
(Anfiteatro da entrada)

17h.
Mesa-redonda (Anfiteatro da entrada)
Abertura - Drª Orlanda Cruz (Presidente do Conselho
DIrectivo da FPCEUP)
• Amália Andrade (operária conserveira)
• Manuel Barra (operário metalúrgico)
• Maria Emília Reis (operária do sector do vestuário)
• Maria José Ribeiro (empregada do sector dos Seguros)
• Coronel Rui Guimarães (militar do MFA)
• Moderação - Manuela Terraseca (FPCE)
Comentário final - Joaquim Barbosa (FLUP / UPP)

21h.30m.
Tertúlia (e-Learning Café)
Com António Laúndes (UPP), António Magalhães (FPCE), Manuel Matos (FPCE)





O que é o Projecto «Memórias do trabalho»?
http://memorias.ncc.up.pt/drupal/



Pretende-se, com este projecto, produzir conhecimento ao nível de dois eixos fundamentais de elaboração teórica: o primeiro incidindo nos processos de inter-estruturação entre trabalho, participação social, formação e identidade pessoal e profissional, desenvolvidos no quadro das mudanças sociais e políticas da segunda metade do século XX, na sua relação dinâmica com a construção de uma identidade operária no Porto; o segundo eixo teórico refere-se às questões epistemológicas e metodológicas levantadas pela recolha da história oral e pelas condições e limites das sua utilização no âmbito da pesquisa científica, nomeadamente no que se refere à exploração das suas articulações com a abordagem da sócio-linguística (ver, em particular, o estado da arte, neste projecto).


A sua concepção emerge de uma reflexão relativa ao trabalho já desenvolvido pelo "Centro de Documentação e Informação sobre o Movimento Operário e Popular do Porto" pela Universidade Popular do Porto, uma das instituições participantes no projecto. Com efeito, a qualidade, diversidade e quantidade da informação recolhida e disponibilizada pelo CDI impõe-se como material de estudo a diferentes áreas científicas. É assim que se constitui uma equipa que reúne investigadores de diferentes áreas das ciências sociais (ciências da educação, história, documentação, sociolinguística) assim como de ciências da computação, mobilizados não só pelo interesse na pesquisa disciplinar, como também por uma abordagem multirreferencial dos processos de construção de uma identidade operária, procurando constituir o objecto de estudo na sua complexidade. Este carácter transdisciplinar implica o accionamento de dispositivos de análise, de validação e de vigilância metodológica que, ainda que construídos no interior de diferentes domínios das ciências sociais serão mobilizados de forma a permitir desenvolver linguagens cientificas, geradas pela heterogeneidade dos discursos disciplinares, mas encontrando vias de reflexão comum, bases de comunicação e de confronto teórico-prático mutuamente enriquecedor e cientificamente estimulante. Neste quadro, são ainda de relevar as relações interinstitucionais aprofundadas entre o Centro de Investigação e Intervenção Educativas da FPCEUP (inst. Prop.), a Universidade Popular do Porto, o Centro de Linguística da FLUP, o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências Computacionais.


Este projecto permite, assim, esperar não só os resultados que em lugar próprio apontamos, como um efeito multiplicador do seu potencial de pesquisa tendo em conta a criação de dispositivos multimedia orientados para a difusão alargada dos produtos da investigação, a disponibilização da informação recolhida no sítio WEB do Centro de Documentação e Informação da UPP, a intervenção no âmbito da formação de jovens e de adultos.



O Centro de Documentação e Informação sobre o Movimento Operário e Popular do Porto

http://cdi.upp.pt/

O Centro de Documentação e Informação (CDI) da Universidade Popular do Porto - UPP sobre o Movimento Operário e Popular do Porto foi criado em 2001 S.A., e resulta do desenvolvimento de dois projectos de pesquisa "Memórias do trabalho - testemunhos do Porto laboral no século XX" e "Para preservar e divulgar a memória do Porto - os Arquivos das Organizações de Trabalhadores", tendo por objectivos:


• contribuir para a preservação da memória e da história oral e social do Porto, valorizando o seu património social e as suas identidades;
• coligir, tratar e difundir informação sobre o movimento popular e de trabalhadores do Porto e apoiar e estimular o estudo sobre ele;
• identificar e conhecer o património arquivístico de sindicatos e outras organizações de trabalhadores do Porto, através do levantamento, diagnóstico e inventário dos seus arquivos, incluindo o levantamento da informação sobre núcleos documentais custodiados por outras instituições públicas ou privadas;
• organizar e preservar o espólio identificado e prestar apoio técnico nas áreas de tratamento/organização e preservação do património arquivístico e da memória histórica das organizações populares e de trabalhadores;
• recolher, em suporte áudio e vídeo, testemunhos e histórias de vida de pessoas que protagonizaram e/ou vivenciaram acontecimentos sociais representativos da vida social e laboral da cidade ao longo do século XX;
• disponibilizar informação relevante sobre condições de trabalho, lutas sociais, associações de trabalhadores e organizações populares, vivências das ilhas e dos bairros sociais, práticas culturais mais relevantes da "cidade do trabalho" a partir de depoimentos dos entrevistados;
• disponibilizar uma cronologia de acontecimentos sócio-históricos e laborais marcantes na cidade do Porto no séc. XX.


O Centro de Documentação e Informação, que pretende ser um sítio dinâmico e em actualização permanente, aberto a várias parcerias, propicia desde já o acesso à informação recolhida no âmbito de cada um dos projectos citados.