7.3.09

O mundo segundo a Monsanto (filme-documentário sobre o agro-negócio e os transgénicos, legendado em português)


Aterrador
Monsanto: não haverá nenhum alimento
que não seja da nossa empresa !!!



A multinacional Monsanto produz 90% dos transgénicos plantados no mundo e tem uma posição dominante no mercado global de sementes. Resultado de um trabalho de três anos de investigação da jornalista francesa Marie-Monique Robin, o livro Le Monde Selon Monsanto (O Mundo Segundo a Monsanto) e o documentário homónimo são um libelo contra os produtos e o lobby daquela multinacional.
O trabalho denuncia as acções da Monsanto para divulgar estudos científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, a exemplo do que fez durante muitos anos a indústria do tabaco, e relaciona a expansão dos grãos de sementes da Monsanto com os suicídios de agricultores na Índia, não se esquecendo de trazer à memória os casos de contaminação pelo produto químico PCB .
Refere-se ainda as relações políticas da empresa que permitiram a libertação do plantio de transgénicos nos Estados Unidos.
Em 2007, havia mais de 100 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas, metade nos EUA e o restante em países emergentes como a Argentina, a China e o Brasil.
No filme fala-se por exemplo de histórias como esta:
Com o plantio de sementes patenteadas pela Monsanto, o pólen destas "contamina" outras variedades existentes na região, que passam a produzir sementes com as características das da Monsanto. Esta então PROCESSA os produtores vizinhos e EXIGE legalmente destes o pagamento de royalties à empresa, POR ESTAREM PRODUZINDO sementes que são patentes dela.
O filme conta também como a Monsanto se envolveu no Projeto Manhatan, que deu origem à bomba atómica; conta como a Monsanto participou da Guerra do Vietnam com o agente laranja; conta como a Monsanto age para calar qualquer voz que ameace falar contra algo que ela produz; conta como a Monsanto tem destruído a agricultura dos países em desenvolvimento. Enfim, conta como a Monsanto actua nos seus negócios, colocando o lucro acima de tudo e triturando tudo o que for preciso.

Ligações:
http://www.arte.tv/lemondeselonmonsanto (website oficial do filme)
http://www.combat-monsanto.org/
http://blogs.arte.tv/LemondeselonMonsanto/frontUser.do?method=getHomePage
http://www.infogm.org/
http://sciencescitoyennes.org/ ( Fondation sciences citoyennes)
http://www.organicconsumers.org/



































O futuro dos alimentos (filme-documentário de Deborah Koons Garcia, legendado em português)

A dupla tragédia:
fome crónica no Sul
e obesidade epidérmica no Norte



O Futuro dos alimentos é um filme-documentário norte-americano realizado em 2004 sobre as mudanças que se estão a verificar na natureza da nossa alimentação, sem que muitos de nós tenhamos conhecimento do seu conteúdo nem das suas consequências para a saúde e para o planeta em geral.
Trata-se de uma profunda investigação sobre os bens alimentares geneticamente modificados, cujas sementes e características estão a ser registadas e patenteadas pelas grandes empresas multinacionais que assim passam a monopolizar cada vez o agro-negócio e a dominar em absoluto o mercado global dos produtos alimentares, com a consequente perda de biodiversidade a favor de uma monocultura promovida centralmente pelas grandes empresas transnacionais.
Desde as pradarias de Saskatchewan, Canadá, aos campos de Oaxaca, no México,este filme dá a voz aos agricultores que foram afectados por estas mudanças. Os perigos para a saúde, as políticas governamentais e os lobbies globais são algumas das razões porque muitas pessoas estão alarmadas pela introdução de alimentos alterados geneticamente.
Filmado nos Estados Unidos, Canadá e México, "The Future Of Food" analisa a complexa malha de forças políticas eeconómicas que estão a alterar o que comemos à medida que enormes multinacionais procuram controlar o sistema alimentar mundial.
O filme também explora as alternativas para a agricultura industrial, colocando a agricultura biológica e sustentável como soluções reaispara a crise agrícola actual

http://www.thefutureoffood.com/




























Cada homem rico custa centenas de seres infelizes e miseráveis ( Almeida Garret, in Viagens na Minha Terra)

Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos.

Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai.


No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos.

E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?

- Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis.

Almeida Garrett, in 'Viagens na minha Terra'


A ideia capitalista polui o espírito