Para quando uma verdadeira formação ecológica dos estudantes nas escolas portuguesas, que ponha em causa o actual modelo de desenvolvimento insustentável da economia virado para a maximização do lucro e com sacrifício dos bens ambientais e dos valores humanistas de solidariedade e cooperação?
A edição do mês de Junho do Le Monde de l’Éducation contém um dossier sobre a escola ecológica, ou mais propriamente sobre como fazer dos estabelecimentos de ensino verdadeiras escolas ecológicas. Desde os projectos pedagógicas às cantinas bio, passando pelos materiais utilizados nos edifícios e pelas fontes próprias de energias alternativas da própria escola a serem aproveitadas, o dossier constitui um bom repositório de ideias e sugestões de carácter ecológico com vista à formação de futuros eco-cidadãos.
Inclui ainda uma entrevista com Roger Guesnerie, professor no Collège de France, que não hesita, a propósito dos riscos das alterações climáticas, em afirmar que «o clima é o arquétipo de um bem colectivo mundial», cuja defesa caberá, obviamente, a toda a Humanidade.
Do conteúdo da edição deste mês da revista fazem parte outros interessantes artigos, nomeadamente um sobre as escolas criadas pelo Movimento dos Sem-Terra no Brasil, escolas a pensar na especificidade do mundo rural onde vivem os jovens e que, a pensar nisso, desenvolveram os seus próprios currículos inspirados nas pedagogias activas e nos princípios humanistas da solidariedade, da transformação social, da abertura ao mundo, da cooperação e da emancipação dos indivíduos.
Outro texto fala do professores de direita, tradicionalmente muito minoritários no meio docente, mas que por circunstâncias várias têm vindo a aumentar, tentando o articulista fazer um retrato geral da personalidade daqueles professores que, ao arrepio de toda a tradição da escola republicana, votam em candidatos de direita !
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