30.11.09

Relançamento e reabertura do Indymedia-Portugal 10 anos depois do início da rede global Indymedia


A rede Indymedia nasceu no calor da revolta de Seattle, como uma dimensão fundamental do movimento global. Um movimento que ultrapassa as tricas separadoras dominantes da acção política tradicional (reformismo/revolução, local/global, violência/não violência) e inventa respostas práticas para lhes esquivar, desde os Fóruns Sociais, como forma organizativa que tenta superar o canibalismo político, até à 'desobediência civil protegida', como original prática de rua.

Seattle foi apenas a primeira face visível e a Organização Mundial de Comércio (OMC) tão só o pretexto para o que, há muito, se vinha a cozinhar, a necessidade de acordar a malta, de ser suficientemente confrontacional para trazer para a arena pública a voz duma oposição global ao sistema capitalista (e não apenas à OMC) que, pelo que se lia nos jornais e se via nas TVs, não existia.

Há dez anos, no dia 30 de Novembro de 1999, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo trouxeram para as ruas a sua insatisfação. Em Seattle, mas também no Porto, em Lisboa, em Londres, em Berlim, na Índia ou na Nova Zelândia. Gente que acreditava que era preciso desmascarar o mundo para o qual se caía e se continua a cair. Com acções mais ou menos espectaculares, a resposta à globalização tornava-se definitivamente global. Festas, flyers, cartazes, ocupações, acções de protesto ou sabotagem, manifestações, palestras, debates, tudo serve e tudo serviu para avisar as pessoas e fazer com que solidariedade fosse mais do que uma palavra com sete sílabas, um redondo vocábulo.

O CMI Portugal é, como todos os centros de media independentes, um centro de informação livre e independente, que cumpre os requisitos para fazer parte da rede IMC e concorda com os princípios de filiação à rede. Funciona para que as pessoas possam tornar-se elas mesmas meios de informação livres e independentes.

Como tal, pretendemos realizar uma acção directa informativa, deixando de confiar aos meios de comunicação corporativos a tarefa de intermediar em exclusivo os acontecimentos e a sua interpretação. Convertemo-nos assim em fonte geradora de um discurso livre da manipulação de governos e corporações, e assumimos o nosso papel como artífices e zeladores dos canais que nos permitem transmitir e difundir uma outra visão da realidade.

O CMI Portugal pretende, assim, pôr em prática todos os mecanismos da imaginação que nos permitam, em conjunto, criar, aqui e agora, fragmentos de um mundo melhor. O desafio é, portanto, grande. Mas acreditamos que um colectivo de pessoas empenhadas em construir algo em conjunto conseguirá fazê-lo, enquanto esse empenho se mantiver, ultrapassando as várias barreiras que forem surgindo. Pretende-se, portanto, com este texto, não apenas a apresentação de uma nova forma de mostrar o que nos move, mas, acima de tudo, lançar um apelo para todos os que, como nós, acreditam que a realização voluntária, colectiva e horizontal de um meio de informação é, ao mesmo tempo, uma machadada nos paradigmas actuais e uma experiência de trabalho num mundo já transformado. Um apelo para que se juntem a esse mundo, para que se povoe de gente e, portanto, de novas possibilidades de ser melhor.

Reactivamos assim o CMI Portugal, para que tenhamos nós também uma voz alternativa aos grandes meios de comunicação deste país.

Estás preparado para escrever a tua notícia?

Ajuda-nos a construir este mundo melhor!


http://pt.indymedia.org/


http://www.indymedia.org/pt/index.shtml


FINTA - 15º Festival Internacional de Teatro Acert, em Tondela (30 de Nov. a 5 de Dezembro)


Mais de uma década a FINTA(r) a tristeza e a desmotivação e a construir colectivamente Futuros mais Solidários, Participados e Sustentados numa Comunidade Culta e Inclusiva.
De 30 de Novembro a 5 de Dezembro, o FINTA leva a cena a 15ª edição da Festa do Teatro. As edições anteriores trouxeram muitos e bons momentos teatrais à ACERT, às ruas de Tondela e das suas freguesias, entre muitos outros locais. Em 2009, queremos que o Festival seja também um ponto alto para os tondelenses e visitantes.

Haverá melhor forma de começar o FINTA do que com uma nova criação da equipa da casa? Julgamos que não! O Festival abre, assim, com uma estreia do TRIGO LIMPO teatro ACERT. “Vila Cacimba” constitui o retorno a Mia Couto e ao imaginário do seu universo, naquela que é a 85ª produção da companhia ACERTina. A encerrar a noite no bar e no dia seguinte na rua, Niño Costrini espalhará a ironia e o riso, fazendo a cidade transbordar de comédia, Novo Circo e malabarismo.

Nesta edição vamos ter vários retornos de companhias que deixaram a sua marca nas edições anteriores. Na tarde do feriado será apresentado no Auditório Municipal (Filarmónica Tondelense) o mais recente espectáculo infantil do GICC da Covilhã, com o qual temos um antigo historial de colaboração. Os mais novos têm aqui o primeiro dos espectáculos do Festival.

Assim que escurecer, a última peça do Teatro de Montemuro, um dos projectos mais característicos do panorama artístico português, vai inundar a noite com o brilho contagiante de corruptos incorrigíveis. Pela coerência da sua actuação e pelo modo como tem defendido a cultura nos territórios do interior, este grupo tem vindo a estabelecer fortes laços com a ACERT desde o seu início.


Dia novo, estreia nova. A Companhia Voadora de Santiago de Compostela, que integra actores cuja carreira começou no TRIGO LIMPO, partilha com o público mais uma estreia criada em residência no Novo Ciclo a (primeira produção desta companhia foi também criada em residência na sede da ACERT em Janeiro/Fevereiro de 2008).

Depois será altura de Teatro para as Escolas, pela mão dos nossos parceiros ao longo de todo o ano: O Art’Imagem no Auditório Municipal.

À noite, uma das últimas criações dos Yllana, mestres do humor que já nos brindaram com a sua presença em várias edições do Festival.
No quinto dia, o “Projecto Satélite” da Circolando fará do Teatro físico e visual a sua imagem de marca num espectáculo para toda a família.

No último dia à tarde, o CEPiA de Évora brinda-nos com uma estreia: um espectáculo que, também criado em residência artística no Novo Ciclo, constrói um microcosmo dramatúrgico de ficção.
À noite daremos lugar a uma Companhia que, presente no FINTA inaugural, nos presenteou com um extraordinário espectáculo de marionetas. Desta vez, o Teatro Corsario traz-nos uma estreia em Portugal que tem merecido as melhores referências na imprensa espanhola e internacional. “Aullidos” foi inclusive considerado o “melhor espectáculo de marionetas para adultos no Festival Internacional de Marionetas de Valência”. O grupo de Luís Bettencourt é a garantia de uma grande festa para encerrar ao ritmo da música açoriana.

Presença constante ao longo do Festival será a Companhia Marimbondo que, de Quarta-feira a Sábado, fará os cantos e recantos de Tondela transbordar de boa disposição.

De estreias e regressos se construirá, então, este FINTA, a Festa de todos os que fazem do Teatro um momento especial de partilha de emoções.
Suba o pano!


Programa FINTA
15º Festival Internacional de Teatro ACERT
Tondela, 30 Novembro a 05 Dezembro 2009


30 Nov. 21:45 ESTREIA TRIGO LIMPO TEATRO ACERT “Vila Cacimba”
23:30 Niño Costrini
01 Dez. 14:30 NIÑO COSTRINI (Ruas de Tondela)
16:00 GICC TEATRO DAS BEIRAS “LOL.pop”
21:45 Teatro Regional da Serrra do Montemuro “Saloon Ye-Ye”
02 Dez. 14:30 Companhia MARIMBONDO (Ruas de Tondela)
21:45 Estreia Plataforma Voadora “Super8”
03 Dez. 10:00 e 14:30 TEATRO ART’IMAGEM “História de uma gaivota e …”
14:30 COMPANHIA MARIMBONDO (Ruas de Tondela)
21:45 Teatro Yllana “Zoo”
04 Dez. 14:30 COMPANHIA MARIMBONDO (Ruas de Tondela)
21:45 CIRCOLANDO PROJ. SATÉLITE “Paisagens em Trânsito”
23:30 “Jamin’Tondela” B.Swing Café-concerto
05 Dez. 14:30 COMPANHIA MARIMBONDO (Ruas de Tondela)
18:30 ESTREIA CEPIA “Antes que a noite venha…”
21:45 TEATRO CORSÁRIO “Aullidos”
23:30 “Ynot Band” Café-concerto


Vila Cacimba
Uma aldeia que mente para viver, onde nasce um espectáculo… de verdade!
O TRIGO LIMPO teatro ACERT, a nossa companhia, regressa a Mia Couto, um autor do nosso
encantamento.
É num ambiente de sonho e de policial, onde o romance e a novela mexicana se fundem e confundem, que seis actores colocam em cena uma história mirabolante centrada na busca… de um remédio.
Conseguirá o Doutor Sidónio erradicar a epidemia que assolou Vila Cacimba ou pretende apenas curar Bartolomeu Sozinho? Conseguirá Suacelência um medicamento que lhe anule definitivamente a transpiração ou morrerá envenenado por vingança? Conseguirá Dona Munda que lhe devolvam a filha Deolinda ou será acusada de ser feiticeira?
Sonhar é uma cura ou dá um trabalhão danado? Há sempre um remédio para tudo ou a vida não tem remédio?


A partir de “Venenos de Deus, Remédios do Diabo, As incuráveis vidas de Vila Cacimba” de Mia Couto
Dramaturgia e Encenação Pompeu josé
Actores Ilda Teixeira, José Rosa, Pompeu José, Raquel Costa, Sandra Santos e Zito Marques
Cenografia Zétavares, Pompeu José e Taller de Escultura
Música Fran Perez (executada em cena pelos actores)
Figurinos Ruy Malheiro (com apoio à execução de José Rosa e Sandra Santos)

Classif: maiores de 12 anos.
www.acert.pt/trigolimpo