16.3.07

Campos Lima

O texto que a seguir reproduzimos foi retirado do blogue Almanaque Republicano ,cuja consulta se recomenda, e a quem saudamos pela qualidade de conteúdo e o interesse dos seus artigos, e no pressuposto da sua anuência para a publicação no Pimenta Negra deste post acerca de Campos Lima, uma figura ímpar do movimento anarquista português.

Campos Lima a discursar aos estudantes por ocasião da Greve Académica de 2007 na Universidade de Coimbra



João Evangelista de Campos Lima [1877 ?-1956 * ver nota no fim do post] nasce a 16 de Setembro no Porto. Foi estudante de direito em Coimbra e destacou-se (ver aqui e aqui) na denominada Questão Académica de 1907 ou Greve Académica de 1907. Colaborou, muito cedo, em jornais e revistas literárias (e libertárias).



[Ave Azul, Viseu, 1900 / Bohémios, 1900, publicação simbolista do Porto / Mocidade, de Lisboa, 1901 (data desse ano o opúsculo de C.L., "Nova Crença", Coimbra, 1901) / Revista Livre, publicação libertária de Coimbra sob sua direcção, 1902 / Arte e Vida, Coimbra, 1904-1906 / A Vida, Porto, 1905 - curioso semanário libertário, dirigido por Manuel Joaquim de Sousa e a partir de 1909, por Álvaro Pinto, com colaboração de Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão, Teixeira de Pascoaes, Alfredo Pimenta, Pinto Quartim, Homen Cristo Filho, etc / Nova Silva, Porto, 1907, revista dirigida por Leonardo Coimbra - veja-se, Daniel Pires, Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Séc XX, Lisboa, Grifo,1996]




Em finais de 1905, Campos Lima, que se tornaria num hábil orador, aparecia já a pronunciar conferências sobre questões sociais [como em Outubro de 1905, na Liga das Artes Gráficas, sob o tema "A Questão Social", conferência que foi publicada em 1906, em livro, sob edições do NEA] e militava na corrente libertária, integrando o NEA [Núcleo de Educação Anarquista de Coimbra, 1906], pelo que colabora no seu jornal, Era Nova [nº1, 3 de Fevereiro 1906, onde escreviam, também, Alfredo Pimenta, Ângelo Vaz, Pestana Júnior, Araújo Pereira (actor), Bento Faria (jornalista), Emílio Costa, Gonçalves Preto, Lopes Oliveira, Pulido Valente,.., ver Edgar Rodrigues, Breve Historia do Pensamento e das Lutas Sociais em Portugal, p. 124].



Em 1906, Campos Lima, regressado de Paris, onde tinha ido com o Orfeão Académico de Coimbra [ver, Campos Lima, "Os meus dez dias em Paris", 1906] lança o projecto da "Escola Livre", que de algum modo reflecte essa ideia de "educação libertária", tão cara ao ideário anarquista, e que teve em Portugal, nesses anos, uma considerável difusão através da chamada "Escola Moderna" [a Escola Moderna seguia os métodos do espanhol Francisco Ferrer e de La Ruche de Sebastião Faure, em França].



Nesse mesmo ano adere à maçonaria, tendo sido iniciado [24/11/1906] na Loja Fernandes Tomás, nº 212 da Figueira da Foz [onde temporariamente residiu] com o nome simbólico de Kropotkine [depois, dado a sua mudança da Figueira da Foz para Lisboa, pede o atestado de quite a 27/12/1907], tendo atingido posteriormente "cargos relevantes no GOLU e no Grande Tribunal Maçónico" [ver, A Loja Fernandes Tomás, O Arquivo e a História, ed. Museu Figueira da Foz, 2001 e o Dicionário de Maçonaria de Oliveira Marques, Delta, 1986]


Em 1907, em consequência da Greve Académica de Coimbra, é expulso da Faculdade de Direito, sendo depois "indultado e formando-se nesse ano" [refª Gr. Enc. Port-Bras., vol 5]. Depois, exerceu a advocacia em Lisboa com grande sucesso, participou na comissão da "Reforma da Lei do Inquilinato", fez parte da comissão organizadora do Congresso Cooperativista, integrou a Comissão do Congresso de Livre Pensamento (Outubro de 1913) e surge como fazendo parte da Caixa de Previdência dos Profissionais de Imprensa ("até à sua dissolução, em 1934"). Ao mesmo tempo continuava a realizar conferências sobre questões sociais e o ensino (principalmente "em associações operárias"), participava activamente na luta política, onde se distinguia como excelente orador, ao mesmo tempos que era professor na Escola Industrial de Afonso Domingues, em Lisboa.




[NOTA: a data de nascimento de Campos Lima torna-se, de algum modo, complicado de apurar a partir das diferentes biografias consultadas. Em quase todas elas, e foram muitas (como Oliveira Marques, António Ventura, a enc. Portuguesa e Brasileira,etc.), surge como data do seu nascimento 1887 (o que a ser verdade significa que C.L. teria 20 anos quando se formou, bem como seria muitíssimo jovem quando começa a publicar textos em revistas e jornais, o que nos deixou perplexos). A enciclopédia Lello refere o ano de 1877, o mesmo ano de nascimento que lhe atribui Edgar Rodrigues (A Oposição libertária em Portugal 1939-1974, Sementeira, 1982), significando que Campos Lima, que se formou em 1907, teria na época 30 anos, o que não sendo impossível, nos parece pouco provável. Outra fonte - A Loja Fernandes Tomás O Arquivo e a História, ed. Museu Figueira da Foz, 2001 - refere como data de nascimento 1874, o que ainda é menos plausível. Portanto, a nosso ver e salvo melhor opinião, existe alguma inexactidão sobre a data de nascimento de Campos Lima, que de momento não conseguimos ultrapassar, de todo. No Arquivo da U. de Coimbra há o registo da matrícula de Campos Lima a 4/10/1902. Porém não se conseguiu encontrar a sua certidão de nascimento, bem como na Carta de Curso não aparece nenhum documento sobre o aluno J.E.C.L., pelo que a dúvida subsiste. Continuaremos, quanto nos for possível, a investigação sobre o assunto - em actualização]


Em 1924, Campos Lima funda a Editora Spartacus


[onde publicou contos, romances e opúsculos seus, como O Amor e a Vida, 1924; A Revolução em Portugal, 1925; A Ceia dos Pobres (3ª ed., peça para teatro, publicada inicialmente em 1906 e que teve grande êxito no Brasil entre a comunidade libertária), a Teoria Libertária ou o Anarquismo, 1926; Gente Devota, 1927; Mulher Perdida, 1928; etc. Registe-se a publicação, pelas Edições Spartacus, das raras novelas de Ferreira de Castro, "Sendas do Lirismo e de Amor”" e "A Casa dos Móveis Dourados"]


e mantêm a sua faceta de jornalista [sócio efectivo da Casa dos Jornalistas nº 120, de 11/11/1924], articulista e, mesmo, de director, num conjunto quase infindável de publicações periódicas. Assim, colabora no jornal Vanguarda (1899-1911), no jornal O Mundo (1900), na Verdade (1903), no jornal republicano País (1905-1921), na Era Nova (já citado), na Greve (jornal republicano-sindicalista, dir. Alexandre Vieira, 1908), no jornal republicano O Povo (1911-1916), no importante semanário libertário Terra Livre (1913), no diário do partido republicano "Portugal" (1917-1920), no jornal O Século, na Pátria (1920), no Diário de Notícias, no jornal republicano da tarde A Notícia (1928), no Diário da Noite (Lisboa, 1932-33), Gleba (1934-35), no jornal anarquista A Batalha e no seu importante suplemento literário, na Revista do Instituto de Coimbra, na Vida Contemporânea (1934-36), no magazine mensal Civilização [dirigido por Ferreira de Castro e Campos Monteiro, 1925-37]. Foi também [proprietário e] director do diário da tarde "A Boa Nova" [nº1, 1 Maio 1908], da Imprensa de Lisboa [diário dos grevistas e único que se publicou na Greve de 1921], do jornal Imprensa Livre [1925, onde colaborou Ferreira de Castro que, curiosamente nesse mesmo ano, publica o célebre e raro livro Mas...], funda [Março de 1929-Fevereiro 1930] a revista libertária Cultura [XIV numrs] e é, ainda, director [entre o nº 275-326] do semanário de critica literária e artística O Diabo, em 1939.


Campos Lima foi um manifestamente um intelectual de orientação libertária [registe-se que João Freire, no seu artigo "A evolução ideológica de alguns expoentes do anarquismo português no pós-guerra" (Revista da Biblioteca Nacional, 1-2, 1995, p. 140) assinala a existência de um "grupo informal de antigos libertários" reunidos como tertúlia, da qual fazia parte, além de Campos Lima, Emílio Costa, Pinto Quartim, Jaime Brasil e Alexandre Vieira, e que se "reuniam habitualmente no Café Chiado", debatendo, conspirando e estabelecendo "programas políticos libertários"], um historiador do movimento operário, libertário e republicano [veja-se a sua Dissertação para a cadeira de Ciência Económica da FDUC, "O Movimento Operário em Portugal" (publicado em 1910 e, depois, em 1972), "O Estado e a Evolução do Direito" (1914), "O Reino da Traulitânia (25 dias de reacção monárquica" (1919), "A revolução em Portugal" (1925) ou leia-se os artigos da revista Cultura (em especial "Nós e as Ditaduras", nº 3, 1929)], um verdadeiro romântico de "ideias livres". Nunca aceitou ser deputado, tendo recusado cargos de chefia de estado, como governador civil de Braga (durante o "ministério de Bernardino Machado") ou ministro da Justiça (convite que lhe é feito depois do "movimento de 19 de Outubro de 1921").


Torna-se por isso tudo e, justamente, pela "sua conduta”", "aprumo moral", "tolerância", "indiferença à glória" e total "desassombro" [refª a artigo de Belisário Pimenta sobre C.L., Vértice, nº 153] uma figura absolutamente notável, que assume, defende e professa as suas ideias até ao fim da sua luminosa vida, a 15 de Março de 1956.


Bibliografia geral consultada: Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal: as convergências possíveis (1892-1910), de António Ventura, Cosmos, 2000 / Breve História do Pensamento e das Lutas Sociais em Portugal, por Edgar Rodrigues, Assírio & Alvim, 1977 / Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Séc XX, de Daniel Pires, Grifo,1996 / Jornais Diários Portugueses do séc. XX, de Mário Matos e Lemos, Ariadne Editora, Coimbra, 2006 / Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol 5

J.M.M.

Às 3ªs feiras à noite no Esmae há sempre jazz com a casa a abarrotar de estudantes

Por grave omissão minha não divulgei até hoje uma das iniciativas mais interessantes que existem neste momento na cidade do Porto: a realização quase todas as terças feiras à noite no café concerto da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), no Porto, de jam sessions, com alunos da Escola e convidados.
O preço de entrada é puramente simbólico e o ambiente da sala é único,
A não perder.

Para quem não sabe aqui fica a direcção:
Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do IPP
Rua da Alegria, 503 4000-049 Porto
( o ESMAE faz esquina da Rua da Alegria com a rua da Escola Normal)
Música ao vivo, todas as terças feiras... QUASE DE BORLA.


Como ilustração desta pista deixo aqui um video do grupo que mais vezes tem passado pelo excelente café concerto do ESMAE, o grupo de Lucia Martinez composto por:

João Pedro Brandão - Sax alto
Pedro Neves - Piano
Carl Minnemann - Contrabaixo
Lucia Martinez - Bateria



As aldeias dos livros

Por intermédio do novíssimo e promissor blogue Lura dos Livros, cuja consulta e leitura se recomenda, consegui encontrar uma listagem das aldeias de livros existentes no mundo num texto interessante publicado pelos bibliotecários sem fronteiros no respectivo website.
Há muito que pensava em elaborar um breve dossier e fazer a divulgação possível destas aldeias ( ou vilas) dos livros e onde estes fazem parte da identidade local. Deixarei então essa abordagem para mais tarde e vou limitar-me a reproduzir o texto encontrado aqui, sem antes, no entanto, agradecer mais uma vez à autora do
blogue Lura dos Livros a indicação feita .

As Book Towns (Comunidades de Livros) são localidades cujas actividades económicas e culturais centram-se quase exclusivamente nos livros. Localizam-se geralmente em pequenas localidades de interesse histórico/patrimonial, cultural ou mesmo paisagístico, concentrando-se nelas um elevado número de livrarias e afins, que comercializam sobretudo livros antigos e/ou em segunda mão.

Em 1961 Richard Booth, um graduado de Oxford, teve a ideia de transformar uma histórica povoação rural em gradual declínio, no País de Gales, Hay-on-Wye, numa Comunidade de Livros. Richard Booth comprou algumas casas abandonadas contíguas e aí implantou o maior alfarrábio de todo o Mundo. Apesar da sua localização numa área rural, Hay-on-Wye possui importantes núcleos urbanos relativamente próximos. Ao longo dos anos foi incentivando e auxiliando muitos outros na abertura de novas lojas em Hay-on-Wye. Em jeito de provocação jocosa em 1977 Booth declarou “independente” Hay-on-Wye , publicando as próprias leis “Home Rule for Hay” e (auto)coroou-se Rei dos Livros. Este facto, se na prática não redundou em nenhuma efectiva mudança administrativa, pelo menos teve o condão de projectar Hay-on-Wye pelo mundo fora, nomeadamente nos círculos dos livros e da cultura. Isso revelou-se crucial para o incremento do seu sucesso a um ritmo exponencial, contando hoje com mais de 30 livrarias/alfarrábios de grande dimensão e atingindo um montante anual de turistas superior a meio milhão. Desde 1988 realiza-se anualmente um festival “Hay Literary Festival“, em colaboração com o jornal “The Guardian” que atrai mais de 80 mil pessoas cujo interesse são os livros. Hay-on-Wye afirma-se na actualidade como um burgo já de razoável dimensão e importância Este êxito induziu outras localidades do resto do mundo a reproduzirem o seu modelo. Em especial os anos de 1993 e 1997 revelaram-se muito frutíferos no surgimento de novas Book Towns, respectivamente com cinco (1993) e oito (1997) novas localidades a aderirem a este modelo.

Uma das características destas Booktowns é formarem um catálogo comum das suas obras dos diversos livreiros e alfarrábios de modo a que este assuma maior visibilidade e o acesso às obras por parte dos visitantes/clientes seja facilitado. Com o advento da Internet esse catálogo passou na maior parte dos casos a estar disponível em rede na Web, o que contribuiu para exponenciar de modo significativo o número de clientes.Outra particularidade das Book Towns é o elevado número de evento e iniciativas ligadas ao universo dos livro que são realizadas ao longo do ano, designadamente os seus Festivais de livros

Na Europa têm sido envidados esforços para que cada país possue, pelo menos, uma Book Town. Na actualidade, contabilizam-se nível mundial, cerca de três dezenas de Book Towns, sendo que dezanove delas se localizam na Europa, destacando-se a França que concentra seis delas.As Book Towns representam uma estratégia modelar para o desenvolvimento rural e turístico sustentável, e contribuindo para afixação de pessoas em zonas rurais. A nível dos sectores de turismo e lazer afirma-se como uma formato inovador, granjeando elevado sucesso, e que é cada vez mais reproduzido pelo mundo fora.

Uma parte significativa das Book Towns estão agrupadas na I.O.B. - International Organisation of Book Towns (Organização Internacional de Comunidades de Livros) que congrega no momento 13 povoações. Algumas das Book Towns (ainda) não integram a IOB em face de não cumprirem os rigoroso critérios por ela propostos, ou porque simplesmente não têm essa intenção. A IOB foi fundada como consequência do projecto da União Europeia “EU-project UR 4001 : European Book Town Network”.

Lista-se, de seguida, as Book Towns que integram a IOB, referindo-se o país respectivo e a data em que obtiveram em que passaram assim a ser designadas:

Hay-on-Wye (Gales, 1961)


Redu (Bélgica, 1984)


Bredevoort (Holanda, 1993)

StillWater (Minnesota, USA, 1993)

St-Pierre-de-Clages (Suíça, 1993)


Fjærland (Noruega, 1995 )

Kampung Buku (Malásia, 1997)

Kirjakilä Sysmä (Finlândia, 1997)

Montereggio(Itália, 1997)

Wigtown (Escócia, 1997)

http://wigtown-booktown.co.uk/

Wünsdorf-Waldstadt (Alemanha, 1997)

Montmorillon (França, 2000)

Tvedestrand (Noruega, 2003)

Os objectivos da I.O.B. são:
- incrementar o conhecimento público das Book Towns e estimular o seu interesse através de divulgação via internet e pela organização do “International Book Town Festival” de dois em dois anos.
- Elevar a qualidade das Book Towns através do intercâmbio de conhecimento, capacidades e da experiências entre as book Towns e também entre os seus livreiros e e outros negócios afins
- Desenvolver a economia rural através da divulgação das Book Towns e pela oferta de um meio (e-bussiness) para os livreiros, através dos quais eles possam oferecer os seus livros a um público universal, em qualquer altura do ano e a qualquer hora.
- realizar actividades que sejam do interesse das Book Towns e fortalecer o comércio independente nestas povoações.
- contribuir para a preservação das múltiplas heranças culturais de âmbito local, regional e nacional e estimular o público internacional a tomar conhecimento delas

Até hoje o “International Book Town Festival” foi realizado nas seguintes Book Towns:
Bredevoort (Holanda, 1998),
Mühlbeck-Friedersdorf (Alemanha, 2000),
Sysmä, Finlândia, (Julho, 2002),
Wigtown, (Escócia, 2004).
Fjaerland, na Noruega , entre 18 e 25 de Junho deste ano, 2006.
Para além Book Towns integrantes da IOB existem outras Booktowns repartidas por diversos países do mundo:

Becherel (França, 1988)
Montolieu (França, 1989)
Fontenoy la Joute (França, 1993)
Cuisery (França, 1999)
La Charité-sur-Loire (França, 2000)
Kembuchi Children’s Picture-Book Village (Japão, 1991)
Miyawaga Children’s Book Village (Japão, 1993)
Blaenafon (Gales)
Dalmellington (Escócia, 1997)
Damme Boekendorp (Bélgica, 1997)
Muehlbeck/Friedersdorf (Alemanha, 1997)
Gold Cities BookTown (Nevada, USA)
Sidney-by-the-Sea (Canada, 1995)
Southern Highlands (New South Gales, Austrália)
Requena (Espanha) entretanto deixou de o ser