2.12.07

Movimento Cidadãos do Porto, SA (sociedade aberta) organiza acção no dia 4 de Dezembro segundo o lema Eu imPORTOme

Eu imPORTOme


O Movimento Cidadãos do Porto SA vai organizar uma acção de rua na próxima 3ª feira (dia 4 de Dezembro) para comemorar o 11.º ano da elevação do centro histórico da cidade do Porto a Património Mundial.

Estão previstas várias “rusgas” de vários pontos do centro histórico ( Leões, Terreiro da Sé, Ribeira e Praça Sandeman em Gaia) que terão o ponto de encontro no Largo em frente ao Mercado Ferreira Borges. De seguida, está previsto um concerto, às 20:00h, nas escadas do Edifício da Bolsa, seguido de outras festividades…

Vou estar numa das cinco concentrações, concretamente na que acontecerá frente ao Piolho, dia 4 de Dezembro, às 18h30, para depois de lá arrancar com o resto das pessoas para o Infante onde haverá uma série de intervenções e animações das 20h em diante.

TAMBÉM VENS?
Se assim for, lá te espero...




Movimento Cidadãos do Porto, Sociedade Aberta

Cidadãos do Porto, Sociedade Aberta é uma rede de cidadãos do Porto (e região) interessados e preocupados com a sua cidade, o seu património e desenvolvimento.

O nosso território de preocupação e acção é o que se inscreve na Planta Redonda, ou seja o Centro Histórico e a Baixa, e a rede baseia-se no voluntariado e na independência.
Pretende-se mobilizar, para objectivos comuns, os cidadãos preocupados com o Centro Histórico do Porto, património mundial inscrito na lista da UNESCO desde 1996, independentemente da sua cor política, religiosa, clubista ou qualquer outra.
Como projecto imediato estamos a preparar a comemoração do 11º aniversário da classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial, que se celebra a 4 de Dezembro.
Este ano, vamos fazer uma festa, apesar de ser Inverno, e dia de trabalho. Calha numa terça-feira e provavelmente choverá. A festa terá de ser depois das 18h30 e para protecção estamos a preparar capas de chuva, identificadas com o símbolo do Património Mundial
O nosso lema para este ano é o eu imPORTOme
A ideia é que o aniversário da classificação do centro histórico do Porto como Património Mundial não passe despercebido, ao contrário do que tem acontecido nos anos anteriores.

A iniciativa vai contar com nomes como Pedro Burmester, Rui Reininho, Pedro Abrunhosa. Note-se que a acção vai contar com uma actuação de Pedro Burmester (pianista que tinha anunciado que não tocaria no Porto enquanto Rui Rio liderasse a autarquia local).

No manifesto (ver abaixo) que circula na Internet (os interessados devem pedir informações pelo e-mail 4.12.2007@gmail.com ), diz-se que este movimento está aberto a todos os "interessados e preocupados com a sua cidade". Solicitam que cada cidadão se faça acompanhar por 11 amigos. "Com uma única exigência - que gostem do Porto".
Os objectivos são combater o que dizem ser o desprezo da cidade pela valorização da UNESCO, "promover a dinamização, vitalização, animação e investimento na cidade" e lutar pelo "turismo cultural."

As festividades acontecem a 4 de Dezembro, a partir das 18h00 em vários pontos da cidade - Leões, Terreiro da Sé, Ribeira e Praça Sandeman em Gaia – mas com epicentro na Praça do Infante. A animação vai estar a cargo dos alunos de jazz da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) e de escolas de teatro.

A partir das 19h00, a celebração decorre na Praça do Infante e conta com as actuações de vários músicos. No final dos concertos está programada uma rusga que parte em direcção à Ribeira.

É lá que a noite continua com petiscos a 1 euro, grupos de jazz, percussão e capoeira. A organização está a preparar, ainda, capas de chuva e lanternas com o símbolo do Património Mundial. Conceição Rios salienta o "carácter de cidadania" da festa.


PROGRAMA

18:30 Concentrações/Pontos de encontro
[com animações organizadas por escolas, associações e artistas da cidade]


Praça Parada Leitão (aos Leões)
Terreiro da Sé
Miragaia
Praça da Ribeira
Praça Sandeman (Cais de Gaia)


20:00 Praça do Infante
Festa com a participação de Pedro Abrunhosa, Rui Reininho, Vozes da Rádio, Rui Veloso, Ana Deus, Bando dos Gambozinos, Conjunto António Mafra, entre outros.

22:00 Palácio da Bolsa
Intervenções musicais por Maria João Matos, João Lima e Pedro Burmester
Conferência por Alvaro Gómez-Ferrer Bayo [Arquitecto, consultor da UNESCO que avaliou a candidatura do Porto e propôs a inclusão do Centro Histórico na Lista do Património Mundial]

E ainda celebrações imPORTO-me, organizadas por entidades que se associaram à festa

18:00 Inauguração de Exposição de Fotografia, na Galeria da ESAP - [Largo de S. Domingos, nº 80]

18:30 Leitura de poemas Porto em Verso, pelos alunos do Curso de Teatro da ESAP, na Galeria da ESAP

19:30 Tuna dos Alunos, na Cantina da ESAP [Rua Mouzinho da Silveira, nº 73]

A partir das 20:00 - Petiscos a Um Euro e momentos musicais em bares e restaurantes do centro histórico

Este programa está em permanente actualização com novos acontecimentos e iniciativas de pessoas e entidades que queiram associar-se à festa.


Manifesto Eu imPORTOme

O Porto adormecido, à deriva, procurado por um número crescente de turistas, responde com uma oferta espontânea, de qualidade mais ou menos variável.
O Porto tem dedicado menosprezo e até desprezo pelo seu valor como Património Mundial.
Não queremos assistir parados ao desperdício das oportunidades.
Importa aproveitar a “marca”, articular as vontades e forças que possam fazer avançar o Centro Histórico do Porto como recurso cultural, urbanístico e turístico de grande qualidade e de grande potencial, para toda a região e para o país.
É urgente lançar iniciativas, ou programas, que possam promover o Porto, dar-lhe visibilidade e divulgar a imagem, no sentido da mobilização do recurso património.
Aproveitar a classificação da UNESCO para promover a dinamização, vitalização, animação e investimento na cidade.
Relançar a auto-estima apagada, valorizar o espírito do lugar.
Unir vontades, juntar competências, evitar rejeições, abranger todas as ópticas, mostrar o Porto pela positiva - aproveitando oportunidades e contornando ameaças.
Olhar as fraquezas de frente, não desistir, procurar soluções.
Cidade que foi de Bispo, de mercadores, de vinhos, de indústria, de comércio, de serviços, de universidade, e continua a ser de tudo isso, mas agora (só agora) é também uma cidade de turismo!
Turismo cultural. O que a cidade tem de melhor para oferecer é, hospitalidade, animação e estética, que inclui paisagem, património, música, gastronomia e cultura.
O que falta à cidade é qualidade de serviços, integração de ofertas, projecção internacional, força para se impor.
Os primeiros a acordar, não podem deixar ninguém adormecido.

EU imPORTOme

Este será o “lema” com que hoje pretendemos unir os que se importam com o que se passa no Porto Património Mundial!
Muitos se importam com o património que é nosso e de todo o mundo, e com os destinos que lhe vão sendo dados ou retirados! Mas, cada um por si, pessoalmente, individualmente, pouco ou nada poderá contra a indiferença e o desprezo.
Há gente no Porto que desvaloriza, ou se esquece de valorizar, o facto da nossa cidade ter um sítio na lista da UNESCO.
No entanto essa será, talvez, a nossa herança colectiva mais importante. O Centro Histórico é, e será, o nosso relicário de espaço urbano e patrimonial mais precioso. Por isso toda a descriminação positiva tem fundamento e justificação. Por isso todo o abandono é grave.
Cidadãos do Porto-SA (Sociedade Aberta) é uma rede de voluntários, independentes e não dependentes, que se está a formar para despertar as consciências e envolver, na defesa do Património Mundial, mais e mais cidadãos do Porto capazes de despir as suas camisolas clubistas, bairristas, religiosas, partidárias… ou outras, para vestir a camisola do Porto.
Há onze anos que, por mérito próprio, o Centro Histórico do Porto, com os seus mais de cem monumentos, mais de 3000 edifícios e milhares de habitantes entrou na lista, por decisão dos órgãos competentes, no dia 4 de Dezembro. Foi dia de júbilo para os cidadãos do Porto.
Essa classificação, só por si, não se traduz, obviamente, em qualidade urbana, em crescimento económico, em desenvolvimento social ou em vantagem comparativa na competição que as cidades enfrentam, mas pode ser usada, a favor de um melhor turismo, de um melhor urbanismo, de um melhor ambiente urbano e sobretudo de uma maior auto-estima dos cidadãos do Porto. Pode ser, mas não tem sido!
Passados onze anos não podemos deixar amolecer a memória. Temos de nos importar!

EU
imPORTOme

Este ano, contrariando a triste tradição do esquecimento e o obscurantismo lançado contra o Centro Histórico em anos anteriores, sem ter de pedir licença a ninguém, os cidadãos do Porto vão comemorar o aniversárioda entrada na lista.

Juntar na rua todos os que se importam, todos os que sentem o Porto como sua herança, todos os que valorizam o património como cultura, todos os que se orgulham de ter a cidade apesar de envelhecida, frágil e enferma.

Juntar na rua todos os que apostam que vale a pena acreditar que uma cidade com vinte e cinco séculos por trás tem também vinte e cinco séculos pela frente, com todas estas camadas arquitectónicas, sociais, culturais que fazem a mistura urbana do espaço e do tempo da cidade histórica - objecto (ser) único e inimitável.

Assim será o 4 de Dezembro deste ano, 11º aniversário, dia de festa.

Para isso precisamos de si, precisamos que traga 11 amigos do Porto e que cada um deles traga outros onze.

Temos identidade, temos programa, temos vontade e saberemos encontrar os meios e as forças necessárias. Para isso precisamos de si, dos seus onze amigos e dos onze amigos de cada um deles.

Para o ano seremos 12×12x12…x12!

Cidadãos do Porto-SA, é uma rede que depende de si própria, e cuja fórmula de intervenção se baseia no voluntariado e na independência face aos poderes do estado, das autarquias ou das instituições públicas. É uma rede de apenas cidadãos, com uma única exigência - que gostem do Porto.

É uma Sociedade Aberta, porque não tem estatutos, nem sede, nem cotas, nem número de contribuinte, nem aparelho, nem funcionários, nem subsídios, nem dependências! É uma sociedade Portuense, no melhor sentido da alma destes cidadãos que nunca pediram licença para serem autênticos.

Cidadãos do Porto não é uma rede contra ninguém, é apenas pelo Porto.

Se quiser aderir a esta celebração só tem de marcar na sua agenda que no dia 4 de Dezembro, uma terça-feira, das 19h00 às 21h00 tem de aparecer. Se concordar com a mobilização e quiser ajudar, então arranje os 11 amigos a quem passe este manifesto, com o cuidado de manter a reserva para evitar que alguém prejudique a nossa vontade de celebrar. Basta escolher cuidadosamente a quem vai enviar isto e pedir para terem o mesmo cuidado ao fazerem, por sua vez, o mesmo.

Para receber mais informação sobre o que vai ser feito em concreto, envie o seu endereço para o 4.12.2007@gmail.com e será regularmente actualizado sobre o programa da comemoração.

Viva o Porto.

A loucura da publicidade: 20 mil milhões de catálogos comerciais circulam anualmente nos Estados Unidos

O fluxo incessante de catálogos comerciais nas caixas de correios dos norte-americanos é um dos traços marcantes e mais característicos do grande negócio em que se tornou o Marketing empresarial das sociedades de consumo.
Basta uma simples compra, num momento de maior fraqueza, e eis que qualquer cidadão norte-americano arrisca-se a partir daí a ficar com a sua caixa de correio atulhada de catálogos comerciais das empresas e dos mais variados e inimagináveis produtos à venda no mercado. A explicação está no facto de aquela compra, e as informações relativas à pessoa do comprador, ter sido registada numa base de dados comerciais, que é partilhada pelas milhares de empresas que, depois de esboçarem o perfil ideal dos seus clientes, não descansam em assediar os infelizes seleccionados ao longo dos anos e anos.

A consequência desta engrenagem não podia ser mais catastrófica: estima-se que nos Estados Unidos da América circulem por ano 60 catálogos comerciais por pessoa!!! Qualquer coisa que representará cerca de 20 mil milhões de catálogos por ano!


Uma verdadeira hecatombe ecológica de dimensões difíceis de imaginar, mas que são bem reais na erosão da natureza e no desperdício de recursos em que essas operações e campanhas comerciais se traduzem.

Dificuldade de Governar (B. Brecht)

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar.
Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente.
Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra.
E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.


É também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica.
Sem o patrão as paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados?
E que seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.


Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.


Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?


BERTOLT BRECHT
(Tradução de Arnaldo Saraiva)

Tertúlia sobre o jornalismo de causas (5 de Dez. às 21h. na Livraria Ler Devagar)

O Jornalismo de Causas
5 de Dezembro na Livraria Ler Devagar
Fábrica Braço de Prata, 21h

Tertúlia do Jornalismo organizada pela Youth Press Portugal - Associação de Jovens Jornalistas.
A defesa de uma causa implica a perda de independência e contraria os valores éticos e deontológicos do jornalismo ou será a prossecução do objectivo primordial de denúncia das injustiças e de luta por uma sociedade mais livre?

Convidados: Céu Neves (Diário de Notícias), Luís Osório (Rádio Clube Português), Renato Teixeira (Focus)
Tel.: 919620804 (Joana Simões Piedade)

Aos Fura-greves acontece-lhes o mesmo que às nêsperas

RIFÃO QUOTIDIANO

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece.

Mário Henrique Leiria

O poema dito por Mário Viegas em video