24.4.07

Manifestação anti-autoritária contra o Fascismo e o Capitalismo


Convocatória para uma manifestação anti autoritária,
Contra o Capitalismo, Contra o Fascismo

Dia 25 de Abril, pelas 18 horas


Apelamos à participação activa num acto de resistência à farsa Nazionalista


Todos à Praça da Figueira, depois da manifestação do 25 de Abril ter terminado.


Quando a precariedade laboral obriga a uma politica do come e cala (não reclames nada se queres ver o contrato renovado)

Quando "NAZIONALISTAS" de toda a Europa se reúnem, festejam e manifestam mesmo à nossa porta

Quando a banca e seguros apresentam lucros "MILIONÁRIOS" enquanto fábricas fecham colocando milhares de trabalhadores no olho da rua

Quando valores como LIBERDADE e IGUALDADE são postos na gaveta como se fossem uma camisa que passou de moda.




Chega a altura de grita basta!


Chega a altura de mostrar que ainda há cidadãos autónomos que valorizam a LIBERDADE e que são capazes de se organizar sempre que necessário sem o apoio do estado ou de qualquer partido!



Dia 25 de Abril às 18:00h vamos todos unir a voz na Praça da Figueira, para que até o maior português de sempre a possa ouvir debaixo das terras de Santa Comba Dão!»




Vivemos dias negros do pior que o capitalismo tem para nos oferecer:
- Desemprego
- Precariedade laboral
- Perca de direitos dos trabalhadores
- Extrema direita


Após a derrocada do papão vermelho dos países “comunistas” aquilo que se pensava ser um dado adquirido, o Estado Providência, começou a ceder ao grande capital. Sem o medo do crescimento dos partidos comunistas na Europa Ocidental começa a ofensiva a tudo aquilo que se pensava ser um direito democrático, a saber, direitos à saúde, ao trabalho (e reforma, subsídios) à justiça, educação, entre outros. Derrotado o inimigo vermelho, vê-se bem agora qual a verdadeira faceta da democracia, quem lucra com ela e quem ela dá espaço de manobra para nos amedrontar.


As reformas fiscais ficam-se por uma classe média cada vez mais pobre, enquanto as grandes empresas, sustentáculo deste circo, permanecem intocáveis. O novo código de trabalho, a reforma da função pública, o aumento do custo de vida, o desemprego e a precariedade laboral criam na sociedade um clima de medo e de suspeição. Sócrates, mestre na arte da manipulação mediática é especialista na velha divisa do “dividir para reinar”.


A culpa é atribuída à vez, aos professores, à função pública, à “crise mundial”, aos governos anteriores, etc. Convertem-se direitos em “regalias”, acabam-se as reformas, pretende-se que se trabalhe até aos 65 anos. O emprego estável acabou, a nós espera-nos uma vida de ansiedade sem saber bem qual vai ser o dia de amanhã sempre com o espectro do despedimento. É isto o capitalismo, é isto a democracia.


Explora-se a bom ritmo portugueses e emigrantes que só são bons enquanto estão ilegais visto que não se pretende enquadrar na sociedade essa mão de obra escrava que abunda por aqui.
Legaliza-se um partido nazi que nem 5 mil assinaturas reuniu para se formar, comprando o PRD e transformando-o em PNR. Esse partido nazi é legal e concorre para eleições. Isto enquanto casas okupadas são desalojadas por Portugal inteiro.



A impunidade nazi cresce, os carecas que estavam presos (implicados na morte do africano Alcino Monteiro) já estão cá fora e muito contribuem para o crescimento do PNR e suas estruturas. A polícia, cúmplice ou pura e simplesmente incompetente fica impávida e serena a ver palhaços a exibirem armas (para as quais têm porte de arma legal cedido pela PSP).


As ameaças, as agressões nas ruas de Lisboa e subúrbios, as manifestações nazis e o seu folclore medieval tornam-se habituais. A propaganda fascista é legal e cresce em faculdades, escolas secundárias e outros espaços públicos. Zonas de divertimento nocturno como o bairro alto ou o cais do sodré estão infestadas de nazi-skins. Bares/discotecas como o tocsin ou o Disorder (sobretudo o Disorder, quase só exclusivamente frequentado por esta escumalha), são espaços onde se pode ver saudações nazis, agressões nas imediações, músicas de bandas com conteúdos racistas/xenófobos (inclusive discursos do tio Adolfo).



Somos pela liberdade de expressão a quem a respeite, não a esses merdas, agiotas da miséria alheia, procurando através da sua demagogia primitiva culpar o “preto” ou o emigrante pela situação actual do país.


A culpa é do sistema capitalista, não das pessoas exploradas pelo mesmo. Os nazi-skins não passam de marionetas do capital, tropa de choque de exploradores de sentimentos decorrentes da miséria. São os IURD´S dos putos como a IURD é para as velhas.Terroristas que vivem do tráfico de armas e de droga. Terroristas que não hesitam em aterrorizar e perseguir os seus próprios camaradas que abrem os olhos e querem sair da cena nazi.

No dia 25 de Abril participa na manifestação ANTI-AUTORITÁRIA contra o CAPITALISMO E O FASCISMO às 18:00 na Praça da Figueira.


Contra o sistema que para favorecer sempre os mesmos arrasta os outros à miséria.



Resistência! Apoio mútuo! Acção directa!


Grupos Autónomos Anarquistas

Para acabar com o fascismo Ay!, Carmela

Ay!,Carmela foi uma canção popular do século XIX, cantada pelos resistentes espanhóis que lutavam contra os exércitos napoleónicos que em 1808 invadiram e ocupavam o território peninsular. Durante a Guerra Civil espanhola a canção ganhou novos cambiantes e foi adoptada pelos anti-fascistas no seu combate contra a besta fascista.


Roteiro ( incompleto ) da resistência portuguesa anti-fascista


Este Roteiro é uma lista de locais em permanente actualização, e é resultado de algumas contribuições advindas de apoiantes do Movimento «Não apaguem a Memória»


Esta lista está incompleta e o objectivo da publicação é precisamente recolher novos lugares de memória.

1. A cadeia do Aljube.

2. O Forte de Peniche. As casas e os moradores, muitos pescadores, de Peniche, onde eram recebidos, as mais das vezes sem pagamento, os familiares dos presos aquando das visitas ao forte. As mercearias e os cafés que tantas vezes nada cobraram quando sabiam a quem se destinavam as compras. Falar com estas gentes e descobrir as histórias é também uma forma de preservar a memória, uma memória viva.

3. A prisão de Caxias.

4. A sede da PIDE/DGS e suas delegações no Porto, Coimbra…

5. Os Tribunais Plenários da Boa Hora em Lisboa e de S. João Novo no Porto.

6. O Tribunal Militar.

7. Os Presídios Militares.

8. A Companhia Disciplinar de Penamacor.

9. A Prisão de Angra do Heroísmo.

10. O Campo de Concentração do Tarrafal.

11. A cantina da cidade universitária, Lisboa.

12.O quartel de Beja.

13. O local onde morreu José Ribeiro dos Santos, Lisboa

14. A sala 17 de Abril do edifício das matemáticas da Universidade de Coimbra onde Alberto Martins tomou a palavra no dia da inauguração, em 1969, e na presença de Américo Tomás.

15. Grândola, Vila Morena e a sede da “Musica Velha” a quem o Zéca dedicou mais tarde a musica.

16. O Largo do Carmo, em Lisboa, lugar do 25 de Abril.

17. O Quartel do Carmo.

18. A casa de Aristides Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, onde passaram muitos refugiados.

19. O Núcleo Museológico do Posto de Comando do MFA (NMPCMFA), de onde se comandaram todas as operações do 25 de Abril

20. O apartamento da Rua Prof. Dr. Abreu Lopes, em Odivelas onde se realizou em Outubro de 1973 uma importante reunião preparatória do 25 de Abril (devidamente assinalado por uma placa alusiva).

21. A rua onde caiu às balas da PIDE o comunista Dias Coelho, actualmente com o seu nome, no Calvário, Lisboa.

22. Outros lugares onde foram realizadas reuniões preparatórias do 25 de Abril: Alcaçovas, Óbidos, Cascais, Caparica, Clube Militar Naval, S. Pedro do Estoril…

23. Edifício nº 125 da Rua da Misericórdia, última sede dos serviços de censura à imprensa rebaptizados de Exame Prévio por Marcello Caetano.

24. A casa onde viveu e foi assassinado pela PIDE (que tentou impedir na saída do funeral a homenagem de milhares de pessoas) o estudante Ribeiro Sanches.

25. Presídio militar da Trafaria (concelho de Almada, propriedade da CM de Almada) onde estiveram presos vários militares revoltosos, sobretudo o do golpe falhado em Março de 1974 (carece confirmação).26. Lugar onde a Cataria Eufémia foi morta em Baleizão (freguesia), concelho de Beja. Existem nesta freguesia vários símbolos que recordam o que aconteceu.


Podem enviar sugestões e/ou contribuições pelos meios habituais lista Todos ou no caso de não pertencer ao Movimento para o nosso correio electrónico contacto@maismemoria.org.


Fonte: aqui

25 de Abril comemora-se com Arraial no Largo do Carmo! (hoje à noite)

À semelhança de anos anteriores, o Largo do Carmo volta a ser palco, na noite de 24 de Abril, do Arraial Abril, que junta novamente portugueses e imigrantes na celebração da Revolução dos Cravos.

Com início agendado para as 18 horas, a iniciativa irá contemplar diversas manifestações culturais, desde a música à poesia, passando pelo teatro, dança, entre outras. Além disso, e das tradicionais bancas (com exposições, material informativo das associações participantes e gastronomia), o evento será ainda palco do lançamento do livro “Os Ardinas da Mentira”.

A organização está a cargo da Associação Abril, à qual se juntam muitas outras organizações e movimentos, como o GAIA, a Associação Unidos de Cabo Verde, Casa do Brasil de Lisboa, Associação de Solidariedade com a Galiza, Associação Solidariedade Imigrante, Associação José Afonso, Movimento Solidariedade Rural, RefugiActo, Associação Moçambique Sempre, Tribunal Iraque, entre outras.

Programa:
18.30h – 18.50h – “Educantare” (Grupo Coral do ME)
18.55h – 19.15h – Grupo de dança “Wonderful Kova M” (AMJ)
19. 20h – Momento de poesia (poesia vadia - Ler Devagar)
19.25h – 19.45h – “As mulheres do Batuque” (AMJ)
19.50h – 20.05h – Sketch teatral “Grito silencioso” (AMVC)
20. 10h – 20-30h – Grupo hip, hop “Stella Vaga” ( ACOSP)
20.35h – 20.55h – Grupo coral “Cantares do Sul”
21.00h – 21.20h – “Balé Brasil” (SOLIM)
21.25h – Momento de poesia (AMS)
21.30h – 21.50h – Pumakayo Conde e banda (Espírito Nativo)
21.55h – 22.10h – Teatro de fantoches pela Co BAJ (ASPCGA)
22.15h – Lançamento do livro “Ardinas da mentira”, Renato Teixeira
22.20h – 22.40 h – Música do Mundo por “Guests by Rincon”
22.45h – 23. 00h – Sketch teatral “A Senha” (RefugiActo - PCR)
23.05h – 23.25h – Couple Coffee “Co'as tamanquinhas do Zeca” e outras…
23.30h – Momento de poesia (poesia vadia - Ler Devagar)
23.35h – 23.55h – Rui Sequeira e amigos “Cantares de Abril”
00.00h – Zeca Afonso no Coliseu: “Grândola, Vila Morena!”
– Rui Sequeira: Parabéns a Você!
(Apagar as velas do bolo de Aniversário do 25 de Abril
e sua distribuição aos presentes)
00.15h – 00.35h – Grupo de música e dança forró (CBL)
00.40h – 01.10h – Grupos hip, hop “Be ambitious” e
“Black Diamonds” (AUCV)
01.15h – 01.35h – Grupo “Lyrix &Alfama” – L.A (CMA-J)
01.40h – 02.00h – Grupo “Dominus família” (CMA-J)

Viva o 25 de Abril, Sempre! Até para o ano!

Os Museus da Resistência no mundo

Retirado de: http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com/


Uma efectiva política da memória da resistência à ditadura e da luta pela democracia deve incluir uma componente museológica. Este tem sido o caminho trilhado internacionalmente, tanto nos países europeus que se libertaram da opressão dos países do Eixo como nos países latino-americanos que tiveram ditaduras militares sob a Guerra Fria.


Aqui ficam alguns exemplos e respectivos links, por países.A maioria dos museus são museus da resistência, da memória da perseguição aos judeus ou a activistas políticos, do Holocausto, ou ligados à denúncia da tortura.´


Alemanha: é inevitável falar dos campos de concentração nazis: sobre os lugares de memória relativos aos campos de Buchenwald e Mittelbau-Dora vd. o labor da Fundação da Memória de Buchenwald e Mittelbau-Dora, que articula investigação com divulgação científicas. Também a Fundação da Topografia do Terror fornece informação sobre os crimes contra a Humanidade perpetrados pelo regime nazi.



Argentina: relativamente à Ditadura Militar argentina (1976-83), foi criado recentemente um Museu na sede do tenebroso campo de concentração e tortura Escuela de Mecánica de la Armada (ESMA), de que demos conta aqui.



Brasil: quanto ao caso brasileiro, existem vários memoriais em homenagem às vítimas da Ditadura Militar local (1964-84), o mais importante dos quais é o Memorial da América Latina, concebido pelo arq. Óscar Niemeyer. Ignoro se existe algum museu específico. Existem várias associações activas, incluindo as relativas às lutas estudantis, que tiveram forte eco internacional, sobretudo a de 1968.



Chile: o caminho da memória da resistência à Ditadura militar de Pinochet (1973-90) tem sido mais difícil, e só possível graças à acção de associações cívicas como a Corporación de Promoción y Defensa de los Derechos del Pueblo, a qual foi fundada em plena Ditadura militar de Pinochet (1980), a Derechos Chile e o Proyecto internacional de Derechos Humanos, criado em Londres.



Espanha: em homenagem às vítimas da Guerra Civil (1936-39) foi criado o Museu da Paz, da Fundação Museu Guernica, no País Basco. Refira-se ainda a assumida criação do Centro Documental de la Memoria Histórica, por pressão da sociedade civil (vd. aqui e aqui), e a recente inauguração, em Madrid, de um memorial às vítimas do Holocausto, da autoria de Samuel Nahon (vd. Sofia Branco, «Parque de Madrid acolhe escultura em memória do Holocausto», Público, 16/IV, p. 15).



EUA: aqui os principais memoriais são relativos às guerras da Secessão e do Vietname. Ademais, existem inúmeras associações de defesa dos direitos cívicos, das minorias e do Holocausto; sobre estes vd. o excelente site The Holocaust History Project.



França: destaque para o Musée de la Résistance Nationale, com sede em Paris (Champigny-sur-Marne) e 7 núcleos dispersos pelo país (em Bourges, Champigny, Châteaubriant, Givors, Montluçon, Varennes-Vauzelles e Nice). Edita a revista Notre Musée. Este museu é juridicamente representado por uma federação, a Fédération Musée de la Résistance Nationale, que agrega 12 associações de amigos, parte delas responsáveis pelos núcleos museológicos referidos. É uma rede reconhecida oficialmente, pelos Musées et des Archives de France e pelo Ministère de la Jeunesse et des Sports. O núcleo museológico de Nice chama-se Musée de la Résistance Azuréenne. Menção especial ainda para o Centre d'Histoire de la Résistance et de la Déportation, um museu criado na ex-sede da Gestapo em Lyon. Nele existe, segundo informação de Helena Romão, um espaço para exposições temporárias sobre ditaduras/resistências (presentes ou passadas) em todo o mundo.



Holanda: a Casa de Anne Frank e o Dutch Resistance Museum Amsterdam são os locais obrigatórios para quem visita Amesterdão.Hungria: dos países do ex-Leste comunista, refira-se o Museu da Casa do Terror.



Itália: aqui cabe mencionar o Museu Virtual do Anti-fascismo e da Resistência (da Província de Arezzo) e o labor do Istituto Nazionale per la Storia del Movimento di Liberazione in Italia, que tem ramificações por todo o país.



Japão: há vários museus relativos às vítimas da II Guerra Mundial, destacando-se o Museu da Paz de Hiroxima e o Peace Osaka, de que demos informação aqui.



Paraguai: destaque para a actividade da Coordinadora de Derechos Humanos, que desenvolve actividades por todo o país, inclusivé no Museu de Las Memorias, sedeado numa casa que funcionou como centro de tortura durante a Ditadura de Stroessner (1954-89) e que foi transformada em memorial do sofrimento, após muita luta das organizações de direitos humanos. Embora com material rico e interessante este museu conta só com o apoio da sociedade civil (vd. aqui).



Reino Unido: a especialidade britânica relaciona-se com a História oral, onde se evidencia o Refugee Communities History Project e o projecto Voices of the Holocaust do British Library. Saliente-se ainda a Exposição dedicada ao Holocausto patente no Imperial War Museum, que aí se mantém desde 2000, devido à grande procura.


As árvores e os livros ( de Jorge Sousa Braga)

As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.J

Jorge Sousa Braga, Herbário (2002)



Jorge Sousa Braga nasceu em 1957, em Vila Verde, e é médico no Porto. Os seus cinco primeiros livros de poesia, publicados nos anos oitenta, encontram-se reunidos em O Poeta Nu (1991). A nota irónica e um profundo sentimento de ternura perante o mundo constituem duas marcas que podemos encontrar na sua escrita.Traduziu para português poemas de Jorge Luís Borges, Matsuo Bashô, Li Po e Appolinaire. Organizou também a antologia O Vinho e as Rosas (1995).
Mais recentemente, Jorge Sousa Braga publicou os seguintes livros de poemas:
Fogo sobre Fogo (1998)
Herbário (1999)
A Ferida Aberta (2001 )