13.12.05

Manifesto anti-militarista


Não queremos colaborar com o exército fazendo o serviço militar, por entender que se o cumpríssemos estaríamos a afirmar valores como a violência cega, o machismo, a dominação e o poder, estaríamos a colaborar com a chamada «ordem económica internacional», converter-nos-íamos em consumidores de orçamentos astronómicos que, travando o desenvolvimento, desviam os recursos do planeta para a guerra e a destruição. Não queremos ser parte do exército porque não queremos ser instância imprescindível da dominação de umas nações sobre outras. Do domínio de umas pessoas sobre outras.

Excerto do Manifesto dos Insubmissos do Estado espanhol, 1989

Carta aos reis magos

Autora: Paula Fuertes (1º Bach. F)

Fonte: www.mujerpalabra.net

Aqueles dias eram os piores do ano – diziam os reis magos. Havia muito trabalho e as primeiras cartas começaram a chegar logo pelo dia 20.

Bonecas, carrinhos, jogos…

O tipo de brinquedos pedidos era sempre o mesmo só com a diferença que cada ano os seus custos aumentavam de forma incrível.

Baltasar mexia num monte de cartas. Ainda bem que a natalidade está a diminuir – dizia ele para si – sim, porque as crianças de hoje em dia são cada vez mais caprichosas…

De repente encontrou uma carta sem remetente. Pegou nela. Estava escrita em papel reciclado, e com letras cuidadosamente escritas

Abriu-a cuidadosamente, para não a estragar.

Dizia assim:

Queridos Reis Magos:

Este ano não foi um ano bom para mim. Esta Primavera, uns senhores de uniforme ocuparam o nosso país. Guiavam uns carros muito estranhos. No início, estavam só para ali, e nós perguntávamos porquê. Sempre pensei que o meu pai sabia responder, mas ele nunca disse nada. Em certas noites ouvia a minha mãe a chorar silenciosamente no quarto.

Certo dia começaram a ouvir-se sirenes e bolas de fogo começaram a cair do céu sem parar. Eu tive medo e sai da escola a correr para casa.

Quando cheguei a minha mãe chorava, mas desta vez o seu choro não ficava só no seu quarto, pois espalhava-se por toda acasa. O meu pai tinha morrido. Foi atingido por uma daquelas bolas de fogo que arrasavam tudo à volta.

Desde aquele momento nasceu dentro de mim um sentimento que me devora todos os dias, e palavras como VINGANÇA ou JUSTIÇA soam permanentemente nos meus ouvidos doridos. E ecoam com mais força que o barulho das sirenes, e é mais forte que as explosões.

Não queria sentir isso, porque só gostava de viver em paz e meu desejo é que tudo voltasse a ser como antes. Queria ver o meu pai quando voltasse da escola; queria jogar futebol com ele, e que me ajudasse quando eu começasse a namorar…

Mas nada será assim porque o meu pai nunca mais regressará por ter sido morto pela ambição dos ricos.

É assim, queridos reis Magos, que só lhes peço que toda a dor, todo o horror, medo e impotência que senti, ou que ainda sinto, seja também experimentada por aqueles que qualificaram esta guerra como justa e necessária.

Com carinho e – quem sabe – até ao próximo ano.

Amed.

Baltasar, depois de ler a carta , lançou-a para o fogo da lareira, ao mesmo tempo que olhava para Gaspar que o interrogava:

- O que foi? Mais um a pedir coisas impossíveis?

Ao que Baltasar replicou:
- Pois claro! As crianças, hoje em, dia têm cá cada capricho!

T.O.P.( sem título oficial pensado) – um colectivo de artistas recicladores


Foi recentemente fundado em Madrid um colectivo internacional de artistas recicladores.

O colectivo utiliza nas suas obras detritos e materiais usados como uma forma de crítica ao consumo exacerbado de bens materiais. Os princípios teóricos em que se baseia o seu trabalho são:

- dignificar os materiais residuais, usando-os como ponto de partida no processo criativo

-desenvolver projectos colectivos onde o espectador tenha a possibilidade de reflectir acerca do papel do consumidor dentro do sistema consumista em que vive, e nos quais possa participar de uma maneira activa, lúdica e crítica.

-Promover o colectivo enquanto iniciativa independente, que actua fora dos círculos elitistas da arte

- procurar mecanismos de financiamento para concretizar aqueles objectios recorrendo a organismos públicos, fundações ou empresas privadas

- apostar na produção artística com carácter multidisciplinar, abarcando aspectos que estejam fora da criação plástica como a música,o teatro, as acções de rua, a filosofia, a antropologia e a consciencialização ecológica.

-manter um carácter multicultural aberto a fimde lançar uma rede cosmopolita por onde circule tudo aquilo que denunciamos

- seguir uma linha de trabalho itinerante, como o melhor veículo para a divulgação na rua.

Mais info: www.stop05.tk