17.4.06

Dia Internacional das lutas camponesas (17 de Abril)


Em 17 de Abril de 1996 polícias e militares do exército brasileiro abriram fogo contra famílias inteiras de camponeses sem terra que ocupavam uma parcela não cultivada de uma grande propriedade fundiária, vulgo latifúndio. O massacre de Carajás, no estado do Pará, Brasil, fez 21 mortos e um número indeterminado de órfãos e feridos. Chocados com este acontecimento os elementos da Via Ca,pesina, Organização internacional que luta pela defesa dos interesses dos camponeses e da agricultura não-industrial reuniram-se nesse mesmo dia no México e, Assembleia Geral e decidiram fazer do dia 17 de Abril uma jornada anual de informação sobra as lutas camponesas.
Desgraçadamente decorridos 10 anos ainda não estão totalmente esclarecidas as circunstâncias em que se deram aqueles acontecimento, e nenhum militar ou polícia foi sequer detido ou condenado por causa das mortes.
Mais uma vez, este ano, 172 organizações camponesas de todo o mundo denunciam esta impunidade e exigem ao governo brasileiro a reabertura de um inquérito rigoroso sobre a tragédia, e recordam a necessidade de levar por diante lutas não-violentas a favor da melhoria das condições de vida dos camponeses, uma reforma agrária que contemple os interesses da agricultura local, um acesso equitativo às fontes e recursos, única maneira de garantir a soberania alimentar, enquanto verdadeira alternativa à liberalização do comércio dos produtos agrícolas preconizada – e imposta – pela OMC ( Organização Mundial do Comércio).
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Vegetarianismo


Vegetarianismo previne cancro e doenças cardiovasculares
(texto da jornalista Helena Norte)
Fonte: JN
Os vegetarianos que seguem um regime alimentar equilibrado e variado apresentam uma menor incidência de cancro e doenças cardiovasculares, bem como níveis mais baixos de obesidade e hipertensão arterial em relação à restante população. Vários estudos comprovam que a alimentação à base de produtos vegetais promove uma maior qualidade de vida e protege de diversas patologias degenerativas. Desde que se observem certos cuidados. Mitos e verdades sobre a carne e a necessidade de proteína animal.
A Associação Americana de Dietética conclui, num estudo alargado publicado em 2003, que a alimentação vegetariana bem planeada, mesmo a mais radical - como a vegan, que exclui todo o tipo de produto de origem animal -, é apropriada para todas as idades, incluindo bebés e idosos, mulheres grávidas e lactantes. Mais apresenta níveis baixos de colesterol, gorduras saturadas e teores elevados de carbohidratos, fibras, magnésio, potássio, antioxidantes e várias vitaminas.
Pedro Graça, professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, afirma que há uma relação estatisticamente comprovada entre a alimentação vegetariana e índices mais baixos de cancro do pulmão e do tracto digestivo, doenças cardiovasculares e obesidade. Estudos que compararam vários indicadores de saúde entre grupos vegetarianos e a população omnívora são bastante conclusivos quanto aos benefícios desse tipo de regime alimentar. Pedro Graça sublinha, contudo, que, embora a importância da alimentação seja inquestionável, existem outros factores que influenciam decisivamente o estado de saúde. "Verifica-se que os vegetarianos, em regra, praticam mais exercício físico, evitam o álcool e consomem menos tabaco do que a população em geral, o que contribui para prevenir diversas doenças".
Por outro, diversas investigações revelam que os défices proteicos são relativamente raros entre as pessoas que não comem carne nem peixe. A necessidade de proteínas animais é um mito? "É e não é", responde o especialista. É preciso distinguir carne de proteínas de origem animal e perceber as reais necessidades proteicas cerca de 10 a 15% do total de calorias ingeridas diariamente. Os produtos de origem animal - como a carne e o peixe, mas também o leite e os ovos - são ricos em proteínas de alta qualidade, porque têm os aminoácidos essenciais nas quantidades e proporções certas.Há muitos vegetais que também têm aminoácidos.
O problema reside nas proporções se não forem as correctas, a absorção de proteínas é reduzida. Por essa razão, é preciso saber combinar cereais com leguminosas e produtos hortícolas, por exemplo. Ou seja, é possível suprir a necessidade de proteína, recorrendo apenas a vegetais, mas é preciso alguns cuidados. Esta questão não coloca para os ovolactovegetarianos, uma vez que os produtos lácteos e os ovos são completos do ponto de vista proteico.As proteínas não são o único nutriente que pode faltar num regime vegetariano mal balanceado.
A vitamina B12 encontra-se quase exclusivamente nos alimentos de origem animal e a sua carência prolongada provoca anemia e problemas digestivos e nervosos. Algas, sementes germinadas e levedura de cerveja são alguns dos produtos com um bom teor de B12.A alimentação vegetariana durante a infância é um assunto quase tabu. É verdade que as crianças têm exigências nutricionais específicas, pelo que convém observar cuidados especiais, o que não significa, porém, que seja imprescindível comer carne e peixe.
Pedro Graça cita vários estudos realizados com crianças vegetarianas puras que apontam para um crescimento mais lento, entre o primeiro e o terceiro ano de vida, que se esbate, contudo, a partir dos cinco anos e já não é perceptível aos dez.
Há também algumas investigações que apontam para alguns défices de ferro, vitaminas B e B12, cálcio e zinco nas crianças antes da adolescência. Por essas razões, o nutricionista aconselha a que, até essa idade, o regime alimentar contemple leite e ovos para evitar carências de nutrientes essenciais.
Vegetarianismo e macrobiótica são estilos de alimentação que ainda são facilmente confundidos, embora haja diferenças substanciais. A começar pelo uso de animais. O vegetarianismo exclui carne e peixe, podendo recorrer a ovos e lacticínios, no caso dos ovolactovegetarianos. A macrobiótica defende um regime adaptado a cada pessoa, podendo incluir carnes brancas e peixe em doses baixas. Em contrapartida, evita ovos, leite e seus derivados, açúcar, chá, café e produtos refinados e também frutos e vegetais tropicais.
O princípio orientador não é tanto a origem mas se é equilibrado e sustentável, tanto para cada pessoa como para o meio ambiente. Francisco Varatojo, precursor da filosofia de vida macrobiótica em Portugal, desmistifica alguns dos preconceitos que ainda rodeiam a comida macrobiótica. "A ideia da monodieta de arroz integral é incorrecta. Defendemos uma alimentação variada, com destaque para os cereais integrais, mas também vegetais, leguminosas e algas. Não é um modelo rígido ou um dogma alimentar". A macrobiótica - palavra de origem grega composta por "macro" (grande) e "bio" (vida) - defende um estilo de vida em harmonia, tanto quanto possível, com a Natureza. Isso significa comer alimentos biológicos e naturais, preferencialmente da época e da região em que são consumidos. Propõe um padrão, um modelo, que deve ser adaptado à idade, condição e actividade física de cada pessoa, explica o director do Instituto Macrobiótico de Portugal. Razões para se ser macrobiótico, no século XXI, são variadas, garante Varatojo. Porque é benéfico para a saúde. Porque contribui para o equilíbrio do ecossistema.
fonte: aqui