10.7.10

Estado do Mundo 2010, do Consumismos à Sustentabilidade (State of the World 2010-Transforming Cultures: From Consumerism to Sustainability)

"This year’s State of the World report is a cultural mindbomb exploding with devastating force. I hope it wakes a few people up ."
Kalle Lasn, Editor of Adbusters magazine

Acaba de ser lançada a versão portuguesa, o livro "Estado do Mundo 2010, Transformando Culturas, do Consumismo à Sustentabilidade". Esse relatório é editado há 28 anos pela Worldwatch e merece uma leitura atenta.

Download gratuito do livro:
clique aqui


Apresentação da edição brasileira:

A Declaração do Milênio, da ONU, aprovada por 189 países em setembro de 2000, expressa a decisão da comunidade internacional de reduzir à metade, até 2015, o número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. De acordo com o "World Development Report", porém, em muitos países, onde as taxas de crescimento foram negativas, o avanço econômico permanece abaixo do nível considerado necessário para se atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Um bilhão e meio de pessoas no mundo continuam abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 1,25 por dia. O compromisso com investimentos internacionais destinados à diminuição do fosso e da desigualdade social entre populações de elevado consumo, que movimentam mercados concentrados, e o 1/5 da humanidade que luta para sobreviver, é um desafio a ser enfrentado.

Tal esforço, porém, resultaria apenas parcialmente bem sucedido na ausência de uma equação capaz de frear o consumismo concentrado e impulsionar o quanto antes o consumo sustentável – equação esta que passa, entre outros fatores, por uma profunda mudança cultural e comportamental. Tal mudança na cultura do consumo é a proposta trazida ao debate pelo Estado do Mundo 2010, relatório anual do WWIWorldwatch Institute, editado há 28 anos consecutivos em cerca de 30 idiomas e publicado em língua portuguesa no Brasil desde 1999 pela UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica, representante do WWI no Brasil.

Neste ano, a edição se faz em parceria com o Instituto Akatu, organização que se destaca no trabalho pela transformação do comportamento do consumidor como fator essencial, dentro do tripé empresa–governo–sociedade civil, para o encaminhamento de soluções voltadas para a sustentabilidade. Essa transformação, urgente, tem como pilar uma maior conscientização do consumidor quanto às consequências de seus atos de consumo.

Nesse passo, é também fundamental levá-lo a perceber que, em adição a buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos de seus próprios atos individuais, cabe a ele mobilizar outros consumidores na direção de um consumo consciente; apoiar o esforço das melhores empresas em responsabilidade sócio ambiental, pressionando-as diretamente e comprando os seus produtos, assim como valorizando as novas tecnologias por elas desenvolvidas; e pressionar os governos na direção de uma atuação administrativa própria mais sustentável, do provimento de serviços que facilitem a ação do consumidor consciente (por exemplo, a coleta seletiva de resíduos) e da regulação e legislação referentes aos atributos dos produtos e à operação das empresas. Dessa maneira, o consumidor consciente terá um papel expandido para muito além de seus gestos individuais.

Integrando de modo concreto os esforços no sentido dessa mudança cultural tão indispensável e da co-relata democratização da informação, o WWI, com o apoio do Instituto Akatu, disponibiliza para download gratuito, em língua portuguesa, o presente relatório anual. Assim, executivos de empresas e responsáveis governamentais, estudiosos, jornalistas, pesquisadores, professores e alunos de instituições públicas ou privadas, têm à sua disposição análises, pesquisas, dados, informações e estatísticas confiáveis, abrangentes, muitas vezes inéditos, de extensão planetária, capazes de municiá-los em seu empenho não só pelo necessário cumprimento das metas do milênio como também por uma mudança imediata, aprofundada a cada dia, em favor de uma vida mais saudável, ambiental e socialmente responsável, rumo a um mundo sustentável que, dessa forma, poderá passar do sonho à realidade.



Índice

Introdução .....................................XX
Muhammad Yunus – Fundador do Banco Grameen e Prêmio Nobel da Paz em 2006
Prefácio ....................................XXII
Christopher Flavin – Presidente do Worldwatch Institute
Estado do Mundo: Um Ano em Retrospecto.............XXV
Lisa Mastny e Valentina Agostinelli

ASCENSÃO E QUEDA DAS CULTURAS DE CONSUMO..........3
Erik Assadourian
ANTIGAS E NOVAS TRADIÇÕES .................................21
Envolvendo as Religiões para Construir Visões de Mundo ..............................................23
Gary Gardner
Rituais e Tabus como Guardiões Ecológicos .................31
Gary Gardner
Vida Reprodutiva Ambientalmente Sustentável ..........38
Robert Engelman
Idosos: Um Recurso Cultural para Promover o Desenvolvimento Sustentável ..43
Judi Aubel
Da Agricultura para a Permacultura ........................49
Albert Bates e Toby Hemenway

A NOVA TAREFA DA EDUCAÇÃO: SUSTENTABILIDADE......57
Educação Infantil para Transformar Culturas para a Sustentabilidade .....59
Ingrid Pramling Samuelsson e Yoshie Kaga
O Comercialismo na Vida das Crianças.......................64
Susan Linn
Repensando a Alimentação Escolar: O Poder do Prato Público ......................................72
Kevin Morgan e Roberta Sonnino
O Que Compete ao Ensino Superior Hoje? ........................................................................79
David W. Orr

NEGÓCIOS E ECONOMIA: PRIORIDADES DE GESTÃO......87
Adaptando as Instituições para uma Vida em um Mundo Cheio 89
Robert Costanza, Joshua Farley e Ida Kubiszewski
Jornadas de Trabalho Sustentáveis para Todos ..................................................................96
Juliet Schor
Mudando as Culturas Empresariais Internamente ..........................................................102
Ray Anderson, Mona Amodeo, and Jim Hartzfeld
Empreendedores Sociais: Inovando Rumo à Sustentabilidade ......................................110
Johanna Mair e Kate Ganly
Relocalizando as Empresas .................................118
Michael H. Shuman

O PAPEL DO GOVERNO NOS PROJETOS ..............125
Eliminando o Comportamento Não Sustentável......127
Michael Maniates
Ampliando o Entendimento sobre Segurança ..................136
Michael Renner
Construindo as Cidades do Futuro ...............................143
Peter Newman
Reinventando os Serviços de Saúde: De Panaceia a Higeia ............................................149
Walter Bortz
Direitos da Terra: Da Colonização à Participação............................................................154
Cormac Cullinan

MÍDIA: TRANSMITINDO SUSTENTABILIDADE ...............161
Da Venda de Sabão à Venda de Sustentabilidade: Marketing Social ...163
Jonah Sachs e Susan Finkelpearl
Educação para a Mídia, Cidadania, e Sustentabilidade ..................................................170
Robin Andersen e Pamela Miller
Música: Usando a Educação e o Entretenimento para Motivar Mudança.178
Amy Han

O PODER DOS MOVIMENTOS SOCIAIS .......185
Reduzindo a Jornada de Trabalho como um Caminho para a Sustentabilidade .187
John de Graaf
Inspirando as Pessoas a Ver que Menos é Mais ................................................................193
Cecile Andrews e Wanda Urbanska
Ecovilas e a Transformação de Valores ............201
Jonathan Dawson

NOTAS ..................................................207
ÍNDICE REMISSIVO ......................231
QUADROS
1. Será que Níveis Elevados de Consumo Melhoram o Bem-Estar dos Homens?
por Erik Assadourian...............................................9
2. O Papel Essencial dos Pioneiros Culturais, por Erik Assadourian .19
3. Uma Ética Ecológica Global, por Patrick Curry ............................................................28
4. Aprofundando as Percepções de Tempo, por Alexander Rose ...35
5. Normas Dietéticas que Curam Pessoas e o Planeta, por Erik Assadourian
and Eddie Kasner .............................................................49
6. Sustentabilidade e o Relacionamento entre Homens e Natureza,
por Almut Beringer .................................60
7. Brinquedotecas, por Lucie Ozanne and Julie Ozanne........................................................66
8. Transformação do California Academy of Sciences, por Gregory C. Farrington 70
9. Questões Pendentes em Educação Ambiental, por David C. Orr..................................81
10. Maximizando o Valor do Ensino Superior, por Erik Assadourian .............82
11. Um Novo Foco para Cientistas: Como as Culturas se Transformam,
por Paul R. Ehrlich e Anne H. Ehrlich ...........................85
12. A Insensatez de um Crescimento Infinito em um Planeta Finito,
por Øystein Dahle ...................................................91
13. Melhorando o Estatuto Social, por Kevin Green and Erik Assadourian .....108
14. Do berço ao berço: Adaptando a Produção ao Modelo da Natureza,
por William McDonough and Michael Braungart ..........................................................113
15. Índice de Carbono para o Mercado Financeiro, por Eduardo Athayde ....115
16. O Processo Marrakesh das Nações Unidas sobre Consumo e Produção
Sustentáveis, por Stefanie Bowles ..................................128
17. Tornando os Programas de Bem-Estar Social Sustentáveis,
por Kevin Green e Erik Assadourian .....................152
18. Princípios dos Direitos da Terra, por Cormac Cullinan ............................................155
19. A Expansão do Papel do Jornalismo Ambiental na Índia, por Raj Chengappa ......175
20. Luz, Câmara, Consciência Ecológica, por Yann Arthus-Bertrand ......179
21. A Arte pelo Bem da Terra, por Satish Kumar ..............................................................180
22. Expandindo um Movimento pelo Decrescimento, por Serge Latouche .....197
23. O Movimento Slow Food, por Helene Gallis................................................................198
TABELAS
1. População Mundial Sustentável com Diferentes Níveis de Consumo .....6
2. Como as Indústrias Mudaram as Normas Culturais ....................................................14
3. Acesso aos Meio de Comunicação por Grupo de Renda Global, 2006.....15
4. Obras de Referência sobre Religião e Natureza..............................................................24
5. Alguns Conceitos Religiosos sobre o Consumo ............................................................31
6. Preceitos Econômicos de Certas Tradições Religiosas e Espirituais...........29
7. Iniciativas de Marketing Dirigido ao Público Infantil no Mundo Todo.......66
8. Exemplos e Características da Ingerência nas Escolhas ..............................................130
9. Desempenho da Assistência Médica, Países Selecionados, 2006 ..........150
10. Algumas Campanhas de Marketing Social e de Produto Bem-Sucedidas......165
11. Iniciativas de Alguns Países para Promover a Educação para a Mídia ......173
FIGURAS
1. Pegada Ecológica da Humanidade, 1961 – 2005 ............................................................5
2. Aspirações de Alunos de Primeiro Ano de Faculdades nos
Estados Unidos, 1971 – 2008 .......................10
3. Produto Interno Bruto comparado ao Indicador Genuíno de
Progresso – EUA – 1950-2004 ......................92
4. Horas anuais de trabalho nos países selecionados, 2007 ..............................................97
5. Modelo de Mudança de Cultura ..........104

Luiz Pacheco ( video e extractos de algumas das suas obras)






O libertino passeia por Braga, a idoláctrica, o seu esplendor [Extractos]

Saio para a rua e vou à cata dos dois pequenos libertinos ricos. Passeio pelas ruas de Braga, sigo ora uma ora outra, deito olhares de megatoneladas, fumo. O cinema ainda não acabou. Vigio de longe o jogo amoroso duma mocinha a palrar na rua com um maçanito, muito gesticulosa, muito espalha-brasas, e com o corpo todo pendurado para cima dele que com a mão esquerda na algibeira vai entretendo o caralho com as promessas que a vista lhe está a demonstrar.
(...)Faço o meu primeiro engate de magala, na rua. Não me digam tragédias: é facílimo. É a coisa mais natural do mundo!
(...) -`tão, nada feito - diz a sua honra camponesa, e pela primeira vez noto como me apetecia aquele corpo, ser dono ou servo daquele aparato movediço de carne, pele, ossos, pêlos, força. E também me parece que ele está pronto a ir atrás de uma promessa, duma mentira qualquer, e que a recusa pela venda comercial é onde ele esconde sua pronta adesão. Talvez o seu vício. Mas para comercial, comercial e meio.
(...) Descemos um carreiro em bico à direita da estrada. Escuridão. É o lugar ideal para mijar, cagar ou brochar discretamente. Calculo que ele está a provocar-me com o caralho fora das calças, quer festa, mas eu estou muito senhor de mim.
(...) Volto para Braga. Mas o cinema já fechou. E como estou um bocado tonto, passeio um bocado. Onde será o 28? Volto para a pensão. Lá estão os dois rapazolas; ou serão outros, parecidos?

Pergunto:

- Que tal esse cinema?

- Não foi mau - responde com ar zangado.

Ora vão pró caralho! Não aturo meninos depois de ter tido homens na mão. Bebo não bebo mais verde? bebo não bebo mais cerveja? ou uma água Castelo? Fumo? Peço mais fiado? Volto a passear e aproveito para meter aqui o episódio da excursão vianense.
(...) Vou para a cama. O vinho pesa-me na cabeça. Bebo água fria para desenjoar a gorja. Durmo como um bendito. Acordo no escuro, cedo, 5 ou 6 horas, há um grupo na Pensão que se esta a levantar, batem portas. Estou excitadíssimo. O meu homem virá ao encontro? Onde o hei-de meter? Nestes quartos ouve-se tudo.

Abjecção. Remorsos. Decido não ir. Misturo a Deolinda com o António e sem mexer na picha estou quase a vir-me. De repente, tudo é tão violento que tenho de bater uma punheta.

Luiz Pacheco,
Contraponto, 1970.





Comunidade
[
Extractos]

Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para o candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e abraços, bafos suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva.

(...)

Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz cansado de ler parvoíces que só em português é possivel ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor.

(...)

Luiz Pacheco,
("Comunidade", Contraponto, 1964)

Passos Contados:passeios pedestres de interpretação da paisagem (o de hoje, 10 de Julho, é sobre bruxas, lobisomens e mouras)




Decorre desde Abril passado em Cacela, no Algarve, a 4ª edição do ciclo anual de passeios pedestres de interpretação da paisagem “Passos Contados”. Hoje realiza-se mais um passeio pedestre com um percurso nocturno, desta vez sob o tema «Bruxas, lobisomens e mouras. Medos nocturnos na tradição oral» que será acompanhado pelo contador António Fontinha, e a arqueóloga Catarina Oliveira, juntamente com habitantes locais. O ponto de encontro: 21.30 em Santa Rita.









Bruxas, lobisomens, mouras, almas do outro mundo povoam o imaginário dos medos nocturnos das populações rurais. Estórias e lendas registam encontros fugazes de homens e mulheres com estes seres em determinados dias, horas e lugares. Acontecem usualmente em espaços exteriores à aldeia, conotados com a natureza e o perigo (penedos, fontes, poços, encruzilhadas, alfarrobeiras escuras). É também em horas abertas, normalmente próximo de meia-noite, que as bruxas e os lobisomens se transformam em animais, e que as mouras saem das entranhas da terra e se deixam descobrir. Nas zonas rurais mais isoladas, onde as noites são ainda escuras como o breu, alguns destes seres encontram refúgio, permanecendo vivos nas estórias e lendas contadas de boca em boca




O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta quarta edição pretende-se ir à descoberta das plantas e dos seus antigos usos na medicina e alimentação; das heranças islâmicas nas formas de construir e habitar; de antigos caminhos, muros e valados; vamos durante a noite ouvir lendas sobre os antigos medos de bruxas e lobisomens; com os pés na água vamos apanhar e conhecer os bivalves da Ria Formosa; já no final do Verão vamos colher figos, e compreender a sua importância, a par da amêndoas e alfarroba, na história local; terminaremos com um percurso geológico sobre alterações no uso e ocupação do território.

Plantas medicinais e aromáticas do barrocal e serra algarvia
Com o mestre José Salgueiro
17 Abril (Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita)

Heranças islâmicas nas formas de construir e habitar
Com o historiador Cláudio Torres
22 Maio (Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha)

Antigos caminhos, muros e valados no sotavento algarvio
Com o historiador Luís Oliveira e o arqueólogo João Pedro Bernardes
26 Junho (Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita)

Bruxas, lobisomens e mouras. Medos nocturnos na tradição oral
Com o contador António Fontinha, a arqueóloga Catarina Oliveira e habitantes locais
10 Julho (Ponto de encontro: 21.30 em Santa Rita)

Com os pés na água à procura dos bivalves da Ria Formosa
Com a bióloga marinha Paula Moura, viveiristas e mariscadores locais
28 Agosto (Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha)

O figo, a amêndoas e a alfarroba no barrocal algarvio
Com o historiador António Rosa Mendes e produtores locais
18 Setembro (Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita)

Alterações no uso e ocupação do território: uma perspectiva geológica
Com o geólogo Hélder Pereira
9 Outubro (Ponto de encontro: 9.30 em Cacela Velha)

Inscrições
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Antiga Escola Primária de Santa Rita
Tel. / Fax: 281 952600
ciipcacela@gmail.com
www.ciip-cacela.blogspot.com

As participações são gratuitas e limitadas. Inscreva-se com antecedência, deixando o seu nome e contacto.

Urna Chahar-Tugchi, a cantora que vem da Mongólia, actua hoje, pela 1ª vez em Portugal, no teatro municipal da Guarda



Urna Chahar-Tugchi , cantora mongol de reconhecidos méritos pela sua participação no filme Two Horses of Genghis Khan, actua hoje pela primeira vez em Portugal no teatro municipal da Guarda. A voz de Urna Chahar-Tugchi será acompanhada pelas percussões do músico persa Keyvan Chemirani.

Urna é mongol e utiliza a voz como único instrumento. Ela é especialista no chamado canto diafónico (emite dois sons ao mesmo tempo, como alguns cantores de Tuva).

Urna Chahar-Tugchi nasceu numa família de criadores de gado, nos grandes pastos da Mongólia Interior. Actualmente, é considerada uma das artistas vocais mais destacadas de toda a Ásia. A discografia desta artista conta com os seguintes trabalhos: “Tal Nutag” (1995); “Crossing” (1997), “Hödööd” (1999), “Jamar” (2001) e “Amilal” (2004).

No seu último disco “Amilal” (que significa “vida”), Urna faz-se acompanhar dos percussionistas iranianos Djamchid Chemirani and Keyvan Chemirani e do violinista húngaro Zoltan Lantos. Editado em 2004, “Amilal” é também o seu disco mais pessoal. O trabalho relata a sua saída da Mongólia – actualmente a artista reside na Alemanha – e o seu ponto de vista quanto ao mundo e aos seres humanos. Enquanto os seus trabalhos mais antigos têm por base a música tradicional da Mongólia e também as suas memórias enquanto criança, o seu último disco aborda a música tradicional incorporando-lhe outras visões, as de Urna como cidadã do mundo.

Em 2008, Urna Chahar-Tugchi trabalhou com o ensemble Mongolian Morin Huur no filme “Chinggisiin Hoyor Jagal” – “Os dois cavalos de Genghis Khan”, realizado por Byambasuren Davva.










Parlamento Europeu aprova a pilhagem dos dados informáticos dos cidadãos europeus !!!


Texto retirado de:
www.esquerda.net/artigo/pilhagem-dos-nossos-dados-passa-ser-legal

A pilhagem dos nossos dados passa a ser "legal"


À terceira foi de vez. Com a mudança de campo dos socialistas e liberais em troca de duas alterações que pouco influem na essência do documento, o Acordo Swift que permite às autoridades dos Estados Unidos acederem aos dados pessoais dos cidadãos europeus foi aprovado no Parlamento Europeu.
Foram 484 os deputados - da direita ao chamado "centro" e aos socialistas e democratas (S&D) - que autorizaram a colocação das nossas informações pessoais nas mãos das agências operacionais norte-americanas, satisfeitos por terem a Europol inserida agora no processo como entidade fiscalizadora e por do texto ter desaparecido a expressão "transferência em bloco", o que não quer dizer que tenha deixado de existir. Todo um processo "absurdo e inconstitucional", comentou o eurodeputado Rui Tavares.

Estamos a assistir a "uma violação dos direitos fundamentais dos cidadãos europeus inocentes", declarou Rui Tavares, deputado eleito como independente pelo Bloco de Esquerda e membro do grupo da Esquerda Unitária, GUE/NGL. O acordo, que fora derrotado em plenário já por duas vezes, para frustração da Comissão, do Conselho Europeu e do Departamento de Estado norte-americano, foi agora aprovado por 484 votos contra 109 e 12 abstenções.
Rui Tavares fez saber que o acordo é praticamente o mesmo que fora rejeitado e que tenciona mobilizar forças para apresentar o caso no Tribunal Europeu de Justiça.

"Muitas questões sobre a protecção da vida privada continuam sem respostas", sublinhou Rui Tavares, cujo trabalho de relator na Comissão de Liberdades e Direitos Humanos (LIBER) do Parlamento travou o acordo por duas vezes. "O Parlamento recusou-se a aprovar as transferências de dados em bloco pela primeira vez em Fevereiro, quando rejeitou o Acordo Swift. Reafirmámos esta posição em Maio com uma resolução que denunciou claramente a ilegalidade das transferências de dados em bloco. Pela terceira vez este processo regressou à mesa e os grandes grupos políticos cederam perante os lóbis norte-americanos uma vez que decidiram que agora é aceitável transferir 90 milhões de dados por mês - mil milhões por ano - para as autoridades norte-americanas".
Rui Tavares criticou também a maioria que aprovou o acordo por impedir os serviços jurídicos do Parlamento de dar uma opinião sobre o acordo solicitada pelo grupo da Esquerda Unitária.

A aprovação do acordo significa igualmente que a Europol actuará como autoridade de fiscalização a pedido dos investigadores norte-americanos. "Colocar a Europol nesta posição é absurdo, ilegal e inconstitucional", explicou Rui Tavares. "Esta agência não tem qualquer papel na protecção de dados e tem um interesse claro nos resultados de todas as transferências; apresentaremos esta violação dos direitos dos cidadãos em tribunal e se for declarada ilegal os cidadãos irão querer saber onde estavam os seus representantes eleitos e porque aprovaram um acordo ilegal".

Além dos lóbis, o Parlamento norte-americano recebeu pressões directas das autoridades dos Estados Unidos para que o acordo fosse aprovado. A secretária de Estado, Hillary Clinton, enviou uma carta ao Parlamento Europeu afirmando a imprescindibilidade de tal acordo no âmbito do "combate ao terrorismo"; Joseph Biden, o vice-presidente norte-americano, deslocou-se expressamente a Bruxelas para fazer um discurso no mesmo sentido que vários deputados consideraram "paternalista" ou mesmo "ameaçador", uma espécie de "puxão de orelhas a meninos mal comportados".

O humor ácido e mordaz, de inspiração anarquista, do filme Louise-Michel, em cartaz no Porto e Lisboa


Louise-Michel, é um filme francês dirigido pela dupla de realizadores Benoît Delépine e Gustave Kervern com um humor ácido e negro de inspiração anarquista, inspirado num imaginário surreal que se encontra em cartaz nas salas de cinema do Porto e Lisboa

O filme conta-nos a história das trabalhadoras de uma fábrica de brinquedos em dificuldades que, ao chegarem ao trabalho uma manhã, encontram o edifício vazio, sem maquinaria e sem saber onde pára a equipa de gestores.

Face ao despedimento colectivo e às indemnizações irrisórias que recebem, uma das trabalhadoras, Louise, propõe juntarem o dinheiro de que dispõem para contratar um mercenário que assassine o patrão. Michel, um desajeitado “especialista” em segurança aceita a missão e inicia , com Louise, uma viagem alucinante em busca da sua vítima.

O que fazer face a um despedimento colectivo? Louise, recém-desempregada, parece ter encontrado a solução: juntar o dinheiro das indemnizações de todos os trabalhadores e pagar a um assassino a soldo para "liquidar" o ex-patrão. Com a ajuda de Michel, um "especialista" em segurança, o plano é colocado em marcha. Mas num mundo de outsourcing, sucursais e multi-nacionais, chegar ao patrão pode ser mais complicado do que inicialmente previsto.

Um filme de humor amargo contra o neo-liberalismo e a globalização, que mostra a necessidade dos trabalhadores de todo o mundo se unirem.

Por detrás do cómico está a crítica da exploração globalmente organizada, que evita a relação directa entre patrões e trabalhadores, os quais são enganados e despedidos, pelos “directores de recursos humanos”; ou a hipocrisia do patrão que despede enquanto continua a enriquecer à beira da piscina. Pertinente é também a crítica da rotina dos dias cinzentos que “não é vida”, do tráfico de pessoas e a da opressão dos géneros estereotipados.

O filme é dedicado a Albert Libertad, um lendário anarquista francês, e tem como título o nome de outra figura histórica do movimento anarquista, Louise-Michel.

Saída de Campo no centro de educação ambiental de Folgosinho (Gouveia): Ecossistemas de Montanha (dia 11 de Julho)

A Serra da Estrela é uma montanha com características únicas em Portugal continental. Atingindo os 1991 metros de altitude, é um local de eleição para quem quer observar e desfrutar dos vários tipos de ecossistemas, distribuídos ao longo de vários patamares de altitude.
Nesta saída de campo iremos ter oportunidade de visitar e explorar os ecossistemas de montanha da zona de Folgosinho, acompanhados por José Conde, técnico do CISE (Centro de Interpretação da Serra da Estrela).

O ponto de encontro será as 7:30 no Largo de Viriato, junto ao restaurante “O Albertino”.



A participação nesta saída de campo é gratuita e aberta a todos os interessados.



Os participantes devem vir munidos de:
Água
Merenda
Calçado e roupa confortável
Protector solar
Guias de campo (opcional)
Binóculos (opcional)



http://cervas-aldeia.blogspot.com/



Recorde-se que no passado dia 20 de Junho teve lugar uma saída de campo para a observação da flora característica da Serra da Estrela. A saída decorreu de acordo com um itinerário pré-definido, de forma a contemplar uma variedade de habitats com diferentes características. A Serra da Estrela alberga um precioso coberto vegetal, onde se encontram reunidos muitos dos elementos característicos de várias regiões do país numa combinação única, acrescentando-lhe ainda algumas riquezas próprias.

O ponto de encontro para o início da saída foi na delegação do PN Serra da Estrela em Gouveia e estiveram presentes 14 pessoas. Seguiu-se então para o primeiro ponto de paragem, um bosque de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) entre Linhares e Prados onde se começou por observar uma variedade de espécies características destes bosques e das suas orlas, como por exemplo a dedaleira (Digitalis purpurea), os cardos (Carduus platypus, Carduus tenuiflorus e Cirsium palustre), os Ranunculus sp., a Linaria triornithophora, e Prunella grandiflora, entre outras espécies.

Já em Prados (Videmonte), foram visitados os lameiros característicos desta região, de forma a mostrar e a perceber a importância do ambiente rural e das técnicas da agricultura tradicional para a conservação da biodiversidade. A longa história do uso tradicional destes terrenos produziu uma elevada diversidade de espécies. Ao longo do tempo esta diversidade de plantas diferentes invadiu este biótopo, o que atraiu muitos tipos de insectos, que por sua vez atraem uma grande diversidade de aves insectívoras. Nestes lameiros podemos encontrar um conjunto vasto de gramíneas, e de outras plantas como por exemplo a Parasidea lusitanica, Serapias sp., Pedicularis lusitanica, e Scilla ramburei. Numa época diferente do ano, finais de Abril, início de Maio, é possível ver estes lameiros cobertos de narcisos (Narcissus sp.), que formam um manto amarelo muito bonito.

Seguiu-se para Famalicão, e realizou-se um pequeno percurso pedestre num souto, onde se observou um conjunto de plantas muito interessantes características de bosques de folhosas como é o caso de Genista falcata que é uma planta que se costuma encontrar perto de castanheiros (Castanea sativa). O clima que se sente dentro do souto, muito fresco e com sombra, permite o crescimento de algumas plantas, como por exemplo, as paónias (Paeonia sp.) e a rosa-de-cão (Rosa canina).

Seguimos em direcção ao Sameiro, e paramos junto a uma ribeira para almoçar. Esta é uma zona muito quente, caracterizada por alguma vegetação de clima mediterrânico. Predominam as azinheiras (Quercus rotundifolia) formando pequenos bosquetes denominados de azinhais. Ao longo da estrada foi possível observar plantas características das zonas rupícolas como é exemplo a bela-luz (Thymus mastichina).

Após o almoço seguiu-se em direcção à torre pela estrada que percorre o vale do Zêzere, até um bosquete de teixos (Taxus baccata) no seio de um vidoal (Betula celtiberica) junto ao Covão da Ametade. Na Serra da Estrela restam poucos indivíduos espontâneos de teixo, sendo uma das espécies arbustivas/arbóreas mais ameaçadas da serra. É uma árvore que encontra as suas condições óptimas de crescimento em encostas húmidas, principalmente ao longo de ribeiros.



A paragem seguinte foi na Nave de Santo António, para observar um cervunal, pastagens de montanha relativamente pobres em espécies e dominadas pelo cervum (Nardus stricta) que se encontra bem adaptado ao pastoreio e ao pisoteio.

Na Senhora da Estrela fez-se uma paragem para observar comunidades rupícolas e prados cuminais xerofíticos, que se caracterizam pela presença de Festuca summilusitana.Para observar as turfeiras e os zimbrais parou-se na zona das Salgadeiras e Fonte dos Perús. O zimbro-rasteiro (Juniperus communis subsp. alpina) está amplamente distribuído nesta zona.

Este mato é acompanhado na maioria das vezes por urze-branca (Erica arborea), e ocasionalmente por outras espécies arbustivas. As espécies características são Deschampsia flexuosa subsp. iberica, piorneira-da-estrela (Cytisus oromediterraneus), arando (Vaccinium myrtillus), licopódio-da-estrela (Lycopodium clavatum) e algumas briófitas. Os zimbrais-rasteiros albergam um grande número de plantas que se reproduzem por esporos e plantas epífitas.

A paragem seguinte seria a Lagoa Comprida para visitar o Lagoacho das Favas, no entanto o tempo já era escasso, pelo que se optou para deixar esta visita para uma próxima saída. No final tudo correu como previsto, e ao longo do dia observaram-se dezenas de espécies características de diversos habitats do PN Serra da Estrela.

Algumas espécies de plantas observadas por habitat:

Bosque de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) e sua orla:

Leucanthemum sylvaticum (bem-me-quer)
Linaria triornithophora (esporas-bravas)
Centaurea sect. Paniculata
Polygonatum odoratum (selo-de-salomão)
Ruscus aculeatus (gilbardeira)
Asphodelus albus (abrótea)

Lameiro:

Ajuga pyramidalis
Armeria beirana
Caltha palustri
(malmequer-dos-brejos)
Dactylorhiza caramulensis
Echium lusitanicum
(soajos)
Montia fontana (marujinha)
Narcissus pseudonarcissus
Paradisea lusitanica
Pedicularis sylvatica
Ranunculus bulbosus
(ranúnculo-bulboso)
Rhinanthus minor (galocrista)
Scilla ramburei
Serapias cordigera
(serapião-de-flores-grandes)

Bosque de castanheiro (Castanea sativa):

Anthemis triunfeti
Aristolochia paucinervis
(erva-bicha)
Astragalus glycyphyllus
Euphorbia amygdaloides
Lathyrus niger
Melica uniflora
Melittis melissophyllum
(melissa-bastarda)
Orchis mascula (satirão-macho)
Paeonia officinalis subsp. microcarpa (rosa-de-lobo)
Paeonia broteroi (rosa-albardeira)
Poa nemoralis (poa-dos-bosques)

Bosque de azinheira (Quercus rotundifolia):

Arbutus unedo (medronheiro)
Dianthus lusitanus (cravinas-bravas) Thymus mastichina
Helichrysum stoechas (perpétua-das-areias)
Lavandula pedunculata (rosmaninho-maior)
Rosa sp.
Rubia peregrina
(granza-brava)
Ruta montana (Arrudão)


Cervunal e prados cuminais xerofíticos:

Nardus stricta (cervum)
Calluna vulgaris (torga-ordinária)
Cytisus oromediterraneus (piorneira-da-estrela)
Erica arborea (urze-branca)
Erica australis (urze-vermelha)
Erica umbellata (queiró)
Narcissus asturiensis
Ranunculus nigrescens
Pterospartum tridentatum
(carqueja)
Thymelaea dendrobryum
Viola langeana

Mato de Juniperus alpina:

Campanula herminii
Festuca henriquesii
Fritillaria nervosa
(fritilária)
Gentiana lutea (argençana-dos-pastores)
Jasione crispa
Potentilla erecta
(sete-em-rama)
Ranunculus ololeucos

Texto e imagens do blogue do Cervas: http://cervas-aldeia.blogspot.com/

Revista Detritos nº4


Está agora disponível para venda a Detritos 04 com um dossier sobre Terror / Terrorismo.

Sumário deste número

Editorial – Godofredo Pereira
O Atentado - A.Dasilva O.
Topologia Do Terror – Jonathan Uliel Saldanha
Tiqqun-Tripier. Agenciamento Terrorista Transformista - Marcello Maggi
O Terror Pela Idiotia. O Que é Um Idiota? Parte 2. - Miguel Oliveira
Le souffle au cœur - Miguel Carneiro
Terrorismo E Modernidade: Apontamentos - Nuno Rodrigues
Ataque Modelo - Paulo Tavares
Triebkrieg - Reza Negarestani
S/Título - Né Barros
Universal Catastrophe - Roundtable On Terrorism. Centre For Research Architecture, Goldsmiths University, London.
Preâmbulo de uma Mutação Extemporânea - Vasco Costa
O Anjo Suíno - Ricardo Tinoco


O que é a Detritos?

A Detritos é uma publicação ensaística experimental de periodicidade semestral.
Fundada no Porto em Dezembro de 2007, lançou o seu primeiro número em Maio de 2008 no espaço Almada 555, no Porto. No dia do seu lançamento inaugural a Detritos foi lançada ao mar a partir de uma Trebuchet construída para o efeito e posteriormente lançada ao mundo, em pequenos pedaços.
O seu nome - Detritos - é uma homenagem ao potencial criativo do resto e do desperdício, na tradição processual e afectiva de Kurt Schwitters e valorização de uma prática de economia e exaustão de meios em que a máxima expressão é extraída do material mínimo. O símbolo da catapulta pretende reflectir a tentativa talvez absurda, mas potencialmente explosiva de criar esse território ritualista recuperador e re-propulsor de processos residuais interrompidos. Segundo a ideia de que a criação é sempre dupla na sua medida de resgate e produção, a Detritos roda à volta de uma capacidade ecológica de reaproveitar, de fazer com e de pôr em movimento.
A Detritos pretende desenvolver-se como uma plataforma de criação em diversos formatos activados de acordo com a necessidade de resposta à prática ensaística, na sua medida de acção, criação e pensamento.
Está também aberta a propostas e projectos de colaboração, assim como convida à submissão segundo os temas em trabalho.
Em conjunto com a Esquilo Records, com quem colabora em termos de edição e organização de eventos, a Detritos forma a ESCUTA – Associação Cultural

LOCAIS DE VENDA

Porto
Livraria Leitura(Museu de Serralves)
Utopia (Praça da República)
Latina (R. de Santa Catarina)
Poetria (ao teatro Carlos Alberto, Centro Comercial Lumière)
Leitura (Shopping Cidade do Porto)
Gato Vadio (R. do Rosário, 281)
Inc-Livros Edições de Autor Lda (R. da Boavista, 168)
Livraria da Faculdade de Arquitectura
Tabacaria Belas Artes
Matéria Prima (R. Miguel Bombarda)

Lisboa
Pó dos Livros (Av. Marquês de Tomar, 81)
Barata (Av. de Roma, 11 A)
Letra Livre (Calçada do Combro 139)
Almedina (Atrium Saldanha)
Trama (Rua São Filipe Nery 25b)
Loja BShop Museu Colecção Berardo (CCB)
Almedina Gulbenkian
Matéria Prima (Bairro Alto, Rua da Rosa 197)

Braga
Centésima Página (Av. Central)

Guimarães
Centésima Página (livraria do São Mamede)

Matosinhos
Almedina (junto à Biblioteca Florbela Espanca)

Coimbra
Livraria XM (R. de Quebra-Costas, 7)
Almedina (Estádio)
Almedina (Praça da República)

Vila Nova de Gaia
Almedina (Arrábida Shopping