28.3.11

O vosso roubo (do BPN ) custou-nos 13 milhões de salários mínimos - são as palavras de um cartaz afixado hoje em várias cidades do país

Segundo o jornal público um grupo de jovens afixou em várias agências bancárias do Banco Português de Negócios distribuídas pelo país um cartaz com os seguintes dizeres:


“O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos”.


A iniciativa é assinada pelo colectivo «E o Povo, pá?» com o seguinte blogue: http://eopovopa.wordpress.com/


No seu site podemos ler o seguinte manifesto:


É o povo, pá!


Quem somos


Não importa quem somos, mas aquilo que nos junta.

Somos gente farta da falta de oportunidades e cansada do discurso mentiroso que afirma «não há outro caminho».

Somos gente cujo investimento e sacrifícios dos pais na nossa educação resultou em desemprego e precariedade e ofende-nos ouvir dizer que a culpa da nossa precariedade é dos direitos que a geração deles conquistou.

Somos gente que defende o trabalho digno e com direitos, independemente da idade e habilitações literárias.

Somos gente que está farta de ter a vida congelada e o futuro, nosso e dos nossos filhos, adiado.

Porque não nos resignamos, protestamos.

Exigimos respeito e reclamamos o direito à dignidade e ao futuro.


Ao que vimos


Vimos dizer que não nos comem por parvos.

Não aceitamos o discurso que nos impõe a precariedade como forma de organização do trabalho. Desconfiamos de quem nos diz que «tem que ser assim» e «este é o único caminho» acenando com a chantagem da falta de patriotismo. Este país também é nosso e temos direito a cá viver e trabalhar. Exigimos pluralidade de opiniões porque sabemos que é nesse confronto que se encontram caminhos. Não aceitamos o pensamento único e sabemos que chegámos até aqui porque foram feitas escolhas: decidiram converter as pessoas em clientes e contribuintes. Nós dizemos que essas escolhas são erradas.


Porquê o BPN


Quando falamos do buraco nas contas públicas deixado pelo BPN referimo-nos a cerca de 6500 milhões de euros, ou seja, a mais de 13 milhões de salários mínimos, mais de um salário mínimo por cada habitante deste país.


A Caixa Geral de Depósitos enterrou directamente no BPN cerca de 4600 milhões de euros, a somar aos 2000 milhões de euros em imparidades (activos tóxicos), o que perfaz cerca de 4% do PIB. Explicitando: este valor assemelha-se ao encaixe total que o Estado português prevê fazer com o plano de privatizações. Dito de outra forma, assemelha-se ao valor previsto pelo plano de austeridade de 2010, em que para o cumprir foram necessários os PEC, mas também o fundo de pensões da PT, no valor de 1600 milhões de euros. Este é o valor da factura que todo nós estamos a pagar.


Quase três anos após a falência do BPN, podemos dizer que aquilo que estamos a pagar é a fraude,a promiscuidade entre a política e a finança, a cumplicidade e a troca de favores, os offshores, a evasão fiscal. Enfim, estamos a pagar o preço de um crime que não cometemos. O caso BPN configura o processo de desagregação do Estado democrático, onde se salvam os accionistas e as entidades reguladoras, onde se escolhe salvar os activos nacionalizando os prejuízos à conta dos impostos que pagamos.


O caso BPN diz-nos que em Portugal a fraude compensa e, quando esta vence, a democracia perde. Portugal está transformado num país onde há Estado máximo para alguns e Estado mínimo para quase todas as outras pessoas.


Quando nos dizem que o tempo é de sacríficios , sabemos que a sua distribuição não é justa nem democrática. Quem escolhe salvar Bancos para salvar amigos legitima a corrupção. Para o fazer, corta onde é mais necessário: nos serviços públicos e nas prestações sociais.


Não nos falem de austeridade, falem-nos de justiça.


A polícia do amor ataca a outra em Oxford Street, ou como a força da razão e do humor derruba a força do mais forte

Vídeo imperdível sobre a acção de activistas junto das forças da repressão ao serviço do Estado em Oxford Street, Londres, a 26 de Março, na manifestção contra os cortes sociais pelo governo britânico


Contra as portagens na A25, A23 e A24 - acção de luta convergente no dia 8 de Abril

ACÇÕES DE LUTA CONTRA AS PORTAGENS


participe, proteste, reclame, não se cale

8 de Abril . Acção de luta convergente - marchas lentas na A24, A25 e A23 – Pontos de encontro/partida para as auto-estradas:


http://www.contraportagens.net/

Entretanto, a Comissão Utentes Contra as Portagens na A17, A25 e A29 [região de Aveiro] comunicou-nos que vai juntar-se à acção de luta de 8 Abril.