14.6.09

Q'Orianka Kilchner, a conhecida actriz que desempenhou o papel de Pocahontas, chegou ao Peru para solidarizar-se com os povos indígenas em luta




A conhecida actriz Q’orianka Kilchner, de 19 anos, com nacionalidade peruana-americana, e empenhada defensora da causa dos povos indígenas, chegou ao Peru para se solidarizar com os povos indígenas da Amazónia peruana, após ter tomado conhecimento do massacre de Bagua, onde foram assassinados pela polícia peruana mais de 34 indígenas e cerca de 200 ainda se encontram desparecidos, temendo-se que a polícia esteja a ocultar os cadáveres e os vestígios do massacre cometido às ordens do Presidente e do governo do Peru.


Q’Orianka chegou com uma fita de pano na boca onde se podia ler em inglês «Listen to the people» («Ouçam o povo»), mostrando interesse em deslocar-se a Bagua ( a 1.000 km a norte de Lima, capital do Peru). Na semana passada a actriz recebeu o Prémio Young Hollywood Green Award que dedicou a Alberto Pizarro, o líder do protesto indígena e que se encontra actualmente na Embaixada da Nicáragua, depois de ter pedido exílio político por motivo da perseguição de que é alvo no Peru.

A actriz pretende unir-se aos manifestantes que por todo o Peru contestam a chamada Lei da Selva que confere direitos de exploração mineira e petrolíferas às empresas multinacionais em prejuízo do meio ambiente e do habitat das populações locais.

Q'Orianka Waira Qoiana Kilcher (nascida em 11 de Fevereiro de 1990) é uma actriz e cantora americana, talvez mais conhecida pelo seu papel de Pocahontas no filme O Novo Mundo de 2005.
Kilcher nasceu Schweigmatt, Alemanha. O seu pai é um artista peruano de ascendência Quechua/Huachipaeri, e a sua mãe, Saskia Kilcher, uma activista dos direitos humanos de ascendência suíça, nasceu no Alaska e foi criada na Suíça. O avô de Kilcher era Ray 'Pirata' Genet, um famoso escalador.

Kilchner é conhecida pelo seu activismo, tendo participado na campanha da Amnesty International sobre os direitos das mulheres e dos povos indígenas, especificamente a Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação Contra Mulheres e contaminação por petróleo da bacia do Rio Amazonas


PLEASE TAKE ACTION
Demand an immediate end of violence!
Email the President of the Congress of Peru Javier Velásquez-Quesquén:
Please send emails to Alan Garcia, in Spanish here.

Presidente Alan García
Despacho Presidencial
Jirón de la Unión S/N 1 cda
Lima 1, PERU
El mundo se preocupa por lo que ocurre en Perú y en nombre de los derechos humanos de los pueblos indigenas amazónicos peruanos, les solicito que detengan la violencia contra inocentes ciudadanos que están defendiendo sus territorios y sus vidas.
Por favor respete la vida de los peruanos, esto es un crimen de lesa humanidad que ustedes están promoviendo y en nombre de los tratados de derecho internacional que Perú ha firmado, le exijo que respete la vida de los indigenas amazónicos y suspenda el Estado de Emergencia.
Solicito respetuosamente que ordene el fin de los ataques policiales y que restituya el diálogo respetuoso y honesto con los pueblos indigenas amazónicos de Perú.Por la vida, por la paz, por la justicia.
Here is another model of letter of Global Response.
Please send copies of your letter to:

Yehude Simon Munaro, President of the Council of Ministers
(ysimon@pcm.gob.pe, Fax +51 1- 716- 87-35 )
Rafael Vásquez Rodríguez, President of Congress
(rvasquezr@congreso.gob.pe, Fax +51 1- 311- 77- 03 )
Public Ombudsman Office of Peru
(centrodeatencionvirtual@defensoria.gob.pe)
Peruvian Embassador in your country (for contact details - see http://www.embassiesabroad.com/embassies-of/Peru
UN Special Rapporteur on the Rights of Indigenous Peoples
(indigenous@ohchr.org)
UN Working Group on Enforced or Involuntary Disappearances
(wgeid@ohchr.org)
UN Special Rapporteur on the promotion and protection of the right to freedom expression
(freedex@ohchr.org)
United Nations Permanent Forum on Indigenous Issues
(indigenous_un@un.org)
IACHR Rapporteur on the Rights of Indigenous Peoples
(cidhoea@oas.org)
IACHR Rapporteur on the Right to Freedom of Expression
(
cidh-expresion@oas.org)








Reportagem de uma anterior viagem de Q'orianka Kilcher à selva norte do Peru, para constatar la contaminação por petróleo junto do río Corrientes, territorio de los indios achuar.




Q'Orianka Kilcher fala dos direitos dos povos indígenas no Fórum sobre a Globalização





Q'orianka Kilcher defende os povos nativos peruanos











ACTRIZ QORIANKA KILCHER declara o seu apoio às comunidades indígenas




Manifestação em defesa do rio Tejo em Talavera de la reina ( 20 de Junho) sob o lema «Pelos nossos rios, pelo nosso futuro»


Sob o lema «Pelos nossos rios, pelo nosso futuro», a Plataforma de defesa do rio Tejo convocou uma grande Manifestação a realizar no dia 20 de Junho em Talavera de la reina. A acção conta com o apoio de ONG's e autarquias ribeirinhas. O objectivo é a mobilização dos cidadãos da bacia do Tejo em defesa de uma gestão razoável, sustentável, transparente e participativa da bacia hidrográfica do Tejo.

A Plataforma em Defesa dos Rios Tejo e Alberche constituiu-se em Setembro 2006 e está formada por grupos sociais, naturalistas e de moradores, organizações agrárias, desportivas, empresariais e de trabalhadores, para além de partidos políticos, de Talavera de la Reina e a sua região.
O objetivo da Plataforma desde a própria criação é o de defender os rios Tejo e Alberche e se opor a todos os transvases, incluindo o possível transvase de o Tejo médio. Com este fim as organizações da Plataforma acordaram seis pontos reivindicativos fundamentais e comuns.Sob o lema «Pelos nossos rios, pelo nosso futuro», a Plataforma convoca todos os coletivos ribeirinhos do Tajo e afluentes para realizarem uma grande manifestação no próximo 20 de Junho em Talavera de la Reina a 12 horas.
Com a dita manifestação queremos demonstrar o descontentamento da cidade, a sua região e toda a bacia do Tejo com a política hidrológica em Espanha (na que a nossa bacia é a grande prejudicada) e dar uma imagem de unidade da nossa bacia, semelhante à que estão a dar outras regiões espanholas que aproveitam os nossos recursos naturais para se desenvolverem

Os seis pontos reivindicativos fundamentais comuns da Plataforma:

1. Estabelecimento de caudais ecológicos reais diários, semanais e mensais, reflectidos no Plano Hidrológico do rio Tejo, em Aranjuez, Toledo, Talavera de la Reina e Puente del Arzobispo.Num prazo de 10 anos, o suficiente para pôr em funcionamento as instalações de dessalinização do Mediterrâneo, deverá desaparecer o transvase Tajo-Segura ou para outras bacias. Em nenhum caso a água transvazada nesse período será utilizada para a rega.
2. A proibição absoluta da venda, pelos regantes do Tejo, das suas dotações de irrigação a outras bacias hidrográficas.
3. Depuração terciária de água do Jarama e do Guadarrama, afluentes do Tejo médio.
4. Assegurar um caudal ecológico mínimo no rio Alberche, para além das atribuições da água de irrigação para o Canal Baixo do Alberche.
5. Absoluta recusa em realizar transvases a partir do Tejo médio, quer através de novos gasodutos ou vendendo água de outras bacias.6. Realização de ações para ajudar a restaurar o sistema fluvial natural e o seu ambiente.






Textos sobre o assunto:

Jornadas del Río Tajo 20 al 22 de abril de 2007 Talavera de la Reina, España

Battle of the Tagus: Citizens of Spain and Portugal unite to save their greatest river

20 de junio, con el Tajo en Talavera

El 20 J

El Estado Proxeneta

Los Señores del Tajo

Por una Nueva Cultura del Agua en el Tajo

25 años del Trasvase Tajo

Aranjuez y Abrantes, demasiados puntos en común

El Segura en alza

Entrambosríos

Los peces en el río

Trasvases, quién la tiene más grande

Trasvases

Vestidos de Santos

Artigos e documentação técnica

A gestão da bacia do Tejo

EL Tajo, río traicionado

La destrucción ambiental del río Tajo. Orígenes, procesos y consecuencias

La determinación de excedentes trasvasables

ETI Talavera

Situación del Río

Documentação da Plataforma

Alegaciones_ETI-Tajo_Plataforma-Colectivos

Carta a Barreda

Carta a Cospedal

Respuesta al Presidente de Castilla La Mancha

Carta a Ministra Narbona en respuesta a las concesiones


Quercus manifestou-se na Barragem de Belver contra o Plano Nacional de Barragens

Barragens ameaçam a biodiversidade não a promovem

A Quercus manifestou-se ontem com uma acção na Barragem de Belver contra o Plano Nacional de Barragens e a campanha publicitária da EDP

Ontem, dia 13 de Junho (Sábado), a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza esteve presente na Barragem de Belver, Abrantes, em protesto contra o anunciado Programa Nacional de Barragens e a campanha de comunicação recentemente lançada pela EDP.

A acção, com início às 8.00 horas, constou de uma ocupação pacífica da referida barragem, com afixação de faixas alusivas à temática e descida do paredão em rapel por activistas com mensagens de protesto.

Com esta iniciativa pretende-se chamar a atenção para os enormes impactes ambientais negativos que decorrerão do avanço do Programa Nacional de Barragens, aprovado pelo Governo, que colocará em perigo diversos valores naturais em consequência da construção das novas barragens.

Pretende-se igualmente protestar contra a recente campanha de comunicação lançada pela EDP, que erradamente associa a construção de barragens à protecção da biodiversidade, quando na verdade o que ocorre são impactes fortemente negativos e irreversíveis associados à construção destas infraestruturas.

Nesse sentido, a grande maioria das medidas de minimização tão sobejamente anunciadas, não passam disso mesmo, “minimização” e “compensação” dos impactos provocados, aliás medidas essas previstas e obrigatórias de acordo com a Declaração de Impacte Ambiental.


DOC'S KINGDOM, Seminário Internacional sobre Cinema Documental (16 a 21 de Junho em Serpa): o tema desta edição vai ser Reinterrogar a Imagem Política


FILMES e DEBATES no Cineteatro Municipal de Serpa e Escola Secundária de Serpa.

REINTERROGAR A IMAGEM POLÍTICA


As relações entre a política e o cinema são o tema da edição de 2009 do Doc’s Kingdom – Seminário Internacional sobre Cinema Documental, organizado pela Apordoc (Associação pelo Documentário), a decorrer no Cineteatro Municipal de Serpa, entre 16 e 21 Junho:

“Ainda nas cinzas dum século que foi da política e do cinema, como pensar hoje as relações entre estes dois campos? Começando por evocar gestos seminais de uma época em que já tinham sido questionados radicalmente os termos dessa dicotomia (a viragem dos anos sessenta para setenta), avançamos depois para filmes recentes que nos ajudam a pensar o intervalo decorrido e a abertura de novos ciclos. Por um lado, obras em que pesa a agonia dum tempo – a política depois da política do século XX, a política depois da política. Por outro, explorações cinematográficas de territórios marcados pela memória, ou pela ruína desse tempo. Por outro ainda, novos libelos políticos directos que, num equilíbrio hoje raríssimo, se desenrolam também como um discurso sobre o uso da imagem. Algumas pistas, num programa que não se pretende sistematizador, antes é feito de interrogações parciais, de títulos que podem abrir fendas nos clichés que perduram. Ainda e sempre: o que é uma imagem política?”




A edição do Doc's Kingdom apresenta um percurso por uma série de obras históricas e contemporâneas, propondo, na tradição do Seminário, uma abordagem transversal que permita reflectir sobre diversos aspectos da imagem política (e imagem da política) no cinema.

Entre os convidados esperados em Serpa este ano incluem-se Abderramane Sissako. Considerado um dos mais importantes realizadores africanos da actualidade, Sissako nasceu em 1961 no Mali, tendo estudado cinema em Moscovo e rodado o seu primeiro filme em 1989, Le Jeu, seleccionado para a Quinzena dos Realizadores em Cannes. Os seus filmes cruzam a ficção e o documentário, pensado como espaço simbólico que permite uma reflexão sobre temas concretos que se relacionam com o continente africano de forma crítica, eminentemente política mas igualmente poética. Realizou, entre outros, Octobre (1993), Rostov-Luanda (1997), La Vie Sur Terre (1998), Heramakomo (2002) e Bamako (2006). A complexidade e o interesse dos seus filmes reside numa forma particular de "ruptura" com algum cinema "observacional" e pela forma como coloca em cena uma visão nova do conflito e história africana. A obra de Sissako foi objecto de retrospectivas recentes, como aconteceu em Londres no BFI e vai ser retrospectiva no MoMA em Nova Iorque pouco tempo depois desta homenagem em Serpa.
Um dos temas presentes neste Seminário é o da memória dos eventos políticos e particularmente da Revolução. Eduardo Escorel, que vai apresentar em Serpa os filmes 35 - O Assalto ao Poder, J. e O Tempo e O Lugar, foi uma das figuras essenciais no Novo Cinema Brasileiro, assinando a montagem das grandes obras de Glauber Rocha como Terra em Transe, mas também de Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade, de Eles Não Usam Black-Tie de Leon Hirszman ou de Cabra Marcado para Morrer de Eduardo Coutinho. A temática política permanece no centro da sua obra enquanto realizador, variando entre documentários que procuram pensar a História do século XX brasileiro e filmes que procuram investigar a situação política actual e dar a palavra aos intervenientes directos nas questões sociais do momento. Escorel é igualmente um ensaísta profícuo que tem reflectido sobre a história recente do documentário. Vai estar presente em Serpa para falar do seu cinema político e apresentar uma obra de Glauber Rocha em que colaborou.
Dois filmes evocam a complexidade identitária e política da Rússia contemporânea: o filme de Aliona Polunina, Uma Revolução que não o foi é uma aproximação impressionante e cumulativa do percurso dos militantes do partido nacionalista bolchevique russo no ano que antecedeu as eleições de 2007. Documentário com um fôlego formal invulgar, centra os acontecimentos na história da relação entre um pai e um filho, ambos militantes do partido e o seu percurso, ambições e frustrações, num retrato da Rússia moderna, dos seus líderes políticos e finalmente da formação da ideologia, do associativismo partidário e da sombra do totalitarismo político.
O filme de Mónica Baptista, Territórios, atravessa a Rússia num vagão de terceira classe em que viajam, lado a lado, um soldado russo e um checheno. Mónica Baptista usa esse vagão como maquete do complexo puzzle político russo, sempre à beira da desagregação, e acompanha os dois viajantes numa travessia a um tempo geográfica e histórica.
Robert Fenz, outro dos cineastas presentes em Serpa elege como preocupação fundamental da sua prática cinematográfica a questão da memória política, da inscrição dos vestígios históricos dos locais que filma numa série de retratos cinematográficos que se inserem numa tradição rica da história do cinema que cruza o ensaio visual com as potencialidades descritivas da imagem. Herdeiro de cineastas como Peter Hutton (com quem estudou), mas igualmente dos grandes retratistas do século XX, James Agee ou Rudy Burckhardt, Fenz realizou uma série de "meditações", aproximações sensíveis e variadas à memória da revolução e da sua história pessoal na passagem por países como Brasil, Cuba, Polónia, Turquia e Estados Unidos.
Marcado pelo cinema militante clássico, nomeadamente pelos filmes dos colectivos Newsreel, pela obra de Santiago Alvarez, mas igualmente pelo cinema experimental, a obra de Fenz é profundamente marcada pela sua formação como músico de Jazz e pela colaboração regular com aquele que foi seu professor e mentor, o trompetista Wadada Leo Smith. A sintaxe dos seus filmes deve então tanto à sua formação e conhecimento da história do cinema como ao seu interesse pelas estruturas de improvisação e relação entre imagem e som (e a sua ausência) que define os seus filmes. Fenz é igualmente operador de câmara, tendo colaborado com Chantal Akerman em From the Other Side, o seu filme sobre a fronteira entre o México e os EUA e com outros cineastas como o libanês Wael Noureddine. Fenz vai apresentar em Serpa as suas meditações mas igualmente filmes de outros cineastas como Johan van der Keuken, Ken Jacobs, etc. O próximo projecto de Robert Fenz é uma reflexão sobre a obra cinematográfica do documentarista Robert Gardner com quem Fenz teve a oportunidade de colaborar.
Também da memória dos lugares falam os filmes de Manuel Mozos e de Lee Anne Schmitt. São dois filmes muito diversos, eventualmente até opostos na forma como abordam a questão da memória dos lugares, das suas histórias e abandonos.
O filme de Mozos apresenta "fragmentos de espaços e tempos, restos de épocas e locais onde apenas habitam memórias e fantasmas. Vestígios de coisas sobre as quais o tempo, os elementos, a natureza, e a própria acção humana modificaram e modificam. Com o tempo tudo deixa de ser, transformando-se eventualmente numa outra coisa. Lugares que deixaram de fazer sentido, de serem necessários, de estar na moda. Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios." Uma viagem por lugares vazios, pelos sons que os habitaram, por textos e camadas de referência que a eles se referem.
Lee Anne Schmitt passou os últimos anos a viajar pela Califórnia e a investigar a história das cidades fundadas por corporações e colectividades empresariais. Cidades satélites, artificiais, a orbitar em redor dos grandes centros económicos da Califórnia, muitos dos locais são hoje praticamente abandonados, vestígios históricos da exploração capitalista ao longo do século. O filme de Lee Anne Schmitt instala-se nos locais para deles extrair uma imagem "histórica", com um rigor que lembra os filmes de James Benning (de quem foi aluna) e o interesse na investigação e clarificação que se encontra nos ensaios cinematográficos de outro dos mais importantes cineastas norte-americanos, Thom Andersen. Mas a cineasta transforma o filme numa obra sua pela forma como organiza a viagem pelos lugares, como põe em destaque as diferentes camadas e estratos que definem a paisagem americana e as diferentes histórias que encerra.

Dois dos filmes portugueses incluídos em Serpa pensam o tema da aproximação à revolta e ao epicentro dos acontecimentos políticos do nosso tempo de duas formas diversas. O filme colectivo Cobra G8 reflecte sobre a presente e aparente impossibilidade de filmar os acontecimentos políticos e o seu afastamento das pessoas a quem interessam directamente (a sociedade civil), filmando na fronteira sitiada para onde são remetidos os protestos e questionando o modo como "a fobia da imagem impede a revolução de ser filmada". Foi filmado num dia, num bloqueio de uma estrada que conduzia a Heiligendamm. O filme que daí resultou é um regresso a essas imagens, a uma tentativa de ordenação posterior e dá corpo a uma personagem misteriosa que permanece precisamente na fronteira, imóvel e central a tudo o que o rodeia.
O filme de Tiago Afonso Lefteria = Liberdade foi realizado em Atenas em Janeiro de 2009, nos dias logo a seguir às revoltas de Dezembro por toda a Grécia, e é uma tentativa de perceber e apreender a partir de dentro as razões e as vozes dessa revolta. Renegar as generalidades do discurso mediático para se instalar nos bastidores e ouvir as discussões, as vozes dos estudantes, dos professores, dos sindicalistas e jornalistas.
O cineasta francês Sylvain George junta-se ao grupo de convidados de Serpa para nos ajudar a reflectir sobre as formas do cinema militante e sobre a acção política/ cinematográfica e o activismo. Formado em Filosofia e tendo trabalhado essencialmente nas áreas sociais e das ciências políticas, os filmes de Sylvain George filmados em diversos registos e formatos constituem ensaios poético-políticos e retratos sobre a realidade da imigração em França, numa série de manifestos, "contra-fogos" e filmes de combate. A contribuição de Sylvain George ajudar-nos-á a pensar sobre o que é que pode ser o cinema militante, as suas limitações e possibilidades concretas de intervenção. Apresentar-se-ão filmes como Un homme ideal, Qu'ils reposent en révolte (Des figures de guerre). Encontra-se igualmente a realizar um filme a partir dos textos teóricos (e imagens) do filósofo Guy Hocquenghem.



Sessão por ocasião do Seminário, na Galeria Vemos, Ouvimos e Lemos em Serpa, com a presença do realizador
15 SEGUNDA-FEIRA18h30
Eduardo Escorel, 35 - O Assalto ao Poder, 2002, 100'

PROGRAMA
16 TERÇA-FEIRA
21h00 Sessão de abertura
Pier Paolo Pasolini
La Rabbia, 1963, 83'

17 QUARTA-FEIRA
10h00
Glauber Rocha
Terra em Transe,1967, 115'
Eduardo Escorel
J., 2008, 12'
O Tempo e o Lugar, 2008, 98'

15h15
Mónica Baptista
Territórios, 2009, 11'
Aliona Polunina
Revolutsioon Mida Polnud, 2008, 96'
17h30 Debate colectivo (Escola Secundária de Serpa)

18 QUINTA-FEIRA
10h00
Manuel Mozos
Ruínas 2009, 60'
Lee Anne Schmitt
California Company Town, 2008, 77'

15h15
Sessão apresentada por Robert Fenz:
Bruce Baillie
All my Life, 1966, 3’
Peter Hutton
NY Near Sleep For Saskia, 1972,10’
Raymond Depardon
New York, N.Y., 1986, 9’
Robert Fenz
Meditations on Revolution, Part IV: Greenville, 2001, 29'
Meditations on Revolution, Part V: Foreign City, 2003, 32'
Johan van der Keuken
The Filmmaker's Holiday, 1974, 39'

18h30 Debate colectivo (Escola Secundária de Serpa)

19 SEXTA-FEIRA
10h00
Sessão apresentada por Robert Fenz:
Robert Fenz
Crossings, 2006, 10'
Meditations on Revolution, Part I: Lonely Planet, 1997, 12'
Meditations on Revolution, Part II: The Space in Between, 1997, 8'
Meditations on Revolution, Part III: Soledad, 2001, 14'
Ken Jacobs
Perfect Film, 1986, 27'
Robert Fenz
Vertical Air, 1996, 26'

12h00
Cobra T e Cobra G
Cobra G8, 2009, 10'
Tiago Afonso
Lefteria, 2009, 30’

15h15
Sylvain George
No Border, (Aspettavo Che Scendesse La Sera), 2005-2008, 23'
N'entre pas sans violence dans la nuit, 2005-2008, 20'
(Contre-feux nº 3): Europe année 06 (Fragments Ceuta), 2006-2008, 12’
Sessão com excertos de filmes apresentados por Sylvain George

17h30 Debate colectivo (Escola Secundária de Serpa)

22h00
Abderrahmane Sissako
Curtas-metragens
Rostov-Luanda, 1997, 59'

20 SÁBADO
10h00
Sylvain George
Qu'il reposent en revolte (des figures de guerre), 2009, 60'
L'impossible - pages arrachés, 2009, 60'

Pier Paolo Pasolini
Appunti per una Orestíade Africana, 1970, 70'

15h15
Abderrahmane Sissako
Bamako, 2006, 115'

18h00 Debate colectivo (Escola Secundária de Serpa)

21 DOMINGO
10h30
O Cinema, Cem Anos de Juventude
Programa de iniciação ao cinema, apresentado pela Associação Os Filhos de Lumière. Inclui a exibição de filmes realizados no ano corrente por alunos da Escola Secundária de Serpa.
sessão antecedida pela exibição de
A Caça
Manoel de Oliveira, 1964, 30’


INSCRIÇÕES E ALOJAMENTOS LIMITADOS
Os pacotes com refeições e alojamentos incluídos já não estão disponíveis. As modalidades de inscrição total ou parcial sem alojamento ainda estão disponíveis. Para garantir a sua participação nos eventos sociais, envie-nos a sua inscrição antes do seminário ter início.
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Informações:
docskingdom@sapo.pt docskingdom@gmail.com
T/218 885 266