25.8.10

A guerra colonial vista pelo escritor António Lobo Antunes





Em entrevista publicada num livro editado há alguns meses atrás, o escritor António Lobo Antunes, que esteve incorporado no exército colonial português na qualidade de médico-miliciano, afirmou o seguinte sobre o que viu e viveu durante o período em que esteve integrado num batalhão militar em Angola:

“«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».


Estas afirmações parece que provocaram alguns engulhos em certos militares e veteranos de guerra que, pelos vistos, ainda não perceberam o papel que foram desempenhar nas colónias
!

Arraial P'ra Pular em Castelo de Paiva ( 27 e 28 de Agosto)



Realiza-se nos dias 27 e 28 de Agosto na Quinta do Pinheiro em Castelo de Paiva o 6º Arraial P’ra Pular. A entrada é livre.


Com um programa recheado, esta 6ª edição conta ainda com workshop’s musicais para os mais pequenos e jogos tradicionais para os graúdos durante a tarde de sábado.
Com o objectivo de promover a cultura popular, procura aliar as antigas tradições com o que melhor se faz actualmente em termos música tradicional. Esta mistura proporciona um encontro inter-geracional, onde os mais pequenos acompanham os pais e os avós e onde os jovens podem divertir-se, encontrando assim uma alternativa aos Festivais de Verão. Para além da música e dança popular não faltarão jantares e petiscos tradicionais da região, que completam assim o evento que, de alguma forma, recria os antigos arraiais populares.


Programa


27 (sexta-feira)
19.00 h. – Abertura
20.30 h. – PANTOMINA
21.30 h. – RANCHO FOLCLÓRICO Nª SRª das AMORAS
22.45 h – COMVINHA TRADICIONAL


28 (sábado)
15.00 h. – Abertura do Recinto
16.00 h. – Workshop's
17.00 h. – Torneio do Jogo da Malha
21.00 h. – GAITAS DANINHAS
22.00 h. – P'RA PULAR
22.30 h. – BAILENDA
23.30 h – PÉ NA TERRA
.

Ler mais:
www.myspace.com/arraialprapular#ixzz0xcwn6DRW

Às Artes Cidadãos – uma exposição sobre arte e acção política (a partir de 19 de Novembro, em Serralves)


Exposição: Às Artes Cidadãos!
Local: Porto, Fundação de Serralves
Período de exibição: 19 de Novembro de 2010 a 13 de Março de 2011
Comissários: João Fernande e Óscar Faria

A exposição “Às Artes, Cidadãos!” incide sobre algumas das intersecções que a arte e o político, entendido como acção, representação ou referência, manifestam na actualidade. Salientam-se algumas questões que atravessam essa relação, as quais podem ser definíveis através de conceitos como activismo, cidadania, memória, arquivo, emigração, exílio, ideologia, revolução, utopia, iconoclastia, democracia, catástrofe, comunidade, crise, sexualidade, ambiente, globalização, etc.

A exposição reúne obras produzidas por artistas nascidos a partir de 1961, ano da construção do muro de Berlim, um objecto que materializa uma divisão ideológica que marca o século XX, cuja sombra continua ainda a marcar o pensamento político e cultural em inícios do século XXI. A escolha dessa data como referente – e ela permite confrontar uma história que irá, pelo menos, do presente até à Comuna de Paris, em 1871 – tem ainda como intenção sublinhar a relevância do político na produção artística das duas últimas décadas, uma constatação realizada a partir das obras de muitos autores cujo trabalho se afirmou nestes anos.

Simultaneamente, a exposição incluirá uma secção histórica, em que cartazes, revistas e publicações de artistas tornarão visíveis as referências ao político ao longo da história da arte que precede a geração dos artistas agora apresentados. Os comissários da exposição são João Fernandes, director do Museu de Serralves, Óscar Faria, crítico de arte, e Guy Schraenen, coleccionador e curador especializado em publicações de artistas, que será responsável pela secção histórica e documental.

A exposição resume um desejo de actualidade que não deixa de revisitar o passado, olhando para a história e participando na construção do presente. “Às Artes, Cidadãos!” levantará questões mais do que produzirá respostas; interpelará o visitante, convidando-o a reflectir a partir de obras e ideias produzidas por autores que constatam a necessidade da arte ser uma possível plataforma para a construção de uma consciência política.
Não deixará deste modo de dar continuidade a uma tradição republicana do museu, evidente desde que o Louvre abriu as suas portas ao público em 1793, no ano seguinte à criação da república francesa. Contudo, se no passado a referência política em arte no século XX, dos primeiros modernismos às décadas de 1960 e 70, foi também um modo de contestação e de crítica institucional ao papel do museu na sociedade, importa hoje interrogar o lugar da referência política num mundo onde a arte é também cada vez mais uma evidência de uma sociedade globalizada na sua economia e cultura.

Resistência Cigana contra a xenofobia de Estado e a política de limpeza étnica promovida pelo governo francês contra a comunidade cigana




Resistência Cigana contra a xenofobia do Estado francês e a política racista de limpeza étnica promovida pelo governo francês contra a comunidade cigana



A violação grosseira pela França do direito de estadia dos cidadãos comunitários na União Europeia



Petição contra a xenofobia do Estado francês

Les plus hautes autorités de l’Etat ont fait le choix de jeter à la vindicte publique des catégories entières de population : Gens du voyage accusés comme les étrangers d’être des fauteurs de troubles, Français d’origine étrangère sur lesquels pèserait la menace d’être déchus de leur nationalité, parents d’enfants délinquants, etc. Voici que le président de la République accrédite aussi les vieux mensonges d’une immigration coûteuse et assimilée à la délinquance, et offre ainsi à la stigmatisation des millions de personnes en raison de leur origine ou de leur situation sociale.

Ce qui est à l’œuvre dans cette démarche ne s’inscrit pas dans le débat légitime, dans une démocratie, sur la manière d’assurer la sûreté républicaine. Le nécessaire respect de l’ordre public n’a pas à être utilisé pour créer des distinctions entre les habitants de ce pays et désigner des boucs émissaires. Ni pour instituer des peines de prison automatiques, contraires aux principes fondamentaux du droit pénal, à l’indépendance de la justice et à l’individualisation des peines.

La Constitution de la France, République laïque, démocratique et sociale, assure « l’égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d’origine, de race ou de religion ».

Nul, pas plus les élus de la nation que quiconque, n’a le droit de fouler au pied la Constitution et les principes les plus fondamentaux de la République.

Notre conscience nous interdit de nous taire et de laisser faire ce qui conduit à mettre en péril la paix civile.

Nous appelons à une manifestation le samedi 4 septembre 2010, place de la République à Paris, à 14h00, et partout en France, afin de fêter le 140e anniversaire d’une République que nous voulons plus que jamais, libre, égale et fraternelle.