19.4.09

Cravos há muitos, ó democratas...e Revoluções? (iniciativas libertárias no Porto para os dias 24 e 25 de Abril)


Não deixes que o cravo de ontem encrave a Revolução de hoje

Cravos há muitos, Ó democratas...e Revoluções?

Programa de iniciativas libertárias na cidade do Porto para os dias 24 e 25 de Abril de 2009:


24 de Abril
Na Casa Viva organiza Café Zapatista ( acompanhado com café de Chiapas)

19h.
Toca Discos - Música de intervenção
Hacklaviva - 25 de Abril sempre...Windows nunca mais

20h30
Jantar

22h
Cinema comunitário - passagem do filme »Torre Bela»

24h.
ROMP, poesia
Lançamento do Fanzine Pica-Miolos...
...e da Colectânea «Músicas há muitas...e Revoluções?»



25 de Abril
Manhã, 10h.
Trilha de Memória Libertária (organização da Associação Terra Viva) com início da trilha junto ao centro nacional de fotografia (antiga cadeia da Relação)

Tarde, 15h.
Avenida dos Aliados
Bancas de informação e acções de rua (queima dos filhos da Pide, patenteação do cravo pela suga)

Noite, 22h.
Na livraria-bar Gato Vadio
Passagem do filme «Outro país» de Sérgio Tréfaut, seguido de conversa



O blogue Pimenta Negra convida tod@s @s amig@s e leitor@s para estarem presentes nestas iniciativas libertárias de convivío e de luta a favor do livre pensamento, do espírito crítico e da emancipação social.

Declaração Universal dos Direitos do Animal

1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.
3 - Nenhum animal deve ser maltratado.
4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais.
9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.
10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

A declaração universal dos direitos dos animais foi aprovada a 15 de Outubro de 1978 pela UNESCO em Paris. O seu texto foi, entretanto, revisto pela Liga Internacional dos direitos do animal em 1989, com o seguinte enunciado:

Preâmbulo:

Considerando que todo o animal possui direitos;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;
Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;
Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;
Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;
Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais,
Proclama-se o seguinte


Artigo 1º
Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Artigo 2º
1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2.O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais
3.Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.

Artigo 3º
1.Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.


Artigo 4º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2.toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.

Artigo 5º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2.Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.

Artigo 6º
1.Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2.O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Artigo 7º
Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

Artigo 8º
1.A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
2.As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.
Artigo 9º
Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.

Artigo 10º
1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2.As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo 11º
Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.

Artigo 12º
1.Todo o ato que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.
2.A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

Artigo 13º
1.O animal morto deve de ser tratado com respeito.
2.As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.

Artigo 14º
1.Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.
2.Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.


Debates (19 e 22 de Abril), e Marcha de protesto (24 de Abril) contra o Biotério, pela Plataforma de Objecção ao Biotério da Azambuja


Hoje, dia 19 de Abril, domingo, pelas 19h, a Plataforma de Objecção ao Biotério vai realizar um debate sobre Experimentação Animal e fazer a apresentação da Plataforma.
Logo de seguida haverá um jantar vegetariano e depois, pelas 22h30, haverá um concerto da banda “Jazz Traz Paz”. O jantar (facultativo) tem um custo de 7 euros.
A entrada é livre.
Este evento realizar-se-á na cooperativa cultural “Crew Hassan”, na Rua das Portas de Santo Antão, n.º 159, 1º andar (metro: Restauradores;
crewhassan.org).


No próximo dia 22 de Abril, quarta-feira, pelas 19h, a Plataforma de Objecção ao Biotério vai realizar um debate sobre Experimentação Animal e fazer a apresentação da Plataforma.
Será na Sala Visconti da Fábrica do Braço de Prata, na Rua da Fábrica do Material de Guerrra, nº1, em Lisboa (comboio: Braço de Prata;
www.bracodeprata.com).
A entrada é livre.


MARCHA DE PROTESTO ( dia 24 e Abril às 18h.)
No dia 24 de Abril, Dia Mundial do Animal de Laboratório, a Plataforma de Objecção ao Biotério vai realizar uma marcha de protesto que começará às 18h na Rotunda do Saldanha (Lisboa) em frente à Fundação Champalimaud e seguirá até à Fundação Calouste Gulbenkian.
Não falte!
Plataforma de Objecção ao Biotério

Plataforma de Objecção ao Biotério é um movimento cívico criado por um grupo de pessoas, na sua maioria ligadas às ciências da vida (Biólogos, Veterinários, Psicólogos) que se juntaram com o objectivo de combater o projecto de construção do Biotério da Fundação Champalimaud.
Como é do conhecimento público, a Fundação Champalimaud pretende construir um biotério com 25 mil gaiolas para produzir animais para experimentação animal, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Lisboa e em terrenos cedidos pelo município da Azambuja.
Enquanto cidadãos responsáveis e informados, somos contra a experimentação animal por motivos éticos e científicos e legais.
Assim e por este biotério ser o maior de Portugal, dos maiores da Europa, ter fins comerciais, envolver dinheiros públicos e ter por objectivo exportar animais para vários cantos do mundo, inclusive países onde não existe qualquer legislação de protecção aos animais, decidimos opor-nos com todas as nossas forças à construção deste revoltante projecto.
Colabore connosco! Ajude-nos a fazer de Portugal um modelo de ciência séria e responsável! Esteja atento a este site e colabore com as nossas iniciativas!


O que é um biotério?

Um biotério é um local onde são criados e mantidos animais (como ratos, cães e coelhos) com a finalidade de serem usados como cobaias em experimentação animal.
São competências de um biotério:
- A criação e manutenção de animais de laboratório até serem vendidos/cedidos para laboratórios de experimentação;
- Assegurar o aprovisionamento dos equipamentos e dos meios necessários às operações relativas aos animais de laboratório;
- Assegurar o cumprimento das normas legais em vigor sobre a criação e manutenção dos animais de laboratório, bem como as normas da autoridade nacional em biotérios;
- Manter o registo da entrada e saída de todos os animais.
Apesar de a lei exigir que exista um comité de ética para monitorizar o bom funcionamento das práticas laboratoriais, na prática esta fiscalização interna é reduzida ou nula em quase todos os biotérios nacionais.
A questão da experimentação animal segundo a perspectiva da Lei

- A directiva comunitária 86/609/EEC, transposta para a lei portuguesa pelos Decretos-Lei nº 129/92 e nº 197/96 e reforçada pela revisão à directiva comunitária 86/609/EEC em Novembro de 2008, prevê uma redução na utilização de animais para fins experimentais, pelo que a construção de um novo biotério dedicado à criação de milhares de animais para serem vendidos a laboratórios de todo o mundo desrespeita o princípio fundamental desta directiva;
- A
revisão à directiva comunitária 86/609/EEC de Novembro de 2008 declara expressamente que deve ser evitada a duplicação de testes já feitos com animais. Um biotério que pretende vender animais para fora do espaço europeu, nomeadamente para países africanos onde não existe qualquer legislação que regule a utilização de animais em experiências científicas nem tão pouco a sua contabilização, viola claramente o princípio desta directiva;
- A
revisão à directiva comunitária 86/609/EEC de Novembro de 2008 postula que as experiências levadas a cabo com animais devem ser feitas com recurso a anestesia e/ou analgésicos. Mais uma vez a venda de animais para países onde não existe legislação nem recursos logísticos e financeiros para garantir o cumprimento desta directiva, resulta em incoerência, nomeadamente quando as entidades envolvidas neste projecto afirmam estar preocupadas com as questões relacionadas com o bem estar animal;
- A
lei europeia diz que nenhum animal deve ser utilizado em experiências científicas sempre que exista uma alternativa disponível e validada. Em Portugal são utilizados anualmente mais de 1200 animais só no ensino, quando existem alternativas para todos os procedimentos de ensino.
Referências:
Relatório de 2007 da DGV com o número de animais utilizados em experimentação.Legislação europeia e revisão da directiva.Legislação portuguesa.


A questão da experimentação aninmal vista pela perspectiva da Ética

- A teoria ética do utilitarismo, uma das mais abrangentes e respeitadas teorias éticas, assenta no principio da igual consideração de interesses. Assim o interesse em não sofrer (evitar o sofrimento), sendo um interesse comum a todos os animais sencientes, deve ser respeitado independentemente da espécie.
- A corrente ética mais seguida em Portugal assenta no pressuposto da “dignidade da pessoa humana” e defende que a vida humana tem um valor intrínseco e superior à dos restantes membros do reino animal, legitimando assim a morte e sofrimento de animais para salvar vidas humanas. Mesmo à luz desta posição a experimentação animal é indefensável, uma vez que a história da investigação científica mostra-nos (ver
argumentos científicos) que a experimentação animal não só não salva vidas humanas como também desvia recursos para outra investigação cientifica que pode, efectivamente, contribuir para a compreensão e cura das doenças humanas. Como então justificar moralmente a perpetuação da experimentação animal?
- O
Centro de Investigação que a Fundação Champalimaud irá construir na zona ribeirinha de Lisboa e que será, certamente, um dos receptores dos animais criados pelo biotério, já não possui um Comité de Ética. Comité esse que tinha necessariamente por lei, entre outras funções, verificar o bom cumprimento das disposições legais em vigor no que diz respeito à substituição das experiências com animais sempre que existissem alternativas validadas.
- Até Outubro de 2008 o site da fundação Champalimaud (entretanto actualizado) tinha como único membro do Comité de Ética o Professor James Watson, mundialmente reconhecido não só por ter descoberto, juntamente com Francis Crick e Maurice Wilkins, a estrutura do DNA, mas também pelas suas polémicas
afirmações racistas feitas à comunicação social em Outubro de 2007.

O homem pequeno e o espírito livre ( texto de António Pedro Ribeiro)


“Dou o nome de Estado ao lugar em que todos, bons e maus, gostam de veneno.
Vede, pois, esses que estão a mais! Adquirem riquezas e só conseguem tornar-se mais pobres. Esses impotentes querem o poder e, antes de tudo o resto, a alavanca do poder, ou seja, muito dinheiro!
Vede-os trepar, esses ágeis macacos! Sobem uns por cima dos outros e empurram-se para a lama e para o abismo.”

(Nietzsche, "Assim Falava Zaratustra")


Eis a que se resume o Estado, o poder e a competição na sociedade capitalista. Nietzsche
descreveu-o magistralmente há mais de 100 anos. Macacos que “sobem uns para cima dos outros” e se empurram para a lama e para o abismo.

Acontece na política. Acontece na sociedade. Luta-se por um lugar, por um emprego, por uma carreira, por um cargo. O deus-dinheiro, o mercado e a economia comandam todas as relações. Os que perdem são empurrados para o fracasso, para o desemprego, para a miséria, para a lama.

É a lei do mercado e do homem pequeno. A vida faz-se de intrigas, de ganância, de contas de mercearia. É a sociedade da gentalha e da canalha. E essa gentalha odeia o espírito livre, “aquele que não presta adoração e vive no meio das florestas, livre da felicidade dos servos e dos deuses”, portador de uma vontade “intrépida e terrível, grande e solitária”.

Essa gentalha goza da felicidade da maioria e é servil para com os seus “superiores” porque está hierarquizada, levando uma vidinha de tédio, rotinas e obrigações. À lei das massas e da maioria, à democracia burguesa opõe-se o indivíduo soberano, o espírito livre de Nietzsche.

Ao deus-dinheiro opõe-se a liberdade absoluta dos surrealistas. A gentalha, o homem pequeno, preocupa-se essencialmente com a sua comodidade e sustento, não procura o conhecimento. É um homem de meias-medidas, não se preocupa com o que é grande e inteiro como o espírito livre.

“Vede, pois, como estes mesmos povos imitam agora os merceeiros: para juntar as mais pequenas vantagens, dão volta a todas as sujidades!”. A sua “felicidade” é uma felicidade falsa que não sabe dançar. “E que por nós seja considerado perdido o dia em que não dançamos!”

O espírito livre, o criador ou vive segundo a sua vontade ou não vive. O homem pequeno não tem vontade própria, age de acordo com o poder ou com a maioria.

Texto de António Pedro Ribeiro publicado no jornal "A Voz da Póvoa" de 16 de Abril em

Convocatória para uma concentração solidária com os «25 de Caxias» para a próxima 4ª feira, dia 22 de Abril, às 10h.



Esta próxima 4ª-feira, dia 22 de Abril, continua o julgamento dos “25 de Caxias”, no tribunal de Oeiras.

A 23 de Março de 1996, na prisão de Caxias (Reduto Norte), acontece um protesto espontâneo, no contexto das variadas lutas que os presos vinham a travar, entre 1994 e 1996, contra as condições em que eram obrigados a viver dentro das prisões. Naquela noite, a maioria daqueles reclusos recusa-se a regressar às celas, num acto de reivindicação do direito à cela individual; em vez de diálogo, recebem 3 dias de espancamentos e interrogatórios por parte da ordem e autoridade democráticas.Agora, 13 anos depois, 25 dos presos da altura estão a ser julgados por motim, incêndio e danos qualificados.

Contra este julgamento-farsa, apelamos a uma concentração em frente ao tribunal de Oeiras, dia 22 de Abril, às 10 horas.Esta será a 3ª sessão do julgamento, dedicada às testemunhas da acusação. Irão comparecer em tribunal os directores e chefias da época e alguns guardas prisionais implicados nos espancamentos. É importante mostrar a nossa solidariedade aos arguidos presentes e mostrar a nossa força perante os carrascos!

Que se acabe já com o processo dos “25 de Caxias”!

Solidariedade com os rebeldes!

Abaixo os muros das prisões!

(Morada do tribunal: Av. D. João I, Bairro da Medrosa, Oeiras, Palácio da Justiça)

http://www.presosemluta.tk/

Passam agora 40 anos da crise académica e da revolta estudantil de 1969 em Coimbra

Ao longo das próximas duas semanas, a revolta estudantil de 1969 em Coimbra é recordada na cidade e na Universidade de Coimbra. Estão preparadas mais de 30 iniciativas para assinalar a crise académica, com exposições, debates, painéis informativos de rua, cartazes, e um número especial do jornal da academia de Coimbra, A Cabra.

Recorde-se que faz agora 40 anos que eclodia, na Universidade de Coimbra, a maior crise académica de que Portugal tem memória. Quarenta anos depois, a data é assinalada numa altura em que o ensino atravessa uma fase conturbada.





No Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra já estão dispostos painéis informativos sobre os antecedentes, principais momentos e protagonistas da crise académica.
Para além disso, outros momentos marcantes do movimento associativo como o nascimento da Associação Académica de Coimbra (AAC), “a greve dos intransigentes” de 1907, a Tomada da Bastilha de 1920 ou a luta contra o decreto 40900 de 1956 estão também recordados.

Em frente ao Edifício das Matemáticas, estão também painéis que recriam a saída do Presidente da República, Américo Thomaz, da inauguração. Na rua já havia alguns cartazes como “Democratização do Ensino”, “Estudantes no Governo da Universidade” ou “Exigimos diálogo”, que voltam a estar presentes no mesmo espaço 40 anos depois.

Estes são apenas dois dos 15 pontos da cidade, onde vão estar outras recriações ligadas ao protesto estudantil.

A exposição “A crise saiu à rua” vai durar seis meses, o mesmo tempo que durou a crise académica.

Para quem não saiba, foi a crise académica de 1969 que, imbuída pelos ideais de 68, provocou, entre outras coisas, a demissão do então Ministro da Educação, a mudança de reitor na universidade e o progressivo chamamento de estudantes para a guerra colonial.

Tudo aconteceu a 17 de Abril de 1969, aquando da visita do então Presidente da República, Américo Thomaz, ao novo edifício do departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. O então presidente da Associação Académica de Coimbra, actual líder parlamentar socialista, Alberto Martins, pediu a palavra para intervir, em nome dos estudantes, durante a cerimónia.

Um pedido que foi recusado e Alberto Martins foi detido nessa noite. Acendia-se, então, o rastilho de um dos maiores momentos de reivindicações estudantis português, agora relembrado pelos alunos da mais antiga Academia do país.

Ler
www.acabra.net/artigo.php?id_artigo=4293









«Crise de 69»: o conflito que nasceu da palavra negada
( texto de Miguel Cardina, retirado
daqui)

Há precisamente 40 anos, Alberto Martins, então presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), levantou-se para pedir a palavra em nome dos estudantes na cerimónia de inauguração do Departamento de Matemática. O gesto havia sido previamente combinado nas cúpulas dirigentes, mas o impacto que causou foi imprevisto. Na mesa, Américo Tomás dá a palavra, balbuciante, a Rui Sanches, ministro das Obras Públicas, acabando por encerrar a sessão sem a conceder aos estudantes. À saída, a comitiva é vaiada pela multidão de estudantes que decide fazer a sua própria inauguração após a retirada das autoridades. Havia começado a «crise».

Nessa mesma noite, a PIDE prende Alberto Martins. Durante a madrugada registam-se confrontos com a polícia de choque. Na manhã seguinte, o presidente da DG/AAC é libertado e à tarde realiza-se uma Assembleia Magna na qual se exige a participação dos estudantes no Senado Universitário e o reconhecimento de estruturas representativas estudantis como a Junta de Delegados. A 22 de Abril, quando a situação parecia tender para a normalidade, alguns dos principais dirigentes académicos são informados da sua suspensão da Universidade enquanto durasse o inquérito aos acontecimentos ocorridos a 17 de Abril. Logo nesse dia, uma Assembleia Magna decreta luto académico, exortando-se os estudantes a transformar as aulas, sempre que possível, em debates sobre a actual situação. No dia 30 de Abril, o ministro da Educação Nacional, José Hermano Saraiva, vai à televisão apontar o dedo à «onde de anarquia que tornou impossível o funcionamento das aulas» (dando a conhecer, inadvertidamente, a agitação que os jornais, a rádio e a televisão não mostravam).

A 6 de Maio a Universidade de Coimbra é encerrada por decisão ministerial, sendo mantido o calendário de exames. No dia seguinte, a Queima das Fitas é anulada, num gesto simbólico que se inscrevia na decisão já tomada de manter o luto académico. A DG/AAC publica então a Carta à Nação, numa estratégia de abertura do movimento ao exterior. Aí se afirma que «a nossa luta só poderá fazer tréguas quando tivermos atingido uma Universidade Nova num Portugal Novo».

Nos círculos de discussão e convívio que então substituem as aulas, a greve aos exames é equacionada. A nova opção táctica é problemática, pois a sua viabilidade estaria dependente de uma ampla adesão. Caso falhasse, a proposta teria não só efeitos desgastantes a título pessoal – a reprovação e um possível passaporte antecipado para a guerra colonial – como a título colectivo – o isolamento e uma efectiva sentença de morte para o movimento. A 28 de Maio, uma concorrida Assembleia Magna ratifica por ampla maioria a proposta de «abstenção aos exames». Com a parte Alta da cidade militarmente ocupada, os estudantes organizam um complexo esquema de piquetes de greve e accionam uma série de iniciativas arrojadas e em sintonia com o «espírito do tempo»: soltam balões na Baixa coimbrã, distribuem flores à população, armadilham com tachas as zonas onde os carros da polícia circulavam.

A 22 de Junho, na Final da Taça de Portugal, numerosos estudantes deslocam-se ao Estádio Nacional para assistir à partida que oporia Académica e Benfica. De Coimbra levam cartazes e comunicados que distribuem à população da capital, por entre palavras de ordem entoadas em coro. No final, a equipa da Luz venceria por 2-1 com um golo marcado por Eusébio já no prolongamento. O encontro não é televisionado e, pela primeira vez, o presidente Américo Tomás não está presente para entregar a Taça.
Em finais de Julho, a percentagem de exames boicotados era de 86,8%. Como facilmente se conclui, a grande maioria dos estudantes adere à difícil estratégia da greve aos exames. Aqueles que rompiam – muitos por pressão familiar – viam o seu nome inscrito em listas públicas de «traidores» e eram alvo das mais variadas formas de ostracismo por parte dos colegas. A polícia efectua dezenas de prisões que se prolongariam pelos meses de Verão. Já no início do ano lectivo seguinte, 49 destacados activistas estudantis são incorporados nas fileiras do exército. No momento da despedida, na Estação de Coimbra-B, gritam-se palavras de ordem contra a guerra colonial. O tema havia estado ausente do catálogo explícito das reivindicações, mas a partir daí segue-se um caminho que em Lisboa já se havia começado a trilhar: contestar a guerra e contestar o regime tornar-se-iam faces da mesma moeda.

As jornadas MayDay no Porto realizam-se hoje (das 15h às 19h30 no bar Maus Hábitos)

PENSAR O TRABALHO, AGIR CONTRA A PRECARIEDADE

Data: domingo 19 de Abril
Horário: das 15h00 às 19h30
Local: Maus Hábitos (Rua Passos Manuel)


O MayDay é um processo que pretende juntar pessoas e juntar ideias contra a precariedade e pelos direitos do e no trabalho. É também um processo para pensar o mundo em transformação e os desafios que as mudanças no mundo do trabalho e da vida colocam ao activismo.

Por isso, o MayDay Porto promove uma jornada de reflexão que será um momento de formação, não apenas em torno dos conceitos, mas da realidade do Código de Trabalho e do que nos podem ensinar as experiências sindicais e de organização de precários que têm acontecido noutros pontos do nosso mundo: a começar pelo MayDay na Galiza, mas também as experiências do sindicalismo de movimento social que têm lugar na Ásia ou na América Latina.

Assim, pretende-se criar um espaço aberto de debate e troca de ideias que possa tornar a nossa acção mais pensada e dar-lhe mais instrumentos de interpretação e de combate – ou seja, que a torne mais forte. Convidámos algumas pessoas para introduzir duas discussões, mas queremos que daí nasça o confronto e partilha entre todos.

As Jornadas são abertas a todas/os.


Contamos contigo.

Aparece e passa palavra.



15h00-17h00: PRIMEIRA CONVERSA - O que mudou no mundo do trabalho?

- O que é isso do (Pós)Fordismo? – José Ángel Brandariz García (professor de Direito da Universidade da Corunha)

- Código do trabalho: o que muda e o que permanece? – José Castro (Jurista)


17h30-19h30: SEGUNDA CONVERSA – (Novas) Respostas da Classe Trabalhadora


- Trabalho no call-centre e acção sindical: relato de uma experiência - Ricardo Salabert (operador call-centre, membro do SINTAV e do FERVE)
- Desafios do sindicalismo em tempos de globalização neoliberal – Hugo Dias (sociólogo, doutorando na Universidade de Coimbra na área do sindicalismo)
- MayDay e experiências de organização de precários: o exemplo galego - Antón Fernández de Rota (activista MayDay Galego, investigador em Antropologia na Universidade da Corunha)

Temos também o filme "Pão e Rosas", do Ken Loach, para passar

http://www.maydayporto.blogspot.com/



Canções contra Sócrates e o governo de só-cretinos já pertencem ao cancioneiro popular português

Precisamos de um novo 25 de Abril para expulsar os FILHOS DA PIDE que tomaram o poder em Portugal, e fingem ser aquilo que não são: pior que um governo de direita e um direitista reaccionário, só um governo que finge ser socialista sem o ser.


Pior que um partido, só um Bipartido (PS e PSD) que segue a mesmíssima política de destruição da economia produtiva e a mesma política de supressão dos direitos sociais


Sem eira nem beira (canção dos Xutos e Pontapés)

Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar
o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão




O prometido é devido!

(por Rui Veloso)

recolhido em http://sinistraministra.blogspot.com/