Vem o Serviço para a Educação Contínua da FPCE.UP e o NTO-Porto Núcleo Teatro Oprimido do Porto informar os/as interessados/as que estão abertas as inscrições para o Curso de Formação:
TEATRO DO OPRIMIDO
(Curso de 36 Horas - 27/10/2009 a 11/11/2009), tendo como Responsável Científico o Professor Doutor Rui Trindade e como Formador Dr. Hugo Cruz.
Os conteúdos programáticos que irão ser abordados nas sessões:
- O Teatro do Oprimido (TO)
- Contextualização Histórica;
- O método do TO e suas técnicas;
- Noção de opressão e "espect-actor";
- A relação opressor-oprimido;
- Jogos e exercícios teatrais;
- O teatro-imagem e teatro-fórum;
- O papel do curinga/facilitador;
- Visualização e discussão de experiências de TO;
- Construção e discussão de cenas de fórum a partir de situações da realidade;
- Aplicações possíveis do TO em contextos diversos.
Para informações mais detalhadas, propina e inscrições desta acção, consulte o nosso site em www.fpce.up.pt/gec
SEC - Serviço para a Educação ContínuaFaculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto
e-mail: educacaocontinua@fpce.up.pt
Telefone: 226 061 890 / Fax: 226 079 725
site: http://www.fpce.up.pt/gec
NTO-Porto
www.apele.org
www.associacaopele.blogspot.com
2.10.09
Arquitectura de Terra ( preparação para futuros encontros em Coimbra)
Este evento terá lugar daqui a algum tempo, de 20 Fevereiro 2010 a 23 Fevereiro 2010 .
Pede-se que informem os vossos amigos e praticantes para que a sua participação possa ser planeada com calma e torne o evento mais rico.
Arquitectura de terra - 6º ATP / 9º SIACOT
Universidade de Coimbra, CEAUCP
Objectivos
Acentuar e alargar o âmbito disciplinar da construção e do património em terra..
Fomentar o debate e a transferência de conhecimentos com vista ao estímulo e à realização de projectos comuns envolvendo a arqueologia, a arquitectura, a engenharia, a antropologia e outras disciplinas que se reconheçam nesta temática..
Promover a colaboração universitária no domínio da investigação relativa à construção e conservação da arquitectura em terra .
Contribuir para a melhoria na qualidade da construção..
Participar na formação e consequente preparação dos técnicos envolvidos na construção e conservação da arquitectura em terra.
Aprofundar e contribuir para o desenvolvimento sustentável à escala local e nacional..
Difundir a arquitectura contemporânea em terra, promovendo o uso de materiais naturais com maior eficiência energética, assim como estratégias para formação local, com maior integração social.
Temas dos Painéis
1. Arqueologia, Arte e Antropologia
2.Património e Conservação3
.Técnicas, Construção, Investigação e Desenvolvimento
4.Arquitectura Vernácula e Contemporânea
Organização
UC, EAUCP, ESG , FCO , CdT, PROTERRA
Contactos
Maria Fernandes, Conceição Lopes
Telefones+351 239 851603
E-mails
6atp9siacot@gmail.com, i
nfo@centrodaterra.org
Sítioswww.esg.pt/6atp, www.uc.pt/uid/cea/6atp
Fonte: http://www.igespar.pt/agenda/3/173/
CEAUCP - Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, UC - Universidade de Coimbra,
ESG / Escola Superior Gallaecia,
FCO / Fundação Convento da Orada,
CdT / Associação Centro da Terra e Rede Ibero-Americana PROTERRA são os organizadores e anfitriões do 6ºATP - 6º Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal e 9ºSIACOT - 9º Seminário Ibero-Americano de Arquitectura e Construção com Terra, que se realizará de 20 a 23 de Fevereiro de 2010, em Coimbra, Portugal.
Criado em 2003, o seminário de Arquitectura de Terra em Portugal (ATP) tem evoluído de uma forma crescente com a ampla adesão de profissionais, investigadores e académicos.
Em 2003 e 2004, o 1ºATP e 2ºATP realizam-se em Lisboa; em 2005, o 3ºATP reúne-se ao 4º SIACOT em Monsaraz; em 2006, o 4ºATP realiza-se em Ouro Preto, Brasil (associa-se ao 1ºACTB, originando o Terra Brasil 2006); e em 2007, o 5ºATP realiza-se em Aveiro.
O seminário cresce em dimensão e na abrangência e crescente investigação, adquirindo um espaço importante no estudo e protecção do património, arquitectura, técnicas, construção, conservação e investigação da arquitectura de terra. O seminário ATP abrange igualmente uma maior internacionalização e interdisciplinaridade entre arquitectura e disciplinas, como a engenharia, história, conservação, arqueologia e antropologia. A qualidade das comunicações e o crescente interesse do público e da comunidade científica confirmam a dimensão internacional e o contributo português para o desenvolvimento desta área científica.
A Política para além da Política ( ciclo de debates de 13 de Out. até 24 de Nov. no teatro Maria Matos, numa iniciativa da Unipop)
Consultar: http://u-ni-pop.blogspot.com/
A POLÍTICA PARA ALÉM DA POLÍTICA
ciclo de sete debates da Unipop e do Maria Matos
DE 13 DE OUTUBRO A 24 DE NOVEMBRO de 2009.
SEMPRE ÀS 18H30 DE TERÇA-FEIRA
NO BAR DO TEATRO MARIA MATOS.
Entrada livre
Política. Provavelmente, nas duas últimas décadas, não haverá palavra cuja crise tenha sido mais vezes anunciada. A simples enunciação do termo parece suscitar cansaço, fastio, ou na melhor das hipóteses um comentário irónico, céptico, cínico. E contudo não existe outro caminho que não o de voltar uma e outra vez a discutir política, a questão estando no que se entende por política.
Por isso dizemos que este ciclo de sete debates propõe levar a política para além da política e a fórmula sinaliza a vontade de extravasar os debates que predominam na agenda da política institucional, reunindo preferencialmente analistas políticos, ministros, jornalistas, deputados, técnicos de sondagens ou cientistas políticos.
Decorrendo ao fim das tardes de terça-feira, no bar do teatro maria matos, este ciclo trata então de construir um mapa de problemas, da ideia de representação à questão do populismo, passando pela política da plebe ou da multidão, do conceito de biopolítica às políticas de identidade e abordando a relação entre política e polícia.
debate n.º 1
13 de Outubro
POLÍTICA, RAZÃO E EMOÇÃO
Com Manuel Villaverde Cabral e Manuel Loff
A frequente utilização da ideia de populismo tem levado à sua banalização, a ponto de ser legítimo perguntar se nos tempos que correm populismo não é apenas a forma mais rápida de desautorizar projectos políticos de que se discorda. Simultaneamente assistimos a uma crescente tecnicização do debate político, definindo-se a política enquanto assunto de especialistas que deverá privilegiar um tratamento preferencialmente racional, de acordo com o qual uma qualquer relação entre política e emoção reveste um sentido patológico.
Autor de várias obras, de O Operariado nas Vésperas da República a Cidadania e Equidade Política em Portugal, Manuel Villaverde Cabral é investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Lisboa, sendo actualmente Vice-Reitor da Universidade de Lisboa. Manuel Loff é historiador, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e tem vários trabalhos na área da História. Publicou recentemente O Nosso Século é Fascista! - O mundo visto por Salazar e Franco (1936-1945).
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debate n.º 2
20 de Outubro
POLÍTICAS DE IDENTIDADE
Com Miguel Vale de Almeida e António Figueira
Nas últimas décadas, a palavra identidade tornou-se um conceito recorrente no debate político. A nível dos movimentos sociais tem sido frequentemente defendida a necessidade de construir identidades que, fundindo dimensões políticas e culturais, permitam a várias figuras subalternas – colonizados, camponeses, indígenas, negros, mulheres, gays – forjar um poder de resistência e transformação que reaja às políticas de identidade dominantes, baseadas no colonialismo, no racismo, no machismo ou na homofobia. Entretanto, este identitarismo estratégico tem sido igualmente criticado pelo facto de ser incapaz de trabalhar uma alternativa que coloque em causa a própria ideia de uma política baseada na noção de identidade, deixando assim por problematizar categorias como nação, género ou família.
Miguel Vale de Almeida é antropólogo e professor no ISCTE. É também activista em movimentos lgbt. Tem várias obras publicadas sobre corpo, “raça” e género. Publicou recentemente A Chave do Armário – Homossexualidade, Casamento e Família. António Figueira doutorou-se em História Contemporânea das Relações Internacionais pelo ISCTE, com uma tese intitulada A Invenção das Minorias? A definição de “minoria nacional” no âmbito da aplicação da convenção-quadro de 1998 e a evolução do regime de protecção das minorias nacionais na Europa. Foi professor de assuntos europeus, nomeadamente na Universidade Autónoma de Lisboa e no ISCTE.
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debate n.º 3
27 de Outubro
A POLÍTICA ‘A PARTIR DE BAIXO’
Com Fátima Sá e Paula Godinho
Quando falamos de política tendemos a conceber uma actividade profissional que ocupa o quotidiano de executivos governamentais e representantes parlamentares. Entretanto sabemos que esta limitação destitui de politicidade a actividade dos que estão à margem daqueles círculos institucionais. Importa por isso recolocar a relação entre política e grupos menos privilegiados num plano de debate que não esteja subordinado aos critérios definidos no quadro daqueles círculos institucionais, critérios estes que tendem a ignorar o que se poderia entender como experiências plebeias da política, experiências que remetem para conceitos como "economia moral da multidão" ou "armas dos fracos" e ecoam a história de inúmeros casos de resistência quotidiana e rebeldia popular.
Fátima Sá é historiadora, professora no ISCTE. Tem trabalhado sobre história dos movimentos sociais, história da cultura popular e história conceptual. Entre outros, publicou Rebeldes e Insubmissos – Resistências Populares ao Liberalismo (1834-1844). Paula Godinho é antropóloga, leccionando na FCSH-UNL. Tem desenvolvido pesquisa, entre outros temas, em torno de movimentos sociais e contextos de fronteira. Publicou, entre outras obras, Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962).
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debate n.º 4
3 de Novembro
A CRISE DA REPRESENTAÇÃO
Com José Bragança de Miranda e Ricardo Noronha
De forma a dar conta da distância entre uma elite de representantes e o conjunto dos representados, é amiúde referido que vivemos em plena crise da representação. Assim, os debates em torno da abstenção ou dos votos em branco, ou a referência ao enfraquecimento dos poderes dos Estados nacionais no quadro da globalização, alimentam a ideia de uma crescente crise da representação. Paralelamente, a problemática da representação convoca um debate cujo alcance supera a actualidade político-institucional. No quadro da política, mas não só aqui, o ideal de representação parece pressupor a possibilidade de uma relação incorruptível entre quem representa e aquilo que é representado. De tal modo assim seria que, na relação estabelecida entre governante e governado, o sujeito primeiro reflectiria transparentemente o objecto representado. Contudo, se não estivermos seguros desta transparência, o debate da representação deverá começar por perguntar se a representação é sempre um lugar de crise e, por outro lado, questionar se é possível pensar em política e em democracia além da representação.
José Bragança de Miranda é professor de Ciências da Comunicação na FCSH-UNL e professor convidado na Universidade Lusófona. Entre outros, publicou Queda sem fim, Teoria da Cultura e mais recentemente Corpo e Imagem. Ricardo Noronha é historiador, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, onde realiza o seu doutoramento acerca da nacionalização da banca no pós-25 de Abril.
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debate n.º 5
10 de Novembro
POLÍCIA E POLÍTICA
Com Manuel Deniz Silva e Tiago Pires Marques
Em vários países do século XX, a memória da polícia política remete necessariamente para os tempos da ditadura e sabemos que a crítica desses tempos cria uma oposição radical entre a ideia de polícia e a ideia de política. E hoje ainda, quando se trata de debater a relação entre política e polícia, é de um exercício físico e violento do poder de Estado que estamos muitas vezes a falar. Entretanto, polizei, policy, política, polícia, são palavras que percorrem um mesmo universo histórico, num quadro de continuidade e de ruptura que envolve a administração interna, a ordem pública, o direito, a estatística. Neste contexto, e partindo das aproximações de Michel Foucault e Jacques Rancière, esta sessão procura situar o debate político à luz de um mais amplo entendimento da relação entre polícia e política.
Manuel Deniz Silva é investigador do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança, da FCSH-UNL. Realizou doutoramento em Paris sobre a História da Música em Portugal e trabalha actualmente sobre música e cinema. Tiago Pires Marques é historiador, investigador na Universidade de Paris I. A sua investigação tem incidido sobre a história do direito penal, do sistema prisional e da criminologia. Publicou, entre outros, Crime e Castigo no Liberalismo em Portugal.
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debate n.º 6
17 de Novembro
A BIOPOLÍTICA
Com António Guerreiro e Nuno Nabais
Nos últimos anos, a biopolítica de Michel Foucault tornou-se um sugestivo lugar de debate. O recurso ao conceito parece anunciar que a discussão da política terá que decorrer num plano que extravasa largamente o domínio do institucional, alastrando-se a todas as esferas da vida, no momento em que emergem novas técnicas de governo da população. Entretanto, e a partir da obra de autores como Giorgio Agamben, Roberto Esposito ou Antonio Negri, a noção de biopolítica tem sido objecto de interpretações diversas, por vezes até contraditórias, nuns casos apresentando o conceito como "grito de alerta" contra o actual estado das coisas, noutros interpretando-o como gesto de abertura de novos campos de poder político.
António Guerreiro é crítico no jornal Expresso, tradutor e ensaísta. Tem trabalhado particularmente autores como Walter Benjamin e Giorgio Agamben. Nuno Nabais é professor de filosofia na Universidade de Lisboa e autor, entre outros, de A Metafísica do Trágico. Estudos sobre Nietzsche. É ainda coordenador da Fábrica de Braço de Prata.
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debate n.º 7
24 de Novembro
DA CIÊNCIA POLÍTICA À FILOSOFIA
Com Bruno Peixe, Lisete Rodrigues e Eduardo Pellejero
Ao longo dos últimos anos, os cientistas políticos assumiram um lugar proeminente no comentário e na análise política. Assumindo frequentemente a figura do especialista e do perito, os seus comentários tendem a focar preferencialmente dinâmicas eleitorais e institucionais e, de forma visível em Portugal, a ciência política tem conhecido assinalável desenvolvimento académico, demarcando-se da História, da Antropologia ou da Economia Política. Entretanto, nos últimos anos também assistimos a uma recuperação da filosofia enquanto discurso que é condição da política – e vice-versa – e que em certos casos vem mesmo rejeitar a própria ideia de uma articulação entre ciência e política. Esta sessão procura debater o lugar do conhecimento e das ideias na vida política.
Bruno Peixe é investigador da NUMENA. Economista de formação, realiza mestrado em filosofia e tem-se interessado particularmente pela obra de Alain Badiou. Lisete Rodrigues é doutoranda em filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde desenvolve uma tese acerca do pensamento político de Espinosa, Hannah Arendt e Alain Badiou. Eduardo Pellejero realiza actualmente pós-doutoramento em Filosofia, na FCT-UTL. Tem vários trabalhos publicados, nomeadamente acerca de Gilles Deleuze.
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SUGESTÕES DE LEITURA PARA OS DEBATES
No jornal do Teatro Maria Matos, que é possível encontrar aqui, deixámos uma sugestão de leitura para cada um dos debates. Está tudo entre as páginas páginas 23 e 27. A selecção dos textos é da exclusiva responsabilidade da unipop. Aqui fica a lista:
Para o debate do dia 13 de Outubro…
O POPULISMO SEGUNDO ERNESTO LACLAU
Para o debate de dia 20 de Outubro…
ERIC HOBSBAWM E AS POLÍTICAS DE IDENTIDADE
Para o debate de dia 27 de Outubro…
A MULTIDÃO DE E.P.THOMPSON
Para o debate de dia 3 de Novembro…
PIERRE BOURDIEU E O MISTÉRIO DO MINISTÉRIO
Para o debate de dia 10 de Novembro…
POLÍCIA, POLÍTICA, FOUCAULT E RANCIÈRE
Para o debate de dia 17 de Novembro…
PETER PÀL PELBART, BIOPOLÍTICA E BIOPOTÊNCIA NO CORAÇÃO DO IMPÉRIO
Para o debate de dia 26 de Novembro…
BADIOU, FILOSOFIA & POLÍTICA
A POLÍTICA PARA ALÉM DA POLÍTICA
ciclo de sete debates da Unipop e do Maria Matos
DE 13 DE OUTUBRO A 24 DE NOVEMBRO de 2009.
SEMPRE ÀS 18H30 DE TERÇA-FEIRA
NO BAR DO TEATRO MARIA MATOS.
Entrada livre
Política. Provavelmente, nas duas últimas décadas, não haverá palavra cuja crise tenha sido mais vezes anunciada. A simples enunciação do termo parece suscitar cansaço, fastio, ou na melhor das hipóteses um comentário irónico, céptico, cínico. E contudo não existe outro caminho que não o de voltar uma e outra vez a discutir política, a questão estando no que se entende por política.
Por isso dizemos que este ciclo de sete debates propõe levar a política para além da política e a fórmula sinaliza a vontade de extravasar os debates que predominam na agenda da política institucional, reunindo preferencialmente analistas políticos, ministros, jornalistas, deputados, técnicos de sondagens ou cientistas políticos.
Decorrendo ao fim das tardes de terça-feira, no bar do teatro maria matos, este ciclo trata então de construir um mapa de problemas, da ideia de representação à questão do populismo, passando pela política da plebe ou da multidão, do conceito de biopolítica às políticas de identidade e abordando a relação entre política e polícia.
debate n.º 1
13 de Outubro
POLÍTICA, RAZÃO E EMOÇÃO
Com Manuel Villaverde Cabral e Manuel Loff
A frequente utilização da ideia de populismo tem levado à sua banalização, a ponto de ser legítimo perguntar se nos tempos que correm populismo não é apenas a forma mais rápida de desautorizar projectos políticos de que se discorda. Simultaneamente assistimos a uma crescente tecnicização do debate político, definindo-se a política enquanto assunto de especialistas que deverá privilegiar um tratamento preferencialmente racional, de acordo com o qual uma qualquer relação entre política e emoção reveste um sentido patológico.
Autor de várias obras, de O Operariado nas Vésperas da República a Cidadania e Equidade Política em Portugal, Manuel Villaverde Cabral é investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Lisboa, sendo actualmente Vice-Reitor da Universidade de Lisboa. Manuel Loff é historiador, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e tem vários trabalhos na área da História. Publicou recentemente O Nosso Século é Fascista! - O mundo visto por Salazar e Franco (1936-1945).
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debate n.º 2
20 de Outubro
POLÍTICAS DE IDENTIDADE
Com Miguel Vale de Almeida e António Figueira
Nas últimas décadas, a palavra identidade tornou-se um conceito recorrente no debate político. A nível dos movimentos sociais tem sido frequentemente defendida a necessidade de construir identidades que, fundindo dimensões políticas e culturais, permitam a várias figuras subalternas – colonizados, camponeses, indígenas, negros, mulheres, gays – forjar um poder de resistência e transformação que reaja às políticas de identidade dominantes, baseadas no colonialismo, no racismo, no machismo ou na homofobia. Entretanto, este identitarismo estratégico tem sido igualmente criticado pelo facto de ser incapaz de trabalhar uma alternativa que coloque em causa a própria ideia de uma política baseada na noção de identidade, deixando assim por problematizar categorias como nação, género ou família.
Miguel Vale de Almeida é antropólogo e professor no ISCTE. É também activista em movimentos lgbt. Tem várias obras publicadas sobre corpo, “raça” e género. Publicou recentemente A Chave do Armário – Homossexualidade, Casamento e Família. António Figueira doutorou-se em História Contemporânea das Relações Internacionais pelo ISCTE, com uma tese intitulada A Invenção das Minorias? A definição de “minoria nacional” no âmbito da aplicação da convenção-quadro de 1998 e a evolução do regime de protecção das minorias nacionais na Europa. Foi professor de assuntos europeus, nomeadamente na Universidade Autónoma de Lisboa e no ISCTE.
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debate n.º 3
27 de Outubro
A POLÍTICA ‘A PARTIR DE BAIXO’
Com Fátima Sá e Paula Godinho
Quando falamos de política tendemos a conceber uma actividade profissional que ocupa o quotidiano de executivos governamentais e representantes parlamentares. Entretanto sabemos que esta limitação destitui de politicidade a actividade dos que estão à margem daqueles círculos institucionais. Importa por isso recolocar a relação entre política e grupos menos privilegiados num plano de debate que não esteja subordinado aos critérios definidos no quadro daqueles círculos institucionais, critérios estes que tendem a ignorar o que se poderia entender como experiências plebeias da política, experiências que remetem para conceitos como "economia moral da multidão" ou "armas dos fracos" e ecoam a história de inúmeros casos de resistência quotidiana e rebeldia popular.
Fátima Sá é historiadora, professora no ISCTE. Tem trabalhado sobre história dos movimentos sociais, história da cultura popular e história conceptual. Entre outros, publicou Rebeldes e Insubmissos – Resistências Populares ao Liberalismo (1834-1844). Paula Godinho é antropóloga, leccionando na FCSH-UNL. Tem desenvolvido pesquisa, entre outros temas, em torno de movimentos sociais e contextos de fronteira. Publicou, entre outras obras, Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962).
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debate n.º 4
3 de Novembro
A CRISE DA REPRESENTAÇÃO
Com José Bragança de Miranda e Ricardo Noronha
De forma a dar conta da distância entre uma elite de representantes e o conjunto dos representados, é amiúde referido que vivemos em plena crise da representação. Assim, os debates em torno da abstenção ou dos votos em branco, ou a referência ao enfraquecimento dos poderes dos Estados nacionais no quadro da globalização, alimentam a ideia de uma crescente crise da representação. Paralelamente, a problemática da representação convoca um debate cujo alcance supera a actualidade político-institucional. No quadro da política, mas não só aqui, o ideal de representação parece pressupor a possibilidade de uma relação incorruptível entre quem representa e aquilo que é representado. De tal modo assim seria que, na relação estabelecida entre governante e governado, o sujeito primeiro reflectiria transparentemente o objecto representado. Contudo, se não estivermos seguros desta transparência, o debate da representação deverá começar por perguntar se a representação é sempre um lugar de crise e, por outro lado, questionar se é possível pensar em política e em democracia além da representação.
José Bragança de Miranda é professor de Ciências da Comunicação na FCSH-UNL e professor convidado na Universidade Lusófona. Entre outros, publicou Queda sem fim, Teoria da Cultura e mais recentemente Corpo e Imagem. Ricardo Noronha é historiador, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, onde realiza o seu doutoramento acerca da nacionalização da banca no pós-25 de Abril.
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debate n.º 5
10 de Novembro
POLÍCIA E POLÍTICA
Com Manuel Deniz Silva e Tiago Pires Marques
Em vários países do século XX, a memória da polícia política remete necessariamente para os tempos da ditadura e sabemos que a crítica desses tempos cria uma oposição radical entre a ideia de polícia e a ideia de política. E hoje ainda, quando se trata de debater a relação entre política e polícia, é de um exercício físico e violento do poder de Estado que estamos muitas vezes a falar. Entretanto, polizei, policy, política, polícia, são palavras que percorrem um mesmo universo histórico, num quadro de continuidade e de ruptura que envolve a administração interna, a ordem pública, o direito, a estatística. Neste contexto, e partindo das aproximações de Michel Foucault e Jacques Rancière, esta sessão procura situar o debate político à luz de um mais amplo entendimento da relação entre polícia e política.
Manuel Deniz Silva é investigador do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança, da FCSH-UNL. Realizou doutoramento em Paris sobre a História da Música em Portugal e trabalha actualmente sobre música e cinema. Tiago Pires Marques é historiador, investigador na Universidade de Paris I. A sua investigação tem incidido sobre a história do direito penal, do sistema prisional e da criminologia. Publicou, entre outros, Crime e Castigo no Liberalismo em Portugal.
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debate n.º 6
17 de Novembro
A BIOPOLÍTICA
Com António Guerreiro e Nuno Nabais
Nos últimos anos, a biopolítica de Michel Foucault tornou-se um sugestivo lugar de debate. O recurso ao conceito parece anunciar que a discussão da política terá que decorrer num plano que extravasa largamente o domínio do institucional, alastrando-se a todas as esferas da vida, no momento em que emergem novas técnicas de governo da população. Entretanto, e a partir da obra de autores como Giorgio Agamben, Roberto Esposito ou Antonio Negri, a noção de biopolítica tem sido objecto de interpretações diversas, por vezes até contraditórias, nuns casos apresentando o conceito como "grito de alerta" contra o actual estado das coisas, noutros interpretando-o como gesto de abertura de novos campos de poder político.
António Guerreiro é crítico no jornal Expresso, tradutor e ensaísta. Tem trabalhado particularmente autores como Walter Benjamin e Giorgio Agamben. Nuno Nabais é professor de filosofia na Universidade de Lisboa e autor, entre outros, de A Metafísica do Trágico. Estudos sobre Nietzsche. É ainda coordenador da Fábrica de Braço de Prata.
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debate n.º 7
24 de Novembro
DA CIÊNCIA POLÍTICA À FILOSOFIA
Com Bruno Peixe, Lisete Rodrigues e Eduardo Pellejero
Ao longo dos últimos anos, os cientistas políticos assumiram um lugar proeminente no comentário e na análise política. Assumindo frequentemente a figura do especialista e do perito, os seus comentários tendem a focar preferencialmente dinâmicas eleitorais e institucionais e, de forma visível em Portugal, a ciência política tem conhecido assinalável desenvolvimento académico, demarcando-se da História, da Antropologia ou da Economia Política. Entretanto, nos últimos anos também assistimos a uma recuperação da filosofia enquanto discurso que é condição da política – e vice-versa – e que em certos casos vem mesmo rejeitar a própria ideia de uma articulação entre ciência e política. Esta sessão procura debater o lugar do conhecimento e das ideias na vida política.
Bruno Peixe é investigador da NUMENA. Economista de formação, realiza mestrado em filosofia e tem-se interessado particularmente pela obra de Alain Badiou. Lisete Rodrigues é doutoranda em filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde desenvolve uma tese acerca do pensamento político de Espinosa, Hannah Arendt e Alain Badiou. Eduardo Pellejero realiza actualmente pós-doutoramento em Filosofia, na FCT-UTL. Tem vários trabalhos publicados, nomeadamente acerca de Gilles Deleuze.
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SUGESTÕES DE LEITURA PARA OS DEBATES
No jornal do Teatro Maria Matos, que é possível encontrar aqui, deixámos uma sugestão de leitura para cada um dos debates. Está tudo entre as páginas páginas 23 e 27. A selecção dos textos é da exclusiva responsabilidade da unipop. Aqui fica a lista:
Para o debate do dia 13 de Outubro…
O POPULISMO SEGUNDO ERNESTO LACLAU
Para o debate de dia 20 de Outubro…
ERIC HOBSBAWM E AS POLÍTICAS DE IDENTIDADE
Para o debate de dia 27 de Outubro…
A MULTIDÃO DE E.P.THOMPSON
Para o debate de dia 3 de Novembro…
PIERRE BOURDIEU E O MISTÉRIO DO MINISTÉRIO
Para o debate de dia 10 de Novembro…
POLÍCIA, POLÍTICA, FOUCAULT E RANCIÈRE
Para o debate de dia 17 de Novembro…
PETER PÀL PELBART, BIOPOLÍTICA E BIOPOTÊNCIA NO CORAÇÃO DO IMPÉRIO
Para o debate de dia 26 de Novembro…
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