5.11.09

Raoul Vaneigem


"Quem falar de revolução e de luta de classes sem se referir explicitamente à vida quotidiana, e sem compreender no que há de subversivo nas relações amorosas e de positivo na recusa das coerções, esses, que assim falam, têm um cadáver na boca"
(R. Vaneigem, in Traité de savoir-vivre à l'usage des jeunes générations)


Raoul Vaneigem ( n. 1934 ) é um escritor e filósofo belga, um dos principais membros do movimento político e artístio conhecido com o nome de internacional situacionista durante a década de 1960
http://fr.wikipedia.org/wiki/Raoul_Vaneigem


Tratado de saber viver para uso das novas gerações:

Manifesto do Movimento pelo Cineclube do Porto‏


Um grupo de antigos sócios do Cineclube do Porto está preocupado com a situação de abandono em que se encontra a instituição e pretende "contribuir para a sua dinamização e restaurar o seu prestígio na cidade".
Um manifesto hoje distribuído no Porto por um grupo de cidadãos e antigos sócios sublinha que "o Cineclube do Porto faz parte da memória da cidade, foi uma casa de encontro de cineastas, de gente da arte e da cultura, mas também de resistência e combate ao regime salazarista".

Manifesto do Movimento pelo Cineclube do Porto

O Cineclube do Porto faz parte da memória da cidade. Foi uma casa de encontro de cineastas, de gente da arte e da cultura, mas também de resistência e combate ao regime salazarista. Foi neste cineclube que tiveram lugar grandes acontecimentos culturais, como a Semana do Novo Cinema Português e as primeiras Conversações Cinematográficas Luso-espanholas. Não se cingindo às sessões regulares, o Cineclube do Porto alargou-se aos domínios da música e do cinema experimental e documental, de que o Auto de Floripes, é o melhor exemplo. Chegou a ser, nas décadas de 60-70, o maior Cineclube da Península Ibérica, com milhares de associados. O seu prestígio além-fronteiras era tal que foi aceite como representante dos cineclubes portugueses no acto da fundação da Federação Internacional de Cineclubes, que teve lugar no primeiro Festival de Cannes do pós-guerra - isto contra a vontade do Secretariado Nacional da Informação do Regime que pretendia, abusivamente, representá-los.


Neste contexto, um grupo de cidadãos portuenses, com o maior apreço pelo Cineclube do Porto e pelo importantíssimo papel que este desempenhou durante décadas, está preocupado com a situação actual. Várias vicissitudes fizeram com que esta instituição fosse definhando, pondo em risco o seu valiosíssimo acervo documental, bibliográfico (incluindo revistas especializadas, nacionais e estrangeiras) e filmográfico. Uma pequena parte deste espólio esteve já em exposição no Arquivo Histórico Municipal do Porto, situado na Casa do Infante, a propósito do Centenário de Manoel de Oliveira, entre Dezembro de 2008 e Fevereiro deste ano. Mas neste momento, as suas instalações degradam-se e a sede já foi objecto de uma acção de despejo e actos de vandalismo. A actividade cineclubista é também praticamente nula, sem exibições regulares ou qualquer abertura ao público. Inscrever-se como sócio é impossível, contactar com a Direcção também, conforme constatamos nas últimas semanas.


Face a esta situação, formou-se um Movimento, aberto e heterogéneo, de antigos dirigentes e sócios, membros de cineclubes universitários e outros apaixonados pelo Cinema. Pretendemos contribuir para renovar e dinamizar o Cineclube do Porto, restaurar o seu prestígio e importância histórica na cidade, que reclama há muito uma alternativa de Cinema.Todos os antigos cineclubistas, e todos aqueles que gostem de Cinema, serão bem-vindos a esta causa.


Para assinar este manifesto e acompanhar a acção do movimento consulte
www.movimentocineclubedoporto.blogspot.com,
ou escreva-nos para


Os signatários,
Manuel Joaquim Poças Pintão
André de Oliveira e Sousa
Manuel Vitorino
Sérgio Paulo Almeida
Maria João Cocco da Fonseca
Pedro LeitãoAndré Santos

À descoberta da Serra de S.Mamede, em Marvão (saída de campo a 14 e 15 de Novembro, promovida pelo núcleo da Quercus de Portalegre)



"À descoberta da Serra de S. Mamede” – Marvão, 14 e 15 de Novembro de 2009

Os Núcleos Regionais de Castelo Branco e de Portalegre da Quercus vão organizar nos próximos dias 14 e 15 de Novembro, uma saída de campo no Parque Natural de S. Mamede.



Com esta actividade pretende tomar-se contacto com a beleza e diversidade das paisagens existentes neste Parque Natural, assim como observar e identificar a sua diversidade florística e faunística. Pretende-se também descobrir algumas das particularidades geológicas da região e comprovar a tipicidade das suas povoações e respectivas tradições culturais e históricas.

Este ano, os participantes poderão optar por uma de duas actividades que estarão disponíveis em cada um dos dias. Assim, no Sábado decorrerão dois percursos em simultâneo que culminarão em Marvão, sendo que um terá início em Castelo de Vide (12km) e outro partirá de Portagem (7km). No Domingo, os participantes poderão optar entre um percurso pedestre em Galegos, de 12km e uma visita guiada à cidade romana de Ammaia.

O alojamento dos participantes será feito em regime de acantonamento, existindo também a possibilidade de se inscreverem em apenas um dos dois dias.



NOTAS:

As refeições ficam a cargo dos participantes. No caso de pretenderem jantar no Sábado com o restante grupo, devem indicá-lo aquando da inscrição, para que seja feita a reserva;
O transporte ficará a cargo dos participantes, sendo a organização responsável por coordenar os meios, de forma a rentabilizá-los ao máximo;
Os participantes devem levar saco-cama, colchonete, binóculos, roupa e calçado confortável, adequado às condições atmosféricas e à natureza da actividade.
As inscrições incluem o alojamento, o seguro e os percursos guiados e terão um custo de 10 euros – sócios (limite máximo 20 inscrições). Deverão ser feitas até ao próximo dia 11 de Novembro, através dos seguintes contactos:

QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza
Núcleo Regional de Portalegre
(Nuno Sequeira)
Telef: 96 010 70 80 / 96 020 70 80
E-mail: portalegre@quercus.pt


QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza
Núcleo Regional de Castelo Branco
(Madalena Martins)
Telef: 272 324 272, 966 484 942
E-mail: castelobranco@quercus.pt

Carta aberta a Isabel Alçada, ministra da educação

A Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP) entregou ontem no Ministério da Educação uma Carta Aberta dirigida à nova ministra da educação, Isabel Alçada. Dada a sua natureza de carta aberta, a mesma encontra-se para subscrição pública, podendo ser assinada e divulgada por todos os que com ela concordem no seguinte endereço:

http://www.petitiononline.com/CA031109/petition.htmlml


Carta aberta à nova Ministra da Educação

Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação,

A ideia que temos de si é, certamente, comum à de milhares de professores e educadores: é a ideia de uma professora que – em conjunto com Ana Maria Magalhães – consagrou uma grande parte da sua vida profissional (e não só), de forma dedicada e persistente, à escrita de livros destinados aos seus alunos e aos dos outros colegas da profissão, com a preocupação de que essas crianças e jovens adquirissem o hábito e o gosto pela leitura e pela escrita.
Esta mesma preocupação é comum a milhares de colegas que, ao longo da sua vida profissional, no anonimato mas com empenho, têm posto em prática estratégias de ensino diversificadas e inovadoras, nomeadamente, a realização de projectos ambiciosos, sempre com o mesmo objectivo: promover o sucesso escolar e educativo dos seus alunos, elevar o grau de literacia do povo português.
Foi, aliás, este combate pela literacia que presidiu à defesa da criação de um Plano Nacional de Leitura (PNL), por muitos de nós, PNL que o governo de Sócrates acabou por adoptar e onde a professora Isabel Alçada assumiu, honrosamente, o lugar de Comissária.

Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação,

Com o seu saber de experiência feito, reconhecerá, como ninguém, quão complexa e exigente é, hoje, a missão da Escola e o que a sociedade espera dela.
Uma Escola onde se encontram as nossas crianças e adolescentes e que nela fazem convergir a diversidade e a heterogeneidade da realidade social em que vivemos.
Ninguém vai poder exigir à Escola que altere as múltiplas diferenças sociais, nem o ritmo alucinante da vida das famílias, marcadas por fenómenos de migração, trabalho desregulamentado ou desemprego.
Mas é no meio de todo este turbilhão social, a que se acrescentam as novas “tecnologias da informação” – proporcionando aos alunos o acesso ao conhecimento, sem espaço e sem tempo, onde o virtual e o real se confundem – que a Escola existe, a Escola onde se tem de ensinar e aprender, onde é imperioso investir na formação integral dos alunos, ajudando-os a crescer como seres livres e intervenientes, preparados para participar na construção de uma civilização comum, que deve ser preservada por todos.
A professora Isabel Alçada sabe – como todos os que trabalham no ensino – o quanto se exige a cada professor para gerir turmas numerosas, onde são integrados, por vezes, alguns alunos com necessidades educativas permanentes, a chamada “educação especial”.
Mais do que nunca, exige-se do corpo docente de cada escola – e dos restantes trabalhadores que nela estão colocados – a capacidade de criar ambientes de tranquilidade, propiciadores de aprendizagens e aquisição de métodos de trabalho, de formas democráticas de relacionamento com o mundo, assentes na liberdade e na formação de uma consciência crítica.
Por isso, ganha toda a força o conteúdo da Lei de Bases do Sistema Educativo, defendendo a existência de professores reflexivos, capazes de partilhar as suas experiências e de organizar as melhores respostas a dar a cada aluno, em particular, por razões da sua especificidade, e a todos eles, em geral, por desejarem, naturalmente, ver satisfeitas as suas expectativas de aprendizagem.
A anterior Ministra da Educação marcou a sua prática governativa com uma actuação que foi o contrário deste paradigma de Escola Democrática.
Dividiu os professores e educadores em categorias artificiais; impôs-lhes uma avaliação incoerente e injusta, assim como um horário de trabalho completamente desajustado da especificidade da função docente; estabeleceu um regime de aposentação insuportável; retirou, a dezenas de milhar de professores, o direito a uma carreira; atirou muitos deles para a sujeição ao regime de recibos verdes; deu mais um golpe do que resta nas escolas da democracia de Abril; desvalorizou os diplomas atribuidos aos jovens professores pelas suas instituições de formação, que os declararam habilitados para o ensino, e sujeitou-os a provas de ingresso na profissão.

Cara professora Isabel Alçada, Senhora Ministra da Educação,

O desafio que aceitou receber nas suas mãos é demasiado ambicioso, face às exigências do desenvolvimento da Educação neste país.
Responder a este desafio, de forma positiva, implica apoiar-se naqueles que – apesar de todas as dificuldades e vicissitudes – não regatearam esforços para responder aos seus alunos, e que, por eles e pela Escola pública, vieram quase todos encher as ruas de Lisboa, pedindo: “Deixem-nos ser professores!”.
Apoiar-se neles é responder às direcções sindicais, em particular às da FENPROF e da FNE, que pedem a suspensão imediata do regime de avaliação do desempenho docente e a revogação do ECD, abolindo as falsas categorias em que foram divididos os professores.
Está nas suas mãos esta viragem positiva, uma viragem que é legítimo esperar-se de uma professora.
A CDEP, que tem como objectivo contribuir para que seja realizada a unidade entre todas as organizações que defendem a Escola Pública, laica e democrática – que forme primeiro o Homem e só depois o Trabalhador – apoiará todos os passos que forem dados neste sentido, continuando a defender as reivindicações que unem todos os docentes, nomeadamente:
- a colocação por concurso dos docentes e auxiliares da acção educativa necessários às escolas;
- o restabelecimento da carreira única e de uma avaliação formativa e sem quotas;
- a abolição da prova de ingresso na carreira;
- o respeito pelas especificidades das crianças com necessidades educativas especiais;
- o restabelecimento da gestão democrática das escolas;
- o restabelecimento do vínculo ao Estado para todos os trabalhadores das escolas e restantes serviços públicos.

A Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP) considera que, se a Senhora Ministra da Educação agir neste sentido, terá seguramente o apoio e o reconhecimento da esmagadora maioria dos docentes e de todos quantos ambicionam ver vingar em Portugal uma verdadeira Escola Pública, laica e democrática.


Sincerely,

The Undersigned