31.3.10

Redes em Rede: construindo alternativas ao capitalismo ( encontro de activistas ibéricos em Ruesta, Arágon, de 1 a 4 de Abril)


Convocatória para os activistas do decrescimento, da permacultura, da agro-ecologia, das cidades e das aldeias em transição, da autogestão, do anarcosindicalismo e de outros sindicalismos combativos, da ecologia social, da economia solidária, da autonomia, e da vida sem capitalismo. Assim como a todos quantos se sentem envolvidos neste processo.

Encontro de 4 dias para pôr em comum e coordenar as redes e movimentos que trabalham e apostam por alternativas ao capitalismo, ao autoritarismo e ao patriarcado.

Queremos conhecermo-nos uns aos outros e aprender a trabalhar de forma coordenada, tanto no âmbito global como nas múltiplas áreas sectoriais. Temos como denominador comum a nossa oposição ao sistema capitalista e a aposta em dar prioridade na construção de alternativas.

O objectivo é partilhar em conjunto e alimentar práticas que significam outra forma de viver. Exemplificar e multiplicar os projectos e as coordenações para avançar na senda de novos modelos socio-económicos.

O local do encontro é em Ruesta, aldeia da provincia de Zaragoza, em Arágon, a oeste da península ibérica, perto dos Pirinéus. Recorde-se que a população de Ruesta foi expropriada e desalojada por causa da construção da represa de Yesa. Desde 1988 a confederação anarcosindicalista CGT ( Confederación General del Trabajo) autogestiona a recuperação de Ruesta, após a sua cedência pela Confederación Hidrográfica del Ebro.

Todo o encontro seguirá segundo dinâmicas assembleárias, com um programa que incluirá áreas temáticas, áreas transversais e reuniões territoriais. Serão tratadas matérias como a habitação, economia alternativa e solidária, trabalhao asalariado, ecologia prática, soberania alimentária, educação, energia, transportesm saúde, relações humanas e vida comunitária, comunicação alternativa, centros sociais e ócio.

Participam activistas dos seguintes movimentos e associações: Podemos vivir sin capitalismo, Ecologistas en Acción, Red de Permacultura Ibérica, CGT, Movimiento Zeitgeist, Xarxa pel Decreixement, Caracol Zaragoza red de personas por la autonomía zapatista, REAS - Red de Redes de Economía Alternativa y Solidaria

Inscrições:
http://www.sincapitalismo.net/es/node/4066

Transição para uma economia e cultura pós-carbono: colóquio em Pombal (10 de Abril)

COLÓQUIO: "TRANSIÇÃO PARA UMA ECONOMIA E CULTURA PÓS-CARBONO"

Chegou o tempo da Transição. Pombal será o palco do início de uma reconstrução cultural, na busca de formas de ser e estar, realmente sustentáveis, e que tragam bem-estar ao maior número possível de seres humanos, mas também a todas as formas de vida existentes na Terra.Em que mundo vivemos? Qual é de facto o diagnóstico da situação? Quais são as soluções?


OBJECTIVOS

Consciencializar as pessoas para os limites aos crescimento,as alterações climáticas e a dependência da nossa Civilização dos combustíveis fósseis abundantes e baratos;

Alertar para a insustentabilidade a médio/longo prazo dos actuais sistemas de produção, distribuição e consumo de bens e serviços;

Identificar factores estruturais de mudança: redução energética, uma nova organização do espaço e das relações territoriais, sociais e económicas;

Sugerir que estilos de vida com menor consumo energético, cuidado com o Ambiente, e sobretuto mais integrados nas comunidades locais, conduzem à subida dos níveis de bem-estar;

Divulgar e sensibilizar para um conjunto de iniciativas em curso de estímulo à mudança de paradigma de desenvolvimento: as Iniciativas de Transição (Transition Towns): porquê, para quê e como?;

Partilhar boas práticas existentes que estão de acordo com espírito da Transição no contexto português;

Discutir a ideia do desenvolvimento de uma Iniciativa de Transição-piloto no concelho de Pombal: que ameaças e oportunidades, a definição de um conceito, a identificação de parceiros, a dinamização de um grupo de trabalho.



A
Associação Rio Vivo, com o apoio da Fundação Vox Populi, e o Projecto Coisas do Vizinho, estão a organizar o Colóquio: "Transição para uma Economia e Cultura Pós-carbono", em Pombal (Auditório Crédito Agrícola), dia 10 de Abril (Sábado).Inscrições e mais informações, aqui.



A nossa Sociedade enfrenta hoje grandes desafios, provenientes da escassez de recursos, dos problemas ambientais e da globalização do mercado. Daí a necessidade de promover o estudo das questões relacionadas com a sustentabilidade do desenvolvimento, mormente as relativas ao clima, à energia, e à poluição.


É nosso objectivo apoiar a nivel local a criação de Comunidades de Transição:

• Respeito pela Natureza

• Moderação na utilização dos Recursos

• Respeito pelos Valores Tradicionais

• Valorização da Produção Local



O Colóquio: ” Transição para uma Economia e cultura Pós Carbono “ é uma forma de:

• Alertar para a insustentabilidade, a médio/longo prazo dos actuais sistemas de produção, distribuição e consumo de bens e serviços .

• Divulgar e sensibilizar para as iniciativas de estimulo à mudança de paradigma de desenvolvimento - Transição (Transition Towns).

• Partilhar boas práticas existentes em Portugal no ambito do modelo Transição.

Inscreva-se no COLÓQUIO “TRANSIÇÃO” EM POMBAL, 10 DE ABRIL 2010

Inscreva-se enviando para o e-mail
a.rio.vivo@gmail.com , os seguintes dados: Nome, Morada, Código Postal, Localidade e Ocupação Profissão. Faça o pagamento ( 10 euros por cada inscrição) por transferência Bancária NIB 0033 0000 45390079509 05. Na transferência indique sempre, como referência, Transição e o 1º e último nomes.

Ou desloque-se à Loja Coisas do Vizinho em Pombal, no Largo do Cardal, Rua Almirante Reis (Tunel do Cardal) Loja E2, 3100-443, onde pode fazer a sua inscrição e o pagamento (10 euros por cada inscrição) directamente.



PROGRAMA do COLÓQUIO “TRANSIÇÃO” EM POMBAL , 10 DE ABRIL 2010


• 9H30 – 10H30 - RECEPÇÃO

• 10H30 - 10H50 - ABERTURA

Oradores: João Leitão/Luís Queirós

• 10h50 – 11H40 – QUEM SOMOS? VALORES E CRENÇAS

Orador: Vitor J. Rodrigues ;



• 11H40 – 12H00 – PAUSA CAFÉ

• 12H00 – 13H20 – LIMITES AO CRESCIMENTO, SITUAÇÃO ENERGÉTICA E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Oradores: Tomás Marques/Luís de Sousa/Luísa Schmidt/Ana Horta ;

Moderador: Luis Queirós



• 13H20 – 15H00 – PAUSA ALMOÇO

• 15H00 – 16H00 – PERMACULTURA E INICIATIVAS DE TRANSIÇÃO

Oradores: David Avelar/Sérgio Maraschin/Carmen Maraschin –

Moderador: Nelson Avelar



• 16H00 – 16H20 – PAUSA CAFÉ

• 16H20 – 18H25 – BOAS PRÁTICAS DE TRANSIÇÃO EM PORTUGAL

Oradores: Vanessa Sayers/Paula Queirós/Alfredo Sendim/João Gonçalves/Mauricio Umman/Filipa

Santos/Cristopher Ripley/Vera Filipa/Manuela Araujo

Moderador: João Leitão



• 18H25 – 19H00 – PRÓXIMOS PASSOS


(AUDITÓRIO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA, JARDIM DA VARZEA, POMBAL)

23.3.10

5ª assembleia MayDay Lisboa ( dia 24 de Março, às 21h.)


5ª assembleia MayDay Lisboa

Após 4 assembleias e uma tarde de debates, o MayDay Lisboa já acumulou muita reflexão, construindo uma base importante para um percurso que, juntado gentes diversas, dará voz aos precários até ao 1º de Maio.

Segue-se a 5ª assembleia, desta vez a acontecer no C.E.M. (Centro Em Movimento):
Dia 24 de Março , 4ª feira, às 21h

Local: Rua dos Fanqueiros, nº150, 1º andar



http://maydaylisboa2010.blogspot.com/

22.3.10

Immanuel Wallerstein em Coimbra (dia 23) e Lisboa (dia 24 de Março)


O sociólogo e historiador Immanuel Wallerstein, da Universidade de Yale, vai estar amanhã ( dia 23 de Março, às 16h) em Coimbra, na Sala Keynes, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, para proferir uma aula sob o tema «África: colonialismo, descolonização e pós-colonialismo»

Entrada livre

http://www.ces.uc.pt/eventos/evento178.php

Nota Biográfica

Immanuel Wallerstein é um proeminente sociólogo, cientista histórico social e analista de sistemas-mundo. Presentemente é Senior Research Scholar na Universidade de Yale. Foi Presidente da Associação Internacional de Sociologia (1994-1998), e presidente da Comissão Internacional da Gulbenkian para a Reestruturação das Ciências Sociais (1993-1995). Ele trabalha em três domínios de análise de sistema-mundo; a crise contemporânea da economia-mundo capitalista; as estruturas do conhecimento. Livros publicados em cada um destes domínios incluem respectivamente: The Modern World-System (3 vols.); Utopistics, or Historical Choices for the Twenty-first Century; and Unthinking Social Science: The Limits of Nineteenth-Century Paradigms


Ver:
http://en.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Wallerstein
http://www.iwallerstein.com/




Pós-Colonialismos e Cidadania Global

Apesar de Portugal ser o país da Europa com mais contactos durante mais tempo com mais sociedades não-europeias, quase não existem em Portugal estudos pós-coloniais. Por outro lado, os estudos pós-coloniais que hoje proliferam noutros países da Europa e nos EUA tomam como referência praticamente exclusiva o colonialismo anglo-saxónico, não concedendo atenção ao colonialismo ibérico e à primeira modernidade ocidental que ele protagonizou. Esta situação faz com que mesmo nos países que estiveram sujeitos ao colonialismo português os emergentes estudos pós-coloniais tenham como referência o colonialismo britânico, o qual, como sabemos, é substancialmente distinto daquele em termos económicos, políticos, sociais e culturais.

A globalização neoliberal e a resistência a ela, que hoje vai configurando uma globalização alternativa, contra-hegemónica, têm vindo a reclamar, por vias opostas, um aprofundamento da questão do pós-colonialismo. Por um lado, a globalização neoliberal começa hoje a ser vista, mesmo nas instituições da ONU, como uma nova forma de colonialismo. Por outro lado, os movimentos que constituem a globalização alternativa estão cada vez mais cientes de que a resistência à globalização neoliberal tem que ser entendida como construção de um paradigma de pós-colonialidade, em que as dimensões económicas, sociais e culturais sejam analisadas no contexto muito mais amplo da história, da cultura, das artes, da literatura e da epistemologia dos povos que partilharam, em posições muito desiguais, a zona colonial.






No dia 24 de Março Wallerstein estará ainda em Lisboa, no auditório 1 Torre, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova.

Água Pública para um Mundo Justo ( 22 de Março - Dia Mundial da Água)



http://aguapublica.no.sapo.pt/artigos.htm

22 de Março de 2010- Dia Mundial da Água

Água Pública para um Mundo Justo

O dia 22 de Março foi instituído pelas Nações Unidas em 1993 como Dia Mundial da Água, decorrendo este ano sob o lema “Água Limpa, para um Mundo Saudável”.

Neste dia, a Associação Água Pública e o STAL - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local - saúdam os trabalhadores e organizações que lutam no mundo inteiro pela água pública e manifestam o regozijo pelas vitórias conseguidas, cada vez mais numerosas.

Mas tanto à escala mundial, como à escala nacional, são ainda muitos os motivos de apreensão.

A poluição e a utilização desregrada da água, do solo e dos recursos vivos, conduzida essencialmente por lógicas especulativas e de lucro individual de curto prazo, tem vindo a agravar aceleradamente a dimensão dos problemas sociais, ecológicos, económicos e de catástrofes associadas à água.

As políticas privatizadoras têm vindo a entregar a um pequeno número de multinacionais a exploração e administração de facto dos mananciais de água. São privatizados os rios, os aquíferos subterrâneos, os recursos pesqueiros, as praias, as margens e os leitos dos rios.

Os leitos de cheia são disputados pela especulação imobiliária. À poluição industrial e à agricultura intensiva com elevada aplicação de pesticidas e adubos, soma-se a nova corrida aos biocombustíveis e às hidroeléctricas, aumentada pela crise energética, e a apetência por esses negócios de elevada aplicação de água. A visão de curto prazo conduz à exaustão e degradação dos recursos e das infra-estruturas e à precarização do trabalho.

A degradação da natureza, a exploração do trabalho e a maximização do lucro, estão cada vez mais presentes nas políticas da água impostas, nomeadamente em Portugal. Marcam toda a legislação, com ênfase para as Leis da Água e da Titularidade dos Recursos Hídricos aprovadas em 2005 e a profusa legislação sectorial posterior.

O Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico aguardou esta legislação para ser lançado, configurando-se agora as concessões que entregam os rios e o maior potencial energético português a privados em que se incluem a IBERDROLA e a EDESA. São cobradas taxas pela utilização da água, do domínio público hídrico e das infraestruturas públicas que recaem sobre a População. Despreza-se o uso harmonioso e
sustentado da água.

O acesso à praia de Tróia é já um negócio privado.

Prepara-se a abertura do mercado da água e do domínio público hídrico.

O abandono das responsabilidades do Estado e a destruição dos serviços públicos para deixar campo aberto aos grandes interesses é manifesto na legislação que subverte a função pública, na eliminação dos postos de trabalho, no estrangulamento financeiro e operacional das autarquias, e ainda, na empresarialização dos serviços públicos visando a sua futura privatização.

O impacto destas políticas é devastador em todos os sectores económicos utilizadores da água, com destaque para a agricultura, pesca, pecuária, produção eléctrica e indústria transformadora - na vida quotidiana dos cidadãos e na exposição a acidentes e catástrofes, - nos ecossistemas, no território e no património natural – na economia doméstica, na microeconomia e na macro-economia – bem como no agravamento das assimetrias económicas e sociais.

O abastecimento de água às populações

Perante a oposição das populações e a recusa da larga maioria das autarquias à entrega do “mercado do abastecimento de água”, o Governo desencadeou uma ofensiva para arrancar as competências autárquicas e engordar o negócio da água.

A par do estrangulamento financeiro, acentuam-se as restrições e exigências legais cada vez mais pesadas com o objectivo de impossibilitar as autarquias de prestar esses serviços. Ilegaliza-se o auto-abastecimento e outras formas de acesso comunitário não comercial, como pequenos sistemas geridos a nível de freguesia.

Dificultando de todas as formas a intervenções e melhoramentos autárquicos nos sistemas de águas, pressiona-se as Autarquias à privatização directa ou a transferir as competências para o Governo, total ou parcialmente, através de uma figura legal criada para esse efeito, os Sistemas Multimunicipais, que imediatamente são concessionados a sociedades anónimas do Grupo Águas de Portugal SA, de capitais maioritáriamente públicos, controlados pelo Governo.

O Grupo Águas de Portugal, SA, tem vindo a ser moldado na óptica empresarial, de geração de lucros, e na perspectiva da sua futura privatização -à semelhança do que o Governo pretende agora fazer com a Rede Eléctrica Nacional. Operação que só não foi ainda iniciada porque não está completa a transferência de propriedade pública para as Águas de Portugal e pela luta das populações. Contudo, isto não impediu o governo PS de ter privatizado a empresa desse grupo, a Aquapor (presente em 24 municípios/345 mil pessoas abastecidas).

Para assegurar lucros sem risco e cobertura financeira das empresas, impõem-se subidas obrigatórias da factura da água à população e o nivelamento dos tarifários pelos valores mais altos praticados como é o caso da empresa Águas da Região de Aveiro.

É imprescindível travar a visão mercantilista da água e de destruição dos serviços públicos, dos direitos das populações e dos trabalhadores que ao longo de décadas têm colocado a sua experiência e saber ao serviço de todos os portugueses.

É por isso que neste dia, a Associação Água Publica e o STAL reafirmam uma vez mais o seu empenho na defesa da água como bem público, comum e universal e exigem uma gestão pública democrática, de qualidade, sustentável e próxima dos cidadãos, garantindo que a água que é de todos continuará acessível a todos.


Para assinalar esta data estão já agendadas as seguintes iniciativas:

Segunda-feira 22 de Março, em Lisboa
17h30m – Distribuição de folheto à população em defesa da Água Pública, junto à Casa do Alentejo (Rua Portas de Santo Antão)
21h00m – Projecção do filme «H2O-Água à venda», Casa do Alentejo (Entrada livre)
Durante a próxima semana estão previstas diversas iniciativas regionais de contacto com a população em Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Faro, Guarda, Lisboa, Vila Real entre outras.

Dia Mundial da Água - Cartaz (468.24 kB)


Filme:H2O (Água) à Venda» de Leslie Franke e Hermann Lorenz
Título Original: Wasser Unterm Hammer

http://www.wasseruntermhammer.de/

Realizador: Leslie Franke e Hermann LorenzAno: 2005
País: AlemanhaDuração: 52 min.



Sinopse:
“H2O (Água) à venda” mostra, numa perspectiva de experiências inglesas, como a privatização do ouro azul ocorre em diferentes cidades alemãs. As consequências são semelhantes em toda a parte: milhares de empregos foram “exterminados”, os custos foram reduzidos, registou-se um aumento do desperdício, a qualidade da água piorou, os preços aumentaram exponencialmente. O lucro é o “deus” na indústria da água. Mas a resistência está a reagir.

20.3.10

Oficina do pensável #8 - Memórias dos moradores do bairro da Relvinha em Coimbra: da Resistência Quotidiana à autoconstrução no âmbito do SAAL

Realiza-se na próxima quinta-feira, dia 25 de Março, pelas 21h30, na Universidade Popular do Porto.
A entrada é livre, estando apenas sujeita a inscrição via correio electrónico para:
oficinasdopensavel@gmail.com.



Através de uma “etnografia em retrospectiva”, pretendeu-se estudar as memórias dos moradores do bairro da Relvinha, que “conceptualizam o passado a partir de um tempo presente”, tal como as memórias estudadas por Sónia Vespeira de Almeida.
Dividi a minha investigação em três partes que correspondem a três tempos. A primeira parte é constituída pelos quotidianos dos moradores marcados pela pobreza e múltiplas estratégias de sobrevivência, que chegavam a dar forma a acções de resistência quotidiana. Trata-se de quotidianos vividos na zona da Estação Velha em Coimbra até 1954, ano em que 28 famílias foram desalojadas.
O segundo tempo, pretende retratar o quotidiano dos moradores durante o período entre 1954 e 1974. Estas famílias excepto os três primeiros anos em que tinham sido realojadas em bairros camarários dispersos pela cidade, foram novamente realojadas num bairro de barracas de madeira construído de raíz que procurava resolver de forma provisória a situação relativa à habitação destes moradores. As barracas de madeira, pouco tempo depois de serem estreadas, começaram a ter problemas de insalubridade. A pobreza e a fome continuaram a marcar a vida destes moradores. Durante este período, começou a haver algum contacto com o movimento estudantil e com os movimentos de oposição, que contribuiram para um fortalecimento da consciência política e para o aparecimento de formas de resistência de novo tipo.
Porém, apenas, após o 25 de Abril de 1974, com a adesão ao projecto SAAL, se deu o início da construção de casas novas em auto-construção e se substituiram as barracas de madeira, marcando o início de um novo tempo. Um tempo que é lembrado pelos moradores como um tempo denso em que está presente a “espoir”, conceito desenvolvido por Luísa Tiago Oliveira ao considerar que a “espoir” descrita por Malraux acerca da guerra civil espanhola se tratava de uma esperança idêntica à que se viveu e sentiu em Portugal nos dois ou três anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974.
Neste processo de auto-construção houve uma intensa participação dos moradores do bairro da Relvinha. Os moradores, na execução da Operação SAAL da Relvinha, contaram com a colaboração de vários grupos que se solidarizaram com a luta destes moradores pelo direito a uma habitação condigna. Entre os mesmos, contam-se um grupo de estudantes de medicina, grupos culturais, grupos de jovens voluntários estrangeiros, empresas, pessoas a título individual que deram um contributo imenso para a consecução dos objectivos dos moradores.

João Baía

Festa das 14 Primaveras do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental)




GAIA faz 14 Primaveras e por isso vamos celebrar!
Vem conhecer-nos ou reencontrar-nos, para festejar no sábado dia 20 de Março no Centro Social do GAIA na Mouraria ( à Travessa da Nazaré, em Lisboa).
Queremos conhecer-te ou reencontrar-te, conversar sobre as acções e projectos que desenvolvemos. Vamos ter jantar popular, concertos e Djs no Sábado à noite..
E no Domingo, a celebração continua, re-ligando à terra e festejando a Primavera na Horta Popular da Calçada do Monte. Junta-te a nós

http://www.gaia.org.pt/

18.3.10

Maternidade e Parto Natural - encontro na Casa da Horta ( 27 de Março)




Encontro sobre Maternidade e Parto Natural

27 de Março, Sábado, 15h

Porto, Casa da Horta, Rua São Francisco nº 12 A
http://casadahorta.pegada.net/entrada/

15h - Documentário Orgasmic Birth (85minutos)

16h30 - Conversa sobre maternidade e partos natural, com a presença de Marta Lima (da direcção da Humpar, educadora perinatal e mãe), Sofia Costa (doula), Ana Penitência (mãe), entre outras doulas e pais…

Encontro gratuito, sujeito a inscrição:
casadahorta@pegada.net / 937267541


Documentário Orgasmic Birth
Um documentário de Debra Pascali-Bonaro que traz uma visão revolucionária e desafia os mitos culturais sobre o parto. O filme questiona a associação entre parto e dor e mostra como a incapacidade de intervenção da mulher no acto de dar à luz (provocada por medicamentos, analgésicos, autoridade médica) é o que a impede de despoletar as hormonas do prazer. O nascimento é revelado como uma parte integral da sexualidade da mulher e como um direito humano negligenciado.

http://www.orgasmicbirth.com


Consultar ainda:

Manifestação dos Jovens Trabalhadores (26 de Março, todos a Lisboa) - geração com direitos, garantia de futuro

Participa na Manifestação Nacional de Jovens Trabalhadores



Esta é uma luta justa que pode ser vencida!

Dia 26 de Março lá estaremos mais uma vez na rua a lutar, com a razão do nosso lado, com a força e determinação da juventude trabalhadora reclama do governo e dos patrões a recuar nas suas intenções, garantindo às novas gerações trabalho com direitos!

NÃO BAIXAMOS OS BRAÇOS, LUTAREMOS PELAS LEGITIMAS E JUSTAS
REIVIDICAÇÕES INDIVIDUAIS E COLECTIVAS DOS JOVENS
TRABALHADORES.

QUEREMOS TRABALHAR, QUEREMOS DIREITOS, QUEREMOS CONSTRUIR O FUTURO!


Lutamos por:

-A revogação das normas gravosas do Código de Trabalho e da Legislação Laboral da Administração Pública condição para travar a degradação em que o País e a vida dos jovens trabalhadores se encontra.
-O Combate eficaz ao desemprego que ponha fim aos despedimentos e aposte numa política de investimento do aparelho produtivo, com a criação de postos de trabalho, aproveitando as nossas capacidades e força de trabalho!
- Estabilidade laboral que ponha fim á velha chaga social que é a precariedade, exigindo a passagem a efectivos de todos os trabalhadores que exerçam funções de carácter permanente. Só a estabilidade laboral garante o emprego com direitos e direito a uma vida melhor para a juventude.
- Aumento REALDOS SALÁRIOS medida imperativa para uma melhor distribuição da riqueza e aumento do poder de compra.
- Horários de trabalho dignos que permitam uma vida laboral com saúde, que assegure a harmonia com a vida familiar, e que dê espaço ao lazer, à cultura, ao desporto e a todas as formas de bem-estar numa sociedade moderna e desenvolvida.
- Defesa da contratação colectiva, como garantia de valorização do trabalho, garantindo assim um vasto conjunto de direitos, também eles previstos na Constituição da República Portuguesa, como forma de progresso do País e da vida dos jovens.


Interjovem: AQUI

15.3.10

FATUM (poesia lusófona de mulheres dos países de língua portuguesa) - sessão em Montpellier pela companhia de teatro Amadis ( dia 18)


FATUM ( poèsie de femmes des pays de langue portugaise)
Fatum significa destino em latim, e foi o termo que deu origem a FADO
Quinta-feira, 18 de Março de 2010 às 21:00

Local : Salle Saint Ravy, place Saint Ravy - Montpellier


FATUM (Poesia lusófona de poetisas de países de língua portuguesa) em Montpellier

No Quadro do Printemps des Poètes que se realiza em França, a Companhia de teatro da Casa Amadis organiza uma sessão-perfomance dedicada às poetisas dos países lusófonos: música, performance, dança e declamação

Pela COMPANHIA AMADIS

Encenação de Ferdinand Fortes

Com: Marie Audrey Simoneau, Sara Jaleco, Alain Feral





www.facebook.com/?ref=home#!/casa.amadis

Casa Amadis, Espace Jacques I d'Aragon
117 rue des Etats Généraux
34000 Montpellier - France
tram : Rives du Lez

téléphones: 04 67 64 02 75 / 04 67 63 59 58
Tm : 06 28 29 89 77

Casa Amadis - Association lusophone
Bibliothèque Amadis
Compagnie Amadis Théâtre
Fest'AFilm - Festival de courts-métrages
Cours de Portugais
Diffusion des artistes et cultures lusophones
Radio :
www.divergence-fm.org

Mostra de filmes (dias 15 e 16 de Março) na sala-estúdio Latino no teatro Sá da Bandeira ( Porto)





Mostra de filmes na Variação da Cultura

2 SESSÕES ( dia 15 e 16 de Março às 21h45)

Local: Sala-Estúdio Latino no Teatro Sá-da Bandeira
Rua Sá da Bandeira , Porto


2ª Feira 15 de Março, 21h45 - O cinema aprende-se fazendo #1

6 filmes de fim de curso de estudantes da Escola Superior Artística do Porto:


Boneco de Fio - Rudi Navarro
Calcanhar Daqueles - André Verde
Não Tenho mas Arranjo - Catarina Pimentel
Punctum - Bárbara Villadelprat

3ª Feira 16 de Março, 21h45 - O mundo imagem a imagem

curtas-metragens de animação:


A Noite Cheirava Mal - Paulo D'alva
Carro Preto, Carro Branco - Paulo D'alva
Os Salteadores - Abi Feijó
A Meio da Noite - Fernando Saraiva
No Black - Ana Enes
The Stalker - Ana Enes
A Noite - Regina Pessoa
Obtuso - André English, Vasco Sá e David Doutel
?ORQUÊ - José Pinto e João Sousa
Power Off - Luís Pereira
Viela das Tripas/ Beco do Pedregulho/ Travessa das Almas - Janus
Jale Toilet Tale - João Rodrigues
Bibú - Vasco Sá


http://variacaodacultura.blogspot.com/



tel: 91 9917835

Celebração do equinócio da Primavera (20 de Março) no santuário rupestre da Pedra da Cabeleira, na aldeia de Chás, no Maciço dos Tambores, em Foz Côa





A AMALGAMA Companhia de Dança celebra o EQUINÓCIO DA PRIMAVERA em Templo Pré-Histórico, Lugar do Tambores, Chãs de Vila Nova de Foz Côa, com um espectáculo em honra à Mãe-Terra.


O Equinócio da Primavera - momento em que a Terra é iluminada pelo Sol de igual forma no hemisfério sul como no hemisfério norte - , vai ser celebrado, no dia 20 de Março, entre as 07.00 e as 07.30 da manhã, frente ao portal de um antigo santuário rupestre, em Chãs, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. pela Amalgama Companhia de dança, com momentos alusivos à estação mais florida do ano.


O cerimonial evocativo ocorre entre as 07:00 e as 07.30, no lugar dos Tambores, junto da localidade de Chãs, próximo a um antigo castro, onde existe um imponente megálito pré-histórico, com mais de quatro metros de altura, situado sobre a área de um vasto afloramento granítico - Relativamente próximo do núcleo das gravuras paleolíticas dos Piscos



O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar


MATER, a mais recente criação da Amalgama, vai ser um dos motivos principais da celebração do Equinócio do Outono, Sábado, dia 20, frente ao portal de santuário rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, no maciço dos Tambores, arredores da Freguesia de Chãs.

O espectáculo insere-se no projecto CORPOS NA PEDRA, já foi apresentado em vários monumentos nacionais e tem como temática a Mãe, símbolo da fertilidade, da alquimia de toda a transformação, do nascimento e da renovação.



ESTÃO CONVIDADOS…

O convite é dirigido não só à população da aldeia e às gentes do concelho e redondezas, convidando-as a evocar as festas dos ciclos da natureza dos seus antepassados, fazendo com que as mesmas continuem a fazer parte do seu património cultural, como também a todos aqueles que se interessam pelo estudo e pesquisa do passado longínquo da História do Homem e das particularidades desta região, cheia de um passado riquíssimo, contribuindo com o seu testemunho e partilhando num acontecimento de rara beleza e significado. Se as condições atmosféricas o permitirem, a organização está confiante de que os participantes, poderão ali viver momentos de raro esplendor, alegria e misticismo, tal como, nos tempos idos, os seus antepassados, quando ali se reuniam para agradecerem às suas divindades ( em especial à Deusa-Mãe) os frutos que a terra lhes oferecia.


Mais informações: +351 919 443 462

http://amalgamando.blogspot.com/

http://ostemplosdosol.blogspot.com/

Passeio de burro por montes e vales do Nordeste Transmontano (26 a 28 de Março)


AEPGA vai realizar entre os dias 26 e 28 de Março, a VII Edição do Passeio de Burro "Por Tierras De L Rei" que terá início na vila de Sendim e passará por diversas aldeias transmontanas dos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso.

A VII Edição do Passeio de Burro "Por Tierras De L Rei" contará com inúmeras intervenções culturais, a fraterna convivência quer seja ao longo das caminhadas ou nos momentos de repouso, e o reviver dos arraiais populares ao som de instrumentos musicais tradicionais.

Pretende-se com mais uma edição do “Por Tierras de l Rei” potenciar os valores culturais e naturais desta região, potenciando também a música tradicional através da actuação do grupo “KARROSEL”. Os “KARROSSEL”proporcionarão o arraial popular e num espírito de festa, propõem uma viagem pelo mundo da música tradicional, onde o público é convidado a participar, num rodopio de danças!

Convidámo-lo a vir comemorar connosco o início da Primavera na companhia do Burro de Miranda e contemplar as paisagens verdejantes do Planalto Mirandês, as suas aldeias e gentes tão peculiares. Delicie-se com a gastronomia local, enamore-se pela música tradicional e deixe-se levar pelas estórias antigas que lhe vão contar.

PROGRAMA

Sexta-feira, 26 de Março de 2010
Aldeia de Atenor (Miranda do Douro)

20h00 - Recepção dos participantes na Associação Cultural e Desportiva de Atenor (entre as 22h30 até 24h00)
21h30 – Arraial Tradicional

Sábado, 27 de Março de 2010
Vila de Sendim à aldeia de Atenor (Miranda do Douro)

09h00 - Concentração dos participantes no largo da Igreja de Sendim
10h00 - Início do Passeio de Burro entre a vila de Sendim e a aldeia de Atenor

13h00 – Almoço Campestre
14h30 – Sesta Burriqueira
"À volta da burroteca" - Burros, Livros e Música por Jorge Ribeiro

16h00 – Continuação do Passeio de Burro até à aldeia de Atenor
18h00 – Chegada à aldeia de Atenor

20h00 – Jantar-Convívio

21h30 – Concerto com “KARROSSEL” (http://www.myspace.com/karrossel)

“Do gosto pela DANÇA e pela MÚSICA, nascem na cidade do Porto os KARROSSEL em 2009. Fruto de recolha e pesquisa, ensinam danças tradicionais, essencialmente portuguesas, mas também do resto da Europa. Num espírito de festa, os KARROSSEL propõem uma viagem pelo mundo da música tradicional, onde o público é convidado a participar, num rodopio de danças!

Desde o Vira do Minho, o Fado Batido, até à Troika da Rússia, passando pela Bretanha, Roménia, Lituânia, e tantas outras culturas, regressando sempre a Portugal num diálogo constante com o público...os KARROSSEL põem todos a andar à roda!”

Domingo, 28 de Março 2010
Aldeias de Valcerto (Mogadouro) e Algoso (Vimioso)

10h00 - Concentração dos participantes em Valcerto
10h30 - Início do Passeio de Burro entre as aldeias de Valcerto e Algoso


13h00 - Almoço Campestre
15h00 - "Fantoches na Burroteca" por Jorge Ribeiro


16h30 - Conquista do Castelo de Algoso
17h30 – "CONTESTA COM TESTA" , concerto de Jorge Ribeiro (Local: Largo da Igreja, aldeia de Algoso)

Preços e inscrições:

Os poetas da Meia-Noite




No proximo dia 20 de Março, a Casa da Comédia , por sugestão de Catarina N. de Almeida, vai comemorar o dia Mundial da Poesia com um evento onde vão estar presentes os poetas Miguel-Manso; Filipa Leal; Vasco Gato;Catarina Nunes de Almeida; Ana Salomé e Hugo Milhanas Machado.

Segue em epigrafe alguns exemplos da obra de cada um deles..

Lá os esperamos!
A entrada é livre..
Reservas pelos numeros: 919175069 / 967767512.

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Último Cigarro

o vinho é branco a tarde cai o dia avança no vento
na boca acorda o último cigarro o poema segue o risco
a claríssima insuficiência

é este o incêndio da tarde o fim do almoço
a violência dos pássaros as crianças dormem a sesta
reclusas na sombra azul dos quartos

mãos sem sentido
arroz na folha de videira muro caiado de branco
e roseiras

gastronomias inexplicáveis contêm a vida e os pátios
aquela noite grega que não soubemos redigir
vespas bebendo da boca das torneiras

escrevo o poema que não lerás nunca
sobre a toalha de plástico da mesa suja
de azeite

a mão esquecida na vírgula acesa do cigarro
a minha solidão vincada a cotovelos no padrão da toalha
as crianças dormindo na

nitidez esquecida da telefonia

(Miguel-Manso, in "Contra a Manhã Burra", reeditado por Mariposa Azual)

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Os Que Não Viam
Na cidade, os que não viam
perguntavam: "Estás aí?"
mesmo quando não falavam
ao telefone.

E tudo era pausa
sem a nítida respiração
das coisas.
Tudo era ainda
à espera da voz, do som
natural ou improvável.
Tudo era antes de ser.

Havia também os que viam.
Mas esses, tragicamente,
perguntavam menos.

(Filipa Leal, in "A Cidade Líquida e Outras Texturas", Deriva Editores)

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SONATA

O violoncelo encosta a cabeça ao teu ombro
e é um lamento ainda vegetal que lhe sai do sangue
quando o arco rasga o ar, o silêncio, a mão.

Fechas e abres os olhos, há gente a escutar,
as paredes curvam-se e estalam, tudo é frágil,
e a partitura é sempre um pouco além do olhar.
Os dedos levitam sua dureza sobre as cordas,
estremeces amarrada à vertigem da tua
própria queda - nisto se ergue a música.

Também tu não possuis trastos, tacteias
interiormente em busca das notas particulares
e do movimento inspirado.

Há uma demorada e subtil alquimia nesta sala.

E o violoncelo é o imóvel instrumento
da tua trágica, suave aparição.

(Vasco Gato, in "IMO", Edições Quasi)

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A estrada entregava-se lenta aos pés
e as vozes recolhiam-se sempre mais até serem
um fio de prado um horto de lutos cristalizados:
da marcha líquida dos soldados
bebem as aves e as aveleiras.
Os homens desaguaram dentro dos homens
bailarinas alinhadas para o primeiro acto de amor.
Só o amor cheira a sangue só as cigarras
o perfume das espadas na ossatura dos campos
completam a primavera na vala comum.

(Catarina Nunes de Almeida, in "A Metamorfose das Plantas dos Pés", Deriva Editores)

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Ode ao amor entre pintores
Para o Egon.

é tão ruidoso aquele bater do vento nas mãos
é tão límpido também aquele cheiro nauseante da aguarrás
poderia dizer-te vem e vamos pegar fogo a esta casa
e mudamo-nos para aquele canto
pôr nas palavras o pastoso sabor da cor
e passar pelo corpo os pincéis e a língua de gato
embebedarmo-nos com terebentina tomarmos mescalina
e outras coisas felizes compradas na feira
nas radiantes tardes naquele estúdio pequeno em frente ao mar
é tão ruidosa a existência de alguma coisa que começa
as telas encaixotadas a caminho de Bombaim
vão todas a arder mas não faz mal
é tão límpida cada mancha nos teus dedos
poderia envolver-me nos braços em teu redor
perguntar-te queres café compor-te o cabelo
adormecer no seguimento do cigarro
enquanto pintavas a noite nas paredes

é tudo tão ruidoso tão repentino
que não houve tempo de escolher as cortinas
com outros cuidados desculpa
também elas se põem todas a arder mas não faz mal
poderia pedir-te que me dissesses um poema longo
perguntar-te queres café compor-te o cabelo
enquanto escrevias os meus braços nas paredes
com marteladas fundas mas delicadas

nas paredes daquele pequeno estúdio em frente ao mar
há um ruído muito nosso
que passa em todas as estações de rádio e ninguém ouve
em todas as gasolineiras e ninguém ouve
em todas as tribunas e ninguém ouve
ele cabe ali naquele caos naquele vislumbre
e também ele se põe todo a arder mas não faz mal

o teu corpo é uma luva onde entro quando entras
uma luva à prova da bala que arde violentamente
à nossa procura
na pequena galeria dos cristais de sangue
a poesia acontece disparar abrir fogo
e o universo, naquele pequeno estúdio em frente ao mar,
não precisa de um desenho para nascer
quando dizes estou aqui a sorrir
e pegas na minha mão para o passeio habitual
depois de vestirmos os casacos de lã.

(Ana Salomé, in "Odes", Canto Escuro)
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PRE!
O estádio ergue-se na maravilhosa
respiração da tua força
corres veloz
no pulmão do meu poema

na ponta dos dedos
o vínculo do teu ensinamento
no olímpico de Munique o animal eco
do teu desejo
no tartan

a tua morte permissão de todas as mortes
a tua derrota um hino o mais belo

e o teu sabor
e tudo reescrito
uma imagem que por aqui
se apoderava
e trazia sentido.

(Hugo Milhanas Machado, in "Clave do Mundo", Sombra do Amor)

11.3.10

Começam hoje em Viena ( na Áustria) os protestos contra o mercado do conhecimento criado em Bolonha pelas elites europeias


http://unsereuni.at/

http://bolognaburns.org/

http://www.uniriot.org/

http://www.emancipating-education-for-all.org/

http://pararbolonha.blogspot.com/

Para acompanhar em directo pela TV online os trabalhos da conferência alternativa à cimeira dos ministros da educação da União Europeia:
http://www.ustream.tv/channel/unsereuni2010

Manifestação de Bolseiros realiza-se hoje,11 de Março, às 17h30: basta de precariedade!

Manifestação Nacional de bolseirosem frente à Assembleia da Repúblicadia 11 de Março (5a feira) às 17h30.

Será o primeiro dia de discussão e votação do Orçamento de Estado, momento indicado para manifestar o nosso descontentamento publicamente pela falta de progresso no combate às "falsas bolsas", à falta de segurança social justa, isto é, à passagem de um novo Estatuto de Bolseiro.

Haverá um transporte que virá do Norte para trazer os bolseiros que desejam participar. Contactem o vosso núcleo local da ABIC (em Aveiro, Porto e Minho) ou escrevam para
geral@abic-online.org


O sucesso desta iniciativa depende de todos nós. Contribuam para a mobilização de colegas para este evento. Um expressiva expressão de vontade pode ter uma influência nos grupos parlamentares, se não durante a discussão do OE, então mais tarde durante o trabalho da AR que se seguirá. Existem cartazes que podem ser colocados nos vossos locais de trabalho. Podem descarregá-los aqui.

Professores e profissionais das actividades de enriquecimento curricular (AECs) manifestam-se hoje contra a precariedade (às 17h )


Está convocada para hoje, dia 11 de Março, a primeira concentração de profissionais das Actividades de Enriquecimento Curricular (AECs) em frente ao Ministério da Educação, para exigir o fim da precariedade e condições para o exerício da sua actividade, com procedimentos concursais claros com o Ministério e sem subcontratação, recibos verdes ou outras arbitrariedades.

A concentração terá início às 17 horas, em frente às instalações do Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa. No entanto, a iniciativa prolonga-se até ao final da tarde, para possibilitar que os profissionais se possam ir juntando e deixando as suas mensagens de protesto e exigência, após o seu horário de trabalho. Por volta das 18 horas, está previsto o ponto alto do protesto, com uma intervenção que representa os principais problemas vividos pelos milhares de profissionais das AECs.


Fica aqui um último apelo à participação na concentração do próximo dia 11 e ao envio das cartas, para mostrar à senhora Ministra que não nos conformamos com a precariedade e exigir respeito e condições de trabalho. Porque apenas a mobilização mudará esta situação injusta, apelamos aos profissionais das AECs e a todas as pessoas que não aceitam a precariedade e a degradação das condições de trabalho e qualidade da Escola pública

Alternativas ao Capitalismo: a autogestão em debate (9 a 24 de Abril em Barcelona, no âmbito do centenário da CNT)




No marco do centenário da CNT-AIT (1910-2010), celebrar-se-ão em Barcelona umas jornadas tituladas “Alternativas ao capitalismo: a autogestão a debate”. Estas jornadas desenvolver-se-ão durante Abril de 2010. Os conteúdos estarão estruturados em três blocos de apresentações, um teórico, outro histórico e outro mais amplo, de carácter actual.

No bloco teórico programaram-se apresentações que abordam o funcionamento do sistema capitalista prestando uma atenção especial a um momento de crise económica e social como a actual. Tratar-se-ão desta forma de propostas anarcosindicalistas perante a crise económica. Esta perspectiva teórica completa-se com uma série de apresentações que ofereçam uma visão ampla da literatura económica e social relacionada com modelos de socialismo e comunismo libertário.

O bloco histórico pretende expor dois modelos fortes de alternativa ao sistema capitalista. Por um lado, o das colectivizações anarquistas durante a guerra civil espanhola (1936-1939), para o qual incluem-se conferências que expliquem o seu funcionamento nas diferentes zonas onde se implantaram (Catalunha, País Valenciano, Aragão, Castela e Andaluzia). Por outro lado, oferecer-se-á uma explicação do modelo de cogestão jugoslavo (1950-1990) com o objectivo de valorizar esta experiência tanto desde o prisma de um possível modelo de desenvolvimento para países empobrecidos, como a partir dos limites ao socialismo impostos pelo plano, o mercado e o partido único, junto com uma visão estritamente libertária de todo o processo.

Com o bloco actual pretende-se mostrar as diferentes experiências organizativas que lutam contra o capitalismo hoje em dia desde coordenadas autogestionárias. Nesse sentido incluir-se-ão a participação da CNT-AIT (aspecto laboral e socioeconómico) assim como de outras organizações anarquistas específicas (aspecto sociopolítico), alguns modelos de cooperativas com uma perspectiva transformadora (aspecto laboral e socioeconómico de gestão) ou ateneus e centros de estudos (aspecto cultural). Têm cabida finalmente as iniciativas vinculadas a âmbitos locais e municipais, como as de ocupações de centros sociais e moradias, o municipalismo ou as assembleias de bairro (aspecto local-político). Finalmente, desde um ponto de vista geograficamente (e em alguns casos também tematicamente) mais amplo, tratar-se-ão casos actuais de outros lugares do mundo como são os movimentos sociais em América Latina, Chiapas, Brasil (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST), Argentina (empresas recuperadas pelos seus trabalhadores), Venezuela e Grécia.

Informação e programa actualizado:
www.autogestion2010.info/lang/es-es/programa/#portuguese

Organiza:
- Comissió del CeNTenari (Barcelona)

Colabora:
-Fundación Anselmo Lorenzo – FAL (www.cnt.es/fal )
- Institut de Ciències Econòmiques i de l'Autogestió – ICEA (http://iceautogestion.org )
- Fundació d’Estudis Llibertaris i Anarcosindicalistes – FELLA (www.nodo50.org/fella )

PROGRAMA:

SEXTA-FEIRA 9 de ABRIL. Sistema capitalista: exploração, conflito e destruição.

- 16:00. Apresentação das jornadas. CNT Barcelona.

- 16:15. Onde estamos na crise?. Miren Etxezarreta. Economista, professora na Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) durante 35 anos e membro do Seminário de economia crítica TAIFA.

- 17:30. O capitalismo hoje: crise ou afundamento? Algumas considerações. Toni Castells. Economista.

- 18:45. Propostas anarco-sindicalistas frente à crise económica. Gaspar Fuster. Professor de Economia em Secundaria e membro do Instituto de Ciências Económicas e do Autogestão – ICEA.

- 20:00. Debate geral e conclusões.

Local: Pati Manning – Auditori. C/ Montalegre, 7 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universitat).

SÁBADO 10 de ABRIL Pela manhã. Estudos sobre auto`-gestão e modelos de socialismo e comunismo libertário (I).

- 10:00. Socialismo e comunismo libertário no pensamento económico ate 1939. Lluís Rodríguez Algans. Economista e membro do Instituto de Ciências Económicas e da Auto-gestão – ICEA.

- 11:15. Autogestão, um debate actual: planificação participativa ou re-conceptualização do mercado. Endika Alabort Amundarain. Professor de Economia na Universidade do País Basco –Euskal Herriko Unibertsitatea e membro de Ekonomia Zientzia eta Autogestioaren Institutua – ICEA.

- 12:30. Instituto de Ciências Económicas e da Autogestão: estudo e apoio técnico para a auto-gestão generalizada. Membros de ICEA.

- 13:45. Debate geral e conclusões.

Local: CCCB – Aula 1. C/ Montalegre, 5 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universitat).

SÁBADO 10 de ABRIL TARDE. Estudos sobre autogestão e modelos de socialismo e comunismo libertário (II).

- 16:00. Economia da liberdade: criação de uma vida plena para todos (contará-se com tradução simultânea). Jon Bekken. Membro do colectivo editorial do Anarcho-Syndicalist Review, ex-Secretario Geral-Tesoureiro da Industrial Workers of the World.

– 17:15. Democracia Inclusiva como um projecto político: fundamentos e proposta de estrutura social e transição (contará-se com tradução simultânea). Takis Fotopoulos. Filósofo político e economista, fundador do movimento Democracia Inclusiva.

- 18:30. Planificação anarquista para as economias do século XXI: uma proposta (contará-se com tradução simultânea). Robin Hahnel. Professor Emérito da American University, onde ensinou Economia Política durante 33 anos. Actualmente é Professor Visitante na Portland State University. Criador com Michael Albert do modelo económico denominado Participatory Economics, PARECON (Economia Participativa).

- 19:45. Debate geral e conclusões.

Local: CCCB – Aula 1. C/ Montalegre, 5 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universita

SEXTA-FEIRA 16 de ABRIL. Colectivizações anarquistas durante a Guerra Civil espanhola 1936-1939 (I).

- 16:00. Antecedentes históricos e aspectos sociais da Guerra Civil. Paco Madrid. Historiador.

- 17:15. De bruços contra o Estado: a revolução de 1936 e o colectivismo agrário em Catalunha. Marciano Cárdaba. Historiador. Investigador de los factores sociais, económicos y políticos de las colectivizações agrárias na Catalunha (1936-1939)

- 18:30. As transformações colectivistas na industria e os serviços de Catalunha (1936-1939). Toni Castells. Historiador.

- 19:45. Debate geral e conclusões.

Local: Pati Manning – Auditori. C/ Montalegre, 7 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universitat).

SÁBADO 17 de ABRIL Pela manhã. Colectivizações anarquistas durante a Guerra Civil espanhola 1936-1939 (II).

- 10:00. Colectivizações agrícolas em Aragão (1936-1939) entre revolução y
reacção. Walther L. Bernecker. Professor da Universidade Erlangen-Nürnberg da Alemanha

- 11:15. Golpe de Estado, guerra e transformações sociais em Andaluzia e Castela (1936-1939). José Luis Gutiérrez Molina. Historiador. Investigador em historia social contemporânea, em especial na Andaluzia.

- 12:30. Colectividades no País Valenciano. Acabando com os tópicos típicos. Manuel Vicent. Historiador e arquivista.

- 13:45. Debate geral e conclusões.

SÁBADO 17 de ABRIL à tarde. Jugoslávia 1950-1990.

- 16:00. O desenvolvimento desigual como limite dos processos de auto-gestão. O caso Jugoslavo. Ramón Franquesa. Professor de Economía Mundial na Universidade de Barcelona (UB). Investigador em gestão de recursos naturais renováveis e em Economia Social e processos de organização económica não capitalistas.

- 17:15. A autogestão jugoslava e as restrições impostas pelo plano, o mercado e o partido único: é a supressão das instituições a solução? (contará-se com tradução simultânea). Catherine Samary. Professora e investigadora especialista nas transformações jugoslavas e da Europa do Leste; activista em varias redes internacionalistas.

- 18:30. A autogestão jugoslava. Uma perspectiva anarquista (contará-se com tradução simultânea). Andrej Grubačić. Historiador e Sociólogo anarquista. Investigador em temas de anarquismo e de historia dos Balcãs. Membro do Industrial Workers of the World.

- 19:45. Debate geral e conclusões.

TERÇA-FEIRA 20 de ABRIL. Modelos organizativos como alternativa ao capitalismo: anarquismo
e anarcosindicalismo.

- 16:00. CNT: sindicalismo para a transformação social. Genís Ferrero. Membro de CNT Barcelona.

- 17:15. Organizações libertarias: Federação Anarquista Ibérica (FAI), Federação Ibérica de Juventudes Anarquistas (FIJA), Federação de Estudantes Libertários (FEL).

-18:45. Federação Anarquista Uruguaia. Anarquismo especifista, acção directa anarquista: pela construção do Poder Popular. Mario Remedios. Secretario de Relações da FAU.
Militante do Ateneu Germinal no bairro Villa Colón (Montevideo).

- 20:00. Debate geral e conclusões.

Local: Centre Cívic Drassanes – Sala d’Actes. C/Nou de la Rambla 43. ( L-3: Liceu, Drassanes ó Paralel).

QUARTA-FEIRA 21 de ABRIL. Modelos organizativos como alternativa ao capitalismo: cooperativismo e municipalismo.

- 16:00. A economia solidaria, embrião de uma nova economia? Jordi García Jané. Cooperativista, docente e escritor sobre temas relacionados à economia solidária e as alternativas sociais em geral.

- 17:15. Cooperativas: produção, finanças e consumo. Mol-Matric, Coop57 e Germinal.

- 18:45. Município libertário o caminho da autogestão. Manel Aisa. Historiador.

Assembleia do Bairro de Sants. Mireia Roselló.

- 20:00. Debate geral e conclusões.

Local: Centre Cívic Drassanes – Sala d’Actes. C/Nou de la Rambla 43. ( L-3: Liceu, Drassanes ó Paralel).

QUINTA-FEIRA 22 de ABRIL. Modelos organizativos como alternativa ao capitalismo: anarquismo, cultura e movimentos sociais.

- 16:00. Ocupações de habitações e centros sociais. Jesús Rodríguez. Activista do movimento okupa.

- 17:15. Ateneus Libertários: Ateneu Enciclopédico Popular e Ateneu Libertário de Sants. Xavier Oller, historiador e Sóci@s.

- 18:45. Centros de Estudos Libertários: Fundação de Estudos Libertários e Anarco-sindicalistas (Barcelona), Centro de Estúdios Libertários Federica Montseny (Badalona), Centro de Estudios Libertarios Francesc Sàbat (Terrassa), Fundação Anselmo Lorenzo (Madrid). Sóci@s.

- 20:00. Debate geral e conclusões.

Local: Centre Cívic Drassanes – Sala d’Actes. C/Nou de la Rambla 43. ( L-3: Liceu, Drassanes ó Paralel).

SÁBADO 24 de ABRIL Pela manhã.. Experiências actuais (I): Movimentos sociais na América Latina, Chiapas e Brasil.

- 10:00. Movimentos sociais na América Latina: com o progressismo topamos. Raúl Zibechi. Pensador-activista, docente e investigador em movimentos sociais, jornalista e analista internacional de La Jornada (México) e Brecha (Uruguai).

- 11:15. A rebelião indígena de Chiapas. Comité de Solidariedade com a Rebelião Zapatista.

- 12:30. Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil: a luta pela terra, a Reforma Agrária e uma sociedade mais justa. Maria Carballo. Antropóloga e membra do Comité de Apoio ao MST de Barcelona desde o ano 1996.

- 13:45. Debate geral e conclusões.

Local: CCCB – Aula 2. C/ Montalegre, 5 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universita

SÁBADO 24 de ABRIL TARDE. Experiências actuais (II): Argentina, Venezuela e Grécia.

- 16:00. Da crise à autogestão: origens e perspectivas da recuperação de empresas na Argentina. Luis Buendía. Economista e investigador pré-doutoral da Universidade Complutense de Madrid (UCM), e membro do Instituto de Ciências Económicas e da Auto-gestão – ICEA.

- 17:15. Imperialismo, reforma social, poder popular em Venezuela. Luis Baños. Militante libertário activo em processos de organização, formação e luta popular no meio rural e a cidade. Historiador e integrante do Instituto de Ciências Económicas e da Autogestão – ICEA.

- 18:30. Rastejando o antagonismo social e o movimento anarquista anti-autoritário em Grécia. Companheiros anarquistas da Grécia.

- 19:45. Debate geral e conclusões.

- 20:15. Feche das jornadas. CNT Barcelona.

Local: CCCB – Aula 1. C/ Montalegre, 5 ( L-3: Catalunya ó L-1 i L-2 Universita

Grupo de Apoio às Mulheres Imigrantes promove Ciclo Cinema em Marcha: Pão e Rosas, de Ken Loach ( dia 11) e Domésticas, de Fernando Meireles (dia 12)


Cinema em Marcha:

“Pão e Rosas” (Ken Loach, 2000) e “Domésticas” (Fernando Meirelles e Nando Olival, 2001)

11 e 12 de Março

No âmbito da 3ª Acção Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, o Grupo de Apoio às Mulheres Imigrantes (GAMI), promove o ciclo “Cinema em Marcha”, procurando promover o debate sobre a situação das mulheres imigrantes e das trabalhadoras domésticas. Neste sentido foram seleccionados dois filmes: “Pão e Rosas”, de Ken Loach, um retrato dos Estados Unidos ilustrado através da luta pelos direitos laborais de duas imigrantes mexicanas, mas numa alusão histórica sugestiva à marcha realizada por cerca de 15 mil mulheres, na Nova Iorque de 1908; “Domésticas”, de Fernando Meireles e Nando Olival, um retrato da realidade do trabalho doméstico no Brasil, os sonhos de cinco trabalhadoras domésticas brasileiras. Duas histórias, duas geografias diferentes, mas dois pontos de partida importantes para o debate e empoderamento das protagonistas desta iniciativa: as mulheres imigrantes.



LOCAL

Casa da Achada – Centro Mário Dionísio

Rua da Achada, Nº 11 (Perto das Escadinhas de São Cristóvão – R. Madalena)

Metro: Martim Moniz, Baixa - Chiado ou Terreiro do Paço



Pão e Rosas, de Ken Loach, 2000

Quinta-feira, 11 de Março, 18h

Sinopse: Maya e Rosa são duas irmãs mexicanas que vivem em Los Angeles, onde trabalham como empregadas de limpeza num prédio comercial. Sam é um activista pelos direitos d@s trabalhadoras/es. As suas vidas se cruzam, e junt@s lutam contra a exploração laboral das imigrantes, o que acaba pondo em risco o emprego, a família e até mesmo o direito de permanência das moças em território estado-unidense.O título do filme faz alusão à marcha de cerca de 15 mil mulheres pelas ruas de Nova Iorque, em 1908, sob o slogan "Pão e Rosas": reclamavam uma diminuição dos horários de trabalho, melhores salários e direito de voto.



Domésticas, de Fernando Meireles e Nando Olival, 2001

Sexta- feira, 12 de Março, 18h

Sinopse: Na sociedade brasileira existe um Brasil notado por poucos. Um Brasil formado por pessoas que, apesar de morar dentro das casas das famílias e de fazer parte do seu dia-a-dia, é como se não estivessem lá. Cinco das integrantes deste Brasil são mostradas em "Domésticas - O Filme": Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar, a outra é casada mas sonha com um marido melhor. Uma sonha em ser artista de novela e outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos mas vivem a mesma realidade: trabalhar como empregada doméstica.

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O GAMI é um grupo trabalho de mulheres imigrantes dinamizado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Solidariedade Imigrante e visa combater a desvalorização social do trabalho doméstico, contribuir para a reformulação da actual legislação, aumentando a protecção legal e social destas/es trabalhadoras/es, e promover o empoderamento das mulheres imigrantes que trabalham nesta área.

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A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional de luta contra a pobreza e a violência. Propõe a construção de um outro mundo baseado nos valores da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz. Em 2010 a Marcha organiza a sua terceira grande acção internacional, com uma plataforma de quatro campos de actuação: Paz e Desmilitarização, Bem Comum e Serviços Públicos, Autonomia Económica das Mulheres e Violência de Género.



Marcha Mundial das Mulheres Portugal:

http://www.marchamundialdasmulheres.blogspot.com/
http://www.facebook.com/home.php?#!/marchamundialdasmulheresPT
http://www.youtube.com/watch?v=VsMvJrza3v0
http://www.mmm2010.info/

8.3.10

Cultura = Lazer do Capital ( acção directa dos «Vadios»)

CULTURA = LAZER DO CAPITAL

Acção Directa dos “Vadios” no passado Sábado dia 6 de Março no Palacete Pinto Leite, Porto.


“Cinquenta projectos originais portugueses, de áreas como a joalharia, artes plásticas e design de moda, estiveram patentes no antigo edifício do Conservatório de Música Porto, num evento intitulado “Absolut Creative House”. Assim era descrito o evento nos quotidianos da cidade.

O convite que a Gato Vadio recebeu tinha como pretexto mostrarmos os nossos livros. Era mesmo só um pretexto.


Os tais projectos originais mostram a sua pujança criativa, induzem à vitalidade das dinâmicas alternativas, auguram mudanças de mentalidade, abrem portas jamais vislumbradas no horizonte tripeiro, revelam o seu papel vanguardista no desenvolvimento humano, avançam a pulso na conquista de espaços únicos de sublimação, geram riquezas insondáveis, instigam às iniciativas de crédito internacional, copulam aos ouvidos das empresas de rating, seduzem com o seu marketing sofisticado e falsificado os corretores decanos e as casas de correcção municipal, masturbam-se com o vazio de ideias, enfiam o império da mercadoria no clítoris e na próstata, oferecem a rodos experiências contemplativas à geração recibo verde e um absolut spread nominal aos precários entediados que aguentam a sua miséria com a mesma fatídica obediência que a carquejeira que há um século atrás carregava no lombo o carrego para o seu amo, mas agora com a luxúria do Ikea, o mito redentor e burguês da geração “tá-se bem”, e vêm-se todos às 4h da tarde lá onde nada de novo se passa.


Na acção, “Os Vadios” colaram nas paredes de um dos corredores do Palacete os seguintes textos:

CULTURA = LAZER DO CAPITAL
No mundo imaginário, tudo indica que o Palacete Pinto Leite será vendido à iniciativa privada. Por outras palavras, à cultura da especulação e do capital. No mundo real, nos últimos anos a cidade do Porto assistiu ao casamento de compra-e-venda e de várias núpcias entre a actual gestão camarária e a supracitada iniciativa cultural: Mercado do Bom Sucesso, Mercado do Bolhão, Mercado Ferreira Borges, Teatro Rivoli, Palácio do Freixo, Casa das Glicínias, Praça de Lisboa. À boda, acrescenta-se ainda a mais do que provável privatização dos Jardins do Palácio de Cristal.

No caso de ainda não se ter vendido, saia o mais rapidamente possível deste imóvel, ou correrá o risco de ser um bónus para o mercado imobiliário. A cidade e os cidadãos não se responsabilizam pelo comportamento da gestão autárquica
.

Nota: O Conservatório de Música do Porto esteve instalado no Palácio Pinto Leite entre 1975 e 2009 formando várias gerações de músicos no país.


Além do texto supracitado, deixámos alguns formulários para preenchimento com o seguinte conteúdo:

Preencha já o seu Formulário!

Por quanto acha que a actual gestão camarária vai vender este edifício?

1 – Por altos interesses do município

2 – Por arrogância

3 – Para fazer uma pista de carros indoor e um museu de pilotos de cera

4 – Por amizade

5 – Por Lazer

6 – Para passar ao “mundo civilizado”

7 – Outros

8 –


Em cima de um pedestal foi colocada uma urna para os transeuntes introduzirem o seu formulário.
Finalmente, no fim e em nota de rodapé, ironia à memória activa e à voracidade crítica do ambiente, indicámos duas questões colaterais…

Notas de rodapé:

Recordamos que o actual presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, emitiu em 2006 um despacho com o fito de cortar os subsídios pecuniários a fundo perdido às instituições culturais e sociais. Os apoios a instituições culturais representavam, em anos anteriores ao supracitado despacho, investimentos entre 150 mil e 200 mil euros anuais. Em 2006 as despesas da actual gestão autárquica com a promoção da sua imagem e do seu presidente ascenderam a meio milhão de euros.

Notinha de rodapézinho:

Finalmente, a actual gestão municipal obriga desde 2006 as entidades culturais a assinar um documento em que se comprometem a não tecer comentários sobre a política autárquica na esfera dos interesses contratados como contrapartida de receberem subsídios. Medida ao bom estilo censório de figuras ímpares da demo-cracia, como Lukashenko, Amhadinejad ou o eterno Castro.



PORTO = CAPITAL DO LAZER

Em escassos minutos, a urna ficou cheia de formulários. 100% de adesão. É uma imagem emblemática de estreiteza pseudo-activa: a consciência crítica ficou arrumada e limpa no gesto de introduzir o seu boletim de voto na urna improvisada. E o resto são cantigas, faducho e vodka absolutista. Metáfora circunstancial da democracia burguesa, do esforço ritual e impotente da maioria fingir à democracia de x em x tempo, julgando que um processo colectivo de criação baseado na democracia começa e acaba num sarcófago.

De realce, foi a expropriação do exemplar solitário da fanzine “Urro – Então e tu Orgasmo, também já és de direita?” colocada na mesa de apoio à nossa acção. Único gesto útil, sincero e livre naquele sábado, surripiando ironicamente o mais gratuito de todos os “objectos” expostos.

O segurança que vigia o edifício não tem nada a guardar de valioso. A criatividade, enquanto memória crítica, força de autonomia e pulsão libertária, há muito que disse adeus ao quarteirão. É por isso que o autarca lá puxa da calculadora para enfiar três tremoços nos miolos da nossa massa crítica.

Já saiu o Boletim Anarco-Sindicalista nº 34 (Janeiro – Março 2010)




Boletim Anarco-Sindicalista nº 34 (Janeiro – Março 2010)

Alguns dos artigos publicados neste número:
- Constituição do Sindicato de Ofícios Vários da AIT-SP no Porto
- Contra o despejo do Centro de Cultura Libertária
- António Ferreira: uma referência de dignidade na luta contra as prisões
- De olhos postos na Grécia
- Trabalho escravo II
- Globalização, crise
- Os monárquicos e nós
- Desemprego
- O terramoto de Janeiro de 2010 no Haiti
- Liberdade imediata para Amadeu Casellas!
- Contra a ilegalização da FAU-Berlim: Solidariedade sem fronteiras!
- Começou o julgamento dos anarquistas de Belgrado: Os seis companheiros foram libertados!
- XXIV Congresso da AIT em Porto Alegre
- Anarco-Sindicalistas e Republicanos - Setúbal na I República
- Começa a farsa judicial contra os 11 processados do 25 de Abril de 2007

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7.3.10

A inteligência do bárbaro, ou como se prova de que a Humanidade ainda não saiu da era da barbárie, onde o que prevalece é a lei do mais forte


As edições do Monde Libertaire acabam de editar um novo livro, de autoria de Maurice Rajsfus, com o título L’Intelligence du Barbare, onde se desenvolve a ideia que a Humanidade nunca saiu da barbárie, esse estádio de desenvolvimento em que a lei do mais forte impera e é imposta a todos os membros da sociedade.

O bárbaro moderno é alguém que sofisticou os seus métodos, mas não os seus velhos e antiquíssimos hábitos. No fundo,o pequeno predador continua a sua obra de destruição e violência sobre os mais fracos. E não faltam até os seus émulos a elogiar o seu carácter e a louvar o princípio que deve ser sempre o mais forte a impôr a sua lei.

Mas,além disso, o livro dá-nos algumas pistas de reflexão para a necessária resistência…

Ciclo de cinema contra a guerra e a NATO durante o mês de Março na Casa Viva, no Porto


CICLO DE CINEMA CONTRA A GUERRA, CONTRA A NATO


Abandonada pelo seu inimigo fiel, o Pacto de Varsóvia, a NATO deixava de ter razão de existir. Com o papão comunista indisponível e sem uma nova ameaça credível à mão de semear, o Ocidente decidiu orientar a Aliança Atlântica para o que chamou de guerras humanitárias, de forma que o mundo pudesse ter um braço armado das forças civilizadoras.

Para isso, potenciou e prolongou uma guerra, gerindo a informação de forma a que um dos lado fosse diabolizado e que a NATO aparecesse como a única salvação possível para os inocentes oprimidos. Indiferente, como sempre, ao sofrimento, o mundo ocidental garantia uma justificação plausível para a manutenção deste seu mega exército.

Com a criação desse novo e lato inimigo chamado terrorismo, essa justificação deixou de ser necessária, mas não lhe podemos retirar a importância de, durante quase uma década, ter permitido à NATO continuar a operar sem que alguém perguntasse porquê ou para quê.

Para que essa relevância não seja esquecida neste caminhar até à contestação à cimeira da NATO de Novembro, em Lisboa, o Cinema Comunitário deste mês foi “oferecido” à Plataforma Anti-Guerra Anti-Nato (PAGAN), que o preencheu com as habituais sessões documental e de ficção.


12 março às 22h00
entrada livre

California Dreamin’, de Cristian Nemescu Ficção, 2008
[155’ Legendado em português]

O Capitão Jones, do corpo de fuzileiros navais dos EUA, é destacado para escoltar um comboio que transporta equipamento da NATO e que se dirige para a Jugoslávia durante a guerra do Kosovo. A sua missão é detida por Doiaru, aparentemente um chefe de estação muito meticuloso numa vila abandonada, que retém o comboio devido a um detalhe técnico de documentação. A comunidade faz esforços ridículos para dar as boas vindas aos americanos, tencionando aproveitar a sua inesperada presença. Após cinco intensos dias, Jones descobre os verdadeiros – e muito pessoais – motivos por detrás do comportamento de Doiaru. O comboio retoma a sua viagem e deixa para trás corações partidos, sonhos desfeitos e uma guerra civil.


26 março , às 22h00

entrada livre

Jugoslávia: A guerra evitável, de George Bogdanich Documentário, EUA 2002
[165’ Em Inglês]

Revela, através de factos e entrevistas, como as acções da Alemanha e doutros países europeus levaram às desnecessárias guerras civis na Jugoslávia, no final de 1991 e início de 1992, e que acabaram por culminar na devastadora campanha de ataques aéreos da NATO a território sérvio, iniciada em Março de 1999 e finalizada dois meses e meios mais tarde.

Local: praça marquês de pombal, 167 - Porto
(é preciso bater ao batente)

6.3.10

NATO é Terror a sério - disseram os manifestantes anti-Nato na abertura do Fantasporto 2010 ( festival de cinema fantástico e de terror)


No dia 26 de Fevereiro, por ocasião da abertura oficial do 30.º Fantasporto (Festival de Cinema Fantástico), realizou-se no Porto uma manifestação contra a guerra, promovida pela Plataforma Anti-Guerra, Anti-NATO (PAGAN).


Eis o relato da acção realizada:

Quando chegaram as bicicletas, ultrapassámos a meia centena, sexta-feira, 26 de Fevereiro, fim de tarde, Praça D. João I, Porto. Nós: anti-guerra, anti-nato. NATO=TERROR A SÉRIO, lia-se nas tshirts de 19, letra a letra, virados para a porta principal do Rivoli, onde as televisões esperavam os convidados para a abertura oficial do 30.º Fantasporto. Os flyers que outros distribuíam anunciavam o filme de género terror em rodagem há 61 anos, convidando para a assembleia pública da Plataforma Anti-Guerra Anti-Nato, PAGAN, dia 20 de Março, no Círculo Católico de Operários do Porto. É que, em Novembro próximo, Lisboa acolhe a Cimeira da NATO, em que será definido o seu novo conceito estratégico.

Foi a pensar na contestação a essa cimeira que a PAGAN foi criada em Setembro passado, em Lisboa (
http://antinatoportugal.wordpress.com). E, a pensar em manifestações locais, estendeu-se ao Porto. A estreia a norte coincidiu com cinema, do tipo fantástico, com tendência para o terror. “Envolvido em jogos de guerra a que se mantém alheia a população, existe um país imaginário que condena os seus mais fracos a uma vida no limite da subsistência, de forma a poder gastar o que aí poupa na destruição de vidas a milhares de quilómetros”, anuncia a sinopse do flyer. Em paralelo, recolhiam-se assinaturas para uma petição com vista a retirar do Afeganistão as tropas portuguesas integradas na NATO. E exibia-se uma faixa a anunciar a PAGAN.

O encontro não foi anunciado. No entanto, a autoridade sabia que lá estaríamos, pelo menos assim nos foi transmitido por um agente. De facto, havia vários, com e sem farda. Também sabiam que não havia ali chefes, que não havia um mais responsável que os outros, que se tratava de uma plataforma, sem sede, portanto. Só quero saber se vão ficar por aqui…leia-se, exibir tshirts, distribuir panfletos e recolher assinaturas. Assim sendo, só preciso de identificar dois e os outros podem continuar. Assim foi. Argumento: tratou-se de uma acção em espaço público, previamente organizada, logo, carece de autorização do Governo Civil, autorização que não foi solicitada. Em contrapartida, o argumento de que pretendiam limitar a liberdade de expressão de nada valeu. A guerra é uma inevitabilidade, insistia um dos agentes. Consequências da identificação? Queixa ao Governo Civil. Mas eu vou dizer que estavam serenos, prometia outro.

O protesto, com efeito surpresa para muitos, ainda assim, durou cerca de uma hora e teve a visita do pessoal da bicicletada, em dia de encontro. Dos jornalistas, só os repórteres fotográficos mostraram curiosidade. Os media não foram convocados para o efeito. A convocatória para a assembleia pública da PAGAN não se esgotou ali (realiza-se a 20 de Março, 15h, Rua Duque de Loulé, 202, Porto). A contestação à política agressiva da NATO também não. A propósito, um olhar sobre a sua política despesista, que atinge os cofres de Portugal: a cimeira em Lisboa custará “seguramente mais de 20 milhões de euros”, disse à Lusa o ministro Luís Amado.